domingo, 21 de setembro de 2008

Clássicos: Seventh Son of a Seventh Son – O Sétimo Filho da Donzela de Ferro completa 20 anos


Há exatamente 20 anos, saía um disco que marcaria o ponto máximo da sonoridade e produção técnica da banda Iron Maiden. Os britânicos, já estabelecidos na cena Heavy Metal como um dos grandes nomes, inclusive sendo headliners do almejado festival de Donnington (que rendou o vídeo e disco com edição limitada “Maiden England”), trouxeram ao mundo seu sétimo disco e uma turnê que só não foi tão extensa quanto a “World Slavery Tour” de divulgação do disco “Powerslave” (1984).

“Seventh Son of a Seventh Son” vai marcar a saída de Adrian Smith, grande perda para a banda, já que o guitarrista os acompanhava desde meados de 1981, não gravando apenas o disco de estréia da banda, que ainda contava com o esquecido Dennis Stratton como dupla de Dave Murray. Entretanto, depois a banda vai encontrar Janick Gers (que tocara com Ian Gillan, do Deep Purple) que irá marcar os shows da banda com sua performance.

Este disco foi o sétimo da carreira da banda (um dos motivos da escolha do nome) e é um dos álbuns conceituais mais lembrados, embora as músicas estejam interligadas apenas pelas letras e pela introdução da faixa “Moonchild” e o “fechamento” ao final de “Only the Good Die Young”.

Contando com apenas oito músicas, a banda dá um passo na técnica, utilizando de teclados de uma forma a dar aquele clima necessário para tornar o álbum marcante. Outra inovação o uso de passagens acústicas, no inicio e fim do cd, além da música “The Prophecy” que traz um dedilhado que lembra a “Heaven and Hell” do Black Sabbath.

Esse álbum foi um entre os vários da carreira da banda que alcançou primeiro lugar na Inglaterra e em muitos países. Claro que houve críticas pelo caminho que a banda desenvolve nesse álbum, que é marcado pela maturidade musical, tanto nas letras quanto no som. Não encontramos uma banda como a dos três primeiros disco.

Contêm clássicos absolutos, como “Can i Play With Madness”, “The Evil That Men Do” e “The Clairvoyant”. Todas elas vieram marcar presenças nas turnês seguintes, sendo revezadas. Porém, na turnê deste ano que inclusive passou pelo Brasil, a banda toca a primeira e última, além de “Moonchild”, canção que só era tocada na turnê do disco e que os caras resolveram relembrar.

A temática do álbum gira em torno do mundo oculto, alguns dizem que baseada na vida e obra do mago Alester Crowley. Assim, toda uma mística envolve o álbum, sendo que “Moonchild” é, para mim, uma das mais “macabras” do mundo do Metal, deixando a tão “assustadora” “The Number of the Beast” parecendo coisa de criança.

“Seventh Sono f a Seventh Son”, a música, é uma grande obra e a canção mais longa do disco. Obra-prima, é uma pena que pouco é considerada tanto pelos fãs quanto pela banda.

Outras músicas não tão expressivas na carreira da banda foram “Infinite Dreams”, “The Prophecy” e “Only the Good Die Young”, mas que não deixam cair o nível do disco.

Enfim, com certeza um dos melhores discos da banda e que apresenta bem a “evolução” que a banda estava desenvolvendo depois de ter descambado no cenário do rock mundial.

Para quem não conhece, é uma ótima oportunidade, pois para conhecer um pouco da banda não podemos nos limitar apenas aos discos “The Number...” e “Fear of the Dark”...

Essa é nossa pequena homenagem à esse som que muito nos acompanha. Neste ano com seus 20 completados, só resta-nos mantermos sempre presente tal disco que é uma referência dentro do Heavy Metal.

Stay on the Road


Texto:EddieHead
Track List:



01-Moonchild
02-Infinite Dreams
03-Can I Play With Madness
04-The Evil that Men Do
05-Seventh Son of a Seventh Son
06-The Prophecy
07-The Clairvoyant
08-Only the Good Die Young

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Evergrey define som da banda com o novo disco


A banda sueca Evergrey está se estabilizando na cena Metal do mundo com seu som pesado e progressivo. Encaixada no estilo progressive metal, apresenta, durante sua carreira que iniciou em 1996 e que marcou, em 1998, o lançamento do primeiro registro da banda, “The Dark Discovery”.

Embora hoje conte apenas com o vocalista e guitarrista Tom Englund do primeiro disco, a banda foi se desenhando ao longo desses poucos mais de dez anos primando as letras e peso, principalmente nas guitarras.

