quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Resenha de Show: Yngwie Malmsteen & Venus Attack - Bar Opinião (Porto Alegre/RS) 09/11/13





Um público muito bom se dirigiu ao Bar Opinião em Porto Alegre, para conferir de perto a performance de um dos ícones da guitarra metálica, inclusive pudemos observar que haviam pessoas de diferentes cidades das redondezas, e muitos músicos também, como era esperado. De quebra, ainda teríamos como banda convidada a banda local Venus Attack, que lançou este ano seu debut, Venus Attack1, e é formada por músicos experientes e muito competentes, quer dizer, em se tratando de boa música e bom trato do instrumento, a noite prometia!  

Entrando no local, com algum atraso (abertura da casa estava prevista para as 18:30 h, foi aberta perto das 20 h), devido a passagem de som do guitarrista sueco ter se estendido além do programado, já se podia avistar o tradicional paredão de Marshalls, marca registrada de Yngwie, apesar de que, até pelo tamanho do local, nem todos seriam ligados, mas que dá um belo impacto visual, dá!

Deu para observar também, que o palco ficou mais livre para ele, com os microfones e teclado postados bem para o lado do palco (lado esquerdo do público).

Bom, vamos aos shows:

Venus Attack
Como o público chegou cedo, quando foi aberto o local, já havia um bom número de pessoas no local, e o pessoal da Venus Attack fazia os últimos ajustes para entrar logo em cena, e deu para perceber que várias pessoas também estavam curiosas pela performance do quarteto, formado por Michael Polchowicz (Vocais), André Carvalho (Guitarra), Daniel Muller (Baixo) e Renato Larsen (Bateria), que também teria a oportunidade de apresentar músicas de seu debut a um público muito bom.


Um "repórter" anuncia ao microfone notícias de uma invasão alienígena, e isto foi o sinal para a banda entrar em cena, com Michael carregando uma bandeira com o logo da banda. A abertura foi com a faixa que abre o álbum de estreia, indicada para isso, e, apesar do microfone do vocalista ter falhado no início, o público agitou bastante, sem dar importância ao problema, que foi logo corrigido, e  "Looking for the Meaning", que é dinâmica e pesada, mostra de cara a diversidade do som dos "venusianos, que mesclam técnica, peso e melodia num som pesado e moderno, difícil até de rotular, mas que bebe na fonte dos clássicos, que são influência dos músicos da banda; "Hear Me Pray", também foi bem recebida, mais melodiosa e com refrão marcante.

O público mostrava que estava gostando, apesar de muitos ficarem mais prestando atenção do que agitando, algo normal, pois muitos estavam ouvindo o trabalho pela primeira vez e o álbum foi lançado há poucos meses.

Procurando sempre interagir co a plateia, Mike Polchowicz não parava um segundo, e fôlego não faltou, mostrando a grande forma técnica do vocalista, os demais membros também, com performances seguras, mostraram que o quarteto está afiado! O set, apesar de curto, foi muito bom, e só faltaram duas músicas para a banda poder apresentar o "Venus Attack1" na íntegra. Pena que não tiveram um pouquinho a mais de tempo. Mas foi ótimo ver que que a banda cresce a cada apresentação e vem ganhando mais admiradores, pois pudemos observar as reações positivas, ouvir comentários e até pessoal que nos identificou ali, perguntando sobre a banda e falando em adquirir o álbum.


Finalizando, destaco "Stray Bullet", ainda mais "porrada" ao vivo, realmente uma faixa que chama bastante a atenção e uma das que mais agitou o público, e o cover para "Enjoy the Silence", que é a faixa escondida do álbum.

A banda saiu muito aplaudida, e o público riu bastante com o guitarrista André fingindo que ia dar uns "sopapos" no mala do stage maneger do Malmsteen, que ficava apressando o pessoal no palco, além do que, antes de iniciar o show, chegou a discutir com uma pessoa da organização e fazer cara feia para algumas pessoas do público que estavam muito próximas do palco.



Set-list
Looking for the Meaning
Hear Me Pray
Broken Conscience
Eternal Hate
Stray Bullet
Secret Place
S.O.S.
Enjoy the Silence (Depeche Mode)



Yngwie Malmsteen




Pouco após o pessoal da Venus retirar seus equipamentos, a banda de apoio da atração principal entra em cena, e sob luzes e gelo seco, os primeiros acordes já causam furor, e assim que o outrora chamado "jovem viking" surge empunhando a tradicional Fender, mostrou de cara que, se já não é tão jovem assim, energia não faltaria no show. A abertura, já esperada, com "Rising Force", pôs todos em estado de euforia, enquanto Yngwie despejava sua técnica e controle absoluto do instrumento, correndo insandecido de um lado a outro do palco, chegando a beirada do palco, para delírio dos fãs, que também ficavam atentos às palhetas que o guitar-hero jogava a todo instante, todos, claro, querendo conseguir uma lembrança de um dos maiores guitarristas do planeta.


