domingo, 10 de fevereiro de 2013

Celebration Day: O Led Zeppelin Não Acabou, É Eterno


Um dos pilares fundadores da música pesada, que teve seu estopim inicial marcado certamente quando Page criou o "Yardbirds", para em seguida, em 1968, ser reformulado dando início aos "The New Yardbirds", já com o quarteto Page, Pant, Jones e Bonham, e no fim deste mesmo ano, ganhar o nome que estaria para sempre na história da música, Led Zeppelin.  A lenda britânica lançou no, final do ano passado, o filme oficial do show de 10/12/2007, no O2 Arena, em Londres, que marcou o reencontro dos membros remanescentes, mais Jason Bonham, filho do John Bonham, o que não acontecia para uma apresentação completa desde a morte de John, em 1980.

Esperanças de uma reunião de Page, Plant e Jones sempre são renovadas a cada trabalho reunindo alguns desses membros, como "Unledded", em 94, produzido pela MTV, que reuniu Page e Plant.
Não poderia ser diferente em 2007, quando do anúncio do show, que viraria o álbum e o filme, abrindo muitas expectativas sobre mais shows ao redor do mundo, e ainda com a possibilidade de lançamento de material novo, porém as expectativas foram frustradas aos poucos, sempre com tudo cercado de boatos e especulações.


Page afirmou em entrevistas que ele, Jason e Jones durante os ensaios para esse show, criaram muitas coisas juntos, e o guitarrista afirmou ter ficado animado com o que registraram, porém nada em áudio profissional, dizendo ainda que talvez devessem ter levado logo esse material para estúdio. Porém, conforme acompanhamos pelas informações pela imprensa mundial e declarações de Jimmy, Robert Plant é quem não estava a fim de um retorno, chegando até surgir comentários que o Led poderia se apresentar com outro vocalista (falaram em Myles Kennedy e até Steven Tyler).

Falando sobre o show, que pode conferir já a versão oficial e comparar com os bootlegs, percebeu com certeza que existem overdubs e várias coisas foram arrumadas em estúdio, porém em nada diminuem a importância, a beleza e emoção deste registro histórico (imagine quem esteve lá no dia! sendo que alguns ingressos foram leiloados por preços bem salgados!), que nos traz, novamente a esperança de ver a banda na ativa novamente (esperança é a última que morre). Page, Plant, Jones e Jason (que na minha opinião, e na de muitos, pelo que vejo nas publicações redes sociais e conversas com amigos, é a pessoa certa para o cargo, ninguém mais seria mais digno do lugar do pai, além de ser um baterista muito bom e com pegada), desfilam classe, e o show chega a trazer um misto de nostalgia e euforia, com certeza deve ter levado muitos às lágrimas, por tudo que o grupo representou e representa e pela música criada.


O set, como cerca de duas horas de duração traz alguns dos maiores clássicos do grupo, que se confundem com a própria história da música pesada, mostrando aí toda a criatividade e liberdade musical do quarteto, que não se prendia a determinada fórmula, sempre buscando novos horizontes (fato que no início lhes rendeu críticas ásperas, pois estavam muito além da compreensão de algumas mentes pequenas).
Entre canções que vão da ferocidade ao blues, do folk ao Rock & Roll, passando por músicas com orquestrações e baladas que vão crescendo até chegar num final bombástico, o Led Zeppelin era capaz de fazer um álbum pesado, como o II, para em seguida investir em violões no III.


Nas 16 canções apresentadas em "Celebration Day", temos aí representantes de toda essa faceta criativa e sem limites da banda, como "Ramble On", "Black Dog", "Since I've Been Loving You", "Kashmir" e um dos maiores sucessos comerciais do Led, "Stairway To Heaven". Claro, numa discografia de 8 álbuns de estúdio (não contei aqui o "CODA"), com tanto material excelente, sempre alguém vai citar alguma que gostaria que estivesse no álbum, eu por exemplo, acho que "Immigrant Song" tinha que estar de qualquer jeito, assim como "The Rain Song", uma das minhas preferidas do grupo.


Este lançamento oficial demorou, mas valeu a espera, pois a qualidade das imagens e som é excelente, registrando grande momentos, onde o mais importante é a música em si. Dos momentos mais marcantes, destaco a abertura com "Good Times Bad Times", pois sempre tem aquela emoção, e imagino como foi estar lá no dia vendo ao vivo, de ver a banda no palco novamente; "Dazed And Confused", onde Page faz os solos e improvisos com o arco de violino, cercado por lasers, e logo depois emendam "Staiway to Heaven"; a grandiosa "Kashmir", que não canso de colocar no repeat, e o final, com "Rock & Roll", onde é nítida a emoção de Jason, e, assim como ele, com certeza muitos pensaram e pensam: "Será a última vez que a banda estará em palco?";
Como não seria legal se os caras voltassem a se reunir e fazer shows tocando alguns dos seus álbuns na íntegra???? Já pensaram???


O lançamento pode ser encontrado em diversas versões, sendo, se possível, recomendo optar pelo pacote em Blue-Ray com CD duplo. Um fantástico documento para a história e para qualquer fã guardar e que será repassado por muitas gerações.Enfim, o que importa é que a música do grupo vive e se perpetua, vendendo mais de 300 milhões de discos, e renovando sua legião de admiradores e fãs, a boa música é eterna.

Termino aqui, com partes da declaração de Jason falando sobre o que sentiu no final daquele show: "...Nós fechamos o show com Rock and Roll, e meu sonho estava chegando ao fim...Eu não queria que terminasse, me senti próximo de meu pai, de certa forma, como se ele estivesse lá conosco...caminhei lentamente para o camarim e explodi em lágrimas, eu havia realizado meu sonho por completo, estar no palco com o LED ZEPPELIN, a maior banda de todos os tempos. Eu me senti bem, muito bem!!"


Edição e Texto: Carlos Garcia
Revisão: Black Dog


Led Zeppelin-Celebration Day


"Good Times Bad Times" (John Bonham, John Paul Jones, and Jimmy Page) – 3:12
"Ramble On" (Page and Robert Plant) – 5:45
"Black Dog" (Jones, Page, and Plant) – 5:53
"In My Time of Dying" (Bonham, Jones, Page, and Plant) – 11:11
"For Your Life" (Page and Plant) – 6:40
"Trampled Under Foot" (Jones, Page, and Plant) – 6:20
"Nobody's Fault but Mine" (Page and Plant) – 6:44
"No Quarter" (Jones, Page, and Plant) – 9:22
"Since I've Been Loving You" (Jones, Page, and Plant) – 7:52
"Dazed and Confused" (Page; inspired by Jake Holmes) – 11:44
"Stairway to Heaven" (Page and Plant) – 8:49
"The Song Remains the Same" (Page and Plant) – 5:47
"Misty Mountain Hop" (Jones, Page, and Plant) – 5:08
"Kashmir" (Bonham, Page, and Plant) – 9:07
First Encore
"Whole Lotta Love" (Bonham, Willie Dixon, Jones, Page and Plant) – 7:26
Second Encore
"Rock and Roll" (Bonham, Jones, Page, and Plant) – 4:35



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