terça-feira, 15 de outubro de 2013

Resenha de Show: 09/10/2013, O Dia em Que o Black Sabbath Retornou



E a espera enfim terminou, passados 21 anos desde sua ultima passagem por Porto Alegre/RS, eis que o Black Sabbath retorna, desta vez com sua formação "quase" original.

Se na primeira passagem a banda contava com o eterno Dio nos vocais, desta vez quem aportou em terras gaúchas foi seu vocalista original, nada mais nada menos que o Madman, Ozzy Osbourne.

Para a festa ser completa, tivemos ainda os norte-americanos do Megadeth e os gaúchos da Hibria fazendo a abertura.

O local escolhido para o show foi a FIERGS, um local de difícil acesso, onde todos dependiam do transporte público da nossa "querida" Porto Alegre. E é este ponto que quero abordar antes dos relatos históricos dos shows, um transporte público precário e cada vez mais decadente, fazendo muitos bangers chegarem depois dos shows do Hibria e Megadeth.

Público já era bem expressivo, enfrentando o sol para garantir um lugar cedo
Passado a adversidade do transporte, era hora de adentrar os portões do inferno e esperar pelos "Pais" do Heavy Metal. E para aquecer o público os gaúchos da Hibria entram em cena e mostram o porque serem uma das melhores bandas do país, fazendo um show curto, porem enérgico e certeiro, com a maior parte do repertório baseado em seu ultimo álbum "Silent Revenge".

E faixas como: "Silent Revenge", "Silence Will Make You Suffer" e "Tiger Punch" animaram os presentes, e vale destacar a presença de palco e feeling de todos os integrantes, não poupando esforços, em um show cheio de energia. Com certeza muitos que não conheciam a banda ficaram impressionados, com o grupo ganhando novos fãs, inclusive ouvimos vários comentários a respeito. Saldo positivo para os gaúchos.

Hibria: Impressionando e angariando novos fãs
Não demora muito para o Megadeth fazer sua segunda apresentação em solo gaúcho, e enquanto "Prince Of Darkness" era executada, no telão ao fundo era anunciado a banda, e após a trupe de Mustaine subir no palco sendo ovacionados pelos mais 30 mil presentes, "Hangar 18" abri caminho para uma enxurrada de clássicos, seguida de "Wake Up Dead" e "In My Darkest Hour".

As imagens nos telões durante o show deram um molho especial
 A produção de palco era impressionante, com um telão no meio e dois laterais no palco onde as imagens alternavam a cada música, o mesmo não podia se dizer do som, soou um pouco embolado e com a guitarra de Mustaine muito baixa, mas que aos poucos foi sendo corrigido.


Sem falar muito com o público, Dave Mustaine inicia os riffs "She-Wolf", "Sweating Bullets" e a unica do novo álbum "Kingmaker". Apesar de estar fazendo um set reduzido o Megadeth mostra porque são um dos pilares do Thrash Metal mundial, e para parte final do show nada melhor que "Tornado of Souls", "Symphony of Destruction", "Peace Sells" e seu maior clássico "Holy Wars... The Punishment Due".

Mustaine e banda foram ovacionados, o líder mostrou estar em grande forma
Um pouco mais de 50 minutos, o Megadeth sai ovacionado do palco, um show empolgante e mostrando que ainda tem muita lenha pra queimar. Então os nervos ficam a flor da pele, pois em instantes teríamos o Black Sabbath em cena, mas um pouco antes de iniciar, já era notório pequenos problemas.



Enquanto organizavam o palco a produção estava com certos problemas na cortina que cobriria o palco, que daria o clima para abertura, porem um erro de calculo houve, pois a cortina não chegava por inteiro ao palco, e também estávamos em um local aberto, e ventava bastante.

Enquanto Ozzy instigava os presentes com o coro "oô oô ô", eis que as sirenes tradicionais tocam, e o Black Sabbath surge (detalhe, sem a abertura clássica, a cortina não desceu e 10 minutos antes do previsto a banda subiu ao palco), e "War Pigs" fez a FIERGS estremecer com todos cantando em uníssono.


