quinta-feira, 31 de julho de 2014

Nightmare: Igualando Novo Trabalho ao Insuperável Antecessor



Quando uma banda lança um disco muito bom, apesar de ser algo desejável, também coloca uma responsabilidade maior e uma pressão dos fãs para que seu sucessor o supere, ou pelo menos, consiga impressionar tanto quanto o famigerado álbum.

Isso acontece com o recentemente lançado “The Aftermath” (2014), que, se não supera “The Burden God” (2012) (confira resenha aqui), certamente se iguala em ótimas composições da banda francesa, num dos melhores discos da sua carreira de mais de 35 anos (considerando o período inativa).

Novo trabalho dos franceses mantém a alta qualidade do disco de 2012

O grupo já há alguns álbuns tem apostado num Power Metal mais pesado, carregado, e menos em algo melódico, o que favorece para que tenhamos discos maduros e com grande personalidade.

São 11 faixas, incluindo a intro, que mostram um vocal da escola Dio de Jo Amore (no começo da banda ele era baterista), riffs inspirados, pesados e cavalgados de Franck Milleliri e Matt Asselbergs. Aliás, esta dupla deve causar inveja a qualquer banda que se preze, basta ouvir sons como “Ghost in the Mirror” (duelo de guitarras fenomenal) e “Necromancer” para atestar que os “velhinhos” não estão para brincadeira.

Álbum deve agradar ouvintes de bandas como Iced Earth e Nevermore

A faixa musical propriamente dita que abre o trabalho é “Bringers of No Man’s Land” e traz grande melodia no refrão, aliado aos momentos pesadíssimos, algo que vai ficando corriqueiro nos trabalhos da banda, sobretudo neste disco. Ouça faixas sensacionais como “Invoking Demons” (é de tirar o fôlego e uma das melhores do disco) e “Digital DNA”, esta mostrando a complexidade sonora do grupo, sem soar técnicos, mas com muita energia. “The Bridge is Burning” é bem no estilo de Nocturnal Rites e Nevermore e traz como destaque os vocais de Jo Amore.

Vocalista Jo Amore começou como baterista e comanda os vocais há anos
Nightmare, em algum momento da carreira, pecou ao ter encerrado as atividades, pois caso contrário, provavelmente seria um nome à altura de grupos como Grave Digger e Iced Earth em termos de respeito e popularidade. Infelizmente, apenas agora começam a colher modestos frutos, apesar de terem lançados dois discos impecáveis seguidos, coisa que as duas bandas citadas apenas agora conseguiram fazer. Confira e comprove.

Stay on the Road

Texto/edição: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: Nightmare
Álbum: The Aftermath 
Ano: 2014
País: França
Tipo: Power/Heavy Metal
Selo: AFM Records

Formação
Jo Amore (Vocal)
Franck Milleliri (Guitarra)
Matt Asselbergs (Guitarra)
Yves Campion (Baixo)
David Amore (Bateria)



Tracklist
1. The Aftermath
2. Bringers of a No Man's Land
3. Forbidden Tribe
4. Necromancer
5. Invoking Demons
6. I Am Immortal
7. Digital D.N.A
8. Ghost in the Mirror
9. The Bridge Is Burning
10. Mission for God
11. Alone in the Distance

Confira o teaser oficial do disco


Acesse e conheça mais sobre a banda

Leia entrevista exclusiva com a banda na divulgação do álbum anterior AQUI.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Resenha de Show: Hibria No Aristos London Bar, 05/07/14 - Caxias do Sul/RS


A espera dos headbangers de Caxias do Sul e região pelo show da Hibria era grande e foi representada por uma enorme fila que se formou em frente ao local onde ocorreria mais tarde o show, o Aristos London House.

Sem atrasos, a banda de abertura, GARAGE INC. (Metallica cover) entrou no palco pouco antes da meia noite. A opinião de que a banda fez uma apresentação muito boa foi unânime, tocando um setlist reduzido, com clássicos como “Master of Puppets”, “One” e “Enter Sandman” da renomada banda Metallica. O final foi marcado pela surpresa de acabar com “Orion”, que foi bem aceita e dessa maneira a banda saiu do palco com seu dever cumprido, conquistaram o público e deixaram a galera bem preparada para o show destruidor que esperava por eles.


A Edena Produções está de parabéns pelo show organizado e bem estruturado que se desenvolveu. Como previsto, passado um pouco da uma da manhã, a banda HIBRIA invade o palco com um setlist de se admirar, que agrada a todos os tipos de fãs, contendo músicas dos seus quatro álbuns lançados. O início foi marcado por uma mescla dos seus dois últimos trabalhos, iniciando com “Silent Revenge” - música título do último disco e de um clipe lançado – seguida de “Nonconforming Minds”, “Silence Will Make You Suffer” - que também teve um clipe desenvolvido e estreado em 2013 - e “Welcome to the Horror Show”, sem esquecer de dar a devida ênfase a presença do público que vibrava e cantava de forma fiel todas as canções.

Como todos sabemos, Hibria tem uma personalidade forte em palco, que conta com diversos aspectos que interagem com o público. O vocalista Iuri Sanson em uma de suas “conversas” lembrou que esse ano fazem dez anos do lançamento de “Defying The Rules” (primeiro álbum da banda), anunciou que surpresas estão por vir e marcou a primeira de várias músicas desse CD, “Living Under Ice” que foi seguida pelo clássico da banda “Steel Lord on Wheels” fazendo a galera agitar o local de maneira monstruosa. Relembrando os primeiros discos faltava apenas “The Skull Collectors” que foi representado no show pela música “The Anger Inside”, acompanhada de mais dois clássicos do primeiro álbum, a faixa título “Defying the Rules” que sempre deixa o público de queixo caído e “Millenium Quest” que é uma obra de arte, perfeitamente executada.


