domingo, 29 de maio de 2011

Road to Metal Completa 3 Anos de Dedicação ao Metal

Três anos não é muito tempo. Se compararmos esse período com o período de uma vida, por exemplo, é um tempo quase insignificante.

Mas só quem acompanha a criação e crescimento de algo por esse período sabe que muitos são os momentos que passamos até chegar nesse ponto.

O Road to Metal completou 3 anos hoje. No dia de 30 de maio de 2008, postamos nossa primeira matéria. Naquela época, estávamos apenas começando. Totalmente inexperientes em termos de uso do Blogger, ou ainda de mostrar nossas produções textuais sobre o Metal para o mundo, íamos fazendo as coisas de uma forma que, olhando hoje, não faríamos novamente.

Claro, tudo o que é trabalhado, investido tempo e desejo, evolui. Com o Road não foi diferente. Começamos como um trio de caras que muito ouviam Metal e queriam, de alguma forma, mostrar isso.

Passado um tempo, restou apenas um. Esse, que não desistiu da proposta, buscou outros e, assim, o Road foi tomando vida própria. Ele não é apenas o blog de uma pessoa!

Hoje, a equipe atual do Road to Metal é uma irmandade (só quem faz/fez parte e os mais observadores percebem isso) que se dá muito bem e tem trabalhado com o objetivo comum de promover o Metal, independente do tipo, gênero e ideologia.

Nesses três anos, foram quase 500 postagens dedicadas ao Metal e ao Classic Rock, na quase totalidade com textos inéditos (salvo uma ou outra postagem), acreditando que de nada adianta copiarmos e colocarmos textos enviados, se não os desenvolvemos, colocarmos nossas impressões, “engordamos” o mesmo.

Assim, fica aqui nossos parabéns à toda equipe Road, seja a atual ou as anteriores. Sabemos que algumas pessoas sempre buscaram ajudar o blog a se tornar algo grande, mesmo que não tenham continuado conosco. Por menor que a ajuda pareça, todos foram essenciais para chegarmos aonde chegamos.

Mas, de nada adiantaria termos coisas postadas, se não tivéssemos quem as lesse. Assim, deixamos nosso agradecimento mais que especial a você que acompanha o Road to Metal. Que vem nos visitar sempre que possível, confere as matérias e as demais estruturas do blog. Nossa alegria é saber que estão curtindo.

Fica aqui nossa reafirmação de continuarmos com o trabalho de qualidade, sabendo que há muito o que melhorar (sempre haverá, se não não há evolução), mas também tendo orgulho dessa caminhada de três anos.

Muito obrigado e um gigante STAY ON THE ROAD para todos!

Texto: Equipe Road to Metal

Imagem: Bernardo Goulart

Na Mira da Navalha: Cradle of Filth – Toda a Beleza Se Foi...

Esta é uma das mais novas seções do Road to Metal. Chamada Na Mira da Navalha, a cada postagem você irá conferir um texto que caminha entre o polêmico, o radical e o extremo, onde os redatores "chutarão o balde" ou colocarão "à prova" algum grupo ou assunto, buscando expressar sua opinião. A ideia não é impor verdades absolutas, mas demonstrar o que pensam os redatores sobre assuntos que são pautas nas conversas antes de shows, ou entre amigos num churrasco regado com muito Metal. E, claro, a galera pode comentar! Stay on the Road


O inicio da década de 90 foi um período dourado (ou amaldiçoado, se preferir) para o Black Metal em geral. No Brasil, o estilo ganhava força, na Noruega o Inner Circle fazia o movimento pegar fogo (literalmente), enquanto a cena inglesa que estava um pouco apagada, revelava para o mundo o original Cradle of Filth.

A banda nos anos 90, ainda usando corpse paints clássicas e executando Black Metal

Formado em Subfolk no ano de 1992, o seu estilo musical era uma verdadeira revolução, sendo que até o rótulo Black Metal também é discutível, já que seus trabalhos apresentam elementos sinfônicos, industriais e até mesmo góticos.

Sua discografia nunca foi uniforme, sendo que a cada lançamento novas texturas e influências se apresentavam ao som da banda só que...

Podemos traçar uma linha de até onde a originalidade e principalmente a grandiosidade do CoF termina. Sendo que o álbum “Midian” (2000) fecha um ciclo de trabalhos realmente relevantes.

O que vem depois é uma sucessão de álbuns onde o experimentalismo, as melodias agridoces e os sons inexpressivos dominam. Exemplos não faltam como verdadeiras heresias para os fãs das antigas como “Damnation and a Day” (2003) e “Nymphetamine” (2004).

