terça-feira, 30 de novembro de 2010

A Saga Continua: Epopéia em Novo EP do Rhapsody of Fire


Quatro anos e uma briga entre a banda e a antiga gravadora, os italianos do Rhapsody of Fire deram dois presentes aos fãs este ano como forma de compensar esse hiato entre um álbum e outro.

O álbum completo “The Frozen Tears of Angels “(2010) (leia resenha aqui)saiu este ano e deu continuidade a saga “Dark Secret”, iniciada em 2004 com o disco “Symphony of Enchanted Lands II: The Dark Secret” e que, mais uma vez, conta com a voz do ator Christopher Lee como um dos narradores.



Mas não bastando, o grupo, alguns meses depois, lança novo EP (2º da banda), contendo uma verdadeira epopéia, uma canção de mais de 35 minutos, dividida em sete faixas e que são um capítulo a mais sobre a estória dos cinco personagens principais, não por acaso representando o número de integrantes.

“ACT I - The Pass of Nair-Kaan” abre o verdadeiro filme. Aliás, como o guitarrista Luca Turilli revelou em entrevista para a Roadie Crew (edição número 141), a formação da banda envolveu fanáticos por ficção e, especialmente, suas trilhas sonoras. Então, esqueça aquela ordem lógica comum às demais bandas de integrantes que leem livros e passam a contar a história, já que com o Rhapsody, a coisa toda é criada como se fosse um filme realmente, e talvez aí esteja o motivo para tanta sinfonia e passagens faladas/encenadas, como nos dois primeiros atos.

“ACT III - The Ancient Fires Of Har-Kuun” dá inicio à sonoridade da banda (com os instrumento regulares), com uma levada mais Metal, mas com passagens acústicas e o belo vocal de Fabio Lione (Vision Divine e ex-Labyrinth), além dos corais.



Afora a dupla, a banda é formada pelo baterista Alex Holzwarth, pelo baixista Patrice Guers e o tecladista (dono do maior nariz do Metal) Alex Staropoli, formação essa uma das mais concretas da cena.

Esse retorno triunfal da banda vem manter a coroa dos italianos como a banda mais pomposa do Metal, sendo isso positivo ou negativo dependendo do ponto de vista. Para os fãs do grupo ou aqueles que gostam de músicas grandiosas, com histórias medievais (com princesas, reis, guerreiros, magos, a eterna batalha bem contra o mal), Rhapsody of Fire é o merecedor de tal coroa. Confira a bela arte da capa e o cartaz do único show da banda dia 05 de dezembro de 2010.

Stay on the Road

Texto: EddieHead

Ficha Técnica

Banda: Rhapsody of Fire
Álbum: The Cold Embrace Of Fear – A Dark Romantic Symphony (EP)
Ano: 2010
País: Itália
Tipo: Power Symphonic Metal

Formação

Fabio Lione (Vocal)
Luca Turilli (Guitarra)
Patrice Guers (Baixo)
Alex Holzwarth (Bateria)
Alex Staropoli (Teclados)



Tracklist

01 ACT I The Pass Of Nair-Kaan
02 ACT II Dark Mystic Vision
03 ACT III The Ancient Fires Of Har-Kuun
04 ACT IV The Betrayal
05 ACT V Neve Rosso Sangue
06 ACT VI Erian's Lost Secretse
07 ACT VII The Angels' Dark Revelation

Informações sobre o show em São Paulo



Data: 05/12/2010 domingo
Local: Santana Hall - Av. Cruzeiro do Sul, 2.737 - São Paulo/SP ( próximo ao metrô Carandiru e Santana )
Horário: 17h30 (abertura) e 19h00 (show)
Ingressos: Pista: meia-entrada R$60,00, R$ 80,00 (pista promocional) e R$ 120,00 (mezanino promocional)
Posto de venda: Loja Die Hard (Galeria do Rock) - 11 3331-3978
Venda pela internet:
Ticket Brasil
Informações: 11 2221-0855 ou
Santana Hall

Fonte:
Rock on Stage

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Promessa de Terror Cumprida: Blaze Bayley Volta ao Brasil na Segunda Parte da Turnê



Dispensando apresentações, Blaze Bayley já não tem mais o que provar. Aqueles que não conseguem valorizar suas qualidades como compositor e vocalista, tampouco devem conhecer sua carreira solo. Há anos Blaze não se limita aos dois álbuns que gravou como frontman do Iron Maiden.

Passados mais de uma década desde que deixou o posto mais requisitado do Metal mundial, o inglês já gravou sete discos de estúdio em sua carreira solo. Então imagine, o primeiro e clássico “Silicon Messiah” saiu em 2000 e, de lá pra cá foram 10 anos e mais 6 álbuns, uma média de mais de um disco a cada dois anos, isso contando as longas turnês e os problemas como seu alcoolismo e a morte da esposa recentemente.



Para quem imagina que tanto trabalho em tão pouco tempo pecaria na qualidade, se engana, e deve ouvir todos os discos desse cara e sua banda. O mais recente, “Promise & Terror” (2010) (confira resenha
aqui) estará sendo divulgado novamente aqui no Brasil na segunda parte da turnê mundial (Blaze aqui esteve em abril para 13 shows).

Não é nenhuma novidade termos shows do cara aqui, afinal, até casado com brasileira já foi e estará no terceiro disco do projeto nacional Soulspell Metal Opera. Mas o legal é que a produtora Open the Road resolveu agendar alguns shows no sul que, embora ainda poucos, quebrou o ritmo de shows apenas no sudeste e norte, que há anos tem sido o roteiro do vocalista.

Assim, até o momento nove datas confirmadas. A primeira na cidade Rio de Janeiro (13/01/11), seguido de apresentação em Macaé/RJ (14/01/11), quando parte para Minas Gerais e se apresenta em Belo Horizonte (16/01/11). A terceira será em Goiânia (19/01/11) e no dia seguinte em Campinas (20/01/11). No dia seguinte (21/01/11) toca em São Paulo capital e Catanduva (22/01/11) recebe a lenda também.



