segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Gama Bomb: Explodindo no Mainstream



Já faz algum tempo que acompanho a carreira dos irlandeses do Gama Bomb e por mais que os caras tenham na bagagem álbuns de poderio como “Citizen Brain” (2008) e “Tales from the Grave in Space” (2009), nunca recebiam o reconhecimento que merecem.

Tive a chance de ver o show deles no Zoombie ritual e ficava pensando o que falta para esses caras se tornarem uma banda mainstream? Porém, se justiça for feita, “The Terror Tapes” (2013) irá fazer a banda atingir os pontos mais altos das nova geração das bandas de Thrash Metal, afinal de contas, o que todo fã do estilo quer? Riffs, solos rápidos, paradinhas brutais e aquela vontade de fazer um mosh. Está tudo aqui. Em suma, o crime perfeito.

Sendo um álbum tão homogêneo é até sacanagem ficar caçando destaques já que esse é aquele raro álbum que flui numa boa e quando você se dá conta já tá acionando o repeat do aparelho de som “We Started The Fire” e “Legend of Speed” são odes ao Thrash Metal dos anos oitenta (que velocidade! Que quebra de ritmo dos infernos!).


“Terrorscope” ganhou um vídeo bem humorado na vibe do som que a banda gosta de fazer, ou seja, letras extremamente debochadas, característica essa presente também em “Smoke The Blow With Willem Dafoe” e  “Beverly Hills Robocop”.

Não poderia fechar esta resenha sem citar duas músicas em especial: “Backwards Bible”, um novo clássico do Metal (imagino que ao vivo isto aqui irá castigar muitos pescoços) e “Metal Idiot” com uma letra muito bem sacada mostrando que headbanger (e não “metaleiro”) tem cérebro e pode muito bem ser crítico.

Por fim, não espere nada de Metal revolucionário ou original, mas sim muita garra e conhecimento de causa. Então, aumente o volume e caia no circle pit.

Revisão/edição: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: Gama Bomb 
Álbum: The Terror Tapes 
Ano: 2013 
Pais: Irlanda 
Tipo: Thrash Metal

Formação 
Philly Byrne (Vocal)
Joe McGuigan (Baixo)
John Roche (Baixo) 
Domo Dixon (Guitarra)
Paul Caffrey (Bateria)



Tracklist
01. The Wrong Stuff
02. Legend of Speed
03. Backwards Bible
04. Beverly Hills Robocop
05. Smoke The Blow With Willem Dafoe
06. We Started The Fire
07. Terrorscope
08. The Cannibals Are In The Streets - All Flesh Must Be Eaten
09. Shitting Yourself To Live
10. Matrioshka Brain
11. Metal Idiot
12. Wrecking Ball

Assista ao vídeo clipe oficial de "Shitting Yourself To Live"


Assista ao vídeo clipe oficial de "Terrorscope"


Acesse e conheça mais sobre a banda

domingo, 29 de setembro de 2013

Dharma 101: Sem Medo de Arriscar em Sua Estreia



Na minha primeira resenha que foi publicada aqui no Road to Metal (N.R.: do disco "Diante do Inferno", do Sioux 66), relatei alguns pontos do por quê o Hard Rock brazuca não revelar muitos nomes. 

Neste ano de 2013 já está sendo um pouco diferente, tendo como exemplo o próprio Sioux 66 e vários outros. Mas a banda que me despertou interesse dentre as tantas que surgiram foi o Dharma 101, banda que reside em Jundiaí, interior de São Paulo. 

Formada por Luciano Frazani (vocal) e Bruno Fornazza (guitarra), a dupla resolveu fugir um pouco dos trabalhos de bandas covers para investir em músicas próprias e fazer um disco de inéditas, que leva o nome de "Beautiful Kharma", lançando em meados de abril, tendo como coadjuvantes o Felipe Andreoli (baixo, Angra e ex-Almah), Kiko Zara (bateria) e da Helena Martins e Geise Mel fazendo os backing vocals. 

Um nível de produção excelente e composições bem elaboradas, a banda faz uma combinação perfeita entre Hard Rock e Heavy Metal no seu debut de estreia, com um som calcado pro lado do Mr. Big e Guns N' Roses nos melhores momentos da carreira. As 12 faixas tem médias satisfatórias, mas vale destacar as melhores no meu ponto de vista: "Soul Medicine" (com riffs precisos), "Like In Your Dreams", (tendo uma bela melodia no inicio da música), "Change Of Path" (ótima balada), "From Cradle To Coffin" e "Reasons To Give Up". 

Vale a pena destacar os vocais do Luciano, que apesar de ser sua estreia em estúdio, mostra que é capaz de segurar bronca em algumas notas, sem tirar os méritos do guitarrista Bruno Fornazza, que ajudou tanto nos sons da guitarra quanto na produção, que é sob sua assinatura. 

Que venham mais discos e muito shows! 

Revisão/edição: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica:
Banda: Dharma 101
Álbum: Beautiful Kharma 
Ano: 2013
País: Brasil
Tipo: Hard Rock/Heavy Metal 
Gravadora: Independente 
Assessoria: Programa Rock Forever 

Formação
Luciano Frazani (vocal)
Bruno Fornazza (guitarra)




Tracklist
01. Awakening
02. Self-Antidote
03. Soul Medicine
04. Like in Your Dreams
05. Fallen Angel
06. Change of Path
07. From Cradle to Coffin
08. W for Wrong
09. Gamblin Again
10. Reasons to Give Up
11. Wasted Youth
12. Beautiful Kharma

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Contato: rockforever@rockforever.com.br

sábado, 28 de setembro de 2013

Thy Symphony: O Metal Sinfônico Ainda Tem o Que Oferecer

Novo álbum da banda paulista deve agradar amantes do Metal Sinfônico

Se no fim dos anos 90 até a metade da década seguinte o mundo foi tomado por bandas de Symphonic Metal, nos anos que se seguiram o gênero perdeu muito espaço, parecendo que, com exceção dos grandes nomes, nada de bom surgiria.

Tal cenário tem se modificado nos últimos anos em todo mundo e, aqui no Brasil, embora ainda respirando com dificuldade, a música pesada sinfônica tem alguns nomes bastante interessantes e representativos e quem sabe o mais promissor seja Thy Symphony.

Banda já possui certa boa reputação no Velho Mundo, onde já realiza shows

Oriundo de São Paulo, o grupo lançou (via Ms Metal Records) seu segundo álbum, “A New Beginning” (2013) que, como o nome sugere, traz várias mudanças na banda, além da evolução natural já esperada após  “Harmonizing The World” (2010).

Com a chegada dos novos vocalistas Kalina Bonizi (no posto de  Camila Senne) e Leandro Baracho (no lugar de André Rima), “A New Beginning” vem como um lançamento de grande qualidade, méritos também dos demais integrantes, claro, César Raize (guitarra, que foi substituído por Danny Scheider), Eric Fleming (bateria), Marcello Valsesia (teclados) e Rene L’abate (baixo).

São 14 faixas produzidas e mixadas pela própria banda e que apresentam um grupo que abusa da sinfonia, provavelmente o ponto alto do álbum que, apesar disso, não deixa de soar pesado, ora rápido, ora cadenciado, com os vocais sempre divididos, evitando que a sensação de repetição de vocais se instale.

Confesso que precisei de algumas audições para entrar no clima do disco, já que a produção é um pouco estranha, além de que o Symphonic Metal realizado pela banda é um gênero saturado e, apesar do grupo manter a essência do mesmo, foi capaz aqui de fazê-lo com tanta qualidade, que não corremos o risco de enjoar nas primeiras audições, pelo contrário, você irá aos poucos identificando todos os detalhes temáticos do grupo.

Faixas como “2012 A New Beginning” (épica e com mais de 12 minutos), “Dark Kight”, “The Time Traveller” e “Watcher” são boas pedidas para quem quer ter uma ideia do que o disco oferta. A faixa de trabalho “Where Land Begs for the Sun”, cujo vídeo clipe você confere abaixo, também se destaca, embora não seja a melhor faixa do álbum.

Trocando em miúdos, “A New Beginning” é a prova de uma evolução natural da Thy Symphony (apenas a arte de capa não me agradou e as letras miúdas no encarte podem dificultar a leitura) que, se não reinventa o Symphonic Metal, pelo menos faz o mesmo dar uma respirada aqui no Brasil, mostrando para o mundo (já que a banda tem excursionado pela Europa) que aqui tem de tudo e de ótima qualidade. Indicado para amantes de Nightwish (fase inicial), After Forever, Epica e afins.