A banda que veio acompanhando o sueco não trazia caras muito conhecidas, mas isso não comprometeu o show,  entretanto, claro, para um cara que sempre esteve acompanhado com músicos de alto gabarito, alguns com grande rodagem, principalmente os vocalistas, já que teve ao seu lado caras como Mark Boals, Joe Lynn Turner, Göran Edman, Tim Owens, Mats Leven, Doogie White (detalhe que ele teve dois vocalistas que passaram pelo Rainbow, banda de sua grande inspiração, Ritchie Blackmore) e Jeff Scott Soto. 


Claro que ele também ajudou a revelar muitos grandes músicos ao grande público, por exemplo o próprio JSS, que gravou os dois primeiros álbuns. Bom, apesar de, principalmente os vocais, não estarem a altura de outras formações que acompanharam Yngwie, Bjorn (baixo), Patrik (bateria) e Nick (Teclados e vocal) seguraram bem. às vezes não dava para ouvir direito os vocais, e também, normal, a guitarra estava bem mais alta que os outros instrumentos. Deu pra notar também, que não tendo nenhum sujeito de mais nome e um vocalista fixo, o palco ficou quase que totalmente somente para Yngwie, deixando a banda num cantinho (heheheeh), e usou todo o espaço disponível, indo de um lado a outro, chegando a beirada do palco a toda hora, com os fãs podendo conferir bem de perto a habilidade do viking.


Com um set bem balanceado, o público não teve um minuto de fôlego, até mesmo nos momentos mais calmos, pois bastava qualquer movimento do guitarrista para a o público responder rapidamente.

Não faltaram os movimentos e malabarismos tradicionais, como jogar a guitarra para o alto, tocar nas costas, girá-la e torno de si, e divertia muito o público cada vez que ele jogava a guitarra para que o stage manager apanhasse! O cara que ficasse atento!!


Cumpriu-se o que o baixista Bjorn, que era o que mais se comunicava com o público, inclusive fazendo discurso emocionado, dizendo que era um fã como nós e agora está ali em cima do palco, que falou que quanto mais o público ficasse ensandecido, mais Yngwie responderia à altura. E o sueco seguiu incansável até o final, para delírio da plateia. E não faltou também o momento de "judiar" da companheira, quase extensão de seu corpo, jogando a guitarra no chão, esfregando nos amplis e depois arrancando as cordas, e, claro, jogando para o assistente se virar e pegar no ar!

Um momento divertido também, foi quando Nick entrou com os vocais na hora errada e Yngwie jogou uma palheta nele, mas tudo na paz, não sei depois no backstage...heheheeh!


Falando um pouco do set-list, destaque para "Never Die", que agitou muito a galera, apesar dos vocais não estarem lá essas coisas, "Far Beyond the Sun", uma das mais esperadas, e que não pode faltar nos shows, 
"Heaven Tonight", talvez a faixa mais comercial do sueco, em que o público cantou junto e fechando, "I'll See the Light Tonight", muito ovacionada, mas também senti bastante falta de um vocal mais tarimbado.

Uma performance do guitarrista que deixou todos satisfeitos, deu para notar que ele estava feliz e divertindo-se no palco, e isso refletiu no show e no público. Fica só esse porém, de que seria melhor ainda com um Doogie White ou um Mark Boals, mas, como Yngwie também revelou muitos talentos, quem sabe surge uma surpresa no futuro, e, claro, os próprios músicos que o acompanhavam merecem ser conferidos em próximas apresentações.

Texto/Edição: Carlos Garcia


Set-list
Rising Force
Spellbound
Demon Driver
Overture/From a Thousand Cuts/Arpeggios from Hell
Never Die
Bardinerie (Bach) / Adagio (Paganini)
Far Beyond the Sun
Acoustic Paraphrase
Dreaming (Tell Me) / Into Valhalla
Baroque & Roll
Masquerade
Rise Up
Trilogy Suite Op: 5 / Blues / Fugue
Solo de bateria
Heaven Tonight
Prelude to April / Air
I’ll See the Light Tonight






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