Já é no sul, Porto Alegre (23/01/11) finalmente recebe um show do esperado vocalista (engana-se quem pensa que não tinha muita gente fazendo campanha para show do ex-Maiden na capital gaúcha). O show de despedida da turnê por aqui acontece quando o vocalista retorna à Curitiba (20/01/11).

Finalmente os fãs do sul terão oportunidade de ver o show explosivo e Metal de Blaze Bayley. O negócio é aproveitar porque vai saber quando teremos o cara por aqui de novo. Torcemos que as produtoras continuem trazendo-o para o sul com mais datas, incluindo o interior dos estados (como acontece em São Paulo).

O vocalista também reacendeu a chama com a volta do Wolfsbane, banda de Hard Rock que o lançou no mundo e o fez entrar no Iron Maiden. Assim, não há previsão de novo disco solo no próximo ano.

Stay on the Road

Texto: EddieHead

Fotos: Shows no Brasil 2010

Fonte: datas informadas pela Open The Road produtora.



Mais infos: Open The Road Agencia

domingo, 28 de novembro de 2010

Helloween: 4° Álbum Com a Mesma Proposta


Um dos esperados lançamentos do ano pelos fãs de Power Metal é o novo trabalho inédito da lenda Helloween.



Lançado o primeiro single com três músicas e muito peso (você pode conferir resenha no blog), este dava sinais de que a banda não apostaria em um som mais “ameno” como fizera no passado, mas sim investindo no peso e em músicas rápidas, como tem feito pelo menos nos últimos 10 anos.



Com o lançamento oficial tendo acontecido dia 31 de outubro (não por coincidência Halloween) na Alemanha, “7 Sinners” (2010) mostra exatamente que a banda enterrou de vez sua fase de ouro, colocando suas forças nas composições sombrias e pesadas, lembrando mais ou menos a sonoridade iniciada com “The Dark Ride” (2000).



Ao longo das 13 faixas, Helloween traz um disco interessante. Infelizmente para este que escreve, sem muita novidade e ainda muito peso e “seriedade” para uma banda como essa que abalou as estruturas do Metal no final dos anos 80 e primeira parte da década de 90.



Com a última formação quase fazendo aniversário de uma década, Andi Deris (vocal), Michael Weikath (guitarra), Markus Groskopf (baixo), Sascha Gerstner (guitarra) e Dani Löble (bateria) chegam ao 4º disco e ao 13º da carreira que os colocaram como o principal nome do Power Metal mundial.

“7 Sinners”, mesmo com a ressalva do peso e rapidez “excessivos”, é um bom disco e supera seu antecessor “Gambling With the Devil” (2007) em muitas das músicas. Então, temos as ótimas “The Saint, The Fool, The Sinner” e “World Of Fantasy” que são músicas de ótimas melodias da dupla de guitarristas e refrões marcantes. A bela balada “The Smile of the Sun” é uma das gratas surpresas do disco e com uma letra que parece ter sido escrita pelo ouvinte em alguma fase desesperada da sua vida (!). Ainda sobre esta, confira os agudos de Deris. Demais.



Mas o grande destaque para este saudosista foi “Who is Mr. Madmen?”, que continua a “saga” do personagem de “Perfect Strangers”, um dos maiores clássicos da era Andi Deris (a música está no álbum “Master of the Rings” de 1994) e que começa relembrando essa figura e mantem o ritmo da mesma música, pelo menos em parte dela.

Há bastante vocais de apoio, melodia especialmente nos refrões, que agradarão aos fãs e aqueles que acompanham a banda. Outras músicas são mais pesadas como “Where the Sinners” que abre o álbum, “Are You Metal?” (primeiro single) e “Far In The Future” que fecha o disco, pouco lembrando que estamos diante de um disco de Power Metal.



Particularmente esperava mais da banda (o grupo virá ao Brasil e há chances de que o Angra seja a banda de abertura). Também sei que a ilusão saudosista de ver a banda com o som mais orgânico, simples, com riffs marcantes e músicas gostosas de cantar, faz parte do passado. O que temos agora é uma boa banda, com músicos inquestionáveis, um álbum que pode não decepcionar aos fãs, mas passa longe de ser um disco clássico. Ah, bons anos 90...

Stay on the Road

Texto: EddieHead

Fotos: Divulgação

Ficha Técnica

Banda: Helloween
Álbum: 7 Sinners
Ano: 2010
País: Alemanha
Tipo: Power Metal

Formação

Andi Deris (Vocal)
Michael Weikath (Guitarra)
Markus Groskopf (Baixo)
Sascha Gerstner (Guitarra)
Dani Löble (Bateria)



Tracklist

01 - Where The Sinners Go
02 – Are You Metal?
03 - Who is Mr. Madman
04 - Raise The Noise
05 - World Of Fantasy
06 - Long Live The King
07 - The Smile Of The Sun
08 - You Stupid Mankind
09 - If A Mountain Could Talk
10 - The Saint, The Fool, The Sinner
11 - My Sacrifice
12 - Not Yet Today
13 - Far In The Future

Confira o video oficial para Are You Metal?

sábado, 27 de novembro de 2010

PASTORE: REVIGORADO!



Revigorado! Foi o título que colocamos na entrevista, para ilustrar o grande momento que Mário Pastore está vivendo na sua longa estrada dedicada a música, lançando o primeiro trabalho levando seu nome e participando de mais um marco na história do Metal, o Soulspell, assim como foi o projeto Hamlet, da Die Hard.

Abaixo,  numa entrevista onde fala de vários momentos de sua carreira, a produção do seu CD, as gravações com o Soulspell (onde ganhou o apelido “Pedaleira Vocal!) do momento atual, tentamos passar um pouco mais aos leitores, da carreira e personalidade desta grande pessoa, que muito fez e ainda tem muito para dar a música e ao Metal! Revigorado e pronto para mais algumas décadas!
Com certeza os leitores apreciarão esta entrevista, assim como nós apreciamos fazê-la!


