quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Resenha de Show: Sim! Mantas e Demolition Estão de Volta! (M:Pire of Evil - SP, 15/11)


Quando anunciaram que os ingleses do M:Pire of Evil viriam ao Brasil, confesso que gerou um misto de emoção e ao mesmo tempo frustração, pois sabia que não viriam a Porto Alegre/RS, porém era impossível controlar a emoção, já que não seria apenas mais uma apresentação, mas sim o show da nova banda de Mantas e Demolition Man (ambos ex-Venom), que viriam para turnê de divulgação de seu primeiro disco como M:Pire of Evil, o excelente "Hell to the Holy".

Bom, as datas iam sendo anunciadas e com Porto Alegre de fora, já não tinha mais esperanças, até que graças ao esforço da Avengers Produções é anunciado o show em São Paulo, e sem pensar duas vezes decidi ir pra lá, pois não podia perder de ver dois ídolos da minha adolescência, Mantas e Demolition, juntos novamente!

Passagens compradas e credenciamento liberado pela Avengers, era hora de conter a emoção, pois não seria apenas mais uma viagem, mas sim viajar com amigos que são fanáticos por Venom e fãs incondicionais de Mantas e Demolition.

Pois bem, o show foi no feriado do dia 15/11 (sexta-feira), e chegamos a capital paulista por volta das 10h da manhã, onde teríamos muito chão para andar até a hora do show. Chegando em frente a casa de shows, Fofinho Rock Bar, já era notável uma boa movimentação de headbangers no local. Para quem não sabe, o Fofinho Rock Bar é casa de shows e bar ao mesmo tempo, de um lado temos a casa e do outro lado o bar, onde os bangers fazem a clássica concentração.

Da direita para esquerda: BPest Feto (Guitarrista - Feto), Renato Sanson (nosso redator) e Jaguaru (Vocal - Feto)
Além do M:Pire of Evil, também teríamos os shows das bandas Apokalyptic Raids, Amazarak, Metallic Crucifixion e Nightmare, que seriam responsáveis por aquecer o público antes da atração principal. A casa estava marcada pra abrir as 22h, porém ouve um longo atraso e foi aberta somente a meia-noite, mas nada que estragasse o humor e euforia dos presentes. A primeira banda a subir ao palco foi a paulista Metallic Crucifixion, que mesmo ainda com pouco público na casa, fez um show avassalador, fazendo um som na linha Sarcófago e Sepultura (antigo), Metal old school de primeira, que fez todos baterem cabeça com tamanha empolgação.

Como de praxe, as bandas de abertura sofrem com o "clássico" som que é disponibilizado a elas, e não seria diferente nesta noite, o som ora soava embolado ou alto demais, mas passando por cima disso, ainda pudemos ouvir e ver a Metallic Crucifixon encerrar sua apresentação com um excelente cover de Sodom, "Blasphemer".

Metallic Crucifixion
Algo que menciono, como critica construtiva, é a iluminação da casa, que poderia ser um pouco melhor, pois dificultou com que as fotos ficassem com uma melhor qualidade, e até mesmo os shows, que dependendo da iluminação ficava em uma penumbra.

Seguindo o baile, era hora da banda Nightmare, e era notável a influência de Motorhead no som do grupo, fazendo aquele Metal que mistura o Rock and Roll com muita sujeira e distorção. Ainda com poucos presentes o Nightmare fez um bom show, mas ainda é preciso mais vivência de palco e quem sabe deixar a influência de Motorhead de lado, até para não cair no ostracismo.

Nightmare
Então era hora da primeira banda de Black Metal da noite, a paulistana Amazarak, que tocou para uma casa mais cheia e com muitos presentes acompanhando sua apresentação. Black Metal ríspido e crú, corpse paint e todos os apetrechos do estilo, fazendo um excelente show, e empolgando bastante os presentes.


Amazarak
Após uma rápida mudança de palco, eis que os cariocas do Apokalyptic Raids tem a árdua tarefa de fazer o show antes do M:Pire of Evil, e sem muitas frescuras a banda mostra a força de seu Death/Black Metal old school influenciado por Celtic Frost e Hellhammer, e faixas como "Evil", "Ready to Go (To Hell)", "Tyrant", "Emperor" e "Apokalyptic Raids" fizeram a festa dos presentes, com a casa mais cheia e com a grande maioria cantando esses hinos do underground.

Apokalyptic Raids
O que chamou atenção foi que o Apokalyptic Raids tocou uma faixa atrás da outra, e ao final do show (com pedido dos presentes de "mais um, mais um") notei que faltaram duas músicas, a introdução "Mankind Defeated" e "Massacra", devido ao tempo e ao horário (já era passado das 2 da manhã), infelizmente o show foi corrido e teve que ser cortado.

Então o grande momento se aproximava, e era hora dos mestres invadirem São Paulo, infelizmente o público não era tão grande (algo em torno de 150 pessoas), mas a euforia fez com que a casa se tornasse um verdadeiro caldeirão, e sem muito papo as lendas entram e cena, com Mantas comandando a galera, e logo de cara tivemos "Demode" e "Die Hard" que levaram os presentes a loucura, rodas e mais rodas e moshpits descontrolados!


Apresentando o material do M:Pire of Evil veio na sequência "Wake Up Dead", e vale dizer com todas a letras, Demolition e Mantas são verdadeiros show mans! Demolition é carismático, com presença de palco única e toca muito em seu baixo; Mantas, o criador dos riffs mais importantes e influentes do Metal extremo, presença de palco animalesca e agitando muito, e sem esquecer o novato Marc "JXN" Jackson, sentando o braço na bateria.

E para deixar todos sem fôlego, uma sequência matadora de clássicos do Venom: "Don't Burn The Witch", "Blackened Are The Priests", "Carnivorous" e "Temple of Ice". Não tem o que dizer de algo desse nível, simplesmente mágico, inesquecível e perfeito!

Da fase M:Pire of Evil tivemos "Hell to the Holy" e "Metal Messiah", onde Demolition apontou para Mantas e o chamou de "Messiah" do Metal. Dos clássicos mais antigos do Venom tivemos "Welcome to Hell", "Black Metal" (um dos momentos mais empolgantes do show) e "Witching Hour".


E após o "final fake", tome mais clássicos, começando por "Countness Bathory" com todos os presentes cantando junto, "Leave Me In Hell" onde gerou rodas e mais rodas (sem contar os moshs insanos) e a mais que clássica e obrigatória "In League With Satan", com todos cantando ao comando de Demolition e Mantas, transformando a casa em um inferno!

Não tem explicação e nem emoção que diga, o que é você ver dois ídolos de perto, fazendo um setlist matador e um show absolutamente perfeito, sem contar o carisma e humildade de todos ao atender os fãs, tirando fotos, distribuindo autógrafos e etc.


Um show que ficará na história, e que mostra que o Venom não é só Cronos. Sim! Mantas e Demolition voltaram com força total!

Texto/edição: Renato Sanson
Fotos: Gelydus Feto, Jaguaru, Luana Brito Fidalgo e Road to Metal
Revisão: Eduardo Cadore

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