Acho importante parabenizarmos a banda no geral pela técnica, presença e desempenho em palco, mas acho legal darmos um destaque nesse show para o Renato Osório (guitarrista) que incorporou de maneira incrível as músicas dos primeiros trabalhos.

E o “bailão” segue, agora é a vez dos dois últimos álbuns realizarem seu espetáculo de forma mais completa com “Blinded by Faith” e “Lonely Fight” que abrem espaço para a apresentação de “Shall I Keep on Burning”- som do último clipe feito pela banda - que ganhou a admiração de todos presentes, atenção total no início da canção, onde Iuri Sanson com o violão introduz de maneira extraordinária, criando um diferencial no show e ganhando os mais diversos elogios vindos da platéia.


O final do show se aproxima e os fãs parecem estar cada vez com mais fôlego e animação para o que está por vir. “The Way It Is” e “Shoot me Down” - música do clipe emitido pela banda em 2011 – acompanhadas de “Tiger Punch” fazem um fechamento grandioso para os headbangers, que ficam extremamente satisfeitos com o grupo e o espetáculo presenciado.




Texto: Isadora Gomes
Revisão/edição: Renato Sanson
Fotos: Aristos London Bar e Road to Metal

YES: Genialidade e Maestria Sem Precisar Provar Mais Nada


 Depois que os britânicos do Yes lançaram o álbum "Fly From Here", em 2011, fiquei  na expectativa se eles demorariam mais dez anos para lançar um disco de inéditas, sendo que o último trabalho até então era o "Magnification" (2001). Afinal a expectativa é sempre grande quando nos referimos a um dos pioneiros do Rock Progressivo, mesmo sem o Jon Anderson (vocal) e o Rick Wakeman (teclado), dois integrantes importantíssimos, que ajudaram a criar a identidade da banda, e que continuam fazendo muita falta na opinião de muitos fãs.
Mas desta vez a demora por um disco novo não foi longa, felizmente. A banda começou, depois de vários boatos por parte dos integrantes, a compor e trabalhar no seu 22º álbum em 2013, que está sendo lançado nesse ano via Frontiers Records, sob o título de "Heaven & Earth", disco que marca a estreia do vocalista Jon Davison, substituindo o canadense Benoît David que, segundo as fontes, saiu da banda por problemas de saúde. E para lembrar, tanto Davison e Benoît, vieram de bandas tributos ao Yes.



Antes de falar um pouco sobre o mais recente disco é bom lembrar de alguns pontos do álbum antecessor, que recebeu ótima aceitação e até figurou em algumas listas de "Melhores discos de 2011", confesso que foi até uma surpresa pra mim, tanto como fã e admirador da banda. Mas o que vale ressaltar do "Fly From Here" é o resgate das características dos anos 80, principalmente momentos que lembram o álbum "Drama", registro bastante injustiçado por causa da ausência de Jon Anderson, mas que tem canções especiais, como "Machine Messiah". E outro ponto importante também, foram os vocais de Benoît David, que tem uma característica vocal muito parecida com a de Jon Anderson.
Se houvesse uma disputa entre o "Fly From Here" e "Heaven & Earth", acho que quem se sairia melhor é o primeiro, não somente pelo que eu destaquei no parágrafo acima, mas também por ser um disco de mais fácil assimilação, e todas as músicas são ótimas. Mas não significa que é uma crítica negativa ao mais novo trabalho, muito pelo contrario, "Heaven & Earth" é um disco que absolutamente mantém o bom gosto nas composições,  e que vai ser muito bem aceito pra quem é apaixonado pela banda, com uma audição pra lá de agradável do começo ao fim.


Jon Davison (o novo "Jon" do Yes) e Chris Squire
"Heaven & Earth" tem tudo o que podemos esperar do Yes: Prog Rock com uma filosofia de composições e arranjos ricos, canções marcantes e muita qualidade e técnica por parte de Steve Howe (guitarra), Chris Squire (baixo), Alan White (bateria), Geoff Downes (teclado) e do novato Jon Davison (vocal), e o grupo, que chega aos 46 anos de estrada, já não tem mais nada o que provar para ninguém, e com o passar dos anos, a banda prosseguiu mostrando todo o seu valor em estúdio e fazendo shows espetaculares pelo mundo, mostrando porque é um dos principais nomes do Rock Progressivo de todos os tempos, ao lado de Pink Floyd, Gentle Giant e entre tantas outras bandas clássicas do gênero.
As faixas, a maioria delas longas, o que por sinal é uma tradição do Yes,  não são monótonas ou repetitivas, cada uma sempre tendo inovações e diferentes nuances, o que é bem interessante. E já começo dando destaque para a primeira faixa, "Believe Again", que tem a base toda trabalhada no sintetizador de Geoff Downes, e Chris Squire e Steve Howe executando com maestria o trabalho das cordas, uma faixa que cresce ainda mais no refrão, com brilho e força, prevalecendo o talento do vocalista Jon Davison, que possui um timbre parecido ao de Jon Anderson. E uma semelhança muito legal é que Davison também se chama Jon (risos).



"The Game" já vem com menos sintetizadores e menos timbragens de teclado, dando mais ênfase nas guitarras e  melodias semi acústicas de Steve Howe, que logo na introdução já entra um som bem empolgante e Chris Squire segurando a base. Em seguida, um refrão memorável, terminando com um solo de guitarra impecável de Steve Howe, num sincronismo perfeito com os backing vocals bem suaves.
A minha preferida, e que me levou a ouvi-lá repetidas vezes, é a "To Ascend", balada de tirar lágrimas dos olhos. Nela tem uma espécie de pergunta e resposta nos acordes de Steve Howe e do baixo inconfundível e palhetado do Chris Squire, que pra mim (e para muitos) é o integrante que mais se destaca até hoje dentro da banda, além de ser um dos melhores baixistas de toda a história do Rock. E para completar, a música ganha uma linda melodia de piano para dar ainda mais luz e harmonia.

