sábado, 30 de abril de 2011

Discografia Comentada: Iced Earth – A Revolução Vil do Heavy Metal - Parte I



Uma das primeiras bandas que curti de verdade foi o Iced Earth. Conheci o som da banda norte-americana numa fita k7 que continha algumas das músicas do CD triplo ao vivo “Alive in Athens” (1999).

Lembro que o som era empolgante, diferente das demais bandas que conhecia na época. Também pudera, os riffs de Jon Schaffer (guitarra), aliados ao grande vocal de Matthew Barlow - sem falar na bateria, sempre criativa - faziam do Iced Earth uma das grandes bandas da década de 90.

Aqui falarei sobre cada álbum completo, compreendendo a discografia da banda desde o final dos anos 80 até o final dos anos 2000. Como os mais atentos já devem ter percebido, a banda relançou seus primeiros discos com nova capa. Assim, aqui traremos ora as capas originais, ora as novas produções.

Devido ao grande número de álbuns e ao tamanho dos textos (os quais busquei resumir, sem deixá-los superficiais), dividiremos essa matéria em duas partes. Confira agora a primeira delas. Vamos lá!


Enter the Realm (1989)

Embora seja apenas um EP demo, “Enter the Realm” tem sumária importância para o Iced Earth. Na época, a ousadia de se misturar Thrash Metal com riffs mais Heavy podia ser vista com maus olhos, já que o período trazia a ascensão das grandes bandas de Metal da Bay Area (Metallica, Slayer, Megadeth).

Ainda com uma produção apenas satisfatória, o disco trazia já os clássicos “Colors” (com direito a um vídeo clipe bem simples), “Curse the Sky” e “Iced Earth”, clássico da banda que sofreria algumas alterações quando chegado o debut do grupo.

Ouça “Curse the Sky”: http://www.youtube.com/watch?v=dE1Ku04hXkg


Iced Earth (1991)

Embora contasse com o vocal mais fraco da carreira (o Gene Adam praticamente cometia suicídio com seus gritos agudos meio ridículos), o disco é um marco. Talvez nunca antes um álbum havia conseguido mesclar peso e harmonia, com riffs de guitarra cavalgados e solos perfeitamente encaixados.

A faixa-título conta com o vocal de Schaffer em alguns momentos, fato que ao vivo se tornaria a marca do guitarrista, cantando-a nos shows da banda. “When the Night Falls” também se tornaria um grande clássico, canção como a qual a banda jamais conseguiria compor. É única. “Desert Rain” também é uma boa música, com direito a vídeo-clipe.

Desavenças internas, ligado ao fraco apoio da gravadora ao álbum, fizeram que Adam deixasse a banda, cedendo lugar para John Greely.

A banda em 1991 tocando “When the Night Falls”: http://www.youtube.com/watch?v=i2kpYDzRiOc


Night of the Stormrider (1993)

Primeiro grande clássico da banda. Agora com novo vocalista, com vocal mais agressivo e uma maior maturidade nas composições, fizeram que este disco se tornasse um marco, superando em muito o disco de estréia.

As mais que clássicas “Angels Holocaust” (com a introdução de Carmina Burana) e “Stormrider” abrem o disco com maestria. De cara nota-se a presença de mais elementos sinfônicos, corais, mas apenas como complemento. A base é a mesma: thrash metal casado com heavy tradicional. São desse disco outros clássicos como “Pure Evil” (faixa que quebra tudo no “Alive in Athens”!), “Travel in Stygian” (uma tentativa que remete à última faixa do álbum de estréia) e “The Path I Choose”.

Ainda há a acústica “Before the Vision”, violão e o vocal de John Greely, este dando um show a parte. Infeliz ou felizmente, o cara deixou a banda (vocês verão que a banda é uma verdadeira ciranda de membros), cedendo o microfone para um novo vocalista, que é hoje quase unanimidade entre os fãs: Matthew Barlow.

Assista “Stormrider” ao vivo já com Barlow nos vocais: http://www.youtube.com/watch?v=HYZzncX-mIQ


Burnt Offerings (1995)

O grupo já estava na boca da galera. Sua originalidade começava a influenciar novas bandas.

Para o próximo álbum, uma significativa mudança. O novo vocalista, por mais que tivesse um timbre semelhante ao do seu antecessor, trazia um vocal ainda mais grave e pesado, encaixando finalmente de forma perfeita com o som da banda.

O terceiro disco traz de cara o uso mais destacado de teclados (executados por Howard Helm). A faixa-título chega a abusar deles em certos momentos. As canções se tornam mais complexas, na medida em que Schaffer vai compondo cada vez mais e buscando uma sonoridade mais trabalhada, sem deixar o peso de lado.

A banda em 1995

O disco é mais um marco pela chegada de Barlow, vocalista que os fãs receberam de braços abertos e cuja partida viriam a “chorar” anos depois. Em termos de novidades, há pouca coisa (o que não é exatamente ruim). Até mesmo mais uma música acústica (mas usando teclados agora) se faz presente, “The Pierced Spirit”.

No entanto, é definitivamente “Dante’s Inferno”, a épica canção de 16 minutos, que é o ponto alto do álbum. A faixa, obviamente baseada na obra de Dante Aleghieri “A Divina Comédia” (ou “O Inferno de Dante”), é simplesmente perfeita e a coisa mais grandiosa que a banda fizera até ali. Barlow aceito, agora era se superar a cada álbum.

