No final do ano 2.000, em paralelo ao Sentenced, Ville Laihiala formou o Poisonblack, para colocar o seu lado guitarrista para fora, afinal, no Sentenced ele era "apenas" (entre aspas, porque o Sentenced com Ville, forjou um Metal sombrio, de melodias melancólicas, porém, cativantes, criando uma identidade própria) o responsável pelos vocais, e, como ele mesmo afirmava, se sentia mais um guitarrista do que vocalista e até não imaginava que ficaria mais conhecido pelos seus vocais, até que entrou no Sentenced, em 1996, substituindo Taneli Jarva.
Tanto que no começo do Poisonblack, de maneira a desvincular as inevitáveis comparações com sua Banda principal na época, e, lógico, porque pretendia ser somente o guitarrista, os vocais ficaram a cargo de seu amigo Juha Pekka, do Charon. Assim nasceu o Poisonblack, com o debut "Excapexstacy". Logo em seguida, Ville acabou tendo que assumir também os vocais da então banda paralela.
Com o fim das atividades do Sentenced, em 2005, Ville passou a dedicar tempo integral ao Poisonblack, consolidando cada vez mais a Banda na cena, e, certamente, contando com a simpatia dos fãs orfãos do Sentenced.
Dia 27 de abril, tivemos o lançamento oficial do quinto trabalho completo da Banda, "Drive", num período curto de tempo em relação ao trabalho anterior, "Of Rust And Bones", de 2010, período curto considerando os padrões atuais!
"Drive" foi precedido pelo single "Mercury Falling", uma música que estaria em qualquer trabalho do Sentenced da era Ville, pois possui todas aquelas características, como a base pesada e a melodia melancólica e "grudenta" na guitarra, nada devendo às criações da dupla de guitarras do Sentenced, Tenkula/Lopakka, e, lógico, os vocais característicos de Ville, sempre criando as melodias e refrãos que casavam perfeitos na fórmula consagrada da Banda.
"Drive" foi gravado na Dinamarca, sob a produção de Tue Madsen (que também trabalhou com bandas como Exmortem, The Haunted, Mnemic, Sick of it All), e a Banda descreve o resultado como "a perfeita união de porrada sem descanso e momentos sombrios", além de afirmarem que a Banda nunca soou tão bem como agora.
A empolgação natural de quem lança um novo trabalho??? Bom, a reação dos fãs com o single já foi muito boa!
Realmente, já na faixa de abertura, "Piston Head", o peso já pega, numa música com pegada, bem na veia proposta por Ville para o Poisonblack, Rock Pesado, mais direto e sombrio e com um refrão daqueles que ele sabe muito bem fazer.
Ao longo da audição, podemos concluir que as afirmações do release estavam certas em sua empolgação, porque o CD soa muito bem, e alterna momentos e canções mais diretas e pesadas, com melodias sombrias, como na "Good Day for the Crows", com riffs pesadões e uma parte viajante de guitarra no meio e a balada amargurada "From Now-Here to Nowhere", que com os backings femininos, colocados ao fundo, que deram um ar ainda mais melancólico a música.
"The Dead-End Stream" é outra que me chamou a atenção, trazendo também características bem Sentenced , uma "semi-balada", com refrão grudento e novamente com alguns arranjos de vocais femininos ao fundo, na parte final da música. "Futile Man", também segue um andamento mais lento, que com os arranjos de Hammond, ganha um ar ainda mais dramático, e mais uma vez Ville mostra sua capacidade de forjar melodias melancólicas e refrões cativantes. "Scars", também é outra canção que, assim como deixou a mim, deixará os fãs de Sentenced felizes.
Com certeza um disco que pode elevar a Banda a outra condição, nada que vá mudar o mundo, mas neste CD Ville trouxe ainda mais à tona as características sonoras do Sentenced, mesclando a proposta inicial do Poisonblack, sem medo de ser feliz.
Altamente indicado para os fãs de Ville, do Sentenced, que cada vez mais tem no Poisonblack uma opção para preencher o vazio deixado pelo fim da Banda, que com a morte de Mika Tenkula em 2009, provavelmente quase perderam as esperanças de um retorno.
Mas essas semelhanças seriam mera apelação a fim de angariar mais seguidores para o Poisonblack? Acho que não. Afinal, Ville ajudou a forjar a nova fase do Sentenced após sua entrada, e nada mais natural que cedesse ao Metal sombrio, melódico e melancólico do Sentenced que corre na suas veias.
Line Up:
Ville Laihiala - Vocals & Guitar (Sentenced, Breed, Negative, Dead City Babies, Rotten Angel)
Antti Remes - Bass (Damage (Fin), Mythos (Fin), Solution 13, Sicknote, Audacity, Mary, Pekka Tapani & Avioero)
Marco Sneck - Keyboards (Afterworld, Kalmah, Mental Voice, Reflexion, Stargazery, Charon (Fin), Ferocia, Marco Sneck's Chamelion, Slippery When Wet, Pekka Tapani & Avioero , Nothnegal)
Tarmo Kanerva - Drums (Sentenced, Magga, Solution 13, Breed, Confusion Red)
1. Piston Head
2. Mercury Falling
3. A Good Day For The Crows
4. Maggot Song
5. From Now-Here to Nowhere
6. Sycophant
7. The Dead-End Stream
8. Futile Man
9. Scars
10. Driftwood
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