"Lights Of The Age" é uma das mais experimentais do disco, tendo dois lados, ou seja, passa por momentos mais obscuros e épicos, e em certos pontos, ganha tons mais leves no começo e na ponte final da música, apresentando variações diversas dentro da mesma faixa, entendo que os músico são mestres e gênios nesse quesito.
A última e a mais gigante faixa, "Subway Walls", até que poderia entrar em um disco dos canadenses do Rush, porque toda a atmosfera da música lembra um pouco do que a banda fez nas suas fases mais prog. Essa música já tem uma linha mais Jazz, principalmente na bateria de Alan White e também no baixo, e logo chegando na metade, Geoff Downes entra com um hammond bem executado, seguido de ótimos solos de guitarra de Howe.


O Yes 2014: Squire, White, Downes, Howe e Davison
Para quem é chegado ao lado mais Pop da banda, destaco as faixas "Step Beyond" e "It Was All We Knew".  A "In A World Of Our Own", também se difere pela pegada meio Beatles.
Todos nós esperamos que o Yes continue fazendo bons discos, pois a qualidade e bom gosto continuam intactas, agradando os antigos admiradores, e sempre existirão novos fãs e apreciadores de boa música que descobrirão o legado que o grupo já deixou, e, afinal, qualidade é sinônimo de longevidade. Também ficamos torcendo para que Jon Anderson e Rick Wakeman, além de outros integrantes que já fizeram parte da banda, possam se reunir para celebrar, logo ali em frente, os 50 anos de carreira.

Texto: Gabriel Arruda
Edição/Revisão: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: Yes
Álbum: Heaven & Earth
Ano: 2014
País: Inglaterra
Tipo: Rock Progressivo
Selo: Frontiers Records



Line Up:
Jon Davison (vocal)
Steve Howe (guitarra)
Chris Squire (baixo)
Alan White (bateria)
Geff Downes (teclado)
Track-List

1. Believe Again
2. The Game
3. Step Beyond
4. To Ascend
5. In A World Of Our Own
6. Light Of The Ages
7. It Was All We Knew
8. Subway Walls

Acesse os canais oficiais da banda:




domingo, 27 de julho de 2014

DNR: Metal Como Crítica Social

Proposta traz Thrashcore com letras críticas em português

A banda de Jundiaí/SP Do Not Resuscitate, ou simplesmente DNR, tem impressionado pela qualidade técnica e o grande peso das composições de seu disco de estreia, autointitulado com o nome do grupo, e que saiu este ano de forma independente.

São 10 canções com forte crítica social às condições humanas, especialmente da desigualdade social e abusos que o povo é alvo no Brasil, todas com vocais guturais em português de Rapahel Zavatti, que compõe a dupla de guitarristas com André Muerto.

Apesar de muitos anos de experiência, grupo estreou em CD em 2014

São canções bastante pesadas, caminhando por áreas como o Thrash Metal, com bastante Hardcore, sempre recheado de momentos oportunos para o headbanging. 

Canções como “Novas Grades”, “Ciclo da Imundície” e “Digerindo o Nada” mostram a violência sonora do quarteto que ainda conta com Zé Cantelli no baixo e Thiago Spa na bateria, mas tudo sem soar puro barulho.



Com uma ótima gravação e produção no Wink Estúdio de Jundiaí/SP, a DNR surpreende, pois com uma capa simples e um encarte dentro da média, poder-se-ia esperar um trabalho fraco, sem grande força e energia, apenas mais um no cenário nacional. Entretanto, o que temos é o completo oposto, um disco que irá agradar até mesmo aquele pouco habituado com a sonoridade tão pesada.

Duas faixas merecem grande atenção e são, disparadas, as principais do álbum: “Ação e Reação” (confira o vídeo clipe oficial acima) e “Parasitas”, esta fechando o disco e sendo aquela que coloquei repeat infinitos. Ouça e comprove a qualidade do grupo que está resumida nessa faixa.

DNR começa com o pé direito e se seguir com o bom trabalho de divulgação, ainda dará muito o que falar. Este é apenas o começo. 

Stay on the Road

Texto/edição: Eduardo Cadore
Fotos: divulgação
Assessoria: Metal Media

Ficha Técnica
Banda: DNR
Álbum: DNR
Ano: 2014 
País: Brasil
Tipo: Thrash/Hardcore/Thrashcore
Selo: Independente

Formação
Raphael Zavatti (Vocal e Guitarra)
André Muerto (Guitarra)
Zé Cantelli (Baixo)
Thiago Spa (Bateria)



Tracklist
01. Reclame
02. Novas Grades
03. Controle Inativo
04. Atrofiando Mentes
05. Ciclo Da Imundície
06. Lei do Cão
07. Desarmônico
08. Digerindo o Nada
09. Ação e Reação
10. Parasitas

Acesse e conheça mais sobre a banda

Contate a banda: dnrbrasil@hotmail.com

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Ratos de Porão: Século Mais Que Sinistro!


Sabe aquela banda que você ouve e que fica marcado para o resto de sua vida, essa é Ratos De Porão para mim, e a cada ano se superando mais agora eles chegaram com esse novo petardo, o “Século Sinistro” é um ótimo álbum e vem dando um positivo respaldo entre os fãs.