Assista “Dante’s Inferno” ao vivo em duas partes: http://www.youtube.com/watch?v=FsVdau231RQ&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=DqKKZMhTLAw&feature=related


The Dark Saga (1996)

Um ano depois e, pela primeira vez, a banda lança um disco com o mesmo vocalista e formação. “The Dark Saga” é o maior sucesso comercial da banda até então. Provavelmente um dos discos da banda que mais renderam hits/clássicos.

Também marca o amadurecimento da banda na área dos discos conceituais. Mesmo não sendo algo de se orgulhar muito, Schaffer pegou a história de quadrinhos Spawn e a transformou nessa pérola (com direito a arte da capa desenhada pelo cartunista da série).

A faixa-título, a bela e triste balada “I Died For You”, a thrasher “Violate” e a pesada “Vengeance is Mine” se tornaram clássicos e músicas obrigatórias nos shows. Outros destaques são também “Slave to the Dark” e “A Question of Heaven”, esta última uma bela canção que mescla todos os elementos do álbum, fechando o disco.

Assista “The Hunter” ao vivo em 1997: http://www.youtube.com/watch?v=gfHISBLhW54&feature=related


Days Of Purgatory (1997)

Enquanto a banda preparava o novo disco (com a responsabilidade de superar o sucesso do anterior) e comemorava a aceitação total de Barlow como novo e definitivo vocalista, a banda lança “Days Of Purgatory”, disco duplo que trazia regravações com a formação daquele momento. Praticamente todas essas músicas citadas dos primeiros dois discos estão lá, com Barlow à frente. Muitas ficaram ainda melhor com a nova versão.


Na segunda parte (que estaremos postando aqui daqui algumas semanas), traremos os demais discos do grupo, abarcando a fase dos anos 2000, década crucial para o grupo e que foi um divisor de águas, para positivo ou negativo, dependendo do ponto de vista.

Também marca a saída de Matthew Barlow e sua volta sete anos depois, assim como a fase diferenciada com Tim “Ripper” Owens” (ex-Judas Priest), mudanças na formação e a consolidação de Schaffer como um líder e dono d abanda, com polêmicas quanto a sua autoridade.

Fique ligado!


Stay on the Road


Texto: Eduardo “EddieHead” Cadore

Revisão: Yuri Simões

Fotos: Divulgação e Ross Halfin

quinta-feira, 28 de abril de 2011

30 de março de 2011: A Noite em Que Porto Alegre Recebeu Mais Uma Lenda do Rock

Ozzy Osbourne, ex-Black Sabbath, iniciou a turnê brasileira de cinco shows pela capital gaúcha, com seu mais recente trabalho, "Scream" lançado no ano de 2010.

A banda de abertura, Gunport, não foi bem recebida pelo público. Bandas desconhecidas do público gaúcho já não são bem recebidas e na abertura de grandes shows, somado a falta de carisma do vocalista ser muito fraca ao vivo.

Não sei se as vaias os intimidaram no palco, pois o vocalista sequer apresentou os integrantes nos 25 minutos em que tocaram algumas músicas de seu próprio repertório.

Porém, as 21 horas em ponto, quando as luzes se apagaram os gritos ecoaram no Gigantinho: "Ozzy! Ozzy! Ozzy". E o príncipe das trevas entra no palco, observando a todos e sorri ao ver o Gigantinho lotado, clamando seu nome e o público da grade (que acampou dias na fila) com bandeiras, cartazes, morcegos de plásticos.

O show iniciou com "Bark At The Moon", Ozzy usando seu traje tradicional (a capa longa e preta de malha, jeans preto e o crucifixo no peito). Durante a execução da música, um gremista (que já havia comentado no fórum da comunidade do Grêmio no Orkut que iria atirar uma bandeira do time, na casa adversário, ao Ozzy) cumpriu sua promessa e para a surpresa de todos os colorados presentes, Ozzy a pega e coloca nos ombros por alguns segundos. A bandeira permaneceu no praticável da bateria, por todo o show.

Gus G: novo guitarrista é um dos melhores do mundo

O repertório foi o mesmo de toda a turnê de "Scream". Tocaram "Let Me Hear You Scream", única música executada do atual álbum de trabalho 'Scream". Seguiram com "Mr. Crowley", que mesmo não tendo sido usados planos de fundo, no palco, com as luzes vermelhas, nesta música, criou todo um ar de mistério a sua execução. A Oi pendurou alguns morcegos gigantescos no teto do Gigantinho, mas o palco, estava "frio", sem bandeiras de fundo, nem símbolo ou logotipo.

Uma das partes mais marcantes do show foi para o solo de bateria onde Tommy Clufetos deu seu verdadeiro show. Também pudera, o baterista já tocou ao lado de ícones do rock como Alice Cooper e Rob Zombie.

Mais tarde Ozzy pega a bandeira do Rio Grande do sul, que a atiraram no palco, a do Internacional também foi jogada, mas ele não viu.

O guitarrista Gus G também deu seu show particular na hora do seu solo. O guitarrista que já foi eleito nos anos de 2006 e 2008 o melhor guitarrista pela revista grega Metal Hammer, não deixa nada a desejar, eu particularmente nem senti falta de Zakk Wylde, com Gus G, solando em minha frente. Uma característica, no show do Ozzy foi o ventilador que Gus G usa em sua frente, assim não fica suado durante o show e deixa seus cabelos esvoaçantes.

Ozzy ia de um canto ao outro a todo momento, mostrando muita energia em seus 62 anos de idade, batia cabeça, pulava, corria. Além de jogar baldes de água no público, por vezes jogava em sí mesmo.

A mangueira de bombeiro a qual usa no show atirando espuma no público foi usada em algumas músicas, molhando o público, e os seguranças e até o câmera-man. A câmera utilizada para filmar passando as imagens no telão estava coberta por um plástico.

Apesar do show ser curto (75 minutos), tocaram vários clássicos da carreira do Black Sabbath e Ozzy Osbourne, do último álbum de trabalho "Scream" foi tocada apenas uma música. Todos saíram satisfeitos, com esta apresentação em solo gaúcho, abrindo a tour brasileira.


Texto: Débora Reoly

Fotos: Nabor Goular (UOL) e Débora Reoly


Set-List

01. Bark at the Moon

02. Let Me Hear You Scream

03. Mr. Crowley

04. I Don’t Know

05. Fairies Wear Boots (Black Sabbath)

06. Suicide Solution

07. Road to Nowhere

08. War Pigs (Black Sabbath)

09. Shot in the Dark

10. Rat Salad (Black Sabbath)

11. Iron Man (Black Sabbath)

12. I Don’t Want to Change the World

Bis

13. Crazy Train

14. Mama I’m Coming Home

15. Paranoid (Black Sabbath)


Veja alguns vídeos amadores do show

“Crazy Train”: http://www.youtube.com/watch?v=8RxswvO0aY8

“Mama, I’m Coming Home”: http://www.youtube.com/watch?v=-ZZgGxGoWCE

“Iron Man”: http://www.youtube.com/watch?v=nQtKsRMzAhY&feature=related

Assista ao episódio oficial sobre a passagem em Porto Alegre

http://www.youtube.com/watch?v=5FQcv3ZpAfc&feature=player_embedded

terça-feira, 26 de abril de 2011

Visions of Atlantis: Mudanças e Evoluções

Nova formação: mudanças amadureceram o grupo

No saturado meio do Symphonic Metal com vocais femininos, sempre existiram bandas que se destacam por seu talento, brilhantismo e principalmente pela voz de suas front womam (é claro que a beleza ajuda um bocado). Sendo que não há dúvida de que Nigthwish, Epica e After Forever pertenciam a essa santíssima trindade, porém, com o fim da banda holandesa (After Forever) se iniciou uma disputa de quem iria ocupar essa vaga.

Nomes não faltaram, como os holandeses do Within Temptation, os austríacos do Edenbridge e os noruegueses do Tristania e Sirenia (se bem que esses estão mais para Gothic Metal). Entretanto, com o lançamento do álbum “Delta”, acredito que os austríacos do Visions of Atlantis deram um passo a frente das demais.


A banda já faz parte do cast da gigante Napalm Records

É até certo ponto curioso saber que um dos melhores álbuns da banda vem após muitas turbulências como a saída da vocalista Melisa Ferlaak e do baixista Michael Koren, sendo substituídos por Maxi Nil nos vocais e Mario Locherc.

Pois bem, o sucessor de “Trinity” de 2007 se mostra como uma evolução natural. Maxi é uma vocalista que sabe até onde sua voz pode chegar, fugindo dos já manjados falsetes, sendo muito interessante também o dueto que ela executa com Mario Plank que consegue mandar muito bem nos vocais mais clean, como em “Black River Delta”, porém as partes mais agressivas soam meio forçadas e até um pouco deslocadas.


Cena do vídeo oficial "New Dawn"

Mas o grande destaque de um álbum de Symphonic são as orquestrações e “Delta” possui os efeitos fundamentais na música do grupo, criando atmosferas mais densas, dramáticas e épicas, sendo que muitas vezes acaba tirando o espaço de uma linha de guitarra mais trabalhada ou algum riff mais marcante, o que ao vivo pode ser um pouco maçante.

Como sou baterista, me chamou muito a atenção o trabalho do baterista Thomas Caser, membro da formação original, pois são poucos os bateras desse estilo que conseguem soar tão precisos e ao mesmo tempo agressivo. Sem dúvida outro grande destaque.

Consistência seria a palavra que melhor define esse trabalho. Agora é só torcer para que a banda mantenha essa formação e alcance o sucesso que merece.

Texto: Harley

Revisão: Eduardo “EddieHead” Cadore

Fotos: Divulgação e Angst-Im-Wall


Ficha Técnica

Banda: Visions of Atlantis

Álbum: Delta

Ano: 2011

País: Áustria

Tipo: Metal Sinfônico


Formação

Maxi Nil (Vocal)

Mario Plank (Vocal)

Martin Harb (Teclados)

Mario Locherc (Baixo)

Thomas Caser (Bateria)

Werner Fiedler (Guitarra)


Tracklist
1. Black River Delta
2. Memento
3. New Dawn
4. Where Daylight Fails
5. Conquest of Others
6. Twist of Fate
7. Elegecy of Existence
8. Reflection
9. Sonar
10. Gravitate Towards Fatality

Site oficial: http://www.visionsofatlantis.com/

Vídeo oficial de “New Dawn”: http://www.youtube.com/watch?v=HbUIB-anUBw

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Cavalera Conspiracy: O Thrash Metal Que Só os Irmãos Cavalera Conseguem Fazer

Igor e Max Cavalera: ícones brasileiros do Metal mundial

Mudanças de formações são sempre traumáticas, porém, se por um lado parte daquele espírito de banda original se perde, por outro acabamos ganhando novas formações e até mesmo novas bandas.

