sábado, 17 de julho de 2010

Matéria Especial: Black Sabbath Completa 4 Décadas - Parte III


Continuando esta série de 4 matérias especiais, cada uma delas abarcando uma década de existência dos Pais do Heavy Metal Black Sabbath, que em 2010 completaram exatos 40 anos do lançamento do primeiro disco.

Nos anos 90, a banda estava colhendo os frutos de uma recuperação do final da década passada. Eis que uma grande notícia aos fãs surge: Dio de volta à banda.

Tony Martin (vocal), Neil Murray (baixo) e Cozy Powell (Bateria) são convidados a sairem da banda para o retorno de três dos maiores nomes que passaram pela banda: Geezer Butler de volta ao baixo, Vinny Appice na bateria e o já citado Dio nos vocais.

Era o retorno da formação do álbum “Mob Rules” (veja a parte II desta matéria). E, nada melhor para marcar esse retorno do que um álbum forte, com os pés nos anos 90, e muito peso.

Em 1992 veio ao mundo “Dehumanizer”, álbum que, além de uma grande capa, trazia nele grandes canções que concorreriam para se tornarem os novos clássicos dos sabáticos. Entre os petardos, “Tv Crime” (som que entrou para a trilha sonora da comédia Wayne’s World), “Computer God” (clima tenso e pesado), “Time Machine” (que por anos ficou sendo a música de abertura dos shows da banda) e “I”, que também se destaca, sendo executada na turnê do Heaven and Hell (veremos sobre na quarta e última parte desta matéria).

Dio estava, com sempre, excepcional, marcando as canções com suas letras criticas e inteligentes, Geezer trouxe os melhores acordes que pode fazer na banda, bem como Iommi com seus riffs (confira em “Tv Crime” como Iommi detona) e Appice na bateria, para mim, sua melhor performance na banda.

Com a tour que se seguiu ao álbum, a banda aportou no Brasil para show em São Paulo e Rio de Janeiro naquele mesmo ano.

Mais do Mesmo

Mas, como sempre há algo para tirar o sossêgo dos fãs, Ozzy Osbourne anunciou sua turnê de despedida, e para as duas últimas datas, pediu ao Black Sabbath para que estes abrissem seu show. Convite aceito por todos, exceto por Dio, que não simpatizava com ozzy (e a recíproca era verdadeira), especialmente por declarações deste criticando seu substituto ainda na década de 80. Entretanto, alega-se também que o contrato de Dio com a banda havia acabado um dia antes do primeiro show. Obviamente, não haveria sentido a banda despedir Dio, ainda mais quando estavam voltando ao auge.

Mas, boatos à parte, Dio sai da banda. De última hora, a banda convoca Rob Halford, vocalista do Judas Priest e amigo dos caras, para as duas apresentações. Inclusive tais shows renderam um famoso e de péssima qualidade bootleg, chamado “Ozzy Meets Priest”, clara alusão à banda de Halford. Tal contato entre a banda e o vocalista voltaria a se repetir em 2004. Veremos isso na próxima matéria.

Feito o show de despedida (Ozzy, no fim, nem se aposentou e 3 anos depois lançaria um álbum inédito), a banda novamente teve que recrutar mais músicos. Receando mais mudanças, Iommi resolve apostar em pratas da casa, trazendo de volta aos vocais Tony Martin e Bobby Rondinelli na bateria, mantendo Geezer no baixo.

Com essa que é, para mim, uma das melhores formações da história da banda, lançam o ótimo “Cross Purposes” (1994). O álbum até que foi bem aceito pelo público e pela mídia, mas não alcançaria o esplendor de seu antecessor.

São do disco grande músicas como a faixa de abertura “I Witness”, rápida e ótima para começar os shows (mas a banda resolveu manter “Time Machine” nessa posição), “Dying For Love” (Martin mostra todo seu alcance), “Immaculate Deception” (muito contagiante o som) e “The Hand That Rocks the Cradle” (grande música!).

A banda, nessa tour, esteve novamente pelo Brasil, numa apresentação até hoje lembrada positivamente. No mesmo seguinte, lançam o disco e video ao vivo “Cross Porpuses Live” (1995), gravado no Hammersmith Odeon, em Londres, e que traz músicas do novo trabalho e clássicos que ficaram ótimos na voz de Martin, como “Sabbath Blood Sabbath”, “Children of the Grave” e “Symptom of Universe”.

No mesmo ano, 1995, mais mudanças na formação. Saem o baterista Rondinelli e o baixista Geezer Butler, para a volta de Cozy Poweel e Neil Murray, respectivamente, tendo a banda a mesma formação que gravou o disco Tyr (1990).

Assim, é lançado o último disco inédito do Black Sabbath até o momento. “Forbidden” (1995) é, provavelmente, o álbum da fase Martin mais odiado (até teve rapper no álbum).

Embora mantendo o som do álbum anterior, realmente trata-se de um álbum que se deve escutar por escutar, sem esperar um grande coisa. No cd, dá para destacar (mas nenhuma música aos pés dos clássicos da banda) “Get a Grip” (o video clip todo desenhado é legal) e “Rusty Angel”. Talvez ainda “Guilty As Hell” também mereça um pouco de atenção.

A Volta da Formação Original

Como as coisas não iam bem, e a banda estava vendo isso, as atividades são encerradas por tempo indeterminado (no ano seguinte é lançado “The Sabbath Stones”, uma coletânea). Isso até que em 1997, na primeira edição do Ozzfest (festival idealizado pelo Ozzy), a banda original (agora com Bill Ward de volta às baquetas) reuniu-se para tocar algumas músicas, clássicos como “Iron Man” e “Paranoid”.

Daí, surge o interesse em fazer dois shows e gravá-los. Com o nome de “Reunion” (1998), o álbum marca esse reencontro da formação original desde 1979. Além dos clássicos (todos apenas da fase Ozzy), ainda gravaram duas músicas inéditas, que não empolgaram. São elas “Psycho Man” e “Selling My Soul”.

Mas a chama se acendeu. Podía ser visto desde adolescentes à idosos nos shows da banda, o que denuncia realmente o alcance histórico desse grupo, independente de seus percalços.

Surgiram boatos de uma reunião em estúdio, com direito à álbum inédito e turnê mundial. Porém, nessa década nada aconteceu, e a seguinte, como sempre fora, guardou supresas, desta vez negativas para alguns, muito positivas para outros.

Aguarde a quarta e última parte desta singela homenagem aos pais do Metal!

Stay on the Road

Texto: EddieHead

Nenhum comentário: