domingo, 30 de dezembro de 2012

IX Obscure Faith Festival: Para Abrir as Portas do Inferno em Satan Maria

9º edição acontece dia 12 de janeiro de 2013

Os Maias podem ter errado a previsão, mas se o mundo fosse acabar com certeza a data seria 12 de janeiro em Satan Maria (Santa Maria/RS) que irá receber o IX Obscure Faith Festival, evento já tradicional na região que sempre se destaca por trazer bandas das vertentes mais extremas do Metal. E o Road to Metal não poderia ficar de fora como apoiador deste histórico evento underground. 

Na sua nona edição o festival irá contar com as seguintes bandas: 

Dyingbreed traz músicos experientes da cena extrema

Dyingbreed: Banda de Death Metal de São Leopoldo/RS que, por mais que seja nova, tem na sua formação criaturas que já passaram por hordas como Unmaker, Hateworks e Decimator, ou seja, só banda “leve” e é claro que essa experiência conta a favor da banda que despeja doses cavalares de Metal extremo, tendo como referências grupos como Morbid Angel, Cannibal Corpse  e Slayer, prova disso você encontra na demo “Killing the Image of Your God", que apresenta uma fusão muito saudável de Death com Thrash Metal. Guarde esse nome, um grupo que ainda vai arrebentar muitos pescoços por ai.

Banda de Death Metal de Pelotas/RS promete ser uma das mais extremas da noite

Postmortem: Para quem acompanha o undeground nacional esse nome não é nenhuma novidade. Banda batizada em homenagem ao Slayer, teve no seu início uma forte tendência para o Thrash, mas foi no Death Metal que eles encontraram sua essência. Após algumas mudanças de formações e terem acrescentado a sua massa sonora uma segunda guitarra, a banda lançou em 2007 a demo “Out of Tomb”, e é provavelmente baseado nesse material que a banda irá executar pertados como “Decomposition On High Degree” e “Possession Of Spirit And Flesh”.

Hate Handles vem direto de Caxias do Sul/RS para tocar no Obscure Faith


Hate Handles: Os Manuseadores do Ódio vem trazendo para o fest toda agressividade do Thrash Metal com uma veia mais moderna, abusando do groove com um grande trabalho de senso de melodia. Possuem na bagagem o trabalho intitulado “Die In Hands of Believers”, trazendo 9 faixas com destaques para as arrasa quarteirão “Deceived, Keep to the Disease” e “Bring You Back”. Atualmente a formação do grupo é Maicon Dorigati (guitarra), Jonatan Mazzochi (bateria), Matheus Dalalba (baixo) e Charles Magnabosco (vocal).

Human Plague é a banda mais nova e garante muita energia no palco


Human Plague: A caçulinha do festival e prata da casa, formada no final de 2011, a Human Plague vem ganhando espaço cada vez maior com sua fusão de Death/Thrash e Black Metal, principalmente com uma presença de palco brutal que vem ganhando rasgados elogios, seja nas suas composições próprias ou executando os mais variados covers. A Human Plague conta com a seguinte formação: André Corrêa (vocal), Cássio F. Lemos (baixo), Carlos Armani (bateria) e Marcelo Martins (guitarra). 



Mental Horror: Aqui não tem muito o que dizer, afinal de contas, esse é um dos maiores representantes da cena extrema nacional. O que dizer de obras primas como “Proclaiming Vengeance” ou “Blemished Redemption” (leia a resenha aqui)? A banda está voltando a ativa e promete mostrar o porque são conhecidos como mestres do brutal Death Metal. Assista e descubra porque os europeus se renderam perante a destruição sonora provocada por esses gaúchos.

Outro grande diferencial do festival é que, além das bandas de eximia qualidade, o público ainda terá a chance de presenciar a exposição dos artistas Fran Cullau e Dayvison Zambiazi.

Então, um evento imperdível para começar o ano da maneira mais extrema possível. Todos os caminhos levam para Satan Maria! Hail Obscure Faith!

Texto: Harley
Revisão e edição: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação


Informações
Evento: IX OBscure Faith Festival
Data : 12 de janeiro 22horas 
Cidade: Santa Maria/RS
Local: DCE – UFSM
Endereço: Rua professor Braga número 79 

Obtenha mais informações via Facebook

sábado, 29 de dezembro de 2012

Doro: A Rainha Não Perde a Majestade

Novo disco não ousa, mas garante o padrão de qualidade da vocalista


São mais de 30 anos dedicados ao Heavy Metal, desbravando os anos 80 como uma das poucas e a mais respeitada mulher do Metal, o que, após o sucesso com o Warlock e uma carreira solo com grandes trabalhos, fizeram a alcunha Metal Queen (Rainha Metal) cair como uma luva para a loira moça alemã que hoje tem 48 anos de vida.

Sendo a verdadeira entidade feminina do Metal mundial, citada por 11 a cada 10 vocalistas femininas de todo o mundo, Doro Pesch segue mostrando que, se não ousa, no mínimo garante aquele Heavy Metal tradicional que só ela e sua banda sabem fazer.

E é isso que temos em “Raise Your Fist” (2012), lançado em outubro, e que marca como sendo seu 12º trabalho de estúdio, tendo os fiéis escudeiros Nick Douglas (baixo) e Johnny Dee (bateria), que a acompanham desde os anos 90, além dos mais recentes Luca Princiotta (guitarra e teclados), que substituiu Oliver Palotai (tecladista do Kamelot e Sons of Seasons), e Bas Maas (guitarra), como responsáveis a dar o suporte necessário à Rainha.

Doro sempre acompanhada de competentes músicos

Sabendo que Doro possui uma relação muito próxima com grandes nomes do Rock, algo cultivado após dezenas de turnês ao redor do mundo, não poderia faltar aquela participação especial que os fãs esperam e, neste disco, a loira acertou mais uma vez, convidando seu amigo de longa data Lemmy Kilmister (Motorhead) para cantar numa das baladas do disco, “It Still Hurts”. Aliás, Doro contou que criou a canção ao perceber que ainda sentia-se magoada por um antigo namorado quando este ligou convidando-a a ser madrinha de seu filho.

"Hero" homenageia Dio (direita), dois anos após sua morte

Mas é o Heavy Metal que marca mais presença ao longo das 13 faixas, o que já começa com a candidata à clássico “Raise Your Fist In The Air”, single do álbum (veja o vídeo clipe abaixo) e que começa o disco muito bem, para seguir com outros grandes destaques, como “Coldhearted Lover” e “Rock Till Death”, esta com um dos melhores refrãos do álbum e também com os melhores riffs da dupla Luca e Bas.

“Grab The Bull (Last Man Standing)” remete ao clássico som do Warlock, contando com participação de Gus G, atual guitarrista de Ozzy Osbourne e Firewind, que mostra que, além de ser um grande guitarrista, é um workholic que sempre está dando palinhas por aí. “Revenge” também deve agradar já na primeira audição e é uma das mais fortes composições do álbum.

Vale destacar “Hero”, faixa dedicada à Ronnie James Dio (morto por um câncer em 2010). Já na entrevista que realizamos com a cantora (veja aqui), Doro anunciara que estava compondo a faixa, já que, diz a vocalista, “ele foi a minha principal inspiração como cantor e como ser humano, e sou tão agradecida que tive a oportunidade de viajar com ele e conhecê-lo um pouco...”.

Doro está impecável (assim como a arte da capa e encarte, cheio de informações e de alta qualidade já disponível em versão nacional) e descrever seu vocal não é nossa pretensão, pois é quase que impossível que alguém jamais a tenha ouvido, especialmente se tratando em headbangers. Então, confira os sons abaixo, adquira o seu “Raise Your Fist” e ouça com os punhos no ar, pois isto aqui é puro Heavy Metal!

Texto e edição: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: Doro
Álbum: Raise Your Fist
Ano: 2012 
País: Alemanha
Tipo: Heavy Metal
Gravadora: Nuclear Blast

Formação
Doro Pesch (Vocal)
Nick Douglas (Baixo)
Johnny Dee (Bateria)
Luca Princiotta (Guitarra e Teclados)
Bas Maas (Guitarra)



Tracklist
1. Raise Your Fist In The Air 
2. Coldhearted Lover 
3. Rock Till Death 
4. It Still Hurts (com Lemmy Kilmister) 
5. Take No Prisoner 
6. Grab The Bull (Last Man Standing) (com Gus G)
7. Engel 
8. Freiheit (Human Rights) 
9. Little Headbanger (Nackenbrecher) 
10. Revenge 
11. Free My Heart 
12. Victory 
13. Hero

Acesse e conheça mais sobre a artista

Compre o CD via Die Hard clicando aqui.

Assista ao vídeo clipe oficial de “Raise Your Fist in the Air”


sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Hammerfall: DVD de Aniversário Revisita 15 Anos de História

15 anos são comemorados com clássicos de todos os discos e participações especiais

Embora hoje em dia não esteja mais tão em evidência, a banda sueca Hammerfall, inevitavelmente, é um dos grandes nomes do Power Metal mundial, emplacando desde o primeiro álbum “Glory to the Brave” (1997) clássicos como "Steel Meets Steel" e "Glory to the Brave".

E para comemorar os 15 anos de carreira, em 28 de julho de 2012, a banda se apresentou em seu país natal, na cidade de Dalhalla, em uma arena diferente, com um “lago” envolvendo o palco, fazendo um show especial que, além de trazer todos os clássicos de todos os discos, ofereceu a oportunidade de reencontro entre ex-integrantes, como Mikael Stanne (atual Dark Tranquility), que canta em “Steel Meets Steel” (vale lembrar que ele nem chegou a gravar com a banda em estúdio), bem como do guitarrista Stefan Elmgren, último a deixar a banda, em 2008.

Foram 26 músicas e mais de duas horas de duração que deram luz à “Gates of Dalhalla”, lançado em 30 de novembro em formato DVD/CD duplo, o que oportunizou aos fãs conferirem clássicos como “Heeding The Call”, “Riders Of The Storm”, “Crimson Thunder”, sempre presentes nas turnês da banda, assim como músicas da fase mais recente da banda, como “Any Means Necessary” e “Last Man Standing”.

Palco inusitado trouxe clima diferenciado ao DVD da banda

Muitos fãs que já assistiram o DVD (que saiu também em Blu-Ray) estão considerando-o, finalmente, o trabalho ao vivo à altura da carreira da banda, ideia esta que faço coro, afinal, sempre parecia ficar faltando algo a mais, o que foi oferecido em “Gates of Dalhalla”, sem tirar nem por.

15 anos de história muito bem representadas em set list especial

Anders
O único “porém” é a participação do público. Embora o local seja singular e deu um clima bonito (especialmente em “Always Will Be”, que ficou mais linda ao anoitecer e com as tochas), há um longo espaço entre a banda e o público, o que deixou a plateia tímida a maior parte do set, apenas com alguns mais exaltados. Quebrou o clima de um show real da banda, o que não chega a comprometer demais o resultado final. Ainda no DVD, temos um curto “por trás da cena”, que poderia ser um pouco mais extenso (dura menos de 10 minutos) .

Oscar
Como a noite mostrou-se festiva, não poderia faltar a participação de Jesper Strömblad (ex-In Flames, Sinergy), importante integrante da história da banda e um dos membros fundadores, que toca em “The Dragon Lies Bleeding”, desta vez como guitarrista, já que quando fazia parte do Hammerfall seu instrumento era a bateria. 

A participação mais “curiosa” e inesperada é de Roger Pontare, músico tradicional da Suécia que, ao lado de Joacim Cans (vocal), executam “När Vindarna Viskar Mitt Namn”, música deste artista, criando um dos momentos mais curiosos, já que a banda fez uma releitura Metal do som e que casou legal com o vocal do artista, bastante aclamado na Suécia. Finalizando as participações, um coral nas três últimas faixas trouxeram mais elementos sinfônicos ao som da banda.

Joacim Cans, vocalista da banda desde o primeiro álbum há 15 anos

Mas, e a atuação dos integrantes atuais? Não é preciso dizer que Cans está cantando como nunca e com leveza, embora esteja longe de ser um dos grandes da cena mundial. Oscar Dronjak (guitarra) mostra que é mais um líder do que propriamente um grande guitarrista, já que sempre se focou nas bases, agora tendo em Pontus Norgren o responsável pelos solos. Na bateria, o já veterano Anders Johansson chega até a fazer um solo interessante, mas nada genial, assim como o baixista Fredrik Larsson que é eficiente e faz seu trabalho sem grandes exaltações.

Para a clássica "Hearts on Fire", a participação de todos os convidados e equipe

Hammerfall não está no seu auge, mas com imagem abalada com os fãs mais tradicionais desde os últimos dois discos de estúdio. A verdade é que “Gates of Dalhalla” veio bem a calhar, já que a banda pretende apenas oferecer material inédito em 2014, deixando, até lá, um ótimo DVD, que vai agradar a todos os fãs, para, quem sabe dessa reunião, recarregar as baterias e voltar a oferecer grandes álbuns de Power Metal, como o fez na década de 90 e inicio dos anos 2000.

Texto e edição: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: Hammerfall
Álbum: Gates of Dalhalla (DVD/CD)
Ano: 2012
País: Suécia
Tipo: Power Metal/Heavy Metal
Gravadora: Nuclear Blast

Formação
Joacim Cans (Vocal)
Oscar Dronjak (Guitarra e Vocais de Apoio)
Pontus Norgren (Guitarra)
Anders Johansson (Bateria)
Fredrik Larsson (Baixo)



Tracklist do DVD (em CD, é duplo)
01. Patient Zero
02. Heeding The Call
03. Any Means Necessary
04. B.Y.H.
05. Riders Of The Storm
06. Let's Get It On
07. Crimson Thunder
08. Renegade
09. Blood Bound (com Stefan Elmgren)
10. Last Man Standing (com Stefan Elmgren)
11. Fury Of The Wild (com Stefan Elmgren)
12. Drum Solo: Anders Johansson
13. Always Will Be
14. Dia De Los Muertos
15. Steel Meets Steel (com Mikael Stanne)
16. Threshold
17. The Dragon Lies Bleeding (com Jesper Strömblad)
18. Let The Hammer Fall
19. När Vindarna Viskar Mitt Namn (com Roger Pontare)
20. Something For The Ages
21. The Templar Flame
22. Oh Fortuna (com Team Cans)
23. Glory To The Brave (com Team Cans)
24. One More Time (com Team Cans)
25. Hammerfall
26. Hearts On Fire (com todos os convidados)

Acesse e conheça mais sobre a banda

Assista ao trailer do DVD


Veja “Threshold”


Voodoopriest: Single de Estreia Impressiona Positivamente


Nova banda de Vitor Rodrigues (centro) lança single para download

Quando Vitor Rodrigues anunciou sua saída do Torture Squad, muitos não acreditaram, e temeram tanto o futuro da banda quanto o do vocalista, porém após alguns meses de silencio, Vitor anunciou sua nova banda batizada de Voodoopriest, que ao seu lado vieram músicos de experiencia da cena nacional, mas uma dúvida que pairava no ar: como iria soar o som deste novo grupo?

E após liberarem o Web-single "Reborn" (que pode ser baixado aqui) o quinteto formado por Vitor Rodrigues (vocal, ex-Torture Squad), Renato De Luccas (guitarra, Exhortation), César Covero (guitarra, Endrah), Bruno Pompeo (baixo, Aggression Tales) e Edu Nicolini (bateria, ex-Nitrominds), mostram que vieram com tudo, com um som agressivo, mas diferente do que Vitor fazia no Torture Squad, claro que a composição transita entre o Thrash e o Death Metal, porém com uma veia mais tradicional e grooveada.


Falar da competência de cada músico é chover no molhado: Vitor continua cada vez mais agressivo, com linhas vocais ainda mais poderosas e diversificadas, aliado a riffs potentes e grooveados de César e Renato, que também apresentam solos precisos e com boas melodias, e a cozinha precisa, técnica e mais do que agressiva e pesada de Bruno e Edu.

Vale ressaltar a qualidade de gravação de "Reborn" que é fantástica, tudo muito bem dosado e nivelado. A produção ficou a cargo de Brendan Duffey e Adriano Daga, sendo que a gravação foi feita no Norcal Studios em São Paulo.


Em outras palavras podemos esperar um grande lançamento para 2013, pois a prévia que a banda apresenta neste single é de cair o queixo.

Texto e edição: Renato Sanson
Revisão: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: Voodoopriest
Single: Reborn
Ano: 2012
País: Brasil
Tipo: Thrash/Death Metal

Acesse e conheça mais a banda:



quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Lince: Natureza Sonora Captada em Vídeo de Estreia

Após lançar seu disco de estreia, Lince libera vídeo clipe oficial

Recentemente lançado, o álbum de estreia “Zero” (2012) da banda de Santa Catarina (Brasil) Lince tem obtido ótimas críticas, sejam elas tecidas pela mídia especializada ou pelos admiradores da boa música, a verdade é que o grupo foi uma das ótimas revelações de 2012 e, se tudo correr da forma que se espera, terão todo 2013 para desbravar o Brasil e até mesmo fora dele.

Dentre os talentos da banda, o vocalista Alírio Netto (centro), um dos cogitados ao posto do Angra

Isso porque o grupo cai agora na divulgação mais intensa do álbum, tendo acabado de lançar o primeiro vídeo clipe oficial do disco, para a música “Natural”, faixa que compõe o citado trabalho de Alírio Netto (vocal), Reny Perucchi (piano), Daniel Carelli (guitarra), Arthur Boscato (baixo) e Filipe Maliska (bateria).

O vídeo clipe foi gravado em Xanxere, interior de Santa Catarina, e traz a banda executando “Natural” em meio à uma floresta, intercalando com cenas do protagonista que parece retratar ou o conflito ou a união do não-natural, criado pelo homem, com o natural, a natureza.

A canção em si é a que melhor retrata a proposta do Lince, que pode ser considerada uma banda de Rock/Metal Progressivo, que bebe da fonte da música brasileira, como Bossa Nova (inclusive, bastante evidente no vídeo), além de elementos como o Jazz e o Blues, em certos momentos.

Vídeo clipe de "Natural" fora gravado na cidade de Xanxere, em Santa Catarina (Brasil)

O álbum “Zero” saiu pela MS Metal Records e, como todo bom trabalho, tem obtido reconhecimento, sendo citado por sites como Metal Samsara, onde o redator Marcos Garcia teceu os seguintes comentários: “Quando o CD começa a rolar, fica claro e evidente que a banda é bem homogênea em matéria de talento musical”. O site Whiplash também publicou resenha, onde o autor Ben Ami Scopinho disse que “o resultado final é ritmicamente complexo e pontuado por mudanças tão bruscas de sonoridades em uma mesma canção que a combinação consegue exalar boas doses de uma saudável pretensão”.

Álbum "Zero" vem obtendo grandes elogios da imprensa nacional

Também preparamos matéria sobre o disco, cujo acesso pode ser feito diretamente clicando aqui. Abaixo, assista ao vídeo da banda falando sobre o surgimento do grupo, a gravação do álbum e do vídeo clipe de “Natural”, que você assiste também abaixo.

Texto/edição: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação


Assista ao making of do álbum


Veja “Natural”, vídeo clipe oficial


quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Bioface: Muito Além do Rótulo Metalcore


Só a simples menção do nome Metalcore já causa arrepio nos fãs mais conservadores, e não é por menos, pois o estilo foi se tornando tão modinha, que não é raro deparamos com bandas de visual medonho e músicas bisonhas, que só por terem um gritinho ou um vocal mais scream, já são rotuladas como Metal.

Mas para nossa contemplação, existem bandas que batalham pelo seu lugar ao sol, e mostram como diferencial um som de qualidade, sem abrir mão da sua agressividade tão necessária ao estilo. Vindo do ABC paulista, a banda Bioface finalmente chega no seu trabalho oficial e já deixa o recado que agora a coisa ficou séria, e vieram pra quebrar pescoços.

Sem querer se prender a rótulos, pois a banda transita do Thrash para o Hardcore com muito groove, impossível não lembrar de bandas como Lamb Of God e Pantera, mas tudo muito agressivo.

Na parte temática sou obrigado a dizer que a banda acerta mais uma vez, com letras em português e críticas ácidas a sociedade, um verdadeiro soco no estômago, porém nada disso seria possível se o vocal fosse um cachorro rouco, e aí está mais um diferencial da Bioface: Régis tem ferocidade nas linhas vocais, mas é tudo audível e bem feito.


A audição do CD é no mínimo empolgante, abrindo com a faixa “Mente Alterada” e seu refrão que deve ser cantando em plenos pulmões nos shows da banda, indo para a violentíssima “Corrosão”, um show por parte do batera Leandro, e as grooveadas “Ninho de Cobra” e  “Reagir”, música essa que tem uma versão em espanhol como bônus muito legal.

“Invasão” e a faixa que nomeia a banda também são destaques totais, alem do álbum ter o aval e a participação de Marcelo D´Castro (Necromancia), Sammliz Samm (Madame Saatan), André Alves (Nitrominds) e Gepeto (Ação Direta), com a  produção a cargo dos mestres  Marcelo Pompeu e Heros Trench (Korzus).

Pancadaria consciente, mais um trabalho para os banger brasileiros baterem no peito com orgulho e apoiar a nossa cena.


Texto: Luiz Harley
Edição/revisão: Renato Sanson
Fotos: Divulgação


Ficha Técnica
Banda: Bioface
Álbum: Bioface
Ano: 2012
País: Brasil
Tipo: Thrash/HC/Metalcore


Formação:
Régis Carbex (Vocal)
Marcelo Antônio (Guitarra)
Marco Aurélio (Baixo)
Leandro Cavalheri (Bateria)




Tracklist
01. Mente Alterada
02. Corrosão
03. Ninho de Cobra
04. Hierarquia
05. Invasão
06. Animismo
07. Reagir
08. Atos Impunes
09. Favela
10. Neglicência
11. Face Negativa
12. Bioface
13. Destruir
14. Reagir (versão espanhol “Reaccionar”)


Acesse e conheça mais a banda


terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Entrevista Soulspell - Ato I: Com Quantos Talentos se Faz uma Metal Opera?


Passado algum tempo após o lançamento do ACT III do pioneiro Soulspell Metal Opera, conversamos com Heleno Vale e mais algumas das "descobertas" do projeto, que, além de mostrar que, apesar de todas as dificuldades, é possível realizar um trabalho dessa grandeza e qualidade e em nível internacional, reunindo músicos renomados internacionalmente e grandes nomes da cena nacional, e revela a cada lançamento novos talentos como Daísa Munhoz, uma convicção do próprio Heleno desde o início, e que a convidou a fazer parte do projeto interpretando um dos personagens principais da saga, e hoje a cantora não é apenas uma revelação, mas uma afirmação; Jéfferson Albert, um dos finalistas do primeiro concurso de vocalistas do projeto, e que hoje integra o cast que se apresenta ao vivo, destacando-se principalmente pela sua versatilidade vocal, e Pedro Campos, mais uma grata revelação e vencedor do último concurso.

Pois bem, nesta entrevista, que foi dividida em duas partes (ou dois atos, para entrar no clima do projeto!), conversamos com os três jovens talentos do nosso Metal anteriormente citados, e, claro, com o criador e mentor do projeto Heleno Vale. Nesta primeira parte, apresentamos a vocês o papo com Daísa, Jéfferson e Pedro, além de um relato de Heleno a respeito dessas "novas caras" que o Soulspell vem revelando, e na segunda parte, que será publicada dia 06/01/2013*, apresentaremos o restante da conversa com Heleno, que falou mais sobre o projeto, sobre a realização do "Hollow's Gathering", os resultados alcançados até agora e muito mais! Confira abaixo o primeiro ato!


Road to Metal: Um dos grandes méritos do Soulspell, além, claro, de reunir grandes vocalistas brasileiros já experientes, é o de revelar novos nomes, como os já consolidados Daísa Munhoz e Jefferson Albert. Gostaria que você falasse um pouco sobre estes 2 jovens talentos, e também os novos nomes que aparecem neste ACT III, Pedro Campos, Victor Emeka e Lígia Ishtani.

Heleno: Sim. É um prazer falar sobre todos eles. Vou começar pelo Jefferson Albert. Primeiramente posso dizer que, apesar de ele não ter vencido o concurso para vocalistas do qual ele participou (ele chegou à final), eu o considero o maior talento revelado até então, mesmo maior que Raphael Dantas e Pedro Campos, por um simples motivo: sua voz é única no planeta. Eu não conheço outro vocalista vivo que possa fazer as artimanhas que ele faz. Fora isso, o Jefferson é uma das pessoas mais maravilhosas que já conheci, portanto estou orgulhoso que ele tenha se tornado meu braço direito no projeto. 

Sobre a Daisa Munhoz, eu acho que ela é realmente o maior talento brasileiro em questão de voz, que poderia inclusive, com certa tranquilidade, participar e vencer alguns programas do tipo ídolos, The Voice Brasil etc. É que o brasileiro infelizmente demora um pouco pra perceber as coisas, pois se a Daisa fosse uma vocalista da Alemanha, Suécia ou Finlândia, o país inteiro já estaria a seus pés. E não estou falando somente de vocais femininos e nem de estúdio. Ela é a melhor de todos dentre todos os gêneros ou situações. Ela é uma das melhores artistas do planeta Terra, dentre todos os tempos.

Com muito talento e potencial, Daísa Munhoz vêm conquistando mais e mais espaço na cena Metal
Sobre o Pedro Campos, posso dizer que tem um alcance fenomenal, uma versatilidade maravilhosa e que será certamente um dos grandes vocalistas desse país. Sobre o Victor Emeka eu já comentei bastante na pergunta anterior. Ele perdeu a final do último concurso para o Pedro Campos por décimos de nota, ou seja, praticamente houve um empate, portanto ele é um vocalista com um potencial tão grande quanto o Pedro. Sobre a Lígia Ishitani, eu posso dizer que adoro o timbre suave dela, é um ser humano muito especial, uma grande artista, e espero que ela possa se envolver cada dia mais com o Heavy Metal.


RtM: Pessoal, descrevam como é para vocês estar fazendo parte desse projeto inédito no Brasil, que chega agora a sua terceira parte, e continua a revelar talentos da nossa cena?

Jéfferson: Nossa! Em primeiro lugar fico honrado de estar participando desta entrevista com Heleno Vale  que considero um dos melhores compositores do mundo, entre todos os gêneros, e o tenho como um amigo de verdade, e que me deu uma oportunidade única! E que oferece oportunidade a todos os artistas desse País! Desde que ouvi o Legacy of Honor virei fã do Soulspell e fiquei MUITO feliz de participar da final do primeiro concurso em que Raphael Dantas foi campeão, nunca imaginei que poderia participar da banda ao vivo! Quando ele me mandou email para conversar sobre entrar no time ao vivo, nossa nem conseguia dormir direito!  Enfim, sou e sempre serei um fã do Soulspell que têm a sorte de poder participar do time! 

Jéfferson Albert se destaca pela versatilidade vocal



Daísa: é um privilegio tão grande que por mais que eu passe a vida agradecendo pela oportunidade, não vai ser suficiente. É indiscutível o quanto aprendi nas gravações nesses três álbuns, o quanto cresci musicalmente e quantas pessoas maravilhosas encontrei nesse caminho.