Texto e edição: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: Thy Symphony
Ábum: A New Beginning
Ano: 2013
País: Brasil
Tipo: Symphonic Metal
Selo: MS Metal Records
Assessoria: MS Metal Press



Formação
Kalina Bonizi (Vocal)
Leandro Baracho (Vocal)
César Raize (Guitarra)
Eric Fleming (Bateria)
Marcello Valsesia (Teclados)
Rene L’abate (Baixo)


Tracklist
1. Hope and Fear
2. Galaxy s Great Eye
3. Saints and Sinners
4. Revolution
5. Charming Nymph
6. Where Land Begs for the Sun
7. Dark Knight
8. Watcher
9. Thin Line to Insanity
10. Endless Moment
11. WTC (Win the Conspiracy)
12. Time Traveler
13. 2012 A New Beginning
14. Spark of Life

Assista ao vídeo clipe oficial de "Where Land Begs for the Sun"


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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Resenha de Show - Metal Over All Unindo Forças


É como diz o velho ditado: "A união faz a força". E mais uma vez o underground prova isso, após o cancelamento traumático do show da banda canadense Piledriver que ocorreria no dia 14/09 em Novo Hamburgo/RS, as bandas que fariam a abertura Carniça, Feto e Morterix se uniram e resolveram manter o show.

Como o evento junto com o Piledriver já vinha sendo divulgado há bastante tempo, as bandas acharam injusto cancelar a data, e mantiveram a mesma, para uma celebração de muito Metal, cerveja e amigos.

E desta união nasceu o festival Metal Over All, sendo realizado no Rock And Roll Sinuca Bar em Novo Hamburgo, e, diga-se de passagem, que bela escolha, uma estrutura excelente, sem contar o ambiente que era muito agradável.

Jaguaru (Vocal - Feto)
E como o assunto aqui é o Metal, exatamente as 00:00 com a casa com um pouco mais de 180 pessoas, a banda mais old school do Rio Grande do Sul entra em cena. Estou falando da Feto, que veio disposta a massacrar os pescoços alheios e logo de cara temos "Who Will Save Us?", "Weapons" e "Southern Wolfman Alcoholist", mostrando o poder de seu som old school e calcado em suas raízes.

O vocalista Jaguaru é uma figura a parte, interagindo bastante com o público, e, a cada intervalo das músicas, sempre contando qual foi a inspiração das mesmas, como no caso da "Bomba de Prego", que segundo ele, era uma brincadeira que gostariam de fazer no carnaval atirando uma Bomba de Prego na multidão.


Antt (Baixo) e Jaguaru



Dando continuidade ao show, tivemos o cover de "Drink Till Death" do Barbatos e uma sequência de composições novas, dentre elas a música que pertence ao seu 2° videoclipe, a excelente "Black Sheep", e fechando a primeira parte do show, "Welcome to Hell" do Venom.

Ainda tivemos "Possessed by Booze" (mais um som novo) e que prova que a Feto está em um crescimento musical fantástico, mostrando o poder de seu Metal old school poderoso e ríspido. Também tivemos "Deathcrush" do Mayhem e mais uma sequência de músicas novas que estarão em seu próximo lançamento.

BPest (Guitarrista - Feto)
A Feto vem mostrando seu som e ganhando cada vez mais admiradores pelo Sul a fora, com certeza a banda mais Old School do nosso estado, fazendo mais uma bela apresentação e destruindo pescoços.

Não demora muito para Carniça subir ao palco e despejar sem dó seu Thrash/Death Metal de primeira, e para iniciar, nada melhor que a trinca "The Protester", "Liar" e Nations of Few" (todas de seu mais recente álbum "Nations of Few", de 2012), transformando o bar em um verdadeiro caldeirão, sem contar as rodas que se abriam.

Mauriano Lustosa (Vocal/Baixo - Carniça)
Não tem como não falar dessa que é uma das melhores bandas de Thrash do país, Mauriano (Vocal/Baixo), além da presença de palco forte e marcante, despeja urros impressionantes, além de deixar o baixo bem marcado e pesado, já Marlo Lustosa (Bateria) senta a mão literalmente, além de mostrar muita técnica, e Parahim Neto (Guitarra) simplesmente destrói nas seis cordas, seja com sua técnica apurada, ou pelos milhões de riffs que saem de sua guitarra.

Tivemos também "Rotten Flesh", "Oil War" e uma das melhores músicas de sua carreira "Prayer Before the Death" (que originalmente conta com a participação de Claudio David - Overdose), fazendo todos baterem cabeça descontroladamente.

Parahim Neto (Guitarrista - Carniça)

E para fechar o show, "I Wanna Be Somebody" do Wasp, em uma versão brutal e mais acelerada, com todos os presentes cantando a mesma aos berros. Mais uma grande apresentação dessa que é um dos orgulhos da cena gaúcha e que ganha cada vez mais reconhecimento Brasil a fora.

Marlo Lustosa (Bateria - Carniça)
Para fechar a noite tivemos os porto-alegrenses do Morterix, que vêm divulgando seu álbum de estréia o poderoso "The Roots of Ignorance" e para não deixar pedra sob pedra, o Morterix veio disposto a fazer uma destruição sonora sem limites, e músicas como "I Will Kill", "The Evil Nail", "The Roots Of Ignorance" e "The Burning the Churches" fizeram os bangers perderem pescoço, sem contar as rodas que se abriram e tamanha violência que a banda emanava.