Provavelmente após ler essa introdução duas bandas podem ter vindo a sua mente: o Angra (Shaman, André Matos) e o Sepultura (Soulfly e Cavalera Conspirancy). Pois bem, como o titulo ali em cima indica, vamos falar um pouco do novo petardo dos irmãos Cavalera.

O fato é que quando Max (vocal e guitarra) abre a boca para cantar ou berrar e não ficar chorando pela reunião do Sepultura, os resultados são muito melhores, sendo que ele está conseguindo manter um ritmo entre as duas bandas e ainda projetos novos (como já foi apontado aqui no blog).

Após todos esses comentários, vamos ao álbum em si e como é bom saber que tem grupos que nunca vão deixar que modinhas e gritinhos melódicos invadam o Thrash, pois isso aqui é porrada de verdade e consegue ser superior ao seu antecessor (coisa muito rara uma banda superar sua estréia).


Irmãos Cavalera tocam juntos novamente

É claro que Max não inventou a roda, os refrões continuam extremamente repetitivos, como em “killing Inside” e “I Speak Hate”. Há porradas diretas também, como “Rasputin” e “Warlord”.

Mas temos espaço para inovações, como em “Target” e seu belo solo de guitarras, cortesia de Rizzo (ex-guitarrista do Machine Head); "Burn Waco" traz uma parede de distorção que demora para entender o que ta ocorrendo de tão violenta. Além da faixa titulo, que em síntese é o que Max faz de melhor: pancadaria, com um senso único de melodia.

A única coisa que poderíamos apontar como negativo seria a presença fraca de Igor (bateria), afinal ele já foi um dos bateras mais brutais, mas agora aparentemente faz um belo feijão com arroz. Uma pena.

Sendo assim, Max comprova que os anos passam, as brigas continuam, mas ele sabe como ninguém o que é fazer você ouvir um álbum e terminar com uma baita dor de pescoço.


Texto: Harley

Revisão: Eduardo “EddieHead” Cadore


Ficha Técnica

Banda: Cavalera Conspiracy

Álbum: Blunt Force Trauma

Ano: 2011

País: Brasil/EUA

Tipo: Thrash Metal


Formação

Max Cavalera (Vocal e Guitarra)

Igor Cavalera (Bateria e Percussão)

Marc Rizzo (Guitarra)

Johny Chow (Baixo)

Tracklist

1. Warlord
2. Torture
3. Lynch Mob
4. Killing Inside
5. Thrasher
6. I Speak Hate
7. Target
8. Genghis Khan
9. Burn Waco
10. Rasputin
11. Blunt Force Trauma

Clipe de "Killing Inside"

http://www.youtube.com/watch?v=0350SogJcOM

Site oficial dos caras

http://www.cavaleraconspiracy.com/

domingo, 24 de abril de 2011

Stu Block – A Nova Voz do Iced Earth

2011 está sendo um ano um tanto agitado para os headbangers. São tantas notícias meio chocantes que ficamos até mesmo assustados. Há pouco tempo algumas baixas foram anunciadas como a saídas de K.K Downing do Judas Priest, Mike Portnoy do Dream Theater, Jeff Lomins do Nevermore e Matt Barlow do Iced Earth. É obvio que todos os músicos citados acima são extremamente talentosos e a saída dos mesmo irá provocar uma grande mudança na sonoridade de suas ex bandas, mas no caso do Iced Earth, a coisa é mais latente, já que estamos falando do vocalista da banda.

É claro que Barlow deixar a banda nunca foi muita novidade, já que o mesmo tinha saído em 2003 para seguir a carreira de advogado, sendo substituído pelo grande TIm Ripper Owens, que fez um trabalho excelente com o Judas e foi muito bem no Iced. Porém, em 2007, Barlow volta e é lançado o álbum “The Crucible of Man”. As últimas noticias diziam de um novo DVD, novo CD, tudo muito certinho, até que Barlow avisa sua segunda saída:

“Irmãos e irmãs, quero começar dizendo que foi uma honra compartilhar meu tempo no Iced Earth com Jon e os caras... e com todos vocês! Desde meu retorno em 2007, foi tudo extraordinário. Tive a oportunidade de viajar pelo mundo e ver velhos amigos, além de conhecer gente nova. Apesar de no começo entendermos que a agenda de turnês seria limitada, pudemos tocar um número considerável de vezes”.

Matthew Barlow (último à direita) anunciou saída da banda pela segunda e definitva vez: na foto, a última formação do Iced Earth

Pois bem, ai veio a dúvida: quem seria a nova voz do Iced Earth? Sendo que após muitas demos e gravações, o big boss John Schaffer, anunciou que o novo vocalista era Stu Block, sendo que os dois se conheceram quando o Into Eternity abriu para o Iced earth no ano de 2007. A escolha foi meio óbvia de acordo com Schaffer:

"Senti uma forte química entre nós, e criamos algumas novas partes de ótimas músicas em pouco tempo." diz John Schaffer. "Ele é muito bom para criar melodias que 'grudam', e também ajudará nas letras. Não há dúvidas de que ele tem um grande alcance vocal e muita energia, mas ele também tem a experiência de turnês, o que é ótimo para nossos planos de turnês por todo o mundo."

Mas afinal quem é esse cara?
Novo vocalista do Iced Earth tem grande responsabilidade de substituir Matt Barlow

O Into Eternity é uma banda que deveria ter muito mais destaque na mídia. Sua sonoridade é totalmente diferente, uma verdadeira mistura de Power, Death, Pop, Thrash e mais um monte de coisas...

Eles se formaram no Canadá no ano de 1997, sendo que Stu veio substituir o antigo vocalista Chris Krall. Sua estréia foi no álbum “Scattering of Ashes” de 2006, onde um dos grandes feitos dessa época foi ser uma das bandas convidadas por Dave Mustaine (Megadeth) a participar da Gigantour.

Logo após, em 2008, é lançado o álbum “The Incurable Tragedy”, conceitual e extremamente complexo, onde a virtuose come solta, mas o que chama realmente a atenção é a versatilidade de Stu: o cara vai do mais grave gutural para os agudos bem típicos do Power Metal até chegar em um refrão com levada mais pop e tudo isso em única música?

Parte dessa grande variedade vem da própria família do cara, já que seus pais eram cantores e o mesmo estudou música clássica e cantava em coro de igrejas e o mais interessante que ele conseguia alcançar a nota dos garotos e ao mesmo tempo das meninas do coral, fato esse que ele revelou a Roadie Crew edição nº117.

O que podemos esperar dele no Iced Earth?

Bem, Schaffer não é bobo e sabe muito bem quem colocar a frente de sua banda. O mais interessante é que músicas mais antigas poderão ser revisitadas sem o menor problema, pois Stu pode alcançar as notas mais altas de Owens como as passagens mais agressivas Barlow, sendo que sua estréia é em novembro em uma turnê européia.

Ficamos na torcida para que essa nova parceria dure muito tempo e dê, como resultado, álbuns matadores e principalmente que eles venham logo ao Brasil para podemos comprovar essa nova fase do Iced Earth.

Texto: Harley

Revisão: Eduardo “EddieHead” Cadore

Fotos: Divulgação

Assista alguns vídeos da banda Into Eternity

Severe Emotional Distress

http://www.youtube.com/watch?v=dnDuRCUQPbs&feature=player_embedded

Timeless Winter

http://www.youtube.com/watch?v=9nQ4ZR-NI6A


Site da banda Into Eternity

http://www.intoeternity.net/

Myspace Into Eternity

http://www.myspace.com/officialintoeternity

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Entrevista: Excellence - Contra Todas as Dificuldades


Conquistar espaço na cena Rock/Metal é uma tarefa muito difícil. Isso não é novidade, ainda mais quando se trata de uma banda que precisa lutar, dia a dia, para manter-se na ativa e desenvolver seu trabalho longe dos grandes centros.

No noroeste do Rio Grande do Sul, na cidade de Ijuí, encontramos a Excellence, cuja proposta de tocar composições próprias voltadas para o Hard & Heavy os colocam como a principal banda de toda essa região, o que culminou com o lançamento de seu primeiro álbum, o ótimo “Against the Odds”, nota 7,5 na Roadie Crew de março deste ano e comentários positivos em sites e meios especializados mundo a fora.

Mas a banda possui um passado também de lutas e conquistas. Com os músicos com experiência em outras bandas, a Excellence, infelizmente, não é o trabalho do quarteto formado por Valterson Wottrich (vocal e guitarra), Lucas Prauchner (guitarra), Robson van der Ham (baixo) e Marcos Rigoli (bateria) que desenvolvem atividades outras para manter o desejo e sonho de ver a banda num patamar ideal algum dia.

E eles tem lutado para isso. No ano de 2010, sobretudo, o grupo realizou uma série de shows pelo interior do RS, divulgando ora seu material próprio, ora o projeto em que executam covers de alta qualidade de Guns & Roses.

Tamanha dedicação e o apoio da galera da cena regional só reflete positivamente em composições e shows de alto nível, com muita empolgação e amor pelo que fazem.

Entrevistamos a banda quando estávamos começando o Road to Metal e, agora, passados cerca de três anos, é muito legal conversarmos novamente com a Excellence, cujo passado, o presente (tudo sobre o álbum de estréia) e o futuro são comentados por toda a banda que, num bate-papo descontraído, vai agradar a todos que já os conhecem e, sobretudo, deixar você que não ouviu a banda ir correndo comprar o “Against the Odds” ou mesmo realizar o download legal dele.

Confira a conversa abaixo.


Road to Metal: É um prazer novamente poder falar com a Excellence, essa banda que tem crescido muito aqui no cenário do Hard Rock e Heavy Metal no interior do Rio Grande do Sul. Vocês estão com novidades e com essa entrevista vamos sistematizar isso. Primeiro, uma retrospectiva do ano de 2010 para banda, que, pelo que percebemos foi muito importante.

Valterson: Nosso olá a todos os acompanhantes do blog Road to Metal. Acho que o ano de 2010 foi um marco para a banda Excellence, em especial pelo fato de ter sido o ano de lançamento do nosso primeiro CD. Esse CD, como o nome diz, foi totalmente “Against the Odds”. Mas acho que também foi um ano de amadurecimento musical da banda como um todo, em virtude do nosso direcionamento e volume de shows. Tivemos parcerias importantíssimas como a com o Hangar e com o Tierramystica. Foi um ano que consideramos o pontapé inicial a nossas pretensões com a banda. Mas acho que isso tudo é só o começo. Queremos e esperamos muito mais.

Primeiro disco completo da banda gaúcha: alvo de muitos elogios mundo a fora

RtM: A grande conquista, acredito, foi o lançamento do aguardado primeiro trabalho completo de vocês, chamado “Against the Odds”. Nos contem um pouco como se deu o processo de composição, gravação e preparativos para o lançamento.