“Darkly Darkly Venus Aversa” de 2010 tenta resgatar a velha fórmula, mas a confiança dos fãs já estava quebrada, e para piorar tudo isso, as performances ao vivo ficavam abaixo do aceitável. Que um vocalista erre uma ou outra nota é aceitável, mas tentar em todas e errar em grande parte delas é, no mínimo, lamentável.

O que mais me frustra é que com essa nova proposta o Cradle of Filth veio conquistando novos fãs que de certo nunca ouviram faixas como “Funeral in Carpathia”, mas devem pensar que o Dani é algum parente do Marylin Mason.

Pessoalmente, acredito que o berço da imundice terminou. Não só os vocais e sim a fórmula perdeu a sua essência, sendo que qualquer CD de “volta às origens” irá soar falso e oportunista, pois se um dia o CoF foi Black Metal deveria seguir exemplo do Emperor e ter terminado no ápice da carreira e não ladeira abaixo.


Texto: Harley

Revisão: Eduardo “EddieHead” Cadore

Confira alguns vídeos clipes oficias da banda e tire suas conclusões

From the Cradle to Ensalaved

http://www.youtube.com/watch?v=ga-kd2Z0XtI&feature=related

Her Ghost in the Fog (do álbum Midian)

http://www.youtube.com/watch?v=49ZJqqrr6jk

Nymphetamine (do álbum homônimo)

http://www.youtube.com/watch?v=6dW6aNAZGTM

Mannequin (do álbum Damnation and a Day)

http://www.youtube.com/watch?v=oVhhEku6ECA&feature=relmfu

The Death of Love (do álbum Godspeed On The Devil's Thunder)

http://www.youtube.com/watch?v=K_aMnV1uaCY

The Foetus Of A New Day Kicking (do álbum Thornography)

http://www.youtube.com/watch?v=ujeQBGS70lA&playnext=1&list=PLB00DB97F1A1B8B9E

Forgive Me Father (I Have Sinned) (do álbum Darkly Darkly Venus Aversa)


Obs: o texto é de total responsabilidade do autor, não sendo, necessariamente, o ponto de vista de toda a equipe Road to Metal.

sábado, 28 de maio de 2011

Por Um Som Divino: DivineFire Revigorado Com os Vocalistas do Narnia

Enquanto o leão não ressuscita, ex-Narnia continuam juntos

Bandas de Power Metal Sinfônico tem aos montes pelo mundo afora. E quando falamos em países como a Suécia, a coisa parece caminhar mesmo para o clichê e total arroz com feijão.

Não é o que acontece com o DivineFire, banda ainda muito jovem mas que conta com músicas experientes. Atualmente, o grupo é um dos mais lembrados quando o assunto é Power Metal Cristão.

Quando surgiu em 2004 fundado pelo guitarrista Jani Stefanovic (Sins of Omission) e o vocalista Christian Liljegren (ex-Narnia e atual Golden Ressurection), o grupo não passava de mais um entre tantos que buscavam a mesma fórmula da maior banda do gênero no mundo, o Narnia.

Com seu fim decretado em 2008, parecia que realmente o “projeto” estava fadado ao abandono completo. Porém, com o fim do Narnia (que havia lançado um grande álbum em 2009), Christian Liljegren decidiu “reviver” o grupo, agora tendo o caráter de banda e com a responsabilidade de produzir grandes discos na tentativa de sanar a lacuna deixada pelo Narnia.

Assim, em 2010 a dupla retornou e, de quebra, veio inovar chamando ninguém menos que Germán Pascual (ex-Narnia, atual Forged Wings), vocalista uruguaio e que por muitos anos viveu no Rio de Janeiro.

Não por acaso, Gérman Pascual havia substituído Liljegren no Narnia, lançando o disco derradeiro “Course Of A Generation” (2009) e mantinha uma relação de amizade com o antigo vocalista (sendo ambos parecidos fisicamente e também no timbre).

Com o Narnia morto, os dois vocalistas protagonizam um grande trabalho, digno de superar qualquer coisa feita por ambos em toda a carreira. Curiosamente, Germán iria apenas fazer alguns coros, mas acabou sendo convidado por Liljegren a cantar numa canção e, por fim, no disco todo, segundo o aproprio uruguaio.

O quinto disco do Divinefire ganhou o nome de “Eye of the Storm” (2011) e traz o grupo como um trio, com Jarí tocando todos os instrumentos (?!), o que também o coloca em grande destaque, já que há solos de guitarra e passagens de teclados sinfônicas empolgantes.

O álbum traz 12 músicas cuja temática envolve, claro, o Cristianismo. Dias desses rendeu bate-boca com uma galera por aí que condenaram o Road to Metal de divulgar bandas de Unblack Metal (ou Black Metal Cristão). Porém, para nós o que vale o Metal e mesmo não sendo religioso (muito menos que algumas dessas pessoas, os caras pensam que religioso é quem é cristão), não dá para negar a qualidade de muitas bandas que se dedicam a louvar seu deus (tudo é questão de filosofia de vida).

Se formos prestar atenção nas letras, estas parecem ainda mais voltadas à essa religião do que no período do Narnia, o que é o único ponto negativo. Mas, se você não quer se importar com isso faça de conta que as juras de amor no álbum são para alguma garota e não a entidade em questão (rs).

Mas voltamos ao disco. “Eye of the Storm” é espetacular. Seu Power Metal bastante voltado ao Sinfônico não traz nada revolucionário, exceto pela presença simultânea de dois grandes vocalistas que dão um show a parte.

Mas as composições (a parte instrumental já estava composta antes da efetivação de Germán na banda) são de uma qualidade extrema, indo do peso e velocidade, ao melódico sem soar enjoativo. Aliás, as participações especiais de grandes nomes do Metal fazem do disco um prato cheio.

Divinefire mostra que ainda pode fazer grandes álbuns

Consta no disco galera de alto gabarito, como Pontus Norgren (guitarrista do Hammerfall), Thomas Vikström (vocal do Therion, passagem por Candlemass, longa vida no Stormwind), Markus Sigfridsson (guitarrista do Harmony), Andreas Passmark (antigo baixista da banda, mas agora afastado, e também do Narnia, Royal Hunt), CJ Grimmark (guitarrista com passagens pelas bandas Narnia, Divine Fire, Rob Rock, Saviour Machine) e o irmão de Liljegren, Hubertus, responsável pelos vocais gauturais que dão um patamar diferenciado para o álbum.

O trio ainda aproveitou e regravou algumas antigas canções, o que até ficou legal, mas desnecessário.

Grandes destaques ficam para “Time For Salvation”, “Unchain My Soul” (com Hubertus detonando), “To Love And Forgive” (refrão e coros grudentos), “Even At My Lowest Point” (bela melodia) e “Never Surrender” (forte!).

Inicia-se uma nova era para a banda e, por que não, para os músicos que, mesmo mantendo outros projetos (Germán promete seu primeiro disco solo ainda para este ano, Liljegren segue divulgando sua nova banda Golden Ressurection), estão com força total, não esperando por uma volta do Narnia ou para viver do passado. Divinefire ressuscitado e um dos melhores discos de Power Metal Sinfônico deste ano até agora.


Stay on the Road


Texto: Eduardo “EddieHead” Cadore

Fotos: Divulgação


Ficha Técnica

Banda: Divinefire

Álbum: Eye of the Storm

Ano: 2011

País: Suécia

Tipo: Power Metal/Metal Sinfônico


Formação

Jani Stefanovic (Guitarras, Baixo, Bateria, Teclados)

Christian Liljegren (Vocal)

Germán Pascual (Vocal)


Participações Especiais

Pontus Norgren (Hammerfall)

Thomas Vikström (Therion, Candlemass, Stormwind)

Markus Sigfridsson (Harmony)

Andreas Passmark (Divinefire, Narnia, Royal Hunt)

CJ Grimmark (Narnia, Divine Fire, Rob Rock, Saviour Machine)

Hubertus Liljegren (Crimson Moonlight e Sanctifica)


Tracklist

01.Time For Salvation
02. Hold On
03. Unchain My Soul
04. Bright Morning Star
05. To Love And Forgive
06. Even At My Lowest Point
07. Send Me Out
08. Masters And Slaves
09. The World's On Fire
10. Never Surrender
11. Masquerade
12. Close To The Fire

Myspace

http://www.myspace.com/divinefireofficial

Ouça várias canções do disco no Youtube

http://www.youtube.com/results?search_query=Divinefire+2011&aq=f

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Clássicos: The Fragile Art of Existence - A Derradeira Obra Prima de Chuck Schuldiner



Qualquer trabalho associado a Chuck Schunilder, tanto no Death quanto no Control Denied, já tem o mérito de ter sido concebido a partir de uma das mentes mais geniais da história do Metal.