Morterix
O trio formado por Rodrigo Ramos (Guitarra/Vocal), Lucas Jacomelli (Baixo) e Fabrício Gil (Bateria), mostra um entrosamento absurdo, sem contar a presença de palco e violência que executam seus sons. Certamente um dos grandes nomes do underground, que tem tudo para conquistar seu devido lugar.


E mais uma noite de Metal se encerra na região sul e fica aqui meu agradecimento especial ao Marlo Lustosa que fez o festival acontecer, mostrou como as coisas tem que ser, tudo muito bem organizado, aparelhagem de primeira e tratamento vip, tanto com as bandas quanto com a imprensa.

Texto e edição: Renato Sanson
Fotos: Road to Metal
Revisão: Eduardo Cadore

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Resenha de Show: Um Furacão Passou Por São Leopoldo/RS Chamado Sebastian Bach


Um furacão passou por São Leopoldo? Definitivamente não é o tipo de fenômeno meteorológico típico da região, porém o detalhe é que aqui não estamos falando de fenômenos naturais, mas sim do velho Sebastian que exala uma energia que beira o sobrenatural. 

Para quem tinha ficado com dúvidas quanto à apresentação do Sebastian no Rock In Rio, deveria ter vindo para o "Orpheu" e ver o que o ar do Rio Grande do Sul fez com o cantor (e dessa vez o som estava equalizado de forma adequada).

Vamos aos detalhes então: o show aconteceu na sociedade Orpheu em São Leopoldo/RS na, frenética, noite de 21 de setembro de 2013. A noitada começou com a apresentação da Maçã de Pedra, que cumpriu com tranquilidade a função de "acender o estopim" para a noite que estava por vir. Revisitou o bom e velho estilo de fazer Rock n’ Roll com as músicas próprias, e a vocalista Caren Suzana exibe uma presença de palco muito forte, o que ajudou a disseminar a energia no lugar.

Maçã de Pedra
O pico máximo da apresentação veio com a personificação de Led Zeppelin em "Whole Lotta Love"e logo em seguida, foi a vez da banda Hipercubo, que veio com as baterias carregadas e mostrando que leva muito a sério a maneira de fazer Rock ‘n Roll, trouxe impregnado na guitarra o estilo clássico do Hard Rock e certamente, manteve muito aceso o estopim que a Maçã de Pedra havia incendiado.

Hipercubo
Enquanto o Produtor da Influx estava ao microfone fazendo a apresentação do Sebastian, ele já aguardava ao lado do palco e fazia algumas brincadeiras, simulando impaciência e fingindo ir embora, tudo entre muitos risos com o Baterista Bobby e o Baixista Jason. 

São os integrantes da banda: nas guitarras Jeff Georg e Johnny Chromatic, no baixo o Jason Christopher e na bateria o (lendário) Bobby Jarzombek (Rob Halford) e o show começa ao som de "Slave To The Grind" com Sebastian possuído por misto de excitação, fúria e empolgação, antes de começar a cantar ele arremessa o pedestal no chão do palco, pega o microfone pelo fio em começa a rodar a altura da cabeça aos berros! Não preciso nem dizer que o que estava por vir era muito mais que um show, era um espetáculo de Rock dos velhos tempos.

Sempre muito bem humorado e demonstrando estar feliz de estar tocando no Rio Grande do Sul novamente, ele faz algumas brincadeiras com o público do tipo: "Querem tirar fotos comigo? Ok, mas é que eu estou um “pouquinho” ocupado agora!" (Risadas)


Em um momento do show ele cantou o comecinho da "Quicksand Jesus", mas por algum motivo parou, então ele disse que daria um presente para o público gaúcho, uma música que ele ainda não havia cantado durante a turnê e disparou a balada "In a Darkned Room".

Na "American Metalhead", o vocalista brincou que naquela noite a música iria se chamar "Brazilian Metalhed", durante todo o tempo entre as músicas, Sebastian fazia questão de interagir com o público e ser simpático, já o baixista Jason empolgou muito a multidão, chamando para os headbangs, mãos para cima e chegou até a arriscar uma pequena escalada pela estrutura frontal do palco.

Mas com certeza os pontos altos do show ficaram por conta de "18 and Life", "Youth Gone Wild", "Monkey Bussines", "Here I Am" e "Big Guns" e é claro, a mais esperada da noite "I Remeber You", neste momento, todos cantaram em coro.


