domingo, 21 de dezembro de 2008

Entrevista Com a Banda Gaúcha Excellence



O Road To Metal tem tentado abarcar da melhor forma possível o Heavy Metal, trazendo resenhas e comentários dos novos lançamentos, além de clássicos e de bandas que merecem uma matéria. Já conseguimos falar com algumas bandas, o que nos é uma grande honra. Porém, falar com essa banda gaúcha da cidade de Ijuí/RS tem um “algo mais”, afinal é um grupo próximo e que dessa região do interior do RS (com todos as conseqüências que se pode pensar) consegue fazer um Hard Rock e Heavy Metal muito bom, com vários shows, EP The Twilight (2006) e até mesmo um DVD de comemoração ao aniversário da banda em um teatro. Com certeza uma banda com visão, recebendo ótimas críticas da revista especializada Roadie Crew (confira no blog da banda abaixo).

Acompanhamos a banda há algum tempo e sabemos que todas as apresentações são um convite para “bangear” sem parar, com os caras tocando magistralmente clássicos do Iron Maiden, Scorpions, Whitesnake, Metallica, Kiss, AC/DC e por aí vai, além de composições próprias com uma pegada que mostra que não estão pra brincadeira.

Enfim, vamos à entrevista e você vai conhecer um pouco sobre a banda formada por Valterson Wottrich (vocal), Lucas Prauchner (guitarra), Robson Van der Ham (baixo) e Marcos Rigoli (bateria). Quem conversou com nós foi o Lucas, o Marcos e o Valterson e queremos agradecer por responderem às questões.

Stay on the Road


Road To Metal: Quais as influências mais marcantes da banda?

Lucas: Penso que as influências de um músico podem ser consideradas marcantes na medida em que ajudam na construção de sua própria personalidade musical. A meu ver, aquela tradicional relação de quatro ou cinco nomes para tentar definir a influência de um músico ou de uma banda peca pelo reducionismo. Particularmente, gosto de tantas coisas diferentes que me sinto até constrangido de tentar “eleger” os meus músicos/ grupos favoritos. Penso que toda a vivência de um músico exerce influência na sua maneira de tocar. Pra exemplificar vou usar o caso do nosso companheiro Marcos: a sua banda favorita é o Iron Maiden, seu estilo favorito é o heavy metal, entretanto é inegável o quanto a maneira de tocar dele foi influenciada pelos anos de experiência tocando em bandas de baile. Eu não vejo nada de errado em afirmar que o vaneirão, só para usar um exemplo, influenciou a maneira de tocar do Marcos tanto quanto o Iron Maiden (risos). Vejo isso como algo positivo porque evita que ele seja o “Marcos McBrain” (risos). Penso que a riqueza e diversidade de influências de um músico ou de uma banda é peça-chave para a construção de uma identidade, e é com satisfação que eu posso afirmar que a Excellence não procura copiar nenhuma de suas ditas influências.

Valterson: A influência musical não é oriunda só da música, mas da vida como um todo. Numerar ou nominar influências é como desmerecer tudo o que não for numerado ou nominado. Ao meu ver, é uma formalidade totalmente dispensável, além de induzir ao erro quem ouvir a banda. De repente quem ouve o CD vai ver elementos que conscientemente não nos influenciaram, mas inconscientemente estão muito presentes. Isso aumenta nosso leque de influências e, particularmente, acho que torna nossa música mais rica, nos tornando mais completos como “músicos”.

RTM: Como vocês escolhem as músicas que farão cover?

Lucas: Da maneira mais democrática possível. Todos trazem sugestões e coletivamente escolhemos o repertório, sempre tendo em mente o direcionamento da banda e a viabilidade técnica de tocar determinada canção. Penso que esta escolha tem de ser democrática porque no momento em que determinado integrante de determinada banda começa a querer impor o seu gosto particular na escolha do repertório, a coisa fica muito desagradável. E o pior é que esse tipo de problema é muito comum. Felizmente, com a formação atual da Excellence, escolher o repertório é algo muito tranqüilo. Outro ponto que comentei e que julgo importante é a banda ter os pés no chão na hora de avaliar a viabilidade técnica de se tocar certa música. Eu acharia muito legal se tocássemos Under a Glass Moon do Dream Theater, mas sei que não posso tocar ela satisfatoriamente. E aí eu não acho que seja construtivo você se propor a tocar muito mal uma música muito boa (risos).

RTM: Quais os lançamentos da banda? Sabemos que já possuem um DVD de uma apresentação. Poderia falar sobre ele?

Valterson: Lançamos o EP “The Twilight” e o DVD de aniversário da banda. A gravação do DVD surgiu como uma idéia quase megalomaníaca, mas que com a análise do projeto, vimos que era plenamente viável. Ao menos para malucos como nós. Digo que fomos malucos pela forma como o DVD foi feito. Como o orçamento era infinitamente limitado, não tivemos condições de gravar o áudio como é feita gravação de um CD ou DVD “normal”. O áudio não foi “maquiado”, mixado, masterizado em estúdio. O que você ouve no DVD é exatamente o que aconteceu no show. Não teve retoques ou correções feitas posteriores. Qualquer erro, fosse de vocal ou qualquer outro instrumento, dentro de uma música que estivesse razoável, sacrificava toda a música, uma vez que ela não poderia ser corrigida posteriormente em estúdio, pois tudo foi gravado em um único canal, em um único take. Se você fizer essa proposta pra qualquer banda, realmente poucas vão topar a parada. E as que toparem, muito menos ainda, vão ficar satisfeitas com o resultado. Nós ficamos plenamente satisfeitos com o resultado, lembrando que temos consciência das limitações do nosso DVD. Mas creio que seja um marco, pois imagino ser o primeiro DVD de uma banda underground da nossa região. Poucas bandas de porte mundial dariam “a cara para bater” como nós fizemos. Ouça gravações piratas do Iron Maiden, Metallica e bandas desse nível e você saberá do que estou falando, sem discutir a qualidade técnica destas bandas.