Marcos: Tudo muito complicado, mas muito divertido e satisfatório. Levamos muito tempo compondo e gravando, uma vez que tínhamos poucos recursos financeiros e pouco tempo hábil para terminarmos o CD. Juntamos coisas antigas que estavam engavetadas e coisas que foram escritas depois do início das gravações, uma grande salada de fruta que acabou soando homogênea. Quanto ao lançamento, estamos ansiosos para apresentar essas canções na íntegra e, ao vivo, acreditamos que vão soar muito bem.


RtM: O álbum foi lançado contendo 11 músicas, todas composições próprias. Há entre as músicas 4 que já haviam sido lançadas no EP “The Twilight”(2006). Porque a decisão de relançá-las? A gente percebe que possuem novos elementos e arranjos, mas se mantem bastante próximas das versões originais. Estavam insatisfeitos de alguma forma com as versões anteriores?

Valterson: Na realidade, dentro das condições que tínhamos na época para a gravação do EP “The Twilight”, estávamos bem satisfeitos. Porém, é inegável que a qualidade e tempo que tivemos para nos dedicarmos à composição do “Against the Odds” favoreceu, dando um salto de qualidade de um trabalho para o outro. Mas gosto do “charme” do EP também. Foi extremamente válido na época. Ainda que com um orçamento quase que inexistente, o “Against the Odds” foi muito caprichado em relação à produção. Outro fator que nos inclinou a regravar as 4 músicas do EP foi dar àquelas músicas uma roupagem nova, uma vez que na época da composição do EP nós tínhamos na formação o teclado. Agora, com a formação sem tecladista nós decidimos deixar os teclados somente como um preenchimento e não como um elemento principal. O que “está na cara” do instrumental é o básico (guitarras, baixo e bateria). No CD há inserções de teclado, mas elas ficaram quase que em um segundo plano.

RtM: Voltando um pouco no tempo, a banda tem muitos anos de carreira, desde também quando alguns dos integrantes faziam parte da extinta Fallen Angel. Qual a grande diferença que vocês podem nos contar entre o fato da Excellence ter alcançado um bom patamar na sua região e lançar material que tem sido bastante elogiado em todo o país?

Marcos: Trabalho árduo e sério acho que resume tudo. Com certeza, deveríamos trabalhar muito mais em prol da banda, mas no momento é esse o tempo que temos disponível, mas mesmo assim, sem sombra de dúvida, o que difere a Excellence de qualquer outro trabalho que tenhamos feito no passado, é a seriedade.

RtM: A banda surgiu em Ijuí/RS e, nos últimos anos, tem se tornado a banda referência na região noroeste do estado quando o assunto é Hard Rock e Heavy Metal. Quais as adversidades que a banda já enfrentou e ainda enfrenta por ser do interior e longe dos grandes centros?

Marcos: Muitas, muitas mesmo, da falta de apoiadores até a falta de lugares para tocar. Mas em contrapartida a tudo isso, temos um público muito fiel ao estilo, o que nos garante força e motivação para não desanimarmos.


RtM: Vamos voltar ao trabalho da banda. “Against the Odds” surpreendeu a todos, mesmo àqueles que já conheciam a capacidade dos músicos da banda. O que no álbum tem agradado mais ao público, já que na proposta da banda vemos uma “mescla” de Hard Rock oitentista, Heavy Metal Tradional e até algo de Progressivo?

Robson: Conseguimos dar uma roupagem para as músicas a ponto de deixá-las homogêneas, apesar da grande diferença de idade de algumas. Dessa forma se reuniu diferentes estilos mas com um som original, característico da banda, que foi adquirido ao longo desta última formação. Acho que isso cativou os ouvintes, pois quem quiser pode ouvir diferentes estilos de Rock mas com o “tempero” da Excellence.

RtM: Falem um pouco sobre o título do disco e o sentido que ele traz? Temos canções que, em termos de sonoridade, diferenciam-se uma das outras, sendo esse o ponto forte que faz o álbum ser ouvido do inicio ao fim. Mas em termos de letras, mensagens, ideologias, o que a banda tem tentado transmitir?

Marcos: O título é uma alusão à nossa realidade. Estamos sempre contra todas as probabilidades, tudo devido à dificuldade de manter a banda na estrada por todos esses anos não levando em conta modismos, tendências e coisas do tipo. Quanto às letras, o que mais gosto nelas, é que de fato não dizem nada “na cara” de quem está lendo ou escutando elas, existe muito de interpretação pessoal de cada pessoa sobre o assunto em questão, mas em alguns casos, como Won’t Listen to Fools, é uma sarrafada nas pessoas que se frustraram na vida e vivem jogando areia nos sonhos das outras.

RtM: Há alguns anos vocês possuíam tecladista na banda. Nos últimos tempos, a banda se resume a um quarteto. Mas em “Against the Odds” há a participação bastante significativa de Anderson Costa (que também produziu o disco) nos teclados. Como surgiu a ideia de parceria com ele e porque não efetivá-lo como membro da banda, ou ainda, incluir o instrumento nas apresentações ao vivo?

Marcos: Interessante essa pergunta (risos). A questão sempre foi: teremos um tecladista fixo? Alguém que esteja tão focado na banda quanto nós quatro? Depois de muito nos perguntarmos isso, decidimos por manter a formação em que estamos. O Anderson é um grande amigo nosso, e um músico de extrema competência, seria uma honra trabalhar com ele, mas ele já tem uma pá de projetos e o estúdio para tocar adiante, o que o impossibilita de tocar na banda. Mas nunca descartamos a idéia.