Os fãs, com certeza, dirão que sentiram falta da "Wasted Time". Emocionados, sim, principalmente uma fã da grade que chorava descontroladamente e, por isso, recebeu uma garrafinha de água das mãos do Sebastian, a água deveria acalmá-la, mas, obviamente não foi isso que aconteceu.

O tempo chega para todos, não há escapatória e para quem já viu o "Tião" (Apelido carinhoso que ele mesmo gritou junto com a galera nas pausas de músicas) atuando no auge do Skid Row, percebe que ele já não consegue suportar por muito tempo as notas mais altas, mas uma lenda, um grande artista não se faz só de altos e graves, trata-se de um conjunto de atitudes e virtudes.


 Eu havia dito que um furacão passou por São Leopoldo, esse furacão chama-se Sebastian Bach e o rastro que ele deixou não foi destruição, foi somente a certeza de que ainda é símbolo de uma geração inteira sedenta por Rock, e que ainda tem muito chão pela frente.

Cobertura por: Uillian Vargas
Revisão/edição: Renato Sanson
Fotos: Uillian Vargas


domingo, 22 de setembro de 2013

Wael Daou: História dos Grandes Conquistadores Através da Música Instrumental


Um disco temperamental, instigante e variado. É isso que você encontrará no EP de estreia do guitarrista e compositor Wael Daou, que acabou de lançar de forma independente  "Ancient Conquerors".

Muitos podem pensar, e com certa razão, que discos de guitarristas são em muitas vezes chatos e enfadonhos, pois priorizam a técnica e não o feeling e muito menos se preocupam com a estrutura musical, se vai estar agradável ou não, ou simplesmente fazer música só para outros músicos (saudade da época grandiosa de Joe Satriani), mas o que Wael apresenta é algo diferente dos padrões, claro que ele é dotado de uma técnica invejável, porem sua prioridade não é o exibicionismo, mas sim o sentimento que a música irá passar.

"Ancient Conquerors" é bem variado e muda a todo instante, é um disco temático, onde cada faixa representa um dos grandes conquistadores da história contemporânea da humanidade, trazendo diversas influências e muita musicalidade. Influências essas que vão do Jazz ao Fusion e que se entrelaçam com o Heavy Metal.

A produção do disco está em um bom nível, em alguns momentos parece estar seca demais, algo que pode ser melhorado nos próximos lançamentos, mas tudo soa audível e equilibrado. A parte gráfica é um show a parte, méritos de Gustavo Sazes, fazendo uma belíssima capa, que condiz com o tema do álbum, e um encarte que a completa perfeitamente.


Musicalmente é um excelente trabalho instrumental, prezando pela emoção das composições, deixando-as com vida própria, como no caso de "Genghis Khan Rise", que abre o disco de forma agressiva e atemporal, trazendo destaque nos riffs e com baixo/bateria soando coeso e pesado, e chegando nos solos que prezam pelo feeling e não pela técnica exagerada.

"Salah El Dine Arabe" já muda totalmente, com seus acordes árabes que dividem espaço com pianos e violinos, numa faceta mais cadenciada e com solos envolventes, que ao decorrer ganha maior velocidade, mas se mantendo grandiosa; "Atilla the Hun" muda novamente o rumo do EP, deixando a guitarra de lado e ganhando destaque os demais instrumentos, tornando-se hipnótica; O épico "Xerxes I Fallen" (com seus mais de nove minutos), volta os holofotes à guitarra, com solos muito bem construídos, mostrando boa técnica e com um andamento ora cadenciado, ora mais rápido; Em "Domitian" temos um excelente duo de guitarra-teclado e um clima mais "alegre" e melodioso; e fechando os trabalhos a mais virtuosa "Hiram I", onde Wael mostra toda sua técnica, dando destaque as seis cordas de sua guitarra.

Um disco instrumental atípico, mostrando um bom diferencial, com composições fortes e marcantes. Mais uma grata surpresa, que tem tudo para ganhar reconhecimento além do território nacional.



Texto: Renato Sanson
Revisão:Carlos Garcia
Fotos: Divulgação


Ficha Técnica
Banda/Músico: Wael Daou
EP: Ancient Conquerors
Ano: 2013
Estilo: Música Instrumental


Formação:
Wael Sami Daou (Guitarra/Programação de Bateria)
Marcos Saraiva (Baixo)



Tracklist:
01 Genghis Khan Rise
02 Salah El Dine Arabe
03 Atilla the Hun
04 Xerxes I Fallen
05 Domitian
06 Hiram I


Acesse e conheça mais o músico:


sábado, 21 de setembro de 2013

Iron Maiden: Rock in Rio Pela 3º Vez



Quando criei o Road to Metal junto com amigos lá em 2008, a postagem de estreia do então blog foi uma resenha (ou seria um relato de fã?) do meu primeiro show do Iron Maiden que pude ir, a saber, em Porto Alegre/RS naquele ano, quando ainda usava o pseudônimo EddieHead (parece que foi ontem).