O álbum começa com uma “Intro” seguida de “Conflito Violento”, apresentando tradicionalmente as letras em português, realistas e muito agressivas, sendo esta falando dos protestos que vem acontecendo no Brasil, na forma mais nua e crua possível, e não é de hoje que o Ratos De Porão vem tratando do que vem acontecendo em nosso dia a dia. “Neocanibalismo” segue em uma pancadaria sem fim, riffs corridos desempenhados por Jão, fazendo o som focar mais numa linha Hardcore bem potencializada.


“Grande Bosta” começa mais cadenciada e com uma levada bem interessante, onde dá pra se ouvir com muita clareza o baixo de Juninho, e tenho que salientar aqui que é muito empolgante ver um show do Ratos De Porão com esse cara, é energia do início ao fim, parece que o cara vai voar. “Sangue e Bunda” segue com um início meio estranho, com riffs meio melódicos meio arrastados e com berros de um porco batizado por eles de “Atum”, logo em seguida a música se encaixa e volta a soar “RDP”, na metade aparenta que a música termina, para logo voltar a desgraceira e com os gritos do “Atum” novamente, uma música um tanto estranha mas muito boa.


“Século Sinistro”, a música que intitula o CD, quase acaba com João Gordo, é uma música que começa com uma velocidade incrível, tanto cantada quanto tocada na bateria, o baterista “Boka” mostra toda sua técnica em quase 3 minutos, é um som rápido e muito agressivo. “Jornada para o Inferno” é uma das músicas que seguem na linha do álbum anterior; “Homem inimigo do homem” é bem cadenciada, tendo uma letra fenomenal, tenho que dizer que João Gordo tem um talento incrível para escrever letras, essa fala da superlotação dos presídios no Brasil.


Logo a seguir começa “Prenúncio de Treta”, música com muitas quebradas de tempo e com um vocal muito audível, é incrível como esse CD não tem descanso.  “Stress pós-traumático” é uma música bem Crossover mesmo, cheia de viradas, com muitas pegadas de levada Thrash Metal, com 4 ou 5 riff diferentes que conseguem soar bem legais.

Então começa uma das melhores músicas e letras do CD, “Viciado Digital”, que trata de um dos mais sérios vícios da sociedade hoje em dia, o vício das redes sociais, como sempre RDP tocando na ferida direto ao ponto e sendo preciso. “Boiada pra Bandido” é uma música envolvente pela sua levada, legal essas coisas que o RDP faz, que é sempre inovar mas não deixando as marcas antigas da banda. Nesta música nos lembra muito o que pudemos ouvir em “Onisciente Coletivo”, isso é interessante e muito legal ao mesmo tempo.


“Progreria of Power” é um cover da lendária banda Anti-Cimex, logo em seguida começa a pauleira de “Puta, Viagra e Corrupção”,  fala dos deputados presos, e que depois de tudo que fizeram já estão nas ruas, destaque para o bumbo duplo. O álbum fecha com “Pra fazer pobre chorar”, que fala da realidades das favelas do Brasil.

É incrível como Ratos De Porão tem essa tendência de fazer letras realistas e que abordam temas muito constantes em nossas vidas, se pegarmos essas letras daqui a 20 anos, ainda serão muito atuais, assim como são as letras de "Brasil" ou "Anarkophobia", ou seja, muita coisa não mudou no nosso país tropical. 

O RDP é uma banda que está no topo da música extrema mundial e merece muito respeito, se você é fã vai adorar se não é, prepare-se para ser um!


Texto: Patrick Rafael
Edição/Revisão: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação

Formação:
João Gordo: vocal
Jão: guitarra
Juninho: baixo
Boka: bateria


Ficha Técnica:
Banda: Ratos de Porão
Álbum: Século Sinistro
Ano: 2014
País: Brasil
Produção executiva: João Gordo
Gravado e mixado no estúdio Family Mob por André “Kbelo” Sangiacomo em novembro de 2013
Masterizado em São Francisco (USA) – Fantasy Studios
Backing vocals: Jão, Juninho, Gordo, Estevam Romera
Solos de guitarra em “Neo Canibalismo” e “Progeria of Power”: Moyses Kolesne
Pré-produção: Jean Dolabella
Produzido por João Gordo e Ratos de Porão
Participação sem crueldade em “Sangue e Bunda”: porquinho Atum
Arte da capa: Ricardo Tatoo
Concepção da arte: João Gordo



Tracklist:
01 – Conflito violento
02 – Neocanibalismo
03 – Grande bosta
04 – Sangue & bunda
05 – Século sinistro
06 – Jornada para o inferno
07 – Prenúncio de treta
08 – Stress pós traumático
09 – Viciado digital
10 – Boiada pra bandido
11 – Progreria of power
12 – Puta viagra e corrupção
13 – Pra fazer pobre chorar

Links:
Site Oficial

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Kalidia: Metal Com Melodia e Elementos Sinfônicos, Mas Tentando Fugir dos Rótulos


Depois de um bom cartão de visitas, o EP "Dance of the Four Winds" (2012), os italianos do Kalidia lançaram recentemente seu debut, "Lie's Device", de forma independente, tendo na produção Alessio Lucatti (Vision Divine, Etherna). E é interessante a quantidade de boas bandas que têm surgido, lançando trabalhos de forma independente, ou utilizando-se de um selo somente para a distribuição, então, temos de ficar atentos a muitas pérolas que, graças a internet (se a internet tem um lado que pode ser nocivo, devido aos downloads ilegais, por outro lado, tem benefícios, e parece que o mercado e as bandas já se adaptam melhor a este fator), podemos tomar conhecimento.

A banda apresenta uma sonoridade que mescla elementos do Metal tradicional, Power, Epic e Symphonic Metal, com muita melodia e os belos vocais de Nicoletta Rosselini, que possui um registro de voz limpo e marcante, muito agradável, fugindo daquele estilo que vai mais para o soprano, e também não chega a ser naquela linha mais puxada para os vocais tradicionais, como Doro Pesch ou Leather Leone.


