quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Kataclysm: Do Underground Canadense para o Mundo

Novo disco do grupo canadense deve agradar fãs antigos

Vindo do Canadá, o Kataklysm já percorre duradouros 22 anos de estrada, sempre mergulhado no Death Metal tradicional, muitas vezes brutal, beirando também o melódico. Muitas vezes rotulado como “hyperblast” pela rapidez de sua música, o Kataklysm vem do underground canadense para o mundo, com seu novo lançamento, “Waiting for the End to Come” (2013).

Esse é o décimo primeiro full-lenght da banda, que já contém em sua discografia os clássicos “Sorcery” (1995) e “Shadow and Dust” (2002) e outros não menos apreciáveis, como “In the Arms of Devastation” (2006) e “Prevail”(2008). Nesse novo lançamento a banda conseguiu unir todos seus elementos de anos de experiência para criar um ótimo álbum, tendo como seu antecessor o criticado “Heaven’s Venom” (2010), o qual desagradou muito fãs antigos.

Desde o álbum “Shadow andDust”(2002) tenho acompanhado a banda com mais atenção e até então sempre de olho na careira dos caras. A parte técnica sempre foi um dos diferenciais desses canadenses, e justamente na bateria, que sofre com as constantes trocas, é sempre substituída por um grande músico, com suas batidas na velocidade da luz.

Liderada por Maurizio Iacono, vocal, e por Jean-François Dagenais, guitarra, membros fundadores, a banda nos brinda com um ótimo instrumental e melodias. O player já começa com “Fire” que tem uma introdução bem melódica, criando um suspense para o que está por vir. É ai que a banda já da as caras como de costume, entrando com o pé na porta já despachando blast beats muito rápidos, riffs absurdamente empolgantes e um vocal arrasa quarteirão de Maurizio. A próxima começa com uma introdução do filme “Livro de Eli” e já despeja riffs ultra velozes e novamente os blast beats de entrada, seguindo com um bumbo duplo de ficar de boca aberta. Como a velocidade cai bem na música do Kataklysm, incrível! O baixo está na medida certa, destacado e “turbilhando” a cozinha, perfeita para um grande mosh.

Aqui está uma das minhas preferidas do álbum, “Like Animals”. Com um riff marcante e um vocal muito bem executado por Maurizio, já lembrando que isso é de praxe pelo álbum inteiro. A seguir “Kill the Elite” que inicia com uma melodia que não havia estado presente nas anteriores e que marca o som da banda. Após a rápida introdução, Jean-François nos apresenta seu repertório de riffs, caindo numa cozinha destruidora de Stéphane Barbe no baixo e Olivier Beaudoin na bateria. Que música, meus amigos!

“Under Lawless Skies” tem uma levada um pouco diferente das outras, se diferenciando na qualidade das demais. A competência de Maurizio nos vocais sempre faz com que a música se torne atraente, variando seu gutural e rasgado. “Dead and Buried” já começa com mais melodia e uma levada mais cadenciada com algumas levadas parecidas com a música anterior, também não merecendo muito destaque. “The Darkest Days of Slumber” começa uma bateria bem técnica, com levadas interessantes dos tambores com o chimbal, seguindo com uma ótima condução. Entra ótimos riffs, fazendo com que nenhuma cabeça fique parada.

Após o "fraco" (para muitos) "Heaven's Venom", Kataklysm aposta na velocidade e peso

“Real Blood, Real Scars” nos lembra algo do Thrash Metal com bastante melodia, com um vocal rasgado, mas é outra música que não chega a empolgar. Seguindo a sequencia que nos priva da velocidade costumeira, “The Promise” vem cadenciada, com uma boa cozinha e a técnica de Oliver nessa música impressiona, principalmente pelo andamento dos tempos e troca de ritmos, com bastante quebradas.

Agora sim, a velocidade voltou aos trilhos, despejando riffs e um baixo mais uma vez empolgante, rápida e cadenciada na medida certa, uma das melhores, remetendo boas partes de Thrash Metal. A próxima é a já conhecida “Elevate” que é o carro chefe do play, já apresentada dias antes do lançamento. Ótima pedida para conhecer a banda, lembrando muito os tempos antigos mais melódicos.

Em modo geral, é um grande lançamento desses canadenses que estavam devendo aos deathbangers depois do fraco “Heaven’s Venom” (2010). A produção é limpa, impecável, coisa que o Kataklysm dá muita atenção, com cada instrumento sendo ouvido perfeitamente do começo ao fim. Aqui cabe um grande elogio para arte da capa. Há duas versões para o encarte: uma que há um ser saindo de uma construção cheia de ossos, em direção a uma cidade, com detalhes em preto e branco; e a melhor, no qual uma criança parece literalmente caminhando para a morte, com a Terra atrás sendo devastada por uma chuva de meteoros. Fantástica!

Conheça o Kataklysm e entenda que brutalidade e melodia podem sim caminhar juntas, desde que aplicadas com enorme competência e maestria. Bem vindo ao mundo do Kataklysm e espere pelo fim para voltar ao começo!

Texto: André Luiz Sauer
Edição/revisão: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: Kataklysm
Álbum: Waiting for the End to Come
Ano: 2013
País: Canadá
Gravadora: Nuclear Blast

Formação
Maurizio Iacono (Vocal)
Jean-François Dagenais (Guitarra)
Stéphane Barbe (Baixo)
Olivier Beaudoin (Bacteria)



Tracklist
1 – Fire
2 – If I Was God... I’d Burn It All
3 – Like Animals
4 – Kill the Elite
5 – Under Lawless Skies
6 – Dead and Buried
7 – The Darkest Days of Slumber
8 – Real Blood, Real Scars
9 – The Promise
10 – Empire of Dirt
11 – Elevate

Assista ao vídeo clipe oficial "Elevate"


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