Com a aproximação do dia 22 de setembro, logo no próximo fim de semana, não poderia deixar passar em branco o retorno do Iron Maiden ao Brasil, sobretudo com a esperada volta ao Rock in Rio, cujo show entrará para a história de vida deste redator como sendo o maior das 4 apresentações que pode ver.

O grupo capitaneado por Steve Harris (baixo) fez sua primeira mega apresentação, de amplitude mundial, justamente na primeira edição do festival brasileiro, em 1985, ainda durante a “World Slavery Tour”, que divulgava o aclamado “Powerslave” (1984).

Demorou 16 anos para que a banda voltasse ao festival, na terceira edição em 2001. Na ocasião, outra apresentação histórica, pois além de ser a única da “Brave New World Tour” em solo brasileiro (fato que os paulistas amargam até hoje), foi o show final da turnê e o primeiro DVD da banda oficial gravado no Brasil, rendendo “Rock in Rio”, CD/DVD duplo, provavelmente o lançamento que colocou o Brasil definitivamente na rota das turnês da banda, agora já como sexteto e com Bruce Dickinson (vocal) no posto de frontman da banda.



Quando a edição de 2011 do Rock in Rio, que trouxe o festival de volta ao Rio de Janeiro, foi anunciada, muito especulou-se da volta da banda, inclusive com Medina, idealizador do festival, dizendo abertamente que desejava ter a banda de volta. Infelizmente, a volta não aconteceu e naquela edição a banda principal de Heavy Metal foi o Metallica, estreando no festival no Brasil.

2013 e cá estamos, a poucas horas da mais nova aparição da Donzela no festival que, apesar de receber muitas críticas pelo seu ecletismo, é o único festival desse porte no Brasil capaz de trazer nomes imensos, como Iron Maiden, Metallica, Slayer, Avenged Sevenfold, sem falar nas atrações no Palco Sunset, como Krisiun, Destruction, Helloween, Sepultura e por aí vai.

O Iron Maiden, desta vez, se apresentará em São Paulo/SP e Curitiba/PR também, trazendo consigo Ghost e Slayer como bandas de apoio. Mas, inegavelmente,a  apresentação no Rock in Rio é a mais aguardada no país, seja pela estrutura de palco e magnitude do festival, seja pela volta após 12 anos da lendária apresentação de 2001.


Com a “Maiden England World Tour”, a banda traz sua turnê baseada no álbum “Seventh Son of a Seventh Son”, que não passou por aqui no fim da década de 80, mas que agora, com um setlist diferente, mas trazendo canções não executadas aqui, vem ao Brasil, seguindo na filosofia de reviver os grandes momentos dos anos 80 (vide os inúmeros shows da “Somewhere Back in Time Tour” em 2008 e 2009).

Clássicos de sempre como “Fear of the Dark”, “The Number of the Beast”, “The Trooper” e “2 Minutes to Midnight” intercalar-se-ão com faixas que, se não são inéditas, pelo menos dão ares de novidades aos shows da banda, como “The Prisioner”, “Afraid to Shoot Strangers” e a épica e mais aguardada “Seventh Son of a Seventh Son”.


A expectativa é grande, sobretudo após a divulgação extra-oficial de que tanto o show de São Paulo quanto do Rock in Rio serão gravados, mas mais ainda pela volta do grupo ao país que, mesmo acontecendo de dois em dois anos, sempre é um acontecimento, gerando muita ansiedade nos maidenmaníacos e chamando muito atenção na mídia em geral, que neste fim de semana se voltará ao show que encerrará mais uma edição histórica do Rock in Rio, doa a quem doer, é Iron Maiden.

Texto: Eduardo “EddieHead” Cadore
Fotos: Divulgação
Revisão: Renato Sanson

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Sacrario: Violência Thrash Metal em Vídeo Clipe


A banda gaúcha de Thrash Metal Sacrario, que possui uma história de décadas de dedicação ao Metal, acaba de lançar seu segundo vídeo clipe, “Beyond the Violence”.

A faixa, que está presente no álbum homônimo lançado em 2012 (resenha aqui) já se tornou presença garantida nos shows do quarteto formado por Fabbio Webber (vocal e guitarra), Gustavo Stuepp (baixo e vocais), Ricardo Lemos (guitarra e vocais) e Everson Krentz (bateria), que neste ano de 2013 voltou a realizar shows fora do Brasil e tem escrito, a cada lançamento, sua história no underground da música pesada latino-americana.