A exaltação que vemos ao nome do guitarrista/vocalista do Death, banda responsável pelo estabelecimento de um estilo de Metal, não é apenas devido a sua trágica morte por câncer. Da sua mente e experiência, brotaram grandes e clássicos discos de Metal Extremo.

O Mestre empunhando sua guitarra: riffs e letras cortantes!

Mas talvez nenhuma obra assinada por ele seja tão especial quanto o primeiro e único disco do Control Denied, sua última banda.

Composto e gravado após Chuck descobrir que estava com câncer, “The Fragile Art of Existence” (1999) é sua última obra completa lançada (confira aqui no Road a volta do Control Denied neste ano) e, não a toa, sua masterpiece (peça máxima, mestre).

No extremo da união do Death Metal com o Metal Progressivo, aliado a música clássica, esse álbum contou com Tim Aymar (vocal, Pharaoh), Richard Christy (bateria, Death, Iced Earth, Charred Walls of the Damned), Steve DiGiorgio (baixo, Death, Iced Earth, Charred Walls of the Damned, Testament) e Shannon Hamm (guitarra, Death).

A sonoridade está bem menos agressiva e pesada que na sua banda anterior. Podemos considerar o álbum um trabalho de Prog Metal, mas que flerta nos riffs característicos do Death Metal em certos momentos

Além de uma das mais belas e intrigantes capas já feitas, um dos elementos essenciais e que são até mesmo o ponto alto do disco são as letras.

O quinteto responsável por um dos discos mais marcantes do Metal

Como dito, Schunilder enfrentava um câncer. A situação iminente de morte (já que câncer não é totalmente curável), aliado ao interesse pela temática “morte” (afinal, o nome da sua lendária banda é Death), fizeram com que o debut do Control Denied trouxesse reflexões acerca da vida e da morte, de forma bem existencialista e com passagens que remetem ao filósofo alemão Friedrich Nietzsche (século XIX).

Chuck escreveu em “Expect the Unexpected”:

“E quando a vida parece completa,

Ele vem e nos derruba,

O elemento surpresa

O vingativo ataque!

Por trás de você o colocará,

Em um estado de deja-vu

Aqui vem ele mais uma vez

Mostrando sua terrível face”.



Tamanha genialidade em poucas palavras só poderia vir de alguém que vive na arte da vida e está passando pela morte iminente. Chuck conseguiu, com esse disco, mais do que nunca, criar ordem a partir do caos, já que sua vida desmoronava diante do câncer, mas ao mesmo tempo se descobria humano e potente.


Como forma de celebrar o retorno da banda (para realizar o sonho de Chuck de terminar o segundo álbum) e os 12 anos do trabalho inicial, o disco foi relançado em uma versão tripla.


No primeiro CD, temos o álbum como já o conhecemos. No CD 2 e 3 temos gravações demos das canções do álbum, ora em verso diferenciadas, sem vocais, ou com arranjos distintos, o que deixa claro com que esmero o último trabalho em vida de Chuck foi criado.


A luxuosa edição é o mínimo que essa mente revolucionária do Metal merece. Se ele possui uma consciência após a morte ou não, pouco importa. Afinal, é por aquilo que fez em vida que para sempre será lembrado.


O vocalista Tim Aymar (esquerda) com Chuck Schulnider


Munido de companheiros de grande habilidade e criatividade, Chuck nos brindou com apenas oito faixas, mas que, ao longo dos menos de 45 minutos ao total, nos fazem refletir sobre a morte, a vida, enquanto curtimos riffs empolgadíssimos, vocais singulares, bateria com quebra de ritmos muito longe do clichê e baixo destacado.


Músicas como a já citada “Expect the Unexpected”, “The Fragile Art of Existence”, “When the Link Becomes Missing” e “Consumed” (que abre o disco) fazem da obra algo sem precedentes na história do Metal.

Pesquisando sobre o disco há alguns meses atrás, percebi que, embora um grande trabalho, muitos são os que criticam o disco, sobretudo por este apresentar um som menos pesado e agressivo, voltado ao Metal Progressivo.


Aí me questiono: qual o sentido de Chuck ter montado esse projeto e dado um tempo no Death, se o objetivo fosse fazer um som semelhante? Particularmente respeito muito a sonoridade do Death, mas diante de uma obra-prima como “The Fragile Art of Existence” (perfeita em tudo, nas letras, música, arte, filosofia, etc), fica difícil não adora-lo como o maior e mais completo álbum da carreira do guitarrista, bem como um dos melhores discos da década de 90, entre todos os gêneros.


Como já noticiado, o restante da banda pretende dar continuidade ao trabalho do Control denied, finalizando composições deixadas por Schulnider, encerrando definitivamente e, esperamos, à altura, o valor artístico e revolucionário do Mestre Chuck!


Stay on the Road


Texto: Eduardo “EddieHead” Cadore

Fotos: Divulgação


Ficha Técnica

Banda: Control Denied

Álbum: The Fragile Art of Existence

Ano: 1999 (relançado em 2011)

País: EUA

Tipo: Metal Progressivo/Death


Formação

Chuck Schuldiner (Guitarra)

Tim Aymar (Vocal)
Shannon Hamm (Guitarra)
Steve DiGiorgio (Baixo)
Richard Christy (Bateria)


A nova edição em formato digipak triplo: limitada a 1000 cópias apenas!

Tracklist

1. Consumed
2. Breaking the Broken
3. Expect the Unexpected
4. What if.?
5. When the Link Becomes Missing
6. Believe
7. Cut Down
8. The Fragile Art of Existence


Site em Memória ao guitarrista

http://www.emptywords.org/

Ouça a música “Expect the Unexpected”

http://www.youtube.com/watch?v=anczqsRxgik

Veja o vocalista cantando músicas da banda

“Consumed” http://www.youtube.com/watch?v=_Ch5-GGX1Jw

“Expect the Unexpected” http://www.youtube.com/watch?v=6eKMywQF5xM&feature=fvsr

Saiba mais sobre o relançamento

http://www.metalized.ca/content/controldenied-thefragileartofexistence-3cd-remastereddigipak-2010-amrc

terça-feira, 24 de maio de 2011

Clássicos Brasil: “Tocado a Vento” (2008) - Um Genuíno Folk Metal Sulista


Quando se fala em Folk Metal, a primeira menção que nos vem a cabeça é a música celta natural, pois grandes expoentes desse estilo bebem dessa fonte (vide o Tuatha de Danann e o Skyclad). Porém, na origem correta do termo, a tendência é de ser uma leitura mais regional, e com essa proposta é que trabalha a banda Austhral e, como eles se denominam, a única banda de Folk autentica no Brasil.

Formada no ano de 2004 em Florianópolis/SC pelos irmãos irmãos Cristian e Marlon Derosa com o intuito de realizar uma proposta musical diferenciada, misturando sonoridades vindas do Black e Death Metal com ritmos sulinos como o chamané, ou influências diferenciadas, como flamenco ou o tango.

É nesse ponto que a originalidade dos caras aflora porque como eles mesmo defendem no seu Myspace: se os nórdicos podem ter orgulho de sua cultura, porque não nós?

Sendo que todos esses predicados se apresentam no primeiro e até agora único álbum dos caras: “Tocado a Vento”. Lançado pelo selo catarinense Face the Abiss, com uma temática que envolve os conflitos tão marcantes na nossa região do país, principalmente a Guerra dos Farrapos.

Falando sobre o álbum, ele conta com um line up composto por Cristian Derosa (guitarras), Marlon Derosa (bateria), Leonardo Chagas (vocais e baixo)e Salles de Moraes (teclados) que mostram a variedade já citada acima, pois faixas como “Forgotten Fields” e “Ruinsland” são extremas: impossível não bangear ao som das mesmas.

Logo após, as outras faixas seguem uma tendência que é uma mescla de musica agressiva com elementos folclóricos sendo impossível apontar uma faixa em função da outra, porém “The River Farm” é uma daquelas que rouba a cena ao lado de “Sacred” que, com seus 7 minutos, consegue transmitir um clima apocalíptico.

“Secret Cave” e a instrumental que dá nome ao álbum mantem alto nível o trabalho dos caras, que demonstram o poder da cena catarinense, e principalmente um trabalho original que revela uma banda a frente do seu tempo.

E a melhor noticia vem agora: depois de 2 anos de silêncio a banda marca seu retorno para até final desse ano com um trabalho instrumental chamado “Continente”.

Estaremos de olho, pois com certeza será mais um trabalho marcante no undeground nacional.


Texto: Harley

Revisão: Eduardo “EddieHead” Cadore

Fotos: Divulgação


Ficha Técnica

Banda: Austhral

Álbum: Tocado a Vento

Ano: 2008

País: Brasil

Tipo: Folk Metal


Formação

Cristian Derosa (Guitarras)

Marlon Derosa (Bateria)

Leonardo Chagas (Vocais e Baixo)

Salles de Moraes (Teclados)


Tracklist

01) Forgotten fields

02) Ruinland

03) Floresta Dell Ombra

04) The river s Farm

05) Conquered Nature

06) Sacred

07) Secret Cave

08) Tocado a Vento

09) September

10) The Horns Firts Sound

Myspace: http://www.myspace.com/austhralv


segunda-feira, 23 de maio de 2011

Tributos: Hordas Underground Homenageam Ícones do Black Metal Nacional

Tributo atrasa, mas prima pela qualidade: novo marco do Black Metal brasileiro

Sendo um admirador do Metal brasileiro, acreditando que nossos headbangers não deixam a dever em nada em termos de ótimas bandas e público, fiquei honrado com o mais novo item que comprova a união da cena.

Recebi como presente da banda Brutal Morticínio uma grande obra que deve entrar para a história do Black Metal brasileiro, pela mobilização de várias bandas underground (cheias de dificuldades financeira, deslocamento, apoio, etc) para homenagear aquele que é, com certeza, o maior nome do Black Metal feito aqui e ainda ativo: Amen Corner.

Para quem não sabe, a Amen Corner é um grupo de Black Metal, oriunda da capital paranaense Curitiba, que ao longo de suas quase duas décadas de existência (que serão completadas em 2012), dedicou-se ao Black Metal blasfemo e herético, desenvolvido por e para aqueles adoradores do som mais brutal e trabalhado.

Amen Corner em uma das suas formações!

O grupo não tem uma discografia muito extensa (ano passado marcou ano de lançamento do novo álbum), reflexo das dificuldades de se tocar Black Metal no nosso país. Mas nem por isso tem sua importância diminuída, sendo lembrada inclusive fora do Brasil e em países com clássica tradição no gênero, como a Noruega.

Para marcar a história desse quarteto (que passou por várias mudanças na formação), a Belial Songs e Impaled records colocou em prática esse tributo que é o primeiro oficial ao Amen Corner.

Os treze hinos são executados por treze bandas brasileiras, entre elas grupos bastante respeitados no underground, como a Brutal Morticínio (banda que já tivemos o prazer de entrevistar e acompanhar ao vivo), Amaduscias (infelizmente encerrou as atividades este ano), Doomsday Ceremony e Supremacy of Evil.

Brutal Morticínio (RS) também prestou homenagem à banda!

Estamos acostumados a pensar que o underground só oferece material de baixa qualidade (devido a falta de estrutura). Porém, “The Return of the Sons of Cain – A Tribute to Amen Corner” (2010) desmente essa ideia, na medida em que capricha desde a seleção de bandas (todas detonando e fazendo jus ao nome da horda curitibana), à produção sonora (impecável, com poucos deslizes e sem soar “moderno” demais) e a arte gráfica (encarte de 18 páginas, todas envernizadas, contando fotos das treze bandas, endereço para contato e uma declaração de cada acerca da banda homenageada).

Amaduscias (RS): participação no tributo foi uma de suas últimas gravações

As bandas conseguiram manter a sonoridade da original respeitada, mesmo que algumas tenham realizado algumas adaptações, o que deve ser bem aceito pelos fãs (se for para ser totalmente igual, qual o sentido?).

Não poderei destacar quais bandas se saíram melhor, pois todas, dentro da sua proposta, honraram a Amen Corner, caprichando no peso e agressividade. Mas quem quiser dar uma conferida rápida, pode escutar sem medo “Zigurates Baal” (Impacto Profano), “Black Thorn” (Amaduscias), “My Soul Burns in Hell” (Brutal Morticínio), “The Sons of Cain” (Warriors of Metal), “The Creators Prid e the Anguish of the Accused” (Supremacy of Evil) e a soturna/épica "Seventy Seven Guardians" (Misdeed).

Os conterrâneos Doomsday Ceremony marcam território!

Fica aqui nossas congratulações às bandas, aos idealizadores, à Belial Songs e distribuidoras que divulgam esse incrível trabalho, digno de figurar como um marco na história do Metal Extremo nacional. Agradecemos à Brutal Morticínio pelo presente e dedicatória!


Stay on the Road

Texto: Eduardo “EddieHead” Cadore

Fotos: Divulgação


Ficha Técnica

Banda: Várias

Álbum: The Return of the Sons of Cain – A Tribute to Amen Corner

Ano: 2010

País: Brasil

Tipo: Black Metal


Tracklist (banda e música)

01. Cryptic Lorn - Black Empire
02. Sades - Babylon, Might and Glory
03. Thorny Woods - Lamentation and Prize
04. Impacto Profano - Zigurates Baal
05. Celebration of Evil - Camos God Of The Gods
06. Amaduscias - Blackthorn
07. Heia - On The Throne With Lucifer
08. Brutal Morticínio - My Soul Burns in Hell
09. Ars Tenebrae - Endless Solitude
10. Warriors of Metal - The Sons of Cain
11. Misdeed - The Seventy Seven Guardians
12. Doomsday Ceremony - Diabolic Possession
13. Supremacy of Evil - The Creator´s Pride: The Anguish Of The Accused


Adquira o tributo e outros produtos

http://www.myspace.com/belialsongs666

http://blasphemicartdistro.blogspot.com

Myspace da Amen Corner

http://www.myspace.com/amencornerhorde

Confira matéria sobre a banda e sua discografia

http://apaistermusic.blogspot.com/2008/04/amen-corner-discografia.html

domingo, 22 de maio de 2011

David “Rock” Feinstein: Mostrando Sua Força no Metal

Muito mais que "apenas" primo de Dio

Para a galera mais entendida no Rock Clássico e Heavy Metal, conhece o nome David “Rock” Feinstein. O guitarrista tem uma história que, como acontece muitas vezes, mereceria muito mais atenção.

Infelizmente, os trabalhos das bandas do cara nunca alcançaram o espaço devido. O contrário aconteceu com seu primo, ninguém menos que Ronnie James Dio que se tornou como um deus para os Headbangers do mundo todo e que há quase exato um ano nos deixou (câncer no estômago o matou).

Elf em 1974

David e seu primo Dio já tocavam juntos lá em idos dos anos 60 (!?), obtendo certo reconhecimento com a banda ELF na década seguinte, cujo vocalista iria ser chamado depois para integrar a nova banda de Richie Blackmore (o Rainbow) e, depois, nada menos que o Black Sabbath (o resto é história).

Acontece que com o fim do ELF, David montou o The Rods nos anos 80, banda que se dedicava mais a um Heavy clássico, enquanto ELF apresentava mais um Hard Rock.

Porém, o The Rods ficou sempre na penumbra, com seletos seguidores ao redor do mundo e muito pouca visibilidade, mesmo sendo “a banda do primo de Dio”. Provavelmente apenas na cidade natal do grupo, Nova York, obtiveram reconhecimento, mesmo tendo dividido palco com grandes nomes do Metal mundial, como Metallica e Iron Maiden.

Na esquerda, David com o The Rods no palco

Entretanto, com a morte de Dio e sua participação no primeiro álbum solo do primo, o nome David Feinstein passou a ser o foco dos fãs do falecido Dio.

Obviamente que o álbum “Bitten By the Beast” (2010) tem seus méritos próprios e Feinsten fez um dos discos mais Heavy Metal de 2010, criando e tocando todos os instrumentos (exceto a bateria, que ficou com o total desconhecido Nate Horton). Entretanto, inevitável que com a morte de Dio e o uso do marketing de que a canção “Metal Will Never Die” seria a “última canção de Ronnie James Dio”, colocaram o primo em evidência.

Agora, se a gravadora ou o próprio parente usaram da morte de Dio como trampolim, é outro papo. A verdade é que o mundo todo voltou seus olhos para a canção e, claro, para o restante do disco.

David não trazia material novo desde 2004. O fim do The Rods ainda nos anos 80 meio que afastou o guitarrista ainda mais do mainstream do Heavy Metal. Porém, desde 2009 trabalhou no sucessor de “Third Wish” (2004) e também na volta do The Rods (que acaba de lançar o álbum “Vengeance” e também tem Dio participando).

“Bitten By the Beast” é um álbum sensacional, para dizer o mínimo. As nove faixas que compõem o álbum (sendo uma a regravação do Elf) trazem aquele Heavy Metal old school, saído direto dos anos 80, o que nos impressiona muito, já que a quase totalidade das bandas daquele período trazem muitos outros elementos que acabam descaracterizando a sonoridade original.

Este não é o caso desse trabalho de David. Já de cara, temos “Smoke on the Horizon”, uma das melhores do álbum. Claro que os destaques são sempre as guitarras. Feinstein tem uma criatividade incrível, mas sem “inventar moda”. O cara sabe que o que queremos são riffs secos, rápidos e empolgantes.

De início você estranha um pouco o vocal do cara. Há nítidas diferenças da época do The Rods e seu vocal ficou até um pouco abaixo dos demais instrumentos, o que soa meio estranho. Mas isso foi proposital, como revelou o guitarrista.

“Evil in Me” também detona, caprichando ainda mais no refrão. A bateria de Nate Horton acrescenta bastante velocidade, usando bumbos duplos. Aqui fica uma crítica: será que ninguém mais consegue tocar Heavy Metal com pedal e bumbo simples? Felizmente, Nate não abusa dos bumbos, mesmo usando-os o tempo todo, não soa como uma bateria de Power ou Prog Metal. Ponto para Feinstein que, mesmo não gravando o instrumento, passava as ideias de como queria que Nate tocasse.

David, o engenheiro de som e Dio durante a gravação de "Metal Will Never Die"

Ainda temos “Break Down the Walls”, com riffs e solos comendo desde o início, refrão grudento, bateria marcante. Mas é o que vem a seguir é que nos faz arrepiar.

Dio soube de seu câncer ainda em 2009, embora seu estado tenha se agravado realmente ano passado, vindo a falecer em 16 de maio. As datas dos shows da turnê de sua atual banda Heaven and Hell aja haviam sido canceladas quando Dio cantou essa que provavelmente já se tornou clássica, tanto pela qualidade, quanto pelo contexto: “Metal will Never Die”.

Além de Dio, temos nela a presença de Carl Canedy (bateria) e Garry Bordonaro (baixo), companheiros do The Rods. Mas é Dio que encanta, como sempre. Mesmo com claros sinais de deterioração de sua voz (se você comparar com o último trabalho do baixinho, que foi o “The Devil You Know” no Heaven and Hell), o vocalista marca, ajudado pela letra, seu amor pelo Metal e a lealdade dos fãs. Até parecia uma última mensagem do vocalista para seus fãs e o mundo.

A canção foge do restante do disco. Enquanto as demais músicas são mais rápidas, esta é arrastada, no melhor estilo Black Sabbath, o que agrada com certeza os admiradores da banda.

Mas o disco não se resume apenas à esse hino. “Kill the Demon” retoma a sonoridade mais “cativante”, seguindo com a ótima “Rock’s Boogie”, para mim, o melhor riff e a mais empolgante do disco.

Os riffs simples de Feinstein, aliado ao vocal bem Rock & Roll, e uma levada toda inspirada de bateria, colocam a canção como um dos momentos “up” do disco. Como curiosidade, a música recebeu o mesmo nome da jams que o Elf fazia ao vivo, com muitos solos e improvisações, como contou o guitarrista para a Roadie Crew (nº 146).

O álbum caminha pro final com as grandes “Give Me Mercy” (seguindo exatamente a mesma proposta das demais) e “Run for Your Life”. Mas a “surpresa” é “Gambler Gambler”, regravação da última faixa do álbum “Elf” (1972), que além de apresentar alguns novos arranjos, agora tem David nos vocais. Confesso que considerava a música a mais fraca do álbum original, mas ouvi-la regravada quase 40 anos depois, deu um upgrade nela. Agora ouço com outros ouvidos.

Este disco ficará marcado, não apenas como um dos últimos registros de Dio (juntamente com o novo do The Rods), mas como um dos melhores (senão o melhor) trabalho de David Feinstein pós Elf (quem já ouviu a banda, sabe que dificilmente algo superaria aquelas canções).

O disco já não é novidade. Mas sabemos que muitas pessoas não o conhecessem e um trabalho de tamanha garra e amor ao Heavy Metal não poderia ficar de fora do Road to Metal. OBRIGATÓRIO!


Stay on the Road


Texto: Eduardo “EddieHead” Cadore

Fotos: Divulgação


Ficha Técnica

Banda: David Rock Feinstein

Álbum: Bitten By the Beast

Ano: 2010

País: EUA

Tipo: Heavy Metal


Formação

David "Rock" Feinstein (Guitarras, Baixo e Vocal)

Nate Horton (Bateria)


Participações especiais

Ronnie James Dio (Vocal)

Carl Canedy (Bateria)

Garry Bordonaro(Baixo)


Tracklist

1. Smoke on the Horizon

2. Evil in Me

3. Break Down the Walls

4. Metal Will Never Die (participações Dio e The Rods)

5. Kill the Demon

6. Rocks Boogie

7. Give Me Mercy

8. Run for Your Life

9. Gambler Gambler


Myspace

http://www.myspace.com/davidrockfeinstein

Site Oficial (DESATUALIZADO)

http://www.rockfeinstein.com/

Ouça “Metal Will Never Die” com Dio

http://www.youtube.com/watch?v=uBRsr7AAVbo&feature=watch_response

Veja raro vídeo do Elf em 1974

http://www.youtube.com/watch?v=d6prX1RVjW8