RtM: Após mais de 20 anos de carreira, fazendo parte de diversas Bandas, já estava mais do que na hora de termos um trabalho levando seu nome. Como é para você ter realizado mais essa etapa, com o lançamento do primeiro álbum do PASTORE?

Pastore: Foi uma grande realização pra mim, pois muita coisa aconteceu e houve uma epóca que esse cd quase não saiu, então quando o cd foi pra fábrica nem acreditávamos! Rsrs! E quando peguei o cd pronto foi uma emoção e alegria muito grande.
Rtm: Acompanhei pela Net, o início do projeto, desde 2007 se não me engano. Conte um pouco para os leitores do Road to Metal como surgiu a idéia inicial de fazer esse álbum, sendo que houveram algumas mudanças na Banda durante esse período, até o lançamento.

Pastore: Há muito tempo surgiu a idéia de um trabalho solo, e isso quase se concretizou em 2003, o cd iria sair pela Die Hard, mas muita coisa ruim aconteceu naquela epóca, a Die Hard precisava do álbum rapidamente e eu tive um refluxo gástrico muito forte, estava com uma lesão muito forte nas costas e comecei a tomar muitos remédios e isso atacou meu estômago, danificando minha voz.

Então eu disse a eles que não poderia gravar naquele momento, e eles vetaram o projeto, em 2005 quando saiu o cd do Delpht, comecei a esboçar essas idéias com o Alexandre Botaro, mas em 2007 com a entrada do Gazal e do Ravache é que a coisa começou a sair da pré produção, após esse período houve muita confusão interna que culminou com a saída do Botaro e depois a saída do Ravache. Com todos esses problemas, inclusive tivemos que regravar o baixo pois na mix estava dando conflito por causa de mudança de timbre de música pra música, o cd só foi sair em 2010.
Rtm: Quando coloquei o CD completo pra rodar, lembrei do Halford em "Resurrection", aquela pegada Metal Tradicional, pesado, com feeling, riffs e refrões marcantes, característica essênciais, ao meu ver, a um trabalho de Metal. Quando vocês começaram a compor, já tinham em mente o que vocês queriam, ou saiu ao natural?

Pastore: Sim, com certeza há essa semelhança, pois o Gazal é muito fã do Roy Z e eu tenho influências de Bruce, Halford e esses vocais antigos de metal tradicional, e como temos gostos muito parecidos, eu e o Gazal temos uma grande química quando compomos, fora que o Fábio, além de tocar muito, sabe exatamente como compor suas linhas de bateria.

Rtm: Sobre o título do álbum, "The Price for the Humans Sins", e a música de mesmo nome, queria que você nos falasse sobre a escolha desse título e o sobre o tema da letra da faixa título.

Pastore: Bem esse cd se baseia muito em como vemos o mundo atual, um mundo frio tecnológico, onde as pessoas estão muito materialistas e pecando terrivelmente com seu semelhante. A letra de Price é um alerta para mudarmos nosso comportamento e pensarmos que se fazemos, pagamos, e esse é o preço, morte destruição e tudo o que de ruim vem ocorrendo.
Rtm: Agora já passado algum tempo do lançamento, como você tem sentido a aceitação do público quanto ao trabalho? Inclusive notei que em algumas lojas (Die Hard, por exemplo), o cd havia esgotado e precisou ser reposto! E quanto as músicas, já deu pra perceber quais estão mais fortes junto aos fãs?

Pastore: Olha, eu estou muito feliz como esse trabalho vem chamando a atenção, sempre vejo na internet comentários positivos, as resenhas até agora foram bem positivas, e a Die Hard esta muito contente, pois eles vendem muitos cds lá, inclusive essa semana estarei levando mais, pois já está acabando! rsrs. Os fãs que encontro me abraçam e dizem: “cara, que cd é esse!!” rsrs. A Horizons é unanimidade, o pessoal gosta muito da Price, Fears and Lies e a Keep também é bem comentada.
Pastore:Gazal, Fábio e Mário
RtM: O logo da Banda e toda a Arte gráfica também ficaram muito bonitas, quem teve a idéia sobre a arte? A arte da capa tem um significado especial?

Pastore: Bem, quando comecei a compor, estava pensando em quem iria fazer a capa, e num jantar em casa comentei isso com dois grandes amigos meus e da minha esposa, quando minha amiga Milena comentou: “Mário, o Marcelo pode fazer isso pra vc”, e o Marcelo respondeu: “Vamos fazer!”. Então ele desenvolveu toda a parte gráfica, logo, a Milena fez myspace, criou a comunidade da banda, o Marcelo desenvolveu também a arte do single, e as camisetas da banda. São meus irmãos e foram essenciais nessa parte, Marcelo de Paiva e Milena de Oliveira Paiva.

Rtm: Dá pra ver que vocês cuidaram de todos os detalhes...gravação e produção muito boas, arte gráfica, composições fortes, valendo a pena o tempo de espera pelo lançamento do play completo! Você acha que muitas Bandas acabam não tendo o sucesso esperado por descuidar de algum elemento importante, apressar as etapas? Se bem que muitas vezes pode faltar dinheiro para investir...mas também, pode ser desculpa pra falta de persistência e vontade mesmo de fazer algo sério. Lançar por lançar, só pra dizer que tem cd na praça acho que é errado! O que você pensa a respeito e que conselhos daria as Bandas iniciantes?

Pastore: Sim, demorou, mas saiu tudo de acordo. Graças a Deus!! Rsrsrs!! O sucesso de uma banda depende de muita coisa, mas isso influi também, você tem que cuidar de todos os detalhes. Uma boa gravação, capa e encarte, pois é seu cartão de visita e muitas pessoas vão ver e ouvir. E com certeza as bandas tem que ter muito cuidado com isso.Meu conselho é: faça bem feito, pois pra ganhar nome leva anos, mas pra se queimar leva segundos.