Assista ao vídeo clipe clicando AQUI.

“Beyond the Violence”, o vídeo clipe, foi gravado em Porto Alegre/RS, no Centro de Treinamento da Polícia Civil e contou com a produção de Lucas Cunha e, para o baterista Everson foi "feito com muito suor e trabalho. Assim como nos nossos álbuns, os vídeos também tentam passar a energia da banda ao vivo e acho que ficou muito legal. Espero que os fãs de Thrash Metal curtam!".

Então, vocês ouviram o cara, confiram na imagem acima o vídeo clipe e divulgue, apoiando as boas bandas da cena pesada nacional!

Texto e edição: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Resenha de Show - Mais uma Noite de Pura Brutalidade no Storm Festival


E o Storm Festival chega a sua 46° edição no dia 07/09, e como de costume, regado a muito Metal extremo. Para esta edição tivemos a banda paulista The Black Coffins, que apresentou seu Death Metal old school calcado na escola sueca, e mais três bandas do nosso underground, Impetus Malignum (Black Metal), Horror Chamber (Death Metal) e Southern Warfront (War Black Metal).

Para quem não sabe o Storm Festival é realizado na Embaixada do Rock em São Leopoldo/RS e geralmente são festas Open Bar, aliando algumas das melhores criações do homem, Cerveja + Metal, e como era uma noite de sábado quente, a casa estava lotada, o que demonstrava que teríamos uma excelente noite.

Iniciando os trabalhos tivemos a banda gaúcha Impetus Malignum, mais do que conhecida dos bangers, sempre carregando sua legião de fãs fieis para curtir seu Black Metal crú e ríspido. Faixas como "Of Gods And Men", a nova e já clássica "Storms Of Fire", "Death Ride" e "Vatican Judgement" fizeram a Embaixada tornar-se um verdadeiro caldeirão, mostrando que a Impetus Malignum está em um grande momento, fazendo um show forte e poderoso, com os músicos mostrando muita presença de palco e personalidade.

Impetus Malignum
Não demora muito para atração principal da noite subir ao palco, e o The Black Coffins já chega quebrando tudo, com vocalista Vakka com o rosto coberto e despejando seus urros animalescos, a banda estava fazendo a divulgação de seu full lenght "Dead Sky Sepulchre" e de seu novo EP "III. Graveyard Incantation".

Um show enérgico e empolgante, e após a intro "Dead Sky Burial", tivemos uma avalanche sonora e petardos como "Chambers of Eternal Sleep", "The Day the Sky Exploded", "The Cryptborn" e "Hate '96" foram despejados sem dó, massacrando os pescoços dos bangers. Com certeza uma das melhores bandas do estilo, presença de palco forte, entrosamento perfeito, além de carisma e humildade. Certamente o The Black Coffins tem tudo para ganhar ainda mais evidência no underground.

The Black Coffins
Sem tempo para respirar era hora dos Deathbangers da Horror Chamber, que apresentariam sua nova formação, com a saída de Paulo Hendler (vocal/guitarra Decimator), Guilherme Lanning (baixo/vocal) continua nos vocais, e a banda se estabiliza com a nova dupla de guitarras formada por Felipe Pujol e Fabricio Bertolozi, como ainda não estão com baterista fixo, para este show foi chamado Mano Maestro.

O show inicia com a ótima "Work Slave", seguida de "Eternal Torment" e "Perverse Mind", mostrando que a nova formação esta muito bem entrosada e potente, fazendo um show com bastante energia, com os bangers curtindo a todo instante. Ainda teve tempo para "God is a Lie" do Hipocrisy e fechando com a poderosa "Rise of The Dead".

Horror Chamber
Após o excelente show da Horror Chamber, era hora da banda que fecharia a noite, e a Southern Warfront da as caras com seu Black Metal old school, poderoso e blasfemo, mesmo passando das 3 da manhã, tínhamos um excelente público que acompanhava a horda, a qual não poupou os pescoços alheios com "Terror e Caos", "Christian Massacre" e "Campos Sulistas", além de três excelentes covers, começando por "La Grande danse Macabre" do Marduk, "Nightmare" do Sarcofago e fechando com "Satan my Master" do Bathory, fazendo uma excelente apresentação e mostrando a força do Metal negro old school.

Southern Warfront
E mais uma noite de Metal extremo se encerra na região Sul, com muita bebida e bandas de qualidade, trazendo a certeza que o Storm Festival é hoje um dos festivais mais tradicionais do RS.