Com um vocal único, Tom vai aos poucos se destacando pela presença no palco, com um vocal que não desafina e traz um pouco de hard rock ao som, pois ele não abusa de agudos ou guturais. Mas só ouvindo para saber do que estou falando.

Então, ao longo da última década lançam 6 discos de estúdio e o ótimo ao vivo duplo “A Night to Remember”, que foram mostrando a todos que esses suecos são uma das grandes forças do estilo em todo mundo.

Agora com uma formação mais estabilizada, lançaram ontem na Alemanha (estamos em 20 de setembro) “Torn”, o novo e sétimo disco da banda. O que posso dizer sobre o disco é que ele acaba por definir o som da banda, pois escutá-lo após ouvir o álbum de estréia e até mesmo seu sucessor pode-se notar uma grande diferença e um maior amdurecimento nas composições, o que era de se esperar.

Nesse novo disco, a banda segue mais ou menos o som adotado principalmente em “The Inner Circle” (2004), mas que já se desenhava em “Recreation Day” um ano antes. Ou seja, riffs acompanhando os demais instrumentos, ora com solos melódicos ora com outros primando pela técnica. Bateria abusando (no bom sentido) dos bumbos, baixo utilizando das notas mais graves para dar um peso ao som. Tom cantando mais “emocionado”.

Outra característica que a banda tem apresentado e que se acentuam no disco são os reftões, sempre destacados do restante da música, o que não acontecia frequentemente nos primeiros discos. Além disso, mais backing vocals para acompanhar Tom, embora neste disco a banda não tenha utilizado os corais, o que é uma pena.

Destaque para a primeira música, “Broken Wings”, que abre muito bem o disco, sendo seguida por aquela que mostra o quanto Tom tem se dedicado nos vocais, “Soaked”. A seguinte, “Fear”, se destaca pelo peso e melodia no solo das guitarras ao final da música e pelo refrão marcante, que fica na cabeça após uma escutada. "In Confidence” segue a mesma linha e é um dos destaques do disco. A faixa-título traz mais partes calmas, mas destacando novamente os refrões.”These Scars” encerra o disco com a participação novamente de Carina Englund (ela participara do disco de 2004).

No geral, mais um ótimo disco da banda. Não há uma só música que tenha me decepcionado, embora as que citei antes tenham se sobresaído às demais. A banda, na verdade, começa a recolher os frutos de seu desenvolvimento ao longo dos anos, trabalhando sem parar para conseguir um lugar no cenário Metal mundial, o que tem conseguido, inclusive tendo vindo ao Brasil e superlotado os shows.

Com certeza álbum para os amantes do Prog Metal, em especial quem gosta dos 3 discos anteriores da banda. Assim, a banda parece se definir nesse som que já lhe é característico. Espero, particularmente, que a banda continue nesse ritmo e que venha a crescer, pois merece se tornar a nova referência do estilo, que é muito dominado pela magnífica banda Dream Theater.

Stay on the Road

Texto: EddieHead


http://rapidshare.com/files/137676034/Evergrey_-_Torn_2008_by_Daniel_Vargas.rar.html

Track list "Torn":

01. Broken Wings
02. Soaked
03. Fear
04. When Kingdoms Fall
05. In Confidence
06. Fail
07. Numb
08. Torn
09. Nothing Is Erased
10. Still Walk Alone
11. These Scars

Calando a boca de muitos: Metallica e seu “Death Magnetic”


O Metallica é uma das bandas que literalmente é odiada e amada. Surgiram no inicio dos anos 80, fazendo um som que seria chamado de Trash Metal, juntamente com outras bandas, como Exudos e Megadeth, e se consagraram pelo peso, velocidade e letras agressivas, cantadas por um James Hetfield nada menos agressivo.

Então, já para a metade final da década de 80, morre o baixista Cliff Burton, num trágico acidente com o ônibus da banda. Mas a banda segue adiante com o novo baixista, Jason Newsted, lançando “...And Justice For All” (1988) e expandindo seu território ao redor do mundo. Nesse disco a banda ainda demonstra peso, mas agora com músicas mais longas e trabalhadas.

Anos depois, em 1991 lançam o tão conhecido “Black Album”, que na verdade chama-se simplesmente “Metallica”, e leva o nome pela capa marcante toda preta. Bom, aqui a banda alcança seu ápice de sucesso comercial, gravando vários vídeos clips, fazendo uma turnê gigantesca, que é considerada uma das maiores da história do rock. É nesse disco que as músicas mais populares se encontram, como “Nothing Else Matters”, “The Unforgiven” e “Enter Sandman” e “Sad But True”.