Rtm: Na minha opinião, esse CD saiu em momento muito especial, praticamente na mesma época do o lançamento do "Labyrinth Of Truths", do Soulspell Metal Opera que você foi convidado a fazer o personagem principal nessa segunda parte. Fale pra gente sobre esse momento, que você está podendo mostrar seu trabalho a um número ainda maior de pessoas, e como está sendo fazer parte de mais um projeto marcante, assim como foi o Hamlet?

Pastore: É.. outro dia eu e o Heleno estavámos conversando isso na casa dele. Tive a sorte de ter minha voz envolvida no meu cd e nesse grande cd do Soulspell, e eu estou muito feliz, pois a aceitação com o Soulspell está sendo ótima e estou ali com grandes talentos do metal nacional e internacional, fora que quando me escutei ali com o Jon Oliva e com o Zak na “Into the Ark”, fui as lágrimas, pois são ídolos meus e eu nunca me imaginei cantando com eles,o Heleno é um grande amigo e meu deu esse presente, os shows tem sido fantásticos.
Galera do Soulspell partindo para Ijuí!
Rtm: Sobre a sua participação no soulspell, como foi o processo de gravação, como você desenvolveu suas partes, a interpretação propriamente dita do personagem?

Pastore: Olha, sem mentira nenhuma, pode perguntar ao Heleno que ele confirma, gravei minhas partes com uma sinusite terrível!! Cheguei lá e quando o Heleno ouviu minha voz disse: “Pastorão sua voz tá horrível!” rsrsrs, mas o Tito e ele me ajudaram com medicamentos, no primeiro dia dormi o dia inteiro e fui gravar a noite e, Graças a Deus, com o apoio do Heleno Tito e toda aquela galera que lá estava, como o Gui, Jeffão, Daisa, Dantas, Mauricio, Caçoilo etc, consegui gravar direitinho. O Heleno e o Tito me diziam sobre a interpretação e eu gravava alguns takes, buscando idéias e timbres, e, quando fechava, o Tito dizia: “Pastorãoo matou!!!” rsrsrs. O Tito é um grande produtor. Helenão é gênio também!

Rtm: Aqui no Rio Grande do Sul pudemos conferir em duas apresentações o Soulspell, e o que chamou a atenção foi o entrosamento dos músicos. Além disso a excelente energia que vinha do palco, com todos demonstrando estar participando e fazendo algo com prazer mesmo!muito bom! Gostaria que você comentasse sobre esse entrosamento, apesar da distância e pouco tempo de ensaio, e dessa energia que flui no palco.

Pastore: Ali no Soulspell, somos todos amigos e gostamos e admiramos o talento de todos ali envolvidos, fora do palco nos abraçamos sempre, conversamos e damos força um para o outro, o Heleno conseguiu isso pois nesse ponto somos unidos e sinceros um com o outro. Eu sempre falo com o Linhares, com o Heleno, eu e o Jeffão somos grandes amigos, o Edu esta sendo essencial para os shows e é um grande amigo também. A Daisa, a Manu, Linhares, Marcos, o Renato, o Gabriel, Gui, Iuri!! São fantásticos!! pra resumir, o que você vê é a verdade.
Marião com Soulspell em Ijuí-RS
Rtm: Li, acho que na comunidade do Soulspell, sobre o apelido de "Pedaleira Vocal", que o pessoal lhe deu nas gravações do Labyrinth, conte pra gente aí como surgiu o apelido!

Pastore: Esse apelido foi coisa da galera enquanto eu gravava!!He He He! O Tito dizia: “Pastorão, faz a pegada na linha do Bruce, agora Kiske, puxa mais Dio agora!” He He he, e assim ficou!!

Rtm: Enumerei alguns trabalhos de sua trajetória, sei que é complicado em pouco espaço, mas gostaria que falasse um pouco sobre cada um, até para o público mais jovem ter uma noção maior da sua história no Metal brasileiro.

Acid Storm (Biotronic Genesis): Foi meu primeiro Lp, gravado em 91, é tido como precursor do Progmetal nacional Trash metal na essência Bay Area.
Delpht (Living In Fantasy): Foi lançado em 2005 pela Hellion, meio prog, melódico, tradicional, gosto muito desse cd.
Hamlet: Foi o marco inicial da Metal opera no Brasil. Fiz as vinhetas, cantei na “Last words” do Thuata e fiz o refrão da "To be" com o André Matos. Meu nome começou a crescer ali. Grande projeto da Die Hard.
Capa da Roadie Crew destacando Hamlet
Tailgunners (Battlefield): Gravado em 97,as músicas são legais, a produção é horrível, graças ao mercenarismo e incompetência do dono do estúdio onde gravamos, tanto é que o ex-dono do estúdio hoje é vendedor de instrumentos em loja.rsrsrs.(Nota do Redator: Aqui se faz, aqui se paga! He He He).
LP do Acid Storm

Rtm: Você começou a careira aos 17 anos, conte pra gente como foi seu primeiro contato com a música, quando resolveu que queria cantar, seu contato com o Heavy Metal e quais artistas o inspiraram no início?

Pastore: Aos 17 comecei na banda Titânio, que tocava covers e o som próprio era em português. Ali comecei a querer seguir com o Metal pra valer, mas era tudo muito amador e eu também era, heheheh, eu me inspirava no Eric Adams, Bruce, Geoff Tate. Mas foi uma época inocente e legal. Tenho boas recordações.

Rtm: Muitos músicos reclamam que existe uma falta de união e profissionalismo na cena b rasileira, o que acaba prejudicando o crescimento da mesma, bem como o de algumas Bandas, que, por falta disso (união, profissionalismo) e até inveja das conquistas dos outros, prejudica a si próprio. Você, que já tem uma vasta experiência, passou por diversas fases, desde os anos 80, quando não existiam nem estúdios decentes, o que pensa a respeito?