Cobertura por: Renato Sanson
Revisão: Carlos Garcia
Fotos: Road to Metal, Horror Chamber e Southern Warfront 

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Sioux 66: Hard Rock com Atitude e Sem Frescuras



A carência de bandas de Hard Rock aqui no Brasil já não é novidade para certas pessoas. Muitas bandas já tentaram a sorte de buscar espaço dentro da cena, mas infelizmente algumas delas pararam no caminho. Dentre as mais queridas e lembradas estão na ponta da língua, como por exemplo: Dr. Sin, Salário Mínimo, Golpe de Estado, Cavalo Vapor, A Chave de Sol, Platina e entre outras. E por incrível que pareça, ainda é pouco para um país que não cansa de revelar bandas de Heavy Metal, mas se tratando de Hard Rock, falta pouco apoio.


Querendo dar uma resposta positiva e convencer que brasileiro também sabe fazer um bom Hard Rock, os paulistanos do Sioux 66 já mostra potencial, atitude, sangue nos olhos e boas criticas do público e das diversas mídias especializadas. Com um EP bem elogiado e de uma possibilidade de ter tocado no Sweden Rock Festival desse ano, faltava o seu 'debut' de estreia que acaba de ser lançado recentemente pela Wikimetal Music, sob o nome de "Diante do Inferno". 

Formando por Igor Godoi (vocal), Bento Mello e Fernando Mika (guitarras), Fabio Bonnies (baixo) e Gabriel Haddad (bateria) mostram no seu disco de estreia um som direto, pesado e bem alto astral não só focado em Hard Rock, mas sim em todas as vertentes do Rock N' Roll, tanto pra Hard, Heavy e até Punk, com uma ótima produção do Bredan Duffey e Adriano Daga no Norcal Studios. 

Com 12 faixas totalmente em português, o disco vai te prender pelos ótimos refrões e dos riffs e solos de guitarra bem trabalhados, requisitos que já podem ser notados na faixa título (tendo uma introdução de baixo que beira ao do Duff Mckagan por parte do Fabio Bonnies), “Porcos” (dando uma aula sobre a política brasileira), “Mentiras” (que tem um meio-de-campo criativo com peso e um solo baládastico no fim) e “Você Não Pode Me Salvar” (a mais Hard Rock do disco). A balada “Seus Olhos Não Brilharam Mais” poderia entrar facilmente em qualquer disco Skid Row, com os solos do Fernando Mika beirando a perfeição; “Alma” é uma das mais sombrias, o que dá pra imaginar que meu xará está tocando com dois bumbos a música toda, apesar de ser apenas em um bumbo; “Uma só Vez”, a melhor faixa e a mais pesada, não tem nada menos que a participação de Andreas Kisser (Sepultura) nos solos (surpreendente por sinal, já que Hard Rock não é praia dele). “Diversas Palavras” segue quase a linha da balada, só que mais lenta; “Mundo Resistência” fecha as músicas inéditas do disco com síndrome do "Faça você Mesmo". 

As faixas do EP também estão presentes em "Diante Inferno", “Labirinto”, “Jack N' Me” e “Outra Lado”, as duas primeiras ganhando arranjos novos. Infelizmente a faixa “Tudo Que o Tempo Esqueceu” não foi inclusa, já que ninguém do Sixx AM ainda aprovou a releitura com versão em português. (N.T.: pra quem não sabe a versão original se chama “Girl With Golden Eyes”).

O Sioux 66 vai dar muito o que falar e já dá sinais de esperança para o crescimento do Hard Rock nacional. Com certeza esse disco já é sério candidato a melhor disco nacional do ano. 
Quem não ouviu, não sabe o que está perdendo!

Revisão/edição: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica 
Banda: Sioux 66
Álbum: Diante do Inferno 
Ano: 2013
País: Brasil
Tipo: Hard Rock
Gravadora: Wikimetal Music
Assessoria: Brasil Music Press 

Formação
Igor Godoi (Vocal)
Bento Mello (Guitarra)
Fernando Mika (Guitarra)
Fabio Bonnies (Baixo)
Gabriel Haddad (Bateria)




Tracklist
01. Diante do Inferno 
02. Porcos 
03. Mentiras
04. Você Não Pode Me Salvar 
05. Seus Olhos Não Brilharão Mais 
06. Alma 
07. Uma Só Vez (feat. Andreas Kisser)
08. Labirinto 
09. Jack N' Me
10. Diversas Palavras
11. Mundo Resistência 
12. Outro Lado 

Assista ao vídeo clipe de "Porcos"


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