quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Entrevista: Zombie Cookbook - Os Zumbis Estão Famintos




Hail bangers!
Fãs da música mais podreira com certeza conhecem a Zombie Cookbook, uma banda recente que consegue abranger várias tendências do Metal (com o Death Metal como principal referência), além de uma identidade visual única e uma forte postura que está levando esses mortos vivos a conquistar o underground de jeito.
Com vocês, Zombie Cookbook!

Road to Metal: Hail Cookbook.
Primeiramente, valeu pelos contato vindo diretamente do Pântano. Vamos começar nosso bate papo focando os primórdios, afinal de contas como que  essa legião de mortos se formou e de onde veio as inspirações para temática e nome tão originais?

Dr. Stinky: Tivemos nosso primeiro contato com a música ainda vivos, tínhamos nossa banda, curtíamos mais Death Metal mesmo, mas sempre rolava de puxar algo de Heavy, Thrash, Black, Speed, etc.etc.etc.  Uma coisa que sempre fizemos era nos encontrar pra ver filmes de terror, principalmente lado-b, trocávamos muito quadrinho de terror e isso acabou ficando incrustado no que restou do nosso cérebro.

Dr. Freudstein: É mais ou menos isso, todas essas  coisas misturadas, de forma simples, nojenta e podre.

RtM: Classificar o som de vocês não é uma das atividades mais fáceis porque além do Death Metal mais old school, podemos apontar elementos vindos do Grind, do Thrash e até mesmo do Heavy Metal. Afinal de contas como vocês descrevem a sonoridade da banda e quais bandas vocês poderiam citar como influencias?

Horace Bones: Fazemos um Horror Metal, que mistura todos esses estilos e letras baseadas em filmes de terror, quadrinhos e coisas do tipo. Somos influenciados por bandas como Autopsy, Dismember, Entombed, Megadeth, Anthrax, Ghoul, Murder Squad, Death Breath e etc...

Hellsoldier: Uma coisa que sempre tivemos como base na hora de compor é não termos limite, sabemos da direção da banda e dentro de tudo isto compilamos aquilo que gostamos e apresentamos uns aos outros. Se ficar legal bola pra frente, se não ficar, paciência, porque vontade, determinação, garra e raça é talvez o principal ingrediente da banda.

RtM: Uma pergunta que com certeza vocês já ouviram? Porque afinal de contas seu primeiro lançamento “Cine Trash” é no formato 7ep?  Não existe um receio disso dificultar o acesso dos fãs mais novos tão habituados a IPods e músicas no formato MP3?

HB: Vinil se encaixava melhor com a temática da banda, tanto que tivemos gravadora interessada em lançar essas músicas em CD, mas recusamos, se não fosse em vinil com certeza seria em fita cassete, até já estávamos vendo como lançar em cassete também.

DS: Uma coisa que aprendemos ao longo dos anos enquanto ainda vivos é que as pessoas valorizam mais aquilo que elas não têm do que o que elas têm. O Cinetrash é limitado, 500 cópias no mundo inteiro, em vinil de sete polegadas. Quando isso apareceu pra vendermos saiu muito rápido, tanto que tivemos que solicitar mais cópias para a gravadora. É uma faca de dois gumes realmente, mas nos demos bem nessa.




RtM: Bem, eu garanti o meu no Zoombie Ritual onde vocês fizeram um show brutal, ao abrir a bolachinha fiquei surpreso com a arte gráfica que lembra muito aqueles gibis das antigas com histórias de horror, quem é o artista por trás desse trabalho e existe alguma relação ente as letras das músicas e a capa em si?

HB: A capa foi feita pelo Putrid (Impetigo, Revolting, Offal, etc...) Ele tem um traço bem de HQs de terror antigas, e o desenho foi colorido por mim, também puxando para esse lado de HQs antigas.
Os desenho de dentro são compilações de quadrinhos.
O desenho não tem a ver com as músicas em si, mas com o clima que a banda quer passar!!
RtM: Como foi o contato com a  Fudgeworthy Records, gravadora lá dos Estados Unidos? Vocês continuarão trabalhando com eles nos próximos lançamentos ou procurarão uma gravadora nacional? E como a gravadora é gringa, facilita uma turnê lá fora?  

HB: Tenho contato com o Charlie Infection (Fudgeworthy) há muito tempo, sempre trocava material do Flesh Grinder com ele. Mas há tempo não falava com ele, assim surgiu o Zombie e acabei retomando contato com ele pelo Myspace. Vi que ele está fazendo seus lançamentos, a maioria em vinil e mandei as músicas para ele... Na hora ele quis lançar. 

Não estamos presos a Fudgeworthy, mas já temos programado um split para lançar por ele.
Acho que ajuda na divulgação, tanto que ele esteve na Europa com a banda dele e distribuiu o Cinetrash em mãos por lá. Quem sabe isso ajude numa futura tour.

RtM: “Outside The Grave” está vindo ai. O que já  pode ser a adiantado para os fãs acerca desse novo petardo? Pelas músicas no Myspace vai ser matador, não?

DS: O prazo pra composição dele foi meio apertado, mas aumentamos a quantidade de ensaios e as coisas foram saindo. Quando gravamos o Cinetrash tivemos mais tempo para trabalhar nas músicas, mas éramos em quatro na banda, já no Outside o Guinea Pig acabou entrando na banda e ajudou muito nas composições, talvez sem ele não conseguiríamos terminar tudo dentro do prazo que tínhamos.