Pastore: Existe ainda muita inveja nesse meio. Gente que não tem caráter e tenta prejudicar outros músicos pra se dar bem. Panelinhas, muito preconceito com os artistas brasileiros por parte do público, o caminho tem que ser inverso. Quando você faz as coisas da forma correta demora mais, mas você colhe coisas boas. Mas parece que ainda há uma luz no fim do túnel. Nos anos 80 tirávamos leite de pedra, não haviam bons estúdios, um ampli bom era um Giannini He He He! Produtor de Metal? Nem pensar!!rsrsrs! Mas a união entre os músicos era verdadeira Havia o lado bom e o lado ruim nessa época.
Mário com o DELPHT

RtM: Com toda a estrada que você tem, com certeza deve ter passado por muitos momentos excelentes, mas também por várias roubadas (lembro que comentei com você sobre uma entrevista que fiz com O Bala, do Stress, onde ele conta os episódios da primeira gravação da Banda, no início dos anos 80, onde no final, tiveram que roubar a própria gravação porque foram enganados pelo estúdio!!) Cite pra gente aí uma "roubada" que você passou !

Pastore: Bem em 97 fomos convidados pra abrir o show do Gamma Ray, pedi dispensa do meu serviço, fomos pra Santos pois o show seria lá.Passamos o dia inteiro, quando era uma hora da manhã, um dos produtores do show chegou com seu sotaque gringo e disse: “vocêss vai tocar depois de Gamma Ray”. Eu surtei e quis ir pra cima do cara e do outro produtor, a banda me segurou ...rsrsrs..., depois de uns meses estava na feira de música e avistei o produtor de Santos. Já encostei nele e falei um monte no melhor estilo Máfia Pastore He He he. Com isso conseguimos abrir o show do Saxon. Depois ele veio pedir desculpa e elogiou muito a banda. Isso foi com o Tailgunners. Eu sou bem profissional, o mínimo é que as pessoas ajam da mesma forma.

Rtm: Lembro também que você comentou sobre ter ido falar com Kai Hansen, após um show do Gamma Ray, e este se mostrou frio e indiferente, decepcionando-o, já que era um grande fã! O que se passa na cabeça de alguns caras? A fama sobre para a cabeça? Falta preparo psicológico?

Pastore: Sim, eu converso com a galera sempre que posso, eu acho que esses artistas esquecem que se eles são algo é por que tem fãs!!!(N. do R.: O próprio Mário é um exemplo de respeito aos fãs, sempre atenciosos, tendo Orkut, Twittwer, MSN, onde troca idéias com o pessoal)
Pastore, ainda com Ravache

Rtm: O Micka Michaelis (Santuário), vem produzindo o documentário Brasil Heavy Metal, que deve ser lançado em 2011. Será um documento muito legal, que abordará a cena, principalmente nos anos 80 (inclusive o Ricardo Ravache, que fez parte do Harppia, e também trabalhou com você no Pastore, deve participar). Você teve contato com o Micka, vai participar também? Qual sua opinião sobre essa produção?

Pastore: Olha eu fiquei muito aborrecido com o Micka, pois eu faço parte dessa história e estou na ativa vivo e forte. Pessoas do meio me indicaram pra fazer parte disso e ele simplesmente deu uma desculpa e eu fui excluído!(Nota do redator: Pô Micka! Não acredito!! A história do Mário, que vem desde os anos 80, no Metal Brasileiro, é mais que relevante)Isso já me aconteceu várias vezes, eu desejo sucesso a ele, mas a minha história esta escrita no metal nacional e não é um documentário que vai mudar isso. Eu estou ai desde os anos 80. Mas deixa pra lá.
RtM: Nos anos 80, principalmente por causa do boom do Hard Rock, somado a exposição na MTV, o Metal em geral teve um momento muito bom... depois passando por um período conturbado, tendo gente até dizendo que era o fim do estilo, porém, o METAL CAMINHA COM PERNAS PRÓPRIAS, MOVIDO PELOS fãs, sem precisar da mídia, aliás, tem toda uma mídia e selos especializados, é possível gravar de forma independente, divulgar pela internet, etc... Como você vê esse momento atual do Metal em geral?

Pastore: Você tem razão, o Metal nunca vai morrer e agora as bandas podem se divulgar, porque antes as gravadoras e corporações lançavam só quem elas queriam, e com Youtube, Myspace e etc esses caras se ferraram, isso é ótimo, o meu cd é prova disso, é independente e esta caminhando.

Rtm: Você também tem outros Hobbies, como as artes marciais, você ainda pratica?

Pastore: Sim, eu pratico Aikido a 7 anos e estou caminhando pra faixa preta, as artes marciais sempre fizeram parte da minha vida. Meus Hobbies são artes marciais games e filmes.
Charge do Márcio Baraldi

Rtm: Bom, obrigado pela atenção, mais uma vez foi um prazer vê-lo ao vivo com Soulspell, ao lado de grande talentos, uns experientes, outros verdadeiras revelações! Fica o espaço para sua mensagem aos fãs e esperamos ver o Pastore em ação na estrada, com a Banda solo, com o Soulspell, e esperamos para o futuro muitos cds do PASTORE!!!

Pastore: Eu que agradeço a você, Carlos, e aos fãs de Ijui e Porto Alegre e com certeza voltarei ai pois fui recebido com carinho! (Nota do editor: Pastore se apresentará em Ijuí/RS dia 15/01/11) Aliás, se Deus quiser, a estrada segue com o Soulspell e com Pastore também. Digo aos fãs que incentivem cada vez mais o Metal nacional, pois eles se forem músicos terão chance também de seguir carreira. Stay Metal!! Abração a todos.

Por Carlos “Caco” Garcia pra o Road To Metal

Fotos: Arquivo Road, Arquivo pessoal Pastore e Divulagação.
Ao vivo Wacken Metal Battle Brasil
MYSPACE PASTORE

VÍDEOS YOUTUBE:

DELPHT-BRAVE HEART

ENSAIO SOULSPELL

COM SOULSPELL EM POA-RS

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Germán Pascual (Narnia) em Turnê Nacional Passará Pelo Interior do RS


O vocalista uruguaio Germán Pascual (ex-Mind's Eyes) estará no Brasil para turnê solo e com o projeto Forged Wings no mês de janeiro de 2011.

Pascual é o atual vocalista da banda suéca Narnia, mundialmente reconhecida como o maior nome do chamado Metal Cristão em todo o mundo.

O vocalista, que residiu durante anos no Rio de Janeiro, criando laços fortíssimos com o nosso país, entrou para o grupo em 2008, quando da saída do vocalista Christian Liljegren.

Dono de uma voz marcante e potente, foi comparado pela mídia especializada com grandes nomes do Rock/Metal como Dio, Jorn Lande e David Coverdale, e tem alcançado grande reconhecimento a partir do álbum “Course of A Generation” (2009), disco de estréia do vocalista como frontman do Narnia.



Além da sua banda principal, o cara ainda participa do projeto nacional Soulspell Metal Opera no segundo disco do grupo e tem iniciado no país uma nova banda chamada Forged Wings. A banda que o acompanhará nessa turnê é formada pelo guitarrista Douglas Jen (Suprema), tecladista José Cardillo (Eterna, Abstract Shadows e Soulspell), o baterista Bruno Valverde e Raphael Dafras (Forged Wings) no baixo.

Com disponibilidade de datas através da MS Produções, em primeira mão o blog anuncia uma das datas: Germán Pascual se apresentará na cidade de Ijuí, no interior do Rio Grande do Sul, no dia 15 de janeiro.

Na ocasião, que estaremos divulgando e cobrindo nos próximos dias com todas as informações, o vocalista se apresenta ao lado da Pastore, banda do louvável vocalista brasileiro Mário Pastore, que por lá esteve recentemente com o Soulspell, sendo o vocalista que interpreta o personagem principal da história do disco. Além da banda, estão confirmados as atrações locais Fallen (Metallica cover da vizinha Santo Ângelo) e Excellence (na divulgação de seu primeiro álbum) e, para quem esperava a tempos, show com a banda de Thrash Metal Distraught (Porto Alegre).



Quem quiser ter mais informações de como ter show de Germán Pascual pode contatar a MS Produções pelo email manager@msproducoes.net.

A apresentação do uruguaio e demais atrações estarão com ingressos já a venda na segunda-feira dia 29 de novembro pelo email raphakarioca@hotmail.com
com os seguintes valores: 1º lote R$15,00, 2º lote R$20,00, 3º lote R$25,00 e no local R$30,00.

Turnê imperdível. Se você ainda não conhece o trabalho de Germán Pascual, não sabe o que está perdendo!

Stay on the Road

Texto: EddieHead

Infos sobre a turnê

MS Produções & Eventos Music Group Entertainment
E-mail: manager@msproducoes.net
Escritório - (15) 3326.5340
Celular - (15) 8138.0026

Confira o Myspace do vocalista

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Buscando Novos Horizontes: A Perfeita União de Culturas



Suspeito para falar da banda de maior revelação nacional e que, oriunda do Rio Grande do Sul, é mais uma das grandes promessas do Metal nacional, já que gosto da sonoridade proposta pela banda antes de sua existência.



Tendo sua “origem” na Toccata Magna, grupo que chegou a lançar um álbum além de ter se apresentado como uma das atrações do saudoso Live & Louder em 2005, o Tierramystica surge do interesse de dois dos ex-integrantes em dar continuidade à sonoridade que haviam começado a customizar na antiga banda.



Estou falando do guitarrista Fabiano Muller e do vocalista e multi-instrumentista Ricardo “Chileno” Durán, que montaram em 2008 o Tierramystica e, após algumas mudanças de formação, encontrou-se no seu auge neste ano de 2010, importante período para banda.

Este ano é especial para o grupo, pois além de alcançarem sua formação fixa e ideal, tendo agora o incrível Gui Antonioli (que canta também no Anaxes e Soulspell), começaram a expandir sua sonoridade em importantes turnês: inicialmente junto ao Hangar pelo sul do Brasil, depois com o Epica em quatro datas no país e, mais recentemente, abertura de shows da turnê de despedida do Scorpions no Brasil e participação nos shows do Soulspell no RS.



Além disso, este ano marca o esperado lançamento de seu primeiro álbum completo “A New Horizon”, que teve a continuidade da turnê com shows ao lado do Soulspell, projeto que se apresentou em duas datas aqui no RS, dia 30 e 31 de outubro em Ijuí (resenha do show aqui) e Porto Alegre, respectivamente.



O septeto conseguiu expandir a proposta musical de unir o Metal com a música tradicional latina/andina, especialmente a que remete aos povos tradicionais da nossa antiguidade.

“A New Horizon” é simplesmente perfeito, definitivamente um dos melhores lançamentos do Metal nacional deste ano. Arrisco dizer que muito superior a trabalhos de outros grupos já consagrados nacional e mundialmente.



Contando com uma bela arte desde a capa, passando pelo encarte com as letras e uma configuração artística de respeito à temática da banda, o cd conta com nove músicas, sendo a primeira uma introdução.

Buscando a combinação perfeita entre os instrumentos e ritmos andinos com o Power Metal mais clássico, a banda se saiu muito bem. O peso não está exagerado, nem temos aquelas canções que prezam mais pela velocidade do que a harmonia.



Com a bela introdução “Nueva Castilla”, que é tomada completamente pelos instrumentos latinos/andinos (na sua maioria executados por músicos convidados como Ademar Farinha, Moisés Fonseca e Rubens Baggio) para chegar na continuação “Golden Courtyard [Qori Kancha]”, um dos destaques do álbum e que abre os shows do grupo de forma impecável.



“Celebration to the Sun” começa bem rápida, um verdadeiro Power Metal, para aos poucos ir acrescentando a mescla de sons exóticos com os solos de guitarra e ritmos latinos. Sendo uma das mais diretas, é de fácil absorção logo na primeira audição, com um pré-refrão perfeito e o refrão principal muito harmonioso e melódico.

Vale de cara destacar o ótimo trabalho dos guitarristas Fabiano Muller e Alexandre Tellini, que não deixam seus instrumentos engolir os demais e são bastante inspirados desde os riffs mais básicos aos solos, estes na medida certa (não tão longos nem tão diretos).



A seguinte canção já era conhecida, sendo o título do primeiro EP da banda. Falo de “New Eldorado”, que traz o melhor dueto de guitarras do disco. Grande destaque para a bateria de Duca Gomes, que sabe utilizar diferentes quebradas com as baquetas e o bumbo duplo. Definitivamente esta versão supera a original.

“Spiritual Song” também já fora lançada pela banda, mas como a anterior, supera a versão original, tendo como destaque a voz de Gui Antonioli, uma das grandes revelações do Metal nacional, fazendo também um belo trabalho como frontman da Anaxes (confira resenha do debut da banda aqui aqui), além de participar do Soulspell.



Mas uma das mais belas canções já feitas por aqui é “Winds of Hope”. A faixa é uma readaptação da canção “Children of the Sun” gravada pelo Toccata Magna em seu único disco (“Incognite Soul", de 2004), e que retorna com Tierramystica com novos arranjos (mas a base é a mesma) e letras. Aqui impossível não se arrepiar com a maestria desse septeto, com os vocais de fundo em perfeita sintonia e contrastando com o vocal quase “chorado” de Antonioli. Realmente um dos pontos mais altos do disco e que ao vivo soa perfeito.

Luciano Thumé (teclados) inicia “Wide Open Wings”, outra grande canção, mais calma, mas a que tem aos 3:30 de canção o inicio de uma passagem acústica com instrumentos andinos de emocionar realmente. De todas as passagens, esta é a mais bonita sonora e liricamente.

“Away From the Dream” segue a linha das anteriores, iniciando de forma bem semelhante com as anteriores, mas com um dos refrões mais legais, e “The Final Rest” fecha o disco com a perfeita união de clima latino com um Power Metal rápido.



Tierramystica é uma das maiores revelações nacional e latina, esteve angariando fãs em todo o país e só tende a crescer ainda mais com esse lançamento, um disco original, com muitas mensagens interessantes e um prato cheio para quem curte a temática latina/andina.

A banda já é um dos orgulhos nacionais e não demorará a obter reconhecimento internacional. É só questão de tempo e de manter o nível apresentado neste álbum (distribuído pela Voice Music) e nos shows do grupo.

Stay on the Road

Texto: EddieHead

Fotos: Divulgação

Ficha Técnica

Banda: Tierramystica
Álbum: A New Horizon
Ano: 2010
País: Brasil
Tipo: Metal Andino/Power Metal
Compre o CD direto com a banda pelo email: merchandising@tierramystica.com

Formação

Gui Antonioli (Vocal)
Fabiano Müller (Guitarra/Quena)
Alexandre Tellini (Guitarra/Zamponha)
Rafael Martinelli (Baixo/Quena)
Luciano Thumé (Teclados)
Eduardo Gomes (Bateria)
Ricardo Chileno (Charango/Ocarina/Violão/Vocal)



Tracklist

01 - Nueva Castilla
02 - Golden Courtyard [Qori Kancha]
03 - Celebration to the Sun [Inti Raymi]
04 - New Eldorado [Qapac Ñan]
05 – Spiritual Song
06 - Winds of Hope [Suyanawayra]
07 - Wide Open Wings
08 - Away From the Dream
09 – The Final Rest

Conheça mais sobre a banda aqui no Road e no http:Myspace Tierramystica

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Matéria Especial: Black Sabbath Completa 4 Décadas - Parte IV (Final)




Continuando esta série de 4 matérias especiais, cada uma delas abarcando uma década de existência dos Pais do Heavy Metal Black Sabbath, que em 2010 completaram exatos 40 anos do lançamento do primeiro disco, chegamos a parte final dessa trajetória histórica.



Boatos de um álbum inédito tornaram-se fortes em 2001, mas que não se realizaram. Até hoje, o tal inédito com a formação original nunca aconteceu, mas, como veremos mais para o final da postagem, certos eventos indicam que ainda é possível.

Em 2002 saiu uma raridade ao vivo. O álbum “Past Lives” (2002) trazia, finalmente oficializado, o primeiro ao vivo da banda ainda em 1972 e que fora lançado com o nome “Live at Last” mas não tivera o consentimento da banda nem da gravadora, sendo que o responsável pelo lançamento fora um ex-empresário.



Por um período de 4 anos, a banda se apresentava em certos festivais, dentre eles o Ozzfest, com a formação original, mas nada de inédito saia desses eventos, enquanto Ozzy seguia sua carreira solo, Iommi se envolvia em projetos e seu primeiro disco solo realmente (o ótimo “Fused” com Glenn Hughes nos vocais). Em 2000 receberam prêmio de “Melhor Desempenho de Metal” no Grammy para a clássica “Iron Man”.

Em 2004, a banda mais uma vez participa do Ozzfest, agora com Rob Halford (Judas Prieste, Fight) novamente na banda, para aquele show, já que Ozzy estava doente e a banda não queria cancelar a apresentação. Esse show rendeu um bootleg em áudio e vídeo digno de uma lançamento oficial.



O ano de 2006 (aqui mais um “Greatest Hits” da fase Ozzy) rendeu mais honrarias ao lendário grupo. Finalmente vão parar no Rock & Roll Hall of Fame, onde o quarteto original é homenageado, tendo o Metallica tocado versões para as músicas “Iron Man” e “Hole in the Sky” para uma seletiva platéia que contava com o quarteto de Birmingham e jornalistas e alguns sortudos fãs.