Conforme falei antes, o grupo, apesar de apresentar alguns elementos do Power Metal Melódico, tenta fugir de um rótulo específico, e podemos encontrar vários elementos que lembram bandas mais tradicionais como Iron Maiden, como na levada e melodias de "Hiding From the Sun", que possui também um refrão bem melódico e pegajoso. 

"The Lost Mariner" também é um bom exemplo do que o ouvinte pode esperar, sinfônica, mesclando partes mais velozes e melodiosas, com Nicoletta parecendo estar nos contando uma história, com linhas vocais que soam muito agradáveis; "Reign of Kalidia" traz elementos épicos, e segue numa levada mais veloz, enquanto que a faixa título, "Lie's Device" lembra algo daquelas músicas mais épicas do Rainbow (me lembrou a "Wolf to the Moon"), com riffs e melodias nos teclados bem climáticos;

Nicoletta Rosellini: buscando diferenciar-se com um timbre suave e marcante
"In Black and White", que traz a participação de Alessandro Lucatti (Etherna), tem uma levada de bateria e um riff que lembra um pouco "Children of the Grave" do Sabbath, num andamento bem empolgante.

"Harbinger of Serenity" traz mais uma participação especial, os vocais de Andrea Racco (Etherna), com vocais com drives agressivos, fazendo contra-ponto com a voz suave de Nicoletta. Num andamento mais cadenciado, essa faixa tem um clima bem tenso, lembrando a "March of Mephisto" do Kamelot.


"Dollhouse (Labyrinth of Thoughts)" também merece menção, com belos coros e melodias, teclados climáticos, seguindo num andamento mais "meio-tempo", além da voz agradável de Nicoletta, que se não apresenta muitas variações em determinadas faixas, tem um timbre agradável e diferente.

Um belo debut, mostrando uma banda de potencial, tentando não se prender a um estilo ou rótulo, fazendo simplesmente Heavy Metal e música de qualidade e bom gosto, com generosas doses de melodia.

Texto/Edição: Carlos Garcia
Revisão: The Digger
Fotos: Arquivo da banda/V. Bacelli

Ficha Técnica:
Banda: Kalidia
Álbum: Lie's Device
Ano: 2014
País: Itáia
Produção: Alessio Lucatti
Selo: Independente
Estilo: Melodic Metal/Power Symphonic Metal


Line Up:
Nicoletta Rosellini – Vocals
Federico Paolini – Guitars
Nicola Azzola – Keyboards
Roberto Donati – Bass
Gabriele Basile – Drums




Set List:
01. The Lost Mariner
02. Hiding from the sun
03. Dollhouse (Labyrinth of Thoughts)
04. Reign of Kalidia
05. Harbinger of Serenity (feat. Andrea Racco)
06. Black Magic
07. Shadow will be Gone
08. Lies’ Device
09. Winged Lords
10. In Black and White (feat. Alessandro Lucatti)

Acesse os canais oficiais da banda:

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Blaze Bayley e Tim Owens: Gigantes do Metal no Mesmo Palco em São Paulo/SP (Fame Enterprises/Open the Road)



Os nomes Blaze Bayley e Tim Owens dispensam apresentações, afinal de contas, foram vocalistas, respectivamente, do Iron Maiden e do Judas Priest. Ambos têm algo em comum: substituíram em cada grupo vocalistas tidos como “a voz da banda”, gravando dois álbuns até o retorno triunfal do dos vocalistas que substituíram.

Apesar de uma passagem duvidosa pelo Iron Maiden, lançando discos odiados por muitos, amados por alguns, Blaze Bayley construiu, desde “Silicon Messiah” (2000), uma sólida e indiscutível carreira solo, lançando inúmeros discos inéditos e ao vivo, passando pelo Brasil onde tocou em cidades que nunca imaginaram ter um ex-Maiden presente, como Santo Ângelo/RS, show que acompanhamos de perto.

Já Tim Owens pouco arriscou em carreira solo, mas passou por grupos como Iced Earth (até hoje seu disco de estreia na banda é o mais vendido do grupo), Malmsteen, Charred Walls of the Damend e Dio Disciples (este apenas ao vivo como tributo ao Dio).

Com uma bagagem imensa, dois vocalistas detonarão clássicos de suas ex-bandas e carreira

Apesar de ambos se apresentarem com certa regularidade no Brasil, pela primeira vez realizarão algumas apresentações conjuntas e a cidade de São Paulo/RS receberá show duplo dessas lendas vivas do Metal no Clash Club (Rua Barra Funda 969) na noite de 26 de julho, em evento promovido pela Fame Enterprises e a Open the Road Agency, numa parceria que tem tudo para ser um sucesso.

A expectativa é de um grande público para prestigiar esse show inédito e você pode participar dessa noite histórica garantindo os últimos ingressos via Ticket Brasil (clique aqui).

O Road to Metal estará fazendo cobertura desse grande evento e, desde logo, parabeniza as produtoras pelo evento. Nos vemos por lá!

Stay on the Road

Texto/edição: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação


BLAZE BAYLEY + TIM RIPPER OWENS, SÃO PAULO, SP 26.07.2014 - SABADO
 
CLASH CLUB
RUA BARRA FUNDA 969, SÃO PAULO, SP
Ingressos:
R$90 - Pista Meia / Antecipada
R$ 120 - Mezzanino Meia / Antecipado
R$140 - Camarote Meia / Antecipado
CENSURA: 16ANOS / OU 14ANOS ACOMPANHADOS
 
 
 
OUTRAS OPÇÕES DE PAGAMENTO:
FAME: DEPOSITO OU TRANSFERENCIA NA CONTA - PAGSEGURO: BOLETO - DEBITO DIREITO - CARTÃO


Mais informações

domingo, 20 de julho de 2014

Pisca Produtora & Road to Metal Levam Você Na Faixa ao Show do SABATON em POA/RS


Para participar é muito fácil:

*Compartilhe o cartaz fixado na página oficial do Road to Metal no Facebook em modo público (CLIQUE AQUI)

*E mande seu nome completo para pisca@pisca.com.br

Mais fácil que isso só chutando a vó!

Feito estes dois procedimentos você estará concorrendo a um ingresso para o show.

Lembrando que serão dois ganhadores, então corra, pois o sorteio será dia 01/09!


Aproveite e confirme sua presença no evento: https://www.facebook.com/events/1482482655321703/?fref=ts

sábado, 19 de julho de 2014

South Legion: Death Metal dos Pampas

Proposta incomum rende grande obra da música extrema gaúcha

Não é de hoje que algumas vertentes do Metal flertam com a música tradicionalista das regiões do país. Aliás, o maior nome da música pesada brasileira, Sepultura, já fazia isso lá na década de 90, seguido por muitos grupos Brasil a fora.

Apesar de algumas bandas acabarem abusando e perdendo toda identidade de um grupo de Metal, outras conseguem manter a sua proposta aliando-se à música local. É o caso da South Legion, que nada mais é que a dupla Christopher Abel (vocal e guitarra) e Wildy Souza (bateria), e que lançou seu disco de estreia este ano, chamado “From the Spilled Blood” e saiu pela Cianeto Discos, cunhando um novo subgênero: o Pampa Metal.

Ao unir o Death Metal com a música tradicionalista gaúcha nasce o Pampa Metal

A proposta da dupla, que conta com os convidados Bruno Moritz (acordeão) e Marcello Caminha (violão), é o Death Metal mais rápido e pesado lançado em 2014, contando com letras que exaltam a cultura sulista, afinal, a banda é do Rio Grande do Sul, um dos estados que mais valoriza sua cultura tradicional.

E isso fica evidente em faixas como “Do Verde Se Fez Vermelho”, “La Pampa” (primeiro vídeo clipe oficial), “To the Son” (começo perfeito no acordeão para estourar em ótimos riffs) e “Tango de la Muerte”, além de momentos em que divide-se bem passagens de puro Death Metal com momentos de acordeão e violão, como na ótima “The Root of All Way of Live”, a melhor das 10 faixas do álbum.

Ouça "Gaúcha", cover de Marcello Caminha pela South Legion

Os vocais de Abel não revolucionam, fazendo bem sua parte com guturais graves, certos momentos bem na linha Death Metal old school. Wildy Souza destrói a bateria, optando pela escola “bumbo duplo insano”, mostrando muita vitalidade. Marcello Caminha (músico, intérprete, compositor gaúcho) também merece destaque, mostrando ter uma relação estreita com o Metal extremo gaúcho (vide sua participação ao lado do Krisiun).

Um dos destaques fica para a capa, feita em tons de cinza e desenhada a mão, traz o gaúcho no cavalo, o mate, enfim, vários elementos da cultura do Rio Grande, o que é incomum de vermos em discos de Metal e marca uma evolução nas propostas artísticas de fugir dos mesmos elementos de sempre.

Clique AQUI e assista ao vídeo clipe oficial "La Pampa"

Mencionável o ótimo trabalho de mixagem e masterização de Roger Fingle (Estúdio Nitro) em Caxias do Sul/RS, além da produção da dupla e de Raul Misturada, que deixaram “From the Spilled Blood” perfeitamente audível, sem soar abafado ou amador.

A South Legion merece todo respeito pela ousadia e veneração das suas raízes, levando a música sulista para o Metal, sem usurpar nem um, nem outro, respeitando as raízes gaúchas e do Death Metal. É para ouvir com o lema tirado do hino do Rio Grande: “Sirvam nossas façanhas, de modelo a toda Terra”.

Stay on the Road

Texto/edição: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação
Assessoria: Metal Media

Ficha Técnica
Banda: South Legion
Álbum: From the Spilled Blood
Ano: 2014 
País: Brasil
Tipo: Death Metal
Selo: Cianeto Discos

Formação
Christopher Abel (Vocal e Guitarra)
Wildy Souza (Bateria e Percussão)



Tracklist
1- La Pampa
2- Do Verde Se Fez Vermelho
3- The Root Of All Way Of Live
4- Here Heroes Died
5- Barche Su Ruote
6- From The Spilled Blood
7- Mist
8- Tango De La Muerte
9- To The Son
10- Will Come A Day

Ouça gratuitamente o disco na íntegra

Acesse e conheça mais sobre a banda

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Winger: Nos Melhores Dias


Algo que sempre comento a respeito, é o quanto algumas bandas melhoraram com o tempo,  bandas como o Winger, que tiveram um auge nos anos 80, tocando em grandes concertos, exposição na mídia, vídeos na TV (na época que a MTV era direcionada realmente a música), e que, depois daquela época mais pobre da música que foram os anos 90, a qual muitas dessas bandas, ou tiveram um hiato em suas atividades, ou tentaram mudar seu direcionamento sem muito sucesso, ou ficaram restritos, pois ainda a internet engatinhava e grandes selos/gravadoras ditavam muitas das regras.