Depois de 5 anos esperando por material inédito, a banda lança “Load”. Foi um baque! Embora eu goste muito do disco, muitos fãs ficaram muito decepcionados (alguns já estavam com o lançamento anterior) e a coisa piorou com “Reload”, lançado um ano depois. Os álbuns estavam muito diferentes do som que a banda se consagrou, inclusive havendo uma mudança na imagem da banda, com os caras cortando o cabelo, Kirk Hammet usando brincos e maquiagem. Por mais estranho que pareça, a imagem é uma das coisas que muitos fãs acham essencial.

Bem, só vão lançar um disco inédito em 2003, agora com Robert Trujillo nos baixos. E mais uma vez a banda modifica seu som, fazendo algo muito parecido (mais pesado, claro) com o que estava em alta nos Estados Unidos, o New Metal. Particularmente para mim o álbum bate muito bem para concorrer como um dos piores do estilo, sendo pior ainda que “Reload” (pois músicas como “Fuel”, “The Unforgiven II” e “Attitude” se destacam). Nesse disco, apenas “Unnamed Feelling” e “Some Kind of Monster” (muito longa) me agrada de verdade.
Então, embora muitos tenham gostado do disco (pelo menos era mais pesado que os 2 anteriores), os caras penaram na mão da mídia e dos fãs ditos “verdadeiros”. E para completar, problemas com álcool e drogas assolam a banda. Claro, como os outros lançamentos, vendeu muito bem.

Demoram novamente 5 anos (até esta virando um ritual) até chegarem ao presente ano de 2008: lançam “Death Magnetic”. Porém, desde o ano passado, a banda, durante os shows, foram apresentando uma ou outra música inédita, mas que nada me agradaram, inclusive me fizeram perder a esperança de algum dia o Metallica pegar seu lugar de topo no Metal mundial.

Mas então, sai um cover da “Remember Tomorrow”, do Iron Maiden, em mais um tributo à banda (vide matéria abaixo) e quem toca: Metallica. E foi essa música que me devolveu esperança de que a banda lançasse músicas daquele mesmo “naipe”.
E não é que, após escutar o novo disco, os caras calaram a minha boca?! É com toda certeza um dos melhores álbuns da carreira da banda, embora não diga que supere os primeiros (era outra época, outro baixista, etc.).

Temos uma banda com riffs mais “nervosos” e lembrando as épocas primordiais de álbuns como “Mater of Puppets” e “... And Justice for All”. Há vários destaques: “That Was Just Your Life”, que abre o disco e que mostra a banda caprichando, “The End of the Line” traz riffs que não há como negar que os guitarristas são os mesmos que gravaram os primeiros álbuns da banda, “The Day That Never Comes” tem vídeo clipe e lembra muito músicas como “One”, o que é mais que um elogio e já vale para ser mais um clássico da carreira da banda, “The Judas Kiss” quebra tudo e é, para mim, a melhor música do disco (riffs com a marca do Metallica, bateria detonando tudo, baixo indo na cola e o James mostrando do que ainda é capaz nos vocais), “Suicide & Redemption” é a música instrumental e também a mais longa. Mas antes de ser chata, traz vários elementos como dedilhados melódicos (daqueles que encontramos em “The Unforgiven” e “Nothing Else Matters” por exemplo), riffs pesados e duetos nos solos. Por fim, “My Apocalypse” lembra “Damage Inc.”, do álbum mais amado pelos fãs, “Master of Puppets”, encerra o disco.
Vale falar aqui de músicas como “Cyanide” e “The Unforgiven II”: a primeira traz uma caráter mais comercial (e não me impressionarei dela ganhar um vídeo clipe) e a segunda não mereceria o nome que recebeu. Infelizmente a banda não conseguiu novamente representar o que a “The Unforgiven” do início dos anos 90 passa quando à ouvimos. Nela destaco apenas a parte mais calma da música e a introdução.

De uma forma geral, esse é um disco que, embora não seja um álbum como outros da banda, com certeza superaram minhas expectativas e me faz crer que a banda que ouço no disco é o Metallica que todos nós, headbangers, sempre pedimos que voltassem. E eles estão aí, para quebrar tudo (inclusive recordes: em três dias vendeu quase 500.00 cópias nos EUA).

Saty on the Road

Texto: EddieHead



Track List:

1-That Was Just Your Life
2-The End Of The Line
3-Broken, Beat & Scarred
4-The Day That Never Comes
5-All Nightmare Long
6-Cyanide
7-The Unforgiven III
8-The Judas Kiss
9-Suicide & Redemption
10-My Apocalypse