E ali estávamos presenciando os criadores do estilo em qual amamos e vivemos, Tony Iommi dispensa qualquer comentário, mestre dos riffs, em ótima forma, tocando muito, e com um peso absurdo que saia de sua guitarra, ao seu lado, o Madman, apesar de todas as sequelas, continua carismático, e basta abrir a boca e sua voz característica ecoa e deixa todos emocionados (enquanto tiver monitor para ler as letras Ozzy continuará mandando bem rsrsrs), a direita do "comedor de morcegos" o trovão Geezer Butler, que não tocava seu baixo, o esmurrava e fazia as notas mais graves saírem cortando os tímpanos, e atrás das lendas, o substituto de Bill Ward, Tommy Clufetos, que deu um show, mostrando muito feeling e sendo fiel as composições.

O Mad Man, a frente do Sabbath pela primeira vez no Brasil
"Into The Void", "Under The Sun/Every Day Comes And Goes" e "Snowblind" deram continuidade a missa negra, com a banda mostrando muito feeling em cima do palco até este momento.

Algo que vale ressaltar, e que acabou sendo uma falta de respeito para os fãs, na minha opinião claro. Além do telão de fundo que tinha na produção de palco do Black Sabbath, também tinha dois telões laterais, e como já não é mais novidade, os shows grandes de hoje em dia são divididos em "Pista Vip" e "Pista Comum", e com dois telões laterais, facilitaria a visão do pessoal da pista comum, porém em nenhum momento esses telões foram ligados, ai fica a pergunta: Falha da produção ou teria um motivo especifico em não ligá-los, sendo que ambos fazem parte da produção do palco?


Ozzy, apesar de algumas dificuldades motoras, o carisma continua intacto
Tirando os pesares, o show seguiu, mas por incrível que pareça, foi esfriando aos poucos, não por parte da banda, que estava esbanjando energia, mas sim por parte do público (cansaço?Ou quem sabe a falta de alguns clássicos obrigatórios), pois enquanto "Age of Reason", "Black Sabbath" e "Behind the Wall of Sleep" ecoavam para destruir almas, a massa de mais de 30 mil pessoas estava morna, sem aquela reação esperada, que os mestres mereciam.

Os graves emanados pelo baixo de Geezer eram como socos no peito!
A coisa voltou a esquentar quando o clássico "NIB" foi tocado, e o que dizer do baixo desta música? Bastou os primeiros acordes para o público enlouquecer. Geezer é realmente mestre. Em seguida tivemos a faixa que abre o disco "13", "End of the Beginning" tendo uma boa recepção e mostrando que mesmo passados mais de 40 anos, a banda ainda consegue ser relevante com suas novas composições.

Tommy descendo o braço sem dó!
"Fairies Wear Boots", "Rat Salad" (seguida de um belo solo de bateria de Clufetos) e "Iron Man" seguiram o baile (o Headbanger Ball! Melhor dizendo) em um dos melhores momentos do show, o que dizer do riff de "Iron Man"? Simplesmente perfeito, realmente a banda estava coesa, e poderosa.

Iommi foi o nome mais festejado da noite. O criador da guitarra Heavy Metal.
"God Is Dead?" do também "13" da as caras, com boa recepção do público, o mesmo não podemos dizer do clássico "Dirty Women", que teve pouca interação dos presentes.

Antes de fechar o espetáculo um dos riffs mais poderosos do Heavy Metal ecoa nos PA's, era o mestre Iommi detonando em "Children Of The Grave", que peso absurdo e que riff sensacional, deixando o público eufórico.


Após o "final fake" a banda retorna ao palco e executa o seu maior clássico, "Paranoid", e daí sim posso dizer que o público respondeu a altura da banda, uma pena que somente na última música resolveram acordar, pois com um set desses recheado de clássicos, era para ter sido um verdadeiro "Boom" entre os presentes.

Um show épico, mesmo com a idade avançada dos integrantes, o Black Sabbath fez jus a sua história e ao seu nome, um show irretocável, que com certeza ficará na história do Rio Grande do Sul.


Como falado anteriormente aos problemas que antecederam o show e durante ele, não poderia deixar de mencionar a saída. Com apenas um portão de entrada e saída, foi realmente complicada a hora da multidão deixar o local, pois em um show deste tamanho, fica complicado apenas uma saída, ainda mais quando temos mais de 30 mil pessoas. Foi engraçado ver a galera comemorar quando conseguia, finalmente, chegar até a rua !
Fim do show. Banda e público com certeza saíram felizes
Fica ai os pesares para produção e nosso agradecimento a prefeitura de Porto Alegre, que não disponibilizou ônibus, o tal ponto de táxi anunciado até nos jornais não existiu, e nem trem depois do horário para o pessoal poder ir embora, claro pra que fazer isso, eram somente 30 mil pessoas na rua em um evento sem importância. Sorte que o público Headbanger mostrou mais uma vez que é esclarecido e educado, não causando incidentes.Parabéns a toda nação Banger!