Depois desse período (dos 90 ao início do novo século), no início dos anos 2000, muitas bandas amadureceram, o mercado foi mudando, selos e lançamentos independentes, a internet, gravadoras especializadas, como Nuclear Blast, Century Media, SPV e Frontiers, para citar algumas, investiram nesses segmentos do Hard e Metal, pois o público para essa música nunca deixou de existir, e essas bandas, como o Winger, amadureceram e lançaram trabalhos musicalmente melhores, pois sem aquela pressão de fazer uma música comercial, ou um novo hit para rádio ou para um clipe, tendo que se render a "sugestões" de gravadoras por interesses mercadológicos, mostraram a qualidade que possuiam.


Eu tinha restrições ao Winger, pois o direcionamento era bem comercial e repetitivo, baladas feitas na medida para tornarem-se hits radiofônicos. Não que não tenha muita coisa legal nessa linha, mas o problema estava nessa "poda" da criatividade.

Hoje, os trabalhos que Kip Winger vem lançando, inclusive solos, são de muito qualidade e bom gosto.
Este novo álbum, lançado via Frontiers Records, "Better Days Comin'" traz excelentes composições, mesclando o Hard, AOR e Melodic Rock, com momentos bem melodiosos, Hard Rocks mais "pegados" e belas baladas, e, claro, com excelentes refrãos. E o melhor, consegue unir um instrumental refinado a melodias cativantes e agradáveis, com uma diversidade bem interessante. "Midnight Driver of a Love Machine", abre o disco, é um Hard naquela linha tradicional da banda, mas com uma pegada moderna e pesada; "Queen Babylon" abre com um riff pesado, seguindo um andamento meio-tempo;  "Rat Race" completa essa tríade explosiva de abertura, e é um Hard/Heavy acelerado.


"Better Days Comin'" vem na sequência, com uma atmosfera mais leve e "pra frente", enquanto que "Tin Soldier"soa mais progressiva e dark, com muito refinamento instrumental, essa já elegi uma das minhas favoritas; Para seguir exemplificando a qualidade e diversidade, segue outra das minhas favoritas: "So Long China", um excelente Hard, com um refrão ganchudo, melodias cativantes e interessantes variações, realmente "catchy"!! e ainda a balada "Be Who You Are, Now", com orquestrações e clima melancólico.

Um album que mostra o melhor do Winger, mostrando toda a experiência e qualidade (Reb Beach e Kip Winger é uma e dupla e tanto, não tem como não produzir qualidade) em um instrumental refinado e composições de muito bom gosto. Pode conferir sem medo!

Texto: Carlos Garcia
Revisão:The Digger
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: Winger
Álbum:Better Days Comin'
Ano: 2014
País: EUA
Tipo: Hard Rock/Melodic Rock
Selo: Frontiers

Line Up:
Kip Winger: baixo, teclados e vocais
Reb Beach: Guitarras
John Roth: Guitarras
Rod Morgenstein: Bateria



Set List:
1. ‘Midnight Driver of a Love Machine’
2. ‘Queen Babylon’
3. ‘Rat Race’
4. ‘Better Days Comin’’
5. ‘Tin Soldier’
6. ‘Ever Wonder’
7. ‘So Long China’
8. ‘Storm In Me’
9. ‘Be Who You Are, Now’
10. ‘Another Beautiful Day’ (Deluxe Edition Bonus Track)

11. ‘Out Of This World’


Acesse os canais oficiais da banda:
Site Oficial
Youtube
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quarta-feira, 16 de julho de 2014

Lusferus: Black Metal Devastador

Mais recente trabalho de uma das maiores bandas extremas do underground paulista

Som pesado, rápido e com os dois pés no Black Metal é o que encontramos em “Black Seeds ov Obscure Arts”, segundo da banda Lusferus de Ribeirão Preto/SP.
Lançado em 2013 via Eternal Hatred Records e com distribuição da Voice Music, o petardo é um prato cheio para as adoradores do mais pesado Black Metal, provavelmente um dos álbuns mais agressivos que ouvi.

São apenas 8 faixas diretas, rápidas e com o peso extremo evidenciado, mas tudo numa quantidade cirúrgica que faz do álbum um trabalho coeso, que sabe onde pisa, sem soar barulhento ou querendo apenas ser a banda mais pesada do mundo.
Como quarteto, a Lusferus conta com os competentes Goehrnis (vocal e guitarra), Ivåder (bateria e vocal), Solrac (guitarra e vocal de apoio) e Mütt (baixo e vocal de apoio) que mostram como compor e executar Black Metal empolgante, violento e milimetricamente encaixado nota à nota. 

Banda que não quer apenas soar pesada, mas coesa e bem executada

A produção um pouco abafada não chega a atrapalhar, e apenas é notada que poderia ser melhor por ouvidos criteriosos. De maneira geral, o trabalho da banda e com Rômulo Ramazini e Marcio Herzer (Home Bless Estúdio) em “Black Seeds ov Obscure Arts” é bastante satisfatório. Aliando isso com o encarte com as letras, fotos e informações, juntamente com a capa temática criada por Ana Cristina Ferreira, temos um trabalho de digníssima qualidade e que deve figurar na coleção de qualquer um que goste de Black Metal de verdade.

Clique aqui e ouça "The Eye"

Ouça faixas como “The Eye” (mais de seis minutos e arregaçando no começo do CD), “Seasons of the Suffering”, “Voices From Beyond” e a última “The Day That Earth Shall Burn”, que é a mais “épica” do álbum, fechando com chave de ouro esse ótimo disco.