E o mais legal é saber que não sou a única: a quantidade de talentos revelados pela Soulspell é algo realmente impressionante e mostra ao Brasil inteiro o quanto podemos chegar ao mesmo nível de bandas internacionais.






RtM: E você, Pedro? Que inclusive foi o vencedor do último concurso...

Pedro Campos: Pra mim é uma grande honra porque além de tudo sou fã do projeto, desde que lançou eu já ouvia e ficava sonhando em fazer parte desse grande projeto com minha voz, surgiram os concursos e eu tentei no primeiro, fiquei entre os dez primeiros vocalistas e não desisti, tanto que consegui vencer o segundo e fiquei muito feliz!

RtM: E qual a sensação de ter suas vozes ao lado de gente como Tim Ripper, Amanda Somerville, Blaze Bayley e outros? Neste ACT III tivemos o maior número de convidados internacionais da história do Soulspell.

Jéfferson: Não têm como descrever, todos que participam dos discos, tanto vocalistas como instrumentistas são fenomenais, e eu estar dentro de tudo isso, é complicado, nossa já furei discos do Soulspell de tanto ouvir, e às vezes ainda não acredito que faço parte desse trabalho tão grandioso e lindo! Vescera, Amanda, Ripper, Blaze... são todos monstros do Metal, a alegria é imensa!

Daísa: Na verdade, eu acho que por um momento o choque é tão grande que você realmente se pergunta se é merecedor da vaga, sabe? Mas no fim das contas, você percebe que é a recompensa por seu esforço, por seu talento, por tantos sonhos idealizados, por tanta luta, e então você para de se perguntar. Mesmo que minha carreira acabe aqui, graças ao Heleno e sua luta por um sonho, vou ter minha voz imortalizada nessas gravações ao lado de tanta gente talentosa.

Pedro Campos foi o vencedor do segundo concurso de vocalistas do Soulspell
Pedro Campos: Minha voz estar ao lado do Tim e o Blaze é incrível, pois foram caras que eu ouvia muito para cantar Heavy Metal, então ouvir essas faixas são de grande emoção para mim e tenho certeza que para muitos fãs do Metal Nacional também, pois o que o Heleno está fazendo é extremamente mágico!

RtM: E a respeito dos seus personagens na história? Gostaria que vocês falassem sobre como se prepararam para interpretar os personagens, para incorporar a história?

Jéfferson: Bom, com relação ao personagem Padyal, foi meio que uma mistura muito grande de nervosismo pressão e vontade de fazer algo único. Heleno sempre acompanhava pedindo o vigor e força que o personagem têm que passar, afinal Padyal é um cara muito malvado, e precisa ser entendido como tal,  as gravações do Soulspell como estudo são demais de boas! 

Pedro Campos: Tentei sentir a emoção do personagem nos trechos, eu me senti completamente dentro da história, deixei meu coração me guiar nas faixas, o que não foi muito difícil pois as emoções que são passadas nas músicas são incríveis! As músicas são de uma climática fantástica, na qual você se sente parte da história facilmente,



RtM: E a nossa "Judith"?

Daísa: Tirando nossa grande reunião de mãos dadas antes de o show começar e o figurino da Judith, não me preparo pra incorporar nada. A magia simplesmente acontece em cima do palco, quando o Heleno solta a introdução e nosso cérebro dispara adrenalina. É durante a execução das músicas que eu me transporto para aquele mundo e sinto as letras enquanto canto.

RtM: Jéfferson, fale um pouco mais pra gente sobre suas influências, como começou a cantar e como é estar recebendo tantas críticas positivas? Inclusive vi em várias resenhas internacionais elogios a você.

Jéfferson: Sempre estive envolvido de alguma forma com música, quando criança estudei piano até 12 anos, depois toquei trompete, trombone e bombardino em banda marcial. Sempre gostei de rock por influência de tios, Elton John, John Lennon, Engenheiros do Hawaí, Ozzy, Black Sabbath, Dio! Após a morte de meu pai acho que fiquei meio doido e comecei a cantar já meio velhinho (risos), com 21 anos! Com relação à criticas, acho todas importantes, tanto construtivas quanto destrutivas, e sei que sempre temos que aprender mais e mais, afinal isso é o significado da vida para mim, mas lógico que fico muito feliz com elogios, nossa, nem acredito que to dando entrevista (risos)! DEMAIS!!


RtM: Daísa, lembro que em uma entrevista que fizemos você contou que quase não participou do projeto, devido a problemas que passou um tempo atrás, mas o Heleno lhe deu força, e tivemos a sorte de o Soulspell ter, de certa forma, revelado ao Brasil uma maravilhosa vocalista! Hoje você é praticamente uma unanimidade. Fale um pouco sobre esse momento que você vive e seus próximos trabalhos, como o álbum do Vandroya, e se você tem convites para participar de outros projetos?

Daísa: Obrigada. Eu realmente me sinto privilegiada. Tenho muito a agradecer. Eu disse naquela entrevista que a Soulspell me trouxe sangue renovado nas veias, e é a mais pura verdade. Eu estava bem desencanada da cena, tive ondas de pensamentos negativos, quase mergulhada numa depressão, achando que minha voz não era suficiente.


Naquela época, a Vandroya tinha dado um tempo nas atividades, pois estávamos todos nos sentindo sem inspirações, tínhamos perdido integrantes, sem vontade pra lutar, aquela sensação de a cada seis meses ter que recomeçar do zero, sabe? O Heleno e a Soulspell me chamaram de volta pra vida, e eu fui esperta o suficiente pra entender e aceitar. Dai pra frente, só coisas maravilhosas: experiências de estúdio e turnês, pessoas e contatos incríveis... Era a vida me colocando de frente pra um mundo novo cheio de inspirações, e daí pra recomeçar com a Vandroya foi um pulo. 



O Heleno nos incentivou demais, nos ajudou com contatos e com a experiência que ele tinha. Unimos nossas forças mais uma vez e olha só o resultado: a Vandroya tem um disco maravilhoso nas mãos, chamado “ONE”, contrato com três gravadoras (Voice Music no Brasil, Inner Wound na Europa e Spiritual Beast no Japão) e está recebendo respostas extremamente positivas vindas do mundo todo. 

O que mais posso querer? Eu estou num momento maravilhoso da minha carreira. No Brasil, o disco sai na primeira semana de fevereiro. Até agora não tive nenhum convite pra participar de outros projetos, mas posso dizer que ando coletando contatos incríveis.

RtM: E você, Pedro, que está despontando também como uma grata revelação (inclusive sendo o vencedor do último concurso do Soulspell) e vem recebendo muitos elogios, quais seus planos imediatos e como você entrou no mundo da música?

Pedro Campos: Meus planos são de continuar firme no Heavy Metal tentando mostrar meu trabalho para os fãs. Estou atualmente fazendo alguns shows com a banda Hangar e está sendo incrível, mais um passo que dou na minha carreira de uma forma que jamais imaginei que conseguiria, estar ao lado de um ídolo que tenho é fantástico, Aquiles é uma pessoa fora do comum, uma pessoa com uma luz própria e que eu admiro muito!

Eu comecei como todo bom amante do Heavy Metal, ouvindo bandas como Iron Maiden, Guns n´Roses, Skid Row e as nacionais claro! Minhas principais influências são Axl Rose, Sebastian Bach e André Matos.

Continua: Dia 06/01/2013 será publicada a segunda parte da entrevista! * Seria publicada anteriormente no dia primeiro, porém, para dar mais prazo para a participação na promoção Road/Soulspell, prorrogados os prazos para dia 06/01. (Ass.: Equipe Road 31/12/2012)

Entrevista: Carlos "Caco" Garcia
Colaborou: Renato Sanson
Edição: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação, arquivo pessoal Road e Soulspell, demais indicado os autores nas próprias

Site Oficial

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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Resenha de Shows: Estreia do Moonspell no Rio Grande do Sul

Estância Velha/RS (Brasil) recebeu a lendária banda portuguesa pela primeira vez

Quando divulgado que a banda portuguesa Moonspell viria ao Rio Grande do Sul, a primeira cidade a ser pensada, claro, fora a capital Porto Alegre/RS. Acontece que, dentro da proposta do projeto cultural EST+Cultura, a pequena Estância Velha/RS, na região metropolitana, foi o palco para a estreia da banda de Dark/Doom/Gothic Metal em terras gaúchas na noite de 15 de dezembro de 2012.

Grande público aguardava ansioso o Moonspell
Havia um receio de que, devido à localização do evento, teríamos um baixo público, mas esta impressão foi por água abaixo ao chegarmos ao estacionamento da Arena Palco 7, mais nova arena de shows da região, onde encontramos longas filas aguardando a esperada noite onde, além das estrelas, teríamos as bandas gaúchas A Sorrowful Dream e Estação das Brumas.

Com um tratamento profissional, fomos credenciados com facilidade e podemos assistir à passagem de som da banda, antes da abertura oficial dos portões. E já aqui, ao ver a banda portuguesa acertando seu som, tivemos a certeza de que teríamos um dos melhores eventos do ano e com uma das melhores estruturas sonoras do estado.

Com atraso e mudança na agenda, Moonspell se apresentou primeiro, após pronunciamento emocionado dos idealizadores do projeto, bem como da produção Makbo, que mostrou ter capacidade para eventos do porte, mesmo que alguns erros tenham sido relatados por algumas pessoas, como problemas com o Meet & Greet (encontro com a banda) e acesso interno ao local, além de problemas com o som das bandas posteriores ao Moonspell.

Finalizando a Alpha Mundi Tour em terras brasileiras (o derradeiro show aconteceu uma noite depois, em São Paulo/SP), Fernando Riberio (vocal) e sua banda sobem ao palco, muito bem decorado, para executar a fenomenal “Axis Mundi”, faixa de abertura do álbum em divulgação “Alpha Noir” (2012), com Ribeiro usando um capacete temático de gladiador, marchando no palco, ao ritmo tribal da canção. Sem conversas e com o público gritando a plenos pulmões, outra do mesmo álbum, a emblemática “Alpha Noir” seguiu o massacre.

Fernando Ribeiro mostraria, ao longo de todo show, o grande frontman que é
Em meio a muitas ovações, Ribeiro anuncia “Finisterra”, a primeira das faixas mais antigas, afinal, todos estávamos esperando os grandes clássicos, tanto por ser a primeira vez da banda no sul quanto pelo grupo estar a comemorar seus 20 anos de existência. Seguindo “Night Eternal”, e o público parecia, a cada faixa, ficar mais empolgado, literalmente agindo como animais, no bom sentido, claro, com a energia que qualquer banda gostaria de ver no seu público.

Com a qualidade sonora do local, bem como a presença de palco dos integrantes (vale mencionar o baixista Aires Pereira que não é um membro efetivado da banda, mas os acompanha em shows ao vivo e estúdio, e mostrava-se um dos mais ativos), iriam se exaltar ainda mais com a clássica “Opium”, que, juntamente com “Alma Matter” e “Fullmoon Madness”, eram das mais aguardadas, e o público respondeu à altura.

Entre uma música e outra, Ribeiro tecia elogios ao público gaúcho, agradecendo inclusive as pessoas que vieram de todo o estado, mostrando que sabia que não haviam apenas pessoas do município, mas sim a grande maciça maioria viajara de poucos a vários quilômetros para assisti-los (este que vos escreve é um).

Público respondia a cada chamada da banda
Vieram mais canções antigas, como “Awake!” e “Mephisto”, que mantinham o público insano, para levar a banda à uma etapa mais voltada à fase Gothic da banda, como o próprio vocalista falou: “O Moonspell sempre caminhou entre o Metal e a veia mais gótica, e vamos tocar algumas dessas para vocês”. Seguiram-se então as soturnas “Scorpion Flower”, “Nocturna” (uma das mais clássicas dessa fase) e “Everything Invaded”, acompanhada às palmas do público e aos berros no refrão. Muito legal essa fase da banda que, embora não traga o peso da fase mais atual, segue presente como um dos pontos fortes do grupo, com os vocais mais graves do que guturais tomando conta.

Estava na hora de voltar à fase mais recente, pois ainda faltavam grandes canções do recente disco “Alpha Noir” e, ao som de lobos a correr, sabíamos que a esperadíssima “Lickanthrope” (até agora único vídeo clipe do disco) iria despontar nos próximos segundos, com a explosão sonora refletida no público ensandecido que, mesmo tendo agitado desde o começo, aqui investiu ainda mais energia  Era fácil ver muitos cabelos voando. Sensaciona!  Uma das canções da atual fase mais pesadas e esperadas por este que vos escreve. Foi de pirar.

Após a quebradeira, Ribeiro conversa mais um pouco com o público, para anunciar então a faixa em língua portuguesa, também recente, e bastante esperada (tinha um cara próximo de mim que passou o show pedindo ela): “Em Nome do Medo”. Pulmões ao máximo, o público mostrava, à exemplo das canções anteriores, a sua força e vontade de assistir aos mestres do Metal lusitano.

O guitarrista Pedro Paixão (esq.) agita bastante e reveza-se entre a guitarra e os teclados

Caminhando mais para o fim da primeira parte do show, “Vampiria” é recebida com grande ovação dos presentes, seguida daquele que é o maior clássico da banda, o hino “Alma Matter”, onde a voz de Ribeiro chega quase a ficar inaudível em confronto ao barulho do público.

Temos a despedida para a volta com três músicas no bis. Com a introdução característica, a banda volta para “Wolfshade”, não sem um pequeno problema na guitarra de Ricardo Amorim, que rendeu risadas da banda e público, mas que não quebrou o clima, apenas mostrou que o grupo caíra nas graças dos presentes.

Após o clássico, a única faixa de “Omega White”, lançado juntamente com “Alpha Noir”, a ser executava veio em seguida. Tratou-se da ótima “Grandstand”, que soou bem legal ao vivo, embora tenha sido sentido falta de “White Skies”, música de trabalho do álbum, que aqui na América do Sul só foi executada em São Paulo.

Para finalizar a apresentação, o Moonspell tocou a solicitada “Fullmoon Madness”, deixando o palco com imensa satisfação visível aos olhos e na certeza de que a banda possui um bom público no Rio Grande do Sul e que deverá voltar mais vezes.

Com o público cansado, mas satisfeito, e após uma hora desde o fim do show do Moonspell, a banda A Sorrowful Dream executou algumas canções, todas composições próprias dos seus 15 anos de história, além de uma faixa inédita, que estará no próximo álbum do grupo a sair em 2013.


Moonspell despede-se satisfeito
Infelizmente, mesmo com um bom público, muitas pessoas foram embora (já eram  2 da manhã) e a banda sofreu com problemas no som, já que na maior parte do show a guitarra de Jô Toldo não era ouvida, com a moça tentando consertar o problema em cima do palco, além de que os vocais de Éder eram inaudíveis, apenas quando trazia guturais mais altos é podíamos entender o que estava cantando, uma clara falha da parte sonora do local, o que atrapalhou os méritos da banda, mas que mesmo assim era ovacionada a cada faixa e saiu tendo cumprido seu papel, embora merecesse melhor estrutura.

A Sorrowful Dream
Faltava ainda Estação das Brumas e, quase por volta das 4 da manhã, com um público de menos de 30 pessoas, todos visivelmente cansados, a banda de São Leopoldo/SP levou seu Rock Alternativo, executando duas faixas próprias, cantadas em português, além de covers de Marilyn Manson, que soaram bem próximas a original. Porém, problemas de retorno, aliado ao baixo público e cansaço geral, fez com que a banda encerrasse o show antes do previsto.

Estação das Brumas
Uma noite histórica, com um show enérgico e recheado de clássicos, fez dessa vinda do Moonspell um grande sucesso. Agora, é apoiar o projeto EST+Cultura e os produtores para, quem sabe, termos outras grandes shows em 2013, com valores baixos de ingresso (mérito desta apresentação) e qualidade. 

Agradecimentos: à Makbo Produções pelo credenciamento e tratamento profissional.

Texto e edição: Eduardo Cadore
Fotos: Road to Metal (Dafne Endres)
Fotos - Edição: Izabella Balconi


Set List Moonspell
01 – Axis Mundi
02 – Alpha Noir
03 – Finisterra
04 – Night Eternal
05 – Opium
06 – Awake!
07 – Mephisto
08 – Scorpion Flower
09 – Nocturna
10 – Everythin Invaded
11 – Lickanthrope
12 – Em Nome do Medo
13 – Vampiria
14 – Alma Matter
Bis
15 – Wolfshade
16 – Grandstand
17 – Fullmoon Madness