Cobertura por: Renato Sanson
Extras: Carlos Garcia
Revisão:Carlos Garcia
Fotos: Diogo Nunes/Everton Arruda/J. Volmar/Carlos
Fotos da Brenda e Ozzy com cara de "Wow!":Arquivo pessoal da própria
Agradecimentos: T4F

Extras/Curiosidades: O outro lado, que às vezes passa despercebido!

- Sold Out!: 30.000 pessoas foi o público estimado! Ainda na véspera foi possível adquirir ingressos, mas no fim do mesmo dia, esgotaram-se, e preços, que iam de 250,00 na pista normal (3º lote) até os 780,00 do full pack, que foi a última opção que restou para quem decidiu ir de última hora (depois, só no mercado cambista).

- Enfrentando o Sol: Para garantir um bom lugar, um bom público já estava cedo no local, e enfrentando um sol forte, foi preciso criatividade! Além de protetor solar, podíamos ver gente com guarda-chuvas, guarda-sóis, chapéus, bandeiras (os vendedores de bandeiras se deram bem!), jornais e qualquer cantinho com sombra servia para se proteger! Em dia de show do Sabbath, o sol estava quente como o inferno!!!

- Bolsa de Valores: Claro, depois de esgotados, o comércio de ingressos na mão dos cambistas estava forte. Era possível ver dentre as dezenas de vendedores de camisetas, bandeiras, bebidas, os "comerciantes" aos gritos de "Compro ingresso! Vendo ingresso", uma verdadeira "Bolsa de Valores"!

- Filho de Peixe: Discreto como os teclados sempre foram na história do Sabbath, mas sempre colaborando para dar aquele clima soturno, quem acompanha a banda na tour é ADAM WAKEMAN, filho do lendário Rick Wakeman (Yes), que gravou o "Sabbath Bloody Sabbath". Adam também vem acompanhando Ozzy desde 2004;

Adam, nascido em 74, é filho da lenda Rick Wakeman

- Pontualidade Britânica: O Sabbath fez jus a velha máxima, e nesse quesito, parabéns a todos os envolvidos, os shows começaram nos horários anunciados, inclusive o Sabbath entrando até antes. Profissionalismo e respeito ao público!

- Um "pézinho" no Brasil (ou a ponta dos dedos!): Tony Iommi, filho de imigrantes italianos, conta em sua biografia que seu pai nasceu no Brasil, e acredita que sua avó era brasileira. Dois motivos para o mestre dos riffs ter um carinho extra pelo nosso país.

- Nação Banger: Companheirismo, reencontros e oportunidade de fazer novos amigos que compartilham da mesma paixão, ou seja, o Metal. Dentre os 30 mil bangers (que invadiram hotéis, rodoviária, aeroporto e bares de POA) podíamos visualizar famílias inteiras, pais, mães e filhos juntos para conferir o Black Sabbath, afinal, o que é bom passa de geração para geração. Vale ressaltar a presença feminina, bem expressiva, com belas Bangers a caráter! Nada dessa história que show de Metal só vai homem!

Bangers de toda parte do RS e também de outros estados estavam presentes, numa mistura de sotaques que rendeu boas conversas! Um verdadeiro intercâmbio cultural. Era possível encontrar fãs que vieram do Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso e até um casal de baianos trocou alianças no local!

Everton Arruda (a direita) e Cléber (ao centro), viajaram de Mato Grosso para reencontrar os amigos , como Fabiano (sem camisa) e, segundo Everton: "Ver o show das nossas vidas".
- Ops! "Errêmo": No final, foi irrelevante, mas algumas falhas ocorreram, como os telões, que teimava em não funcionar, sendo que os maiores das laterais não foram ligados; A cortina, que ficou um pouco longe demais e mais o vento para colaborar, acabou não sendo usada, aí a abertura do show do Sabbath foi sem maiores cerimônias, com os músicos entrando direto e mandando ver! Sem falar no problema de ter somente uma saída e os transportes, que foram insuficientes, e o pessoal penou pra ir pra casa, com os ônibus parecendo latas de sardinha!! Mais linhas, horários e pontos de táxi especiais? Nada!

-UP the Metal Girls!! Quando o Público Esqueceu o Show:
Parte I -  BRENDA: Durante o show do Megadeth, uma fã fez topless e exibiu um cartaz direcionado ao guitarrista Chris Broderick. Por alguns minutos, a galera esqueceu do palco para conferir os dotes da bela ruiva. Durante o show do Sabbath, a Headbanger ruiva repetiu a dose! Yeah! Up the Metal Girls!!


A Headbanger, chama-se Brenda Dall'Agnol, e para quem, por uma acaso comente que ele estivesse exaltada por causa de bebida ou o que fosse, NÃO! Foi simplesmente atitude e pensamento próprio.Nada demais! Falamos com a Brenda, que comentou: "Esperei a minha vida inteira por esse show, não fiz nada para os outros, fiz por mim, para colaborar com a minha história pessoal. Há muita gente criticando, as mesmas que gritam por liberdade de expressão estão reprovando um ato de liberdade! 

Tive o contato visual com o Ozzy, era esse meu objetivo, e eu o concluí. E não me importo que não gostem, ninguém nem mesmo o Ozzy precisaria gostar, EU gostei, fiz por mim, para mim somente! E a expressão de "curtindo o show level 247" está estampada no meu rosto! Entrei para a minha história, não somente para história do grupo, principalmente para a minha história e acho que poucos conseguem isso.”

Brenda:"Fiz pra mim e por mim, tenho que mostrar enquanto estiverem no lugar, assim como a minha cabeça e minha opinião ."
Parte II - A "Roadie": Uma "roadie", a única que estava na equipe de apoio, cada vez que subia ao palco, era recebida com entusiasmo pelo público, em sua maioria masculino. Quando ela se inclinou então, mostrando boa forma, os pedidos de bis foram incessantes! Mas ela manteve a concentração, de quem já deve ter enfrentado muito isso.

Segundo as fontes, momento exato em que Ozzy avista Brenda! Hehehe
- Inflação!!!: Sempre complicados os preços praticados nos shows! A garrafinha de água chegou a valer R$ 10,00, assim como a cerveja. Pode isso Arnaldo!!!???

- Vendedores Contorcionistas: E mais o contorcionismo dos vendedores, que teimavam e passar pelo meio da galera nas piores horas! Serviu também para distrair o público, que brincava imitando os vendedores, gritando coisas como "Olha a maçã do amor! Olha o amendoim!" e fazia pedidos inusitados como achocolatado, coxinha e salada de frutas! Heheheeh!

Telões deram trabalho, e os das laterais, acabaram não sendo ligados
- Mão de Alface: Um banger ficou chorando as mágoas até hoje, pois Mustaine atirou uma das munhequeiras nas suas mãos, mas como um goleiro de time de segundona, deixou cair, e um segurança recolheu, devolvendo para o músico, que jogou novamente e outro sortudo foi agraciado;

- Nada de Bandeiras!: Após algumas experiências mal sucedidas com bandeiras, Ozzy não arriscou e não pegou nada que parecesse com uma bandeira! Morcego escaldado...

- Estatísticas Inúteis e não Comprovadas:
 * 93% do público vestia preto, sendo que 72,5% usava camiseta do Black Sabbath;
 * 21% das camisetas da tour foram compradas no local, mais de 11% encolheram após a primeira lavada!;
* Foram consumidos 53 mil litros de cerveja, 39 mil litros de água, 12 mil litros de refri, 9 mil sanduíches, 2,3 mil pacotes de bolacha, 300 pacotes de amendoim, 9 mil chicletes, 1 acarajé e 675 baseados;
* Foram deixados no achados e perdidos 19 guarda-chuvas, uma pochete, 38 braceletes, 3 cintos de bala e uma camiseta do Justin Bieber;
* Foram esmagados 12 mil dedões do pé, 3.700 formigas, 840 besouros e 109 mariposas;
* Os xingamentos mais ouvidos foram: "Emo!" e "Poser!";
* O saldo final após a rodinhas no show do Megadeth foi de 6.700 dedões esmagados, 2.840 cotoveladas, 1.240 dedo-no-olho e 239 reclamações de "mão boba!";
* 24 gremistas levaram radinho de pilha para acompanhar GrêmioxCriciúma; 13 colorados também, para dar aquela secada, afinal, é um direito de ambas as torcidas do RS!





Nenhum comentário: