domingo, 29 de maio de 2011

Na Mira da Navalha: Cradle of Filth – Toda a Beleza Se Foi...

Esta é uma das mais novas seções do Road to Metal. Chamada Na Mira da Navalha, a cada postagem você irá conferir um texto que caminha entre o polêmico, o radical e o extremo, onde os redatores "chutarão o balde" ou colocarão "à prova" algum grupo ou assunto, buscando expressar sua opinião. A ideia não é impor verdades absolutas, mas demonstrar o que pensam os redatores sobre assuntos que são pautas nas conversas antes de shows, ou entre amigos num churrasco regado com muito Metal. E, claro, a galera pode comentar! Stay on the Road


O inicio da década de 90 foi um período dourado (ou amaldiçoado, se preferir) para o Black Metal em geral. No Brasil, o estilo ganhava força, na Noruega o Inner Circle fazia o movimento pegar fogo (literalmente), enquanto a cena inglesa que estava um pouco apagada, revelava para o mundo o original Cradle of Filth.

A banda nos anos 90, ainda usando corpse paints clássicas e executando Black Metal

Formado em Subfolk no ano de 1992, o seu estilo musical era uma verdadeira revolução, sendo que até o rótulo Black Metal também é discutível, já que seus trabalhos apresentam elementos sinfônicos, industriais e até mesmo góticos.

Sua discografia nunca foi uniforme, sendo que a cada lançamento novas texturas e influências se apresentavam ao som da banda só que...

Podemos traçar uma linha de até onde a originalidade e principalmente a grandiosidade do CoF termina. Sendo que o álbum “Midian” (2000) fecha um ciclo de trabalhos realmente relevantes.

O que vem depois é uma sucessão de álbuns onde o experimentalismo, as melodias agridoces e os sons inexpressivos dominam. Exemplos não faltam como verdadeiras heresias para os fãs das antigas como “Damnation and a Day” (2003) e “Nymphetamine” (2004).

“Darkly Darkly Venus Aversa” de 2010 tenta resgatar a velha fórmula, mas a confiança dos fãs já estava quebrada, e para piorar tudo isso, as performances ao vivo ficavam abaixo do aceitável. Que um vocalista erre uma ou outra nota é aceitável, mas tentar em todas e errar em grande parte delas é, no mínimo, lamentável.

O que mais me frustra é que com essa nova proposta o Cradle of Filth veio conquistando novos fãs que de certo nunca ouviram faixas como “Funeral in Carpathia”, mas devem pensar que o Dani é algum parente do Marylin Mason.

Pessoalmente, acredito que o berço da imundice terminou. Não só os vocais e sim a fórmula perdeu a sua essência, sendo que qualquer CD de “volta às origens” irá soar falso e oportunista, pois se um dia o CoF foi Black Metal deveria seguir exemplo do Emperor e ter terminado no ápice da carreira e não ladeira abaixo.


Texto: Harley

Revisão: Eduardo “EddieHead” Cadore

Confira alguns vídeos clipes oficias da banda e tire suas conclusões

From the Cradle to Ensalaved

http://www.youtube.com/watch?v=ga-kd2Z0XtI&feature=related

Her Ghost in the Fog (do álbum Midian)

http://www.youtube.com/watch?v=49ZJqqrr6jk

Nymphetamine (do álbum homônimo)

http://www.youtube.com/watch?v=6dW6aNAZGTM

Mannequin (do álbum Damnation and a Day)

http://www.youtube.com/watch?v=oVhhEku6ECA&feature=relmfu

The Death of Love (do álbum Godspeed On The Devil's Thunder)

http://www.youtube.com/watch?v=K_aMnV1uaCY

The Foetus Of A New Day Kicking (do álbum Thornography)

http://www.youtube.com/watch?v=ujeQBGS70lA&playnext=1&list=PLB00DB97F1A1B8B9E

Forgive Me Father (I Have Sinned) (do álbum Darkly Darkly Venus Aversa)


Obs: o texto é de total responsabilidade do autor, não sendo, necessariamente, o ponto de vista de toda a equipe Road to Metal.

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