DF: Pois é, as músicas, a nosso ver, ficaram do caralho, bem o que queríamos. Conseguimos também que a mixagem e masterização fosse feita a moda antiga, toda analógica, trazendo de novo aquela busca ao old school sabe? Quando terminamos de gravar o pessoal achou que os vocais ficaram meio xoxos, talvez até pelo tempo que tivemos para gravar, aí conseguimos aumentar o prazo e regravamos todos os vocais, aí sim começamos a ver o monstrinho saindo da tumba. hahahaha


RtM: Como a Zombie vê a cena catarinsense? Existe espaço e apoio suficiente ou nossa região ainda tem que melhorar muito nesse aspecto?

HS: Cara, a nossa cena é muito rica, temos bandas boas que talvez se não fosse pela localização geográfica estariam estourando tanto quanto outras bandas brasileiras e estrangeiras. Quem mete a cara se dá bem. É o que estamos fazendo, divulgando ao máximo o nosso som até que todo mundo saiba da nossa existência, nem que seja pra dizer que é uma merda. Hahahahaha.

O que mais nos encanta por aqui acho que são os festivais, hoje temos um número mais reduzido deles, mas temos o Zoombie Ritual que hoje é um dos maiores festivais de metal extremo do país, se não o maior, temos o Orquídea que traz bastante coisa pra quem curte algo mais Hard e Heavy, tem o Otacílio, tínhamos o Bob Rock que esperamos que logo volte à ativa, o River Rock também esperamos logo que volte, Splatter Night que por algum tempo virou festival de mais de um dia, Taki’o, Steel Festival, Scavengers Festival. Vixe cara, se eu ficar aqui falando dos festivais e de tudo que isso proporciona, não só pra nós, mas pro estado e pro Brasil vamos longe. Mas é basicamente isso, várias bandas do caralho, tocando por amor, vários festivais unindo todo mundo e a galera também é bem foda.


RtM: Ao ouvir a banda impossível não lembrar daqueles filmes de terror clássicos e principalmente do saudoso Cine Trash apresentado pelo Zé do Caixão na Bandeirantes. Quais filmes são recomendados para os fãs entrarem no espírito da Zombie? E como admiradores que são o que vocês acham dessa onda de remakes que os filmes de terror clássico vem ganhando hoje em dia?

HB: É bom ver: Trash Náusea Total, Fome Animal, Necromantik, I Drink your Blood, Children Shouldn't Play With Dead Things, os Clássicos do Argento, Fulci, Romero, A saga dos Mortos sem Olhos, Grapes of Death, Burial Ground, os filmes antigos de canibais tipo Holocausto Canibal, Vivos serão Devorados.... Tem muitos filmes a maioria dos anos 70 e 80.

Remakes te deixam curioso para ir ver nos cinemas, mas quando você vê sempre acha que o original é melhor, mesmo colocando muito mais sangue e tripas... Mas parece que não conseguem colocar o clima original do filme.

RtM: Para quem nunca teve chances de ver uma apresentação do grupo descreve para gente como é o show da ZCB?

DS: Nosso show? Cara... nosso show é passar o máximo da podreira e diversão que é tocar no Zombie Cookbook, saca? Gostamos do contato com o público e de ver que eles estão curtindo, estão se divertindo com nossas músicas, assim como a gente se diverte arrancando uns pedaços de carne por aí, entende?

RtM: Sendo uma banda mais voltada para Death Metal mais extremo, qual a opinião de vocês acerca do Death Metal melódico de Gottemburgo? Vocês são fãs de bandas como Arch Enemy e In Flames?

HB: não sou chegado não...

DS: Velho... Arch Enemy e In Flames eu não sou muito chegado. Mas curto demais o At The Gates que é a banda cabeça disso tudo. Não digo que não ouço, mas não tenho nada em casa pra ouvir deles, já o At The Gates pra mim é clássico. Mas essas bandas novas como o The Black Dahlia Murder eu acho muito do caralho, até porque eles têm toda uma temática de filmes de terror também.

DF: Olha... eu gosto de tudo um pouco, se tiver tocando eu deixo tocar, mas não vou atrás. Rsrs

HS: Eu não gosto.

RtM: Já que estamos no começo do ano como os mortos vivos comemoraram o natal? Comendo o Papai Noel? E quais são os planos para 2012?

DS: HAHAHAHAHA. Meio suspeita essa tua pergunta. Mas é uma boa pergunta. Eu não comi ele não, mas passo a bola pros outros aí. Hahahaha

DF: Repasso.

HS: Até tentei arrancar um pedaço dele, mas não deu muito certo não. rsrsrs

HB: Bom... com relação aos planos nossa prioridade é o Outside The Grave, ainda estamos com alguns entraves aí, mas queremos lançar ele agora no começo do ano. Depois disso, vamos sair por aí pra tocar. Queremos divulgar o Outside ao máximo. Dar mais um gostinho para os que compraram o Cinetrash e para os que deixaram de comprar o vinil, pois que adquiram o Outside the Grave, vai estar do caralho! Temos mais alguns lançamentos que talvez não saiam por agora, mas que queremos que saiam neste ano.

DS: Pois é e logo teremos uma novidade boa para todos que caçam cabeças com a gente.

12) Finalizando, Obrigado pela entrevista e a ZCB gostaria de deixar uma mensagem para os leitores do Road to Metal?

HB: Agradecemos primeiramente pelo interesse na banda e pelo contato. Estaremos sempre por aí, na penumbra, procurando carne fresca. Queremos um 2012 bem podre pra todos aí e principalmente para o Road To Metal que vem fazendo um trabalho fantástico.

DS: Que é isso, nós que agradecemos. Somos meio chucros pra entrevistas, mas acho que isso é da baixa oxigenação dos órgãos. Um ano de muito Death Metal e podreiras pra todos nós.

DF: É isso aí. Muito obrigado e muito Gore pra todos nós.

HS: Nos vemos em breve então. Um abraço pra todo o pessoal da Road to Metal e pra todos os leitores.

Entrevista: Luiz Harley
Revisão/edição: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação

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