Stay on the Road

Texto/edição: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação
Assessoria: MS Metal Press  

Ficha Técnica
Banda: Lusferus
Álbum: Black Seeds ov Obscure Arts
Ano: 2013
País: Brasil
Tipo: Black Metal
Selo: Eternal Hatred Records



01. The Eye
02. Novam Aetate
03. Seasons of the Suffering
04. Path of the Serpent
05. Black Seeds ov Obscure Arts
06. Voices from Beyond
07. Dark Times
08. The Day that Earth Shall Burn

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terça-feira, 15 de julho de 2014

4th Dimension: Novos Ares no Power Metal Melódico



A certeza de que a qualquer momento poderemos ouvir algo novo, que traga novas ideias e novos ares é o que mais me fascina no mundo da música. Se algum tempo atrás um ou outro sub-gênero do Metal, como o lado mais melódico do Power Metal, tenha sofrido um desgaste, agora o cenário já apresenta uma renovação, inclusive com algumas bandas com mais tempo de estrada lançando bons discos, como o Sonata Arctica, Vision Divine e Rhapsody of Fire, afinal, não se pode viver só do mesmo álbum, ou gravar a mesma música várias e várias vezes. Aliás, até que pode, e uns o fazem, mas são fadados ao esquecimento ou ostracismo.

Falando em novos ares e renovação, o 4th Dimension, banda italiana fundada em 2005, lançou este ano o seu segundo trabalho, "Dispellig the Veil of Illusion" (o primeiro, "The White Path to Rebirth" é de 2010), com uma excelente e límpida produção sonora.  O grupo dá mostras que, enquanto surgirem novas bandas, com ideias bem trabalhadas, cuidado nas composições e criatividade, não há o que temer quanto ao ostracismo de um estilo ou de uma banda.


Pode-se dizer, como referência, que o 4th Dimension faz um Power Metal Melódico que se assemelha em alguns aspectos a boa safra finlandesa, porém,seria até errado colocá-los somente com esse rótulo, pois agregam vários outros elementos, o release da gravadora fala em Modern Power Metal, até que é um termo interessante, pela linha seguida, como os interessantes arranjos de teclados e sintetizadores que fogem daquela linha mais clássica (embora não seja algo totalmente novo).

Instrumental muito bem trabalhado, variações, criatividade nos arranjos, com cada música apresentando elementos diferentes, não deixando que o álbum caia no lugar comum, ou seja repetitivo, mantendo a atenção do início ao fim, ou seja, percebe-se uma preocupação com a qualidade do que fazem.
(abaixo,"Angel's Call", do primeiro álbum)


Louve-se a performance dos músicos, muito competentes, destacando o vocalista Andrea Bicego, que, além de um timbre bem interessante, utiliza-se também várias nuances, com interpretações com feeling, não seguindo somente aquela linha mais, digamos, comum no Power Melodic, ou seja, somente com vocais muito altos.Não que ele não se utilize desse artifício, porém, seja em músicas mais rápidas, como "The Circle in the Ice", como ou nas mais climáticas e cadenciadas, como "Away", que apresenta linhas vocais criativas, e como falei, em vários momentos, praticamente interpretando, lembrando-me de cantores como Jon Oliva ou Meat Loaf, que provavelmente tenham servido de influência para Andrea, e quem sabe um dia o cara chegue a um patamar próximo desses ídolos, não é?


Falando um pouco das faixas do álbum, o play abre com a intro "Veil 3102",seguida da de "The Circle in the Ice", que alterna momentos daquele Power Metal Melódico veloz, porém com variações e mudanças de ritmo, além de melodias cativantes nos teclados, que em vários momentos segue uma linha mais moderna, com alguns efeitos eletrônicos e sintetizados, fugindo também um pouco daquela linha mais tradicional, orquestrada ou neoclássica de um Rhapsody, por exemplo, e destacando os vocais de Andrea, também com criativas linhas;"Kingdom of Thyne Illusions" (confira acima), que também foi a escolhida para o vídeo promocional, também segue uma linha mais veloz, com melodias cativantes e muitos teclados, aliás, nessas partes mais rápidas é que eles me lembram mais o Power Melódico finlandês (Sonata Arctica, principalmente); "Extra World", também alterna momentos mais rápidos e variações criativas, mostrando que eles não partem para um lado mais fácil ou mais cômodo, buscando soluções interessantes para cada canção; 


"White Logic" também é um bom exemplo da criatividade da banda,seguindo uma linha mais cadenciada, destacando excelentes arranjos de teclados e a linhas vocais; "The Watch Tower", que é baseada no livro "La Torre Vigia", de Ana Maria Matute, traz diversos climas e variações, num álbum bem dinâmico, e como você percebeu, quase falei de todas as faixas, pois realmente são muito boas, mantendo o álbum num nível elevado, as músicas bem trabalhadas, com arranjos e refrãos cativantes e criativos, sendo até injusto destacar somente algumas, assim como a performance dos músicos, apesar disso, é necessário louvores aos teclados de Fusaro e os vocais de Bicego.

Um álbum de nível alto, mais maduro e superior ao também muito bom "debut", "The White Path to Rebirth", que já mostrava o potencial da banda. Se depender de bandas como o 4th Dimension, sempre teremos renovação e boa música, independente de sub-gêneros ou rótulos. Altamente indicado para o apreciadores da linha, mas também para fãs de Metal bem feito em geral.




Texto: Carlos Garcia
Edição/Revisão: The Digger

Ficha Técnica:
Banda: 4th Dimension
País: Itália
Álbum: Dispelling the Veil of Illusion
Ano: 2014
Selo: Power Prog
Estilo: Power Metal/ Modern Power Metal Melodic


Line Up
Andrea Bicego: Singer;
Talete Fusaro: Keyboard player;
Massimiliano Forte: Drummer;
Michele Segafredo: Guitarist;
Stefano Pinaroli: Bass player.


Set List:
1) Veil 3102
2) A Circle in the Ice
3) Kingdom of Thyne Illusions
4) Quantum Leap
5) ExtraWorld
6) White Logic
7) Memoirs of the Abyss
8) The Watchtower (A Dream of Chivalry...)
9) Dissonant Hearts
10) Away


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