Uma das antigas formações da banda, contando ainda com tecladista fixo

RtM: Qual o sentimento da banda em relação à verdadeira conquista de gravar um disco com material próprio nesta época em que muito se fala do fim dos álbuns, onde tudo se torna digital e acesso ilegal às músicas?

Robson: A gente sabe da importância, ainda nos dias de hoje, de um material físico, em que as pessoas possam literalmente “tocar com as mãos e ver com os olhos”. Para isso o CD é indispensável. Mas temos que lidar também com a Internet e, pensando nisso, disponibilizamos para download o álbum completo. Nossa intenção com isso é atingir o maior número de pessoa possível, principalmente aquelas que não têm acesso ou o mesmo se dificulta para aquisição de um CD.

RtM: Falando em downloads, algumas semanas após o lançamento do disco, a própria banda passou a disponibilizar o disco na íntegra para download gratuito. Quais os motivos de tal decisão e como vocês tem percebido as mudanças após ofertar o trabalho gratuitamente?

Lucas: A decisão foi unânime entre a banda porque as duas opções são: a) vender 200 cópias do CD pelas redondezas e fim de conversa; b) divulgar a banda tanto quanto possível disponibilizando o disco para baixar. Não penso existir outra escolha para uma banda do nosso porte que queira divulgar seu trabalho. E com certeza existe hoje um significativo público conhecendo a Excellence pela Internet, e que não conheceria se estivéssemos tentando “proteger” o CD.

RtM: Quem é interessado em conhecer novas bandas acaba muitas vezes realizando downloads ilegais (e há até sites premiados que apenas oferecem downloads não autorizados) e, em muitos sites/blogs desse gênero, encontramos o disco de vocês, incluindo em locais de outras nacionalidades, quase sempre com altos elogios. Vocês acompanham esse tipo de coisa, tem visto os comentários acerca do seu trabalho?

Lucas: Gosto muito de ler o que as pessoas comentam sobre a Excellence. Acompanhar o trabalho da banda tem sido meu esporte favorito (risos). E fico muito contente de perceber que as pessoas que não conhecem a realidade da banda, muitas vezes avaliam o nosso trabalho como se fôssemos uma banda “profissional e consolidada”. Quer dizer, sempre tivemos em mente a ideia de seriedade e profissionalismo, mas tocar na banda, infelizmente, e pelo menos até o momento, não é a nossa profissão. Não há nenhum retorno que não seja a satisfação de fazer o que fazemos. É um hobby com o qual gastamos dinheiro e não ganhamos. O tempo que temos disponível para a banda é muito, muito pouco perto do que seria necessário, e considerando todas estas restrições, acho que temos feito um trabalho muito bom.

A turnê da banda continua em andamento! Produtores podem contatar a banda para agendar shows!

RtM: A Excellence iniciou a Against the Odds Tour ainda em 2010 e víamos a grande procura de casas de shows e produtores de eventos especializados pela banda. Entretanto, vocês ainda não tocaram em centros maiores, como Santa Maria e mesmo Porto Alegre. Isso ainda não foi possível por quê?

Lucas: Faz bastante tempo que estamos tentando tocar em cidades maiores, mas como a banda não é conhecida nestes lugares, não é fácil conseguirmos os shows. Outra coisa que dificulta muito são os custos envolvidos, pois para levar uma banda de Ijuí a Porto Alegre, por exemplo, somente o valor do transporte já acaba sendo bem maior do que o cachê pago para a maioria das bandas locais. Mas estamos tentando de todas as formas, e em breve temos certeza de que conseguiremos estes espaços.


RtM: Está marcado para 22 de abril (nota do editor: a entrevista foi realizada alguns dias antes da data dessa apresentação) o show de lançamento oficial de “Against the Odds”. Qual a importância de um show especial como esse, já que demorou vários meses para termos uma data destinada a marcar esse lançamento?

Robson: Este show vai servir para sabermos se o público decorou as letras (risos). Na verdade, quando se lança um CD tem que haver um tempo para quem comprar o CD poder escutar, gostar ou não, e depois sim decorar as letras. Seria estranho lançar um CD e no dia seguinte fazer um show de lançamento com músicas que ninguém conhecesse. Esse show vai marcar sim, pois se trata do primeiro álbum da banda e isso nos deixa muito orgulhosos.

RtM: Podem nos contar como surgiu essa ideia de um show de lançamento, se terão o disco para a venda, enfim, as infos necessárias para a galera saber? Além disso, vocês pensam em tocar o álbum na íntegra nesse show ou em algum momento posterior?

Robson: Show de lançamento é de praxe para qualquer banda que lance um disco. O disco estará à venda no local com preço promocional de apenas R$ 10,00. Ingressos antecipados a R$ 8,00 apenas na Comando Jovem. O show terá início às 22:00 e logo após haverá a festa Smells Like 90’s, com o melhor do rock dos anos 90. Vai ser uma festa bem legal e diferente, todos estão convidados a comparecer.

Lucas: E tocaremos todas as músicas do disco neste show, além de alguns covers bem escolhidos (risos).

Cartaz de divulgação do show de lançamento oficial de debut da banda

RtM: Vamos conversar um pouco sobre algumas músicas. Primeiro, “The Next Season”, música essa que considero a melhor da carreira da banda, não somente pelo maior peso, mas pela temática e o clima que vocês conseguiram transmitir com ela. Falem-nos um pouco dela, como surgiu a ideia, quem compôs o quê, etc.

Lucas: “The Next Season” é uma música sobre alguém com um perverso desejo de vingança contra tudo e contra todos (risos). A temática, combinando bem com a sonoridade mais pesada e tensa da música, foi inspirada em trechos da obra “Uma Estação no Inferno” de Arthur Rimbaud. Sobre sua origem: quando crio algum rascunho de riff ou melodia, sempre salvo o trecho no computador com algum apelido escroncho. “The Next Season” chamava-se originalmente “Mais pesada que tá louco” (risos).

RtM: Antes do lançamento do disco, lançaram o single “Dirty Way”. Lembro que muita gente curtiu e, arrisco dizer, esse single colocou um gás a mais na banda, certo?

Valterson: Certamente. O single “Dirty Way” surgiu como um termômetro para a gente e para o nosso público sobre se esse seria o momento para gravarmos o CD ou não. O resultado, particularmente para nós, foi ótimo e a receptividade também foi. Esse foi o ponto de partida para a gravação do CD e para a gente, ao menos no campo imaginário, dar um caminho mais sério para as perspectivas da banda. Esse ponto serviu também para estabilizarmos a formação da banda (saída do tecladista, entrada do baixista Robson) e para consolidar esse novo rumo musical, sem perder as origens do que a banda sempre se propôs a fazer: somos uma banda de Rock. Isso deu um novo ânimo também para a banda.

Capa do single Dirty Way, que já se tornou um dos grandes hits da banda

RtM: Quando vocês estavam com a produção pronta, mas aguardando a liberação dos discos físicos, enviaram por email para a galera cadastrada algumas canções, como “Won’t Listen the Fools” e a própria “Dirty Way”. Como vocês vêem o uso da internet pelas bandas atualmente e se recebiam retorno da galera que ouviam os sons?

Valterson: Acho que a Internet é uma ferramenta incrível. Ao meu ver, creio que quem acaba tendo um prejuízo considerável com a internet e a pirataria são bandas do porte do Metallica ou, fora do metal, Coldplay. A perda de receita dessas bandas é considerável, pois se vendiam números de 20 ou 30 milhões de CDs (!!!). O cálculo é fácil: se eles ganharam R$0,50 por CD vendido eles ganham o equivalente a 10 ou 15 milhões de reais. Por outro lado, a divulgação na Internet faz com que bandas de porte menor cheguem onde nunca imaginariam que poderiam chegar, como é o nosso caso. A banda tem um conceito excelente na Europa. Não fosse a Internet, teríamos dificuldades seríssimas de chegar até São Paulo. Tem o fator também de que, mesmo havendo a pirataria, a banda acaba ganhando com isso, pois tem uma divulgação infinitamente maior. Muitas pessoas que acabariam não adquirindo o CD de uma banda, se puderem baixar esse CD gratuitamente, podem vir a gostar do CD e virar um fã da banda. E, eventualmente, quando essa banda vier à cidade ou região dessas pessoas, é provável que esse público compareça no show. E as bandas, especialmente, as grandes, tem o lucro real nos shows. Então se perde pouco de um lado, mas se cria a perspectiva muito maior do outro. Essa foi uma das razões que disponibilizamos o CD para download. Especialmente porque o público que curte rock/metal é muito colecionador. Ele baixa o CD e, se realmente gostar do que ouviu, vai lá e compra o CD original. Até mesmo para apoiar a banda.

RtM: Na edição de março da conceituada revista Roadie Crew o álbum foi resenhado, obtendo a boa nota de 7,5 e vários elogios, sendo, acredito eu, uma das muitas conquistas da banda. Para a galera que está curiosa, como vocês conseguiram que “Against the Odds” estivesse presente na seção de lançamentos da revista, ao lado de discos de grandes artistas e gravadoras?

Robson: Todo este processo teve uma enorme contribuição do nosso amigo Nando Mello, baixista da banda Hangar, a qual prezamos muito como músicos e como amigos também. Através dele temos conseguido várias coisas importantes e uma delas foi essa resenha. Ficamos muito felizes com os elogios da revista e isso serviu para continuarmos trabalhando para levar ao maior número de pessoas nosso trabalho.


RtM: Agora, quais os próximos passos que a banda pretende dar e as expectativas de futuros negócios ou trabalhos?

Valterson: Vamos, com certeza, gravar o 2º CD. O 3º CD também. Mas, por enquanto, pretendemos trabalhar bastante a divulgação do "Against the Odds", tocando no maior número possível de lugares. Ficamos satisfeitos com o resultado geral do CD e ainda mais satisfeitos com a receptividade do público e da crítica. Pretendemos também desenvolver melhor a logística de venda do CD, que por enquanto está sendo vendido somente via banda e através o site vitrola. Estamos buscando parecerias com distribuidores para o CD ter maior visibilidade no Brasil e porque não no exterior.

RtM: Agradecemos a entrevista, reafirmando nossa aliança com os grupos emergentes no Metal no estado do Rio Grande do Sul. Uma última mensagem às pessoas que nos acompanham aqui no Road to Metal.

Valterson: Agradecemos o espaço, a amizade e a parceria dos integrantes e colaboradores do blog Road to Metal que sempre estão nos apoiando e divulgando os eventos relacionados a todas as vertentes do rock. Convidamos todos para comparecer ao show de lançamento do CD que vai ocorrer nesse dia 22/04/2011. Fica o convite para que as pessoas acessem o site www.excellencerock.com, onde se tem acesso aos vídeos, áudios, downloads, agenda e dá pra ficar ligado nas novidades e notícias da Excellence. Valeu!!!

Entrevista: Eduardo "EddieHead" Cadore
Fotos: Divulgação e arquivos da banda 

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