RTM: Numa das apresentações da banda tive a oportunidade de adquirir o EP “The Twilight” (inclusive autografado) (risos), e posso dizer que é uma bela gravação, com destaque para as músicas “Just Self-Brutality” e “Searching for a Better Life”, sem falar no ótimo cover da “The Final Countdown” da banda Europe. Poderiam falar sobre as músicas do disco, além de como foi o processo de gravação?

Valterson: Olha, minha entrada na banda foi bem interessante. Conhecia o pessoal há muito tempo e era fã da banda, integrava a comunidade do Orkut (fica o convite para o pessoal integrar a comunidade da banda Excellence) e fiquei sabendo que o vocalista anterior tinha saído. Foi criado um tópico, tipo “de brincadeira”, com pessoas se candidatando para a vaga de vocalista e eu me candidatei também. Mas eu estava falando sério. Passou um tempo o Lucas me mandou um e-mail pra saber se eu topava mesmo ser o vocalista da banda ou se estava brincando. Nesse momento virei um integrante da Excellence. Falei tudo isso porque, nesse momento, as guitarras, teclados e baterias do EP já estavam gravadas e a banda estava sem vocalista! O EP foi todo gravado aqui em Ijuí, nossa cidade (vale lembrar que também com seríssimas restrições orçamentárias), apesar de ter dado bastante trabalho (bastante mesmo), foi muito divertida a gravação, especialmente pra mim que estava começando a conviver mais com os integrantes da banda. Das músicas próprias, todas as letras são do Lucas e as músicas são da banda. A escolha do cover, foi pensado em uma música bacana, com um solo marcante de teclado, um ótimo solo de guitarra, uma levada bem legal, além de ser um clássico (acho que até minha vó já cantarolou aquela melodia da introdução da música). Pensamos em fazer, na nossa versão, ela soar um pouco mais pesada, com guitarras mais agressivas e uma levada mais pesada. Acho que o EP foi o primeiro grande passo para o tão sonhado CD, que esperamos poder gravar em breve. Já temos novas composições para isso. Esperamos poder gravá-lo logo. Temos a expectativa de que vá ficar bem legal.

RTM: Qual a receptividade da cena Metal com esses lançamentos?

Lucas: Particularmente, penso que a cena metal tem recebido muito bem o trabalho da banda, embora, a meu ver, não sejamos exatamente uma banda de metal.

RTM:Ao vivo, como vocês pensam que clássicos do Metal soam quando tocado por vocês?

Lucas: Sempre buscamos fazer o melhor que podemos, mas sabemos perfeitamente de nossas limitações. Nossa auto-análise sempre foi crítica e honesta. Percebemos pontos positivos e negativos no nosso trabalho, e estamos sempre tentando melhorar. Como diria o Chaves, não é uma coisa que se diga “supimpa, que banda mais boa”, mas por enquanto é o que podemos fazer (risos).

RTM: Nos shows da banda, o que foi mais marcante para vocês?

Marcos: O público, com toda a certeza. É sempre muito bom tocar ao vivo, e somos uma banda de shows. É claro que gostamos de estar em estúdio gravando e compondo, mas nosso ponto alto é o show. A energia positiva que é trocada entre a banda e o público é sem dúvida nenhuma o combustível que move a Excellence.
Valterson: Com certeza é essa receptividade. O som que gostamos é esse. Temos nossos projetos paralelos, onde tocamos músicas mais “acessíveis”, com outros propósitos, em outros cenários. Sabemos das dificuldades de tocar nosso estilo musical e das restrições do mercado, especialmente no interior do estado, mas fiquei arrepiado, quando na festa “Rock n Roll All Night”, vi uma galera considerável cantando o refrão de “The Twilight”. Trabalho com música há quase de 22 anos e posso dizer que foi umas das maiores satisfações musicais que tive.

RTM: Como vocês conseguem contatos para tocar em outras cidades?

Marcos: No momento, ou, até o momento (risos), na base do “hey, temos uma banda, gostariam de ouvir nosso material para posteriormente fazermos um show?”

RTM: O que vocês pensam sobre a cena Rock e Metal do estado gaúcho?

Marcos: Nunca foi tão fácil, em termos de divulgação e acesso à informação, para se formar uma banda. Acho que tá legal a cena, é claro, todos têm seu espaço, o difícil é conquistar esse espaço. Fazer shows também é um dos problemas, pois principalmente no interior, não existem lugares para apresentações, e acaba acontecendo das bandas terem que “inventar” shows para poderem se apresentar ao público. Mas apesar de tudo isso, a Excellence segue firme no seu propósito, afinal, é o que a gente realmente gosta de fazer.

Lucas: E vamos continuar, mesmo que a vizinhança lá de casa implore pra que a gente pare (risos). Brincadeira, eles adoram os ensaios (risos).

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