Com a década pouca produtiva para a banda (de todas, as que menos renderam shows e material inédito), em outubro desse ano saiu uma notícia bombástica e, de certa forma, quista por muitas pessoas. A banda voltaria com shows regulares e com uma das suas melhores formações: Iommi (guitarra), Butler (baixo), Ward (bateria) e Dio (vocal), exatamente os mesmos que há 26 anos lançaram um dos maiores clássicos do Rock e Metal, o álbum “Heaven and Hell”.



Porém, a grande novidade fora que Bill Ward acabou recusando o convite e nem chegou a tocar com o grupo. A banda, que queria focar no material da fase com Dio nos vocais, mudou o nome para Heaven and Hell, anunciando que não tocariam músicas de outras fases. Assim, pela primeira vez em toda a história da banda, clássicos como “Black Sabbath”, “Paranoid” e “War Pigs” não seriam executadas, o que aprecia colocar de vez o último prego no caixão para uma volta da formação original.



O Black Sabbath, agora chamado Heaven and Hell, seguiu em turnê com Vinny Appice de volta às baquetas (mesma formação de “Mob Rules” e “Dehumanizer”) e o sonho de muitos fãs verem essa formação ao vivo se realizou, já que desde 1993 o grupo não tocava junto.



Para coroar essa volta, lançam uma coletânea contando apenas músicas da fase Dio. “The Dio Years” (2007) também trouxe esperança de um disco inédito (a proposta era apenas para shows) já que contava com três inéditas: “The Devil Cried”, “Shadow of the Wind” e “Ear in the Wall”. O Black Sabbath também lança o ao vivo “Live at Hammersmith Odeon” (2007) com gravação de um show em 1982.



Como parecia inevitável, a banda lança álbum inédito com essa formação (antes lançaram um duplo ao vivo). Chamado “The Devil You Know”, foi lançado em 2009 (você confere resenha aqui no blog) e foi o primeiro material em formato de full-lenght desde 1995, quando a banda lançou “Forbidden”.

O álbum marcou uma revolução. Todos os elementos que compunham um disco do Black Sabbath estava presente: o peso, as letras “macabras”, clima sombrio, riffs de Iommi como há muito não fazia, Dio no auge de seu vocal, Appice e Butler em harmonia perfeita. Um verdadeiro clássico.



Com a turnê que se seguiu, a banda deu continuidade ao Heaven and Hell e começava a cogitar a possibilidade de cantar alguns clássicos da fase Ozzy. O grupo passou pelo Brasil em shows nas cidades de São Paulo (duas datas), Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte no mês de maio de 2009, e um dos shows de São Paulo aconteceu no dia 16 de maio, exatos um ano antes de uma trágica notícia.



No ano de 2010 Dio fora diagnosticado com câncer. Nesse período, a banda poucas apresentações fizera, sendo que teve que cancelar uma turnê européia (inclusive como atração do Wacken Open Air) enquanto esperava a recuperação do vocalista. Inclusive havia show marcado junto ao Iron Maiden.

Notícias do período davam conta de que o câncer estava em faz e inicial e que Dio, aos seus 67 anos, estava respondendo bem à quimioterapia. Regularmente ele e sua esposa Wendy davam notícias claras sobre seu estado e recebiam apoio dos fãs e músicos da cena, numa verdadeira corrente de pensamentos positivos pela saúde desse grande vocalista.



Porém, de uma forma abrupta e inesperada (claro que sua idade dava indícios que não resistiria, mas decaiu muito rapidamente), no domingo dia 16 de maio de 2010 fora anunciada pela própria Wendy o falecimento do vocalista.

Esse dia foi um dia muito triste para o Metal e o Rock em geral. Afinal, morria um dos grandes vocalistas da história, uma pessoa que sempre fora considerada (e não apenas devido sua morte) algo de outro mundo em simplicidade e carisma. Definitivamente a perda mais significativa para o Metal.



Muito abalados, Iommu e Butler (este ainda mais, sendo o melhor amigo de Dio) anunciaram o fim do Heaven & hell, já que um de seus membros jamais cantaria novamente. Iommi chego a cogitar que deixaria a música por tempo indeterminado.

Um memorial em Los Angeles fora organizado com grandes nomes do Rock para uma última homenagem à Dio, que tinha seu corpo a mostra para despedida dos fãs.

Como último adeus, o Heaven & Hell decidiu realizar seu último show em homenagem a Dio. Chamaram dois grandes nomes para dividirem os vocais no show dia 24 de julho n High Voltage Festival em Londres: Glenn Hughes (Trapeze, Deep Purple, Black Sabbath, Black Country Communion) e Jorn Lande (Ark, Masterplan, Avantasia), este último um fã declarado de Dio que preparava um disco tributo antes mesmo do anúncio de doença do vocalista (confira resenha aqui).

O show marcou muita emoção, como se pode conferir nas fotos e resenha na revista Roadie Crew edição 141, tendo até a participação emocionada de Phil Anselmo (Pantera, Superjoint Ritual) que teria sido “espontânea” e que não era esperada pelos membros da banda.



Feito isso, uma das mais importantes fases do Black Sabbath encerrava sua atividade para sempre. Jamais veremos Black Sabbath com Dio e, provavelmente, caso haja alguma volta da banda, não ouviremos mais os clássicos “Heaven and Hell”, “Néon Knights”, “Children of the Sea” e tantos outros.

Um pouco menos deprimido, Iommi começa a aparecer aos poucos e parece elaborar o luto pela perda do amigo e companheiro de banda. Ao mesmo tempo, Ozzy e Ward, membros originais e que estavam afastados da banda, começam a se colocar disponíveis para reunião da formação original. Inclusive Geezes Butler começa a falar em um disco de estúdio e uma turnê de despedida.



Inevitavelmente a banda deverá acabar como começou: com os 4 mestres que criaram o Heavy Metal. Esperamos que haja realmente uma volta e um derradeiro final dessa história e que desavenças passadas não empeçam de que haja um final sabático.

Stay on the Road

Texto: EddieHe