quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Accept: "Blind Rage" - O Álbum Mais "Old School" da "Era Tornillo"


"Blind Rage" é o terceiro álbum com Tornillo ao microfone, os alemães seguiram a velha máxima de que "em time que está ganhando não se mexe", e novamente traz Andy Sneap na produção, resultando em mais uma paulada, e este é com certeza o álbum que traz mais do Accept old School, está mais melódico, mas ainda há a pegada mais pesada e moderna desta prolífica fase atual, ou seja, não tem como não entrar direto em várias listas de melhores álbuns! Ok, alguns fãs ainda acham que Accept sem Udo nos vocais não é possível,  mas acredito que são poucos que não reconhecem que Tornillo encaixou bem, que a banda vem lançando grandes trabalhos, e o grupo soube trabalhar bem os clássicos da era Udo nas versões com o atual frontman.


 Andy Sneap, desde o primeiro álbum desta nova era, disse a Wolf Hoffman e Petar Baltes, os principais compositores, que a banda simplesmente precisava soar como o "Accept", ou seja, a lenda germânica possui suas características marcantes, como os riffs de Hoffmann, os coros tradicionais e aquele Heavy Metal Tradicional com marca própria, ora veloz, ora mais cadenciado, com peso e melodia.

O single "Stampede", por exemplo, é uma típica faixa de abertura do Accept, com uma intro na guitarra de Hoffmann, a levada veloz, os coros...está tudo ali! E em "Blind Rage", o álbum, é o que vamos ouvindo, e a cada faixa, cada riff, solo, acada refrão e ao ouvir aqueles coros característicos...é Accept! Os caras são uma instituição já, e se alguém tinha dúvidas quanto ao sucesso dessa nova "encarnação", este terceiro trabalho certamente dissipou; "Dying Breed" (título sugestivo não? Raça em Extinção) mantém a pegada, com elementos do "clássico" Accept e do "novo"; riffs pesados, coros e refrão matadores e pegajosos, assim como a melodia de guitarra no refrão. E como não foi à toa que falei do título, destaque para a letra, que presta tributo a grandes ícones do Metal, alguns, como diz o refrão, são "The last of the dying breed" (Os últimos de uma raça em extinção);


Vamos ouvindo e encontrando todos os elementos que nós fãs adoramos, e como já disse antes, identificando momentos que vão nos remeter à álbuns clássicos da banda nos anos 80, como em "Dark Side of My Heart", que vai numa levada cativante e melódica, lembrando músicas como "Up to the Limit", pelo riff do início, e "London Leather Boys", e as melodias do refrão são daquelas de sair assoviando, já grudam de imediato! "Fall of the Empire", tem uma levada cadenciada e bem melódica também, refrão com os tradicionais coros.

Temos também mais daquelas faixas rápidas também tão características, como "Trail of Tears" e "Final Journey", e também mais dos "hinos" típicos naquele estilo "Metal Heart", "Neon Nights" e "Princess of the Dawn", com grandes refrãos e coros, como "Wanna be Free",  "From the Ashes We Rise" e "The Curse", que elegi como uma das minhas preferidas, melodiosa e cadenciada, com algumas guitarras acústicas, com linhas vocais e melodias realmente cativantes e muito boa letra (onde há mais uma citação em um trecho, onde Tornillo canta "No more Mr. Nice Guy, No More Mr. Right" ), que cito um trechinho: "...Devo ser como os outros, devo desistir da boa luta...é a maldição de ter sido bom, de fazer o certo, o preço que pagamos pela nossa honra".


Excelente. Só pra citar as que faltaram, "200 Years" traz alguns vocais e riffs com efeitos diferente dos usuais do Accept e "Bloodbath Mastermind" começa devagar pra virar uma porrada, bem estilo ao "novo" Accept.
Simplesmente Accept, uma banda com marca e sonoridade próprias. Sem mais meritíssimo!


Texto/Edição: Carlos Garcia
Revisão: Louis Scyfer
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica:
Banda: Accept
Álbum: Blind Rage
Ano: 2014
Produção: Andy Sneap
Selo: Nuclear Blast
Estilo: Heavy Metal Tradicional
Outras Informações: "Blind Rage" é o décimo-quarto álbum de estúdio do Accept, o terceiro com Mark Tornillo nos vocais, e está disponível também em versão dupla, contendo DVD com show gravado no Chile. A arte da capa foi elaborada por Daniel Goldsworthy, e traduz o conceito do título, ou seja mostra a besta partindo para cima de nós, em fúria cega, por todo o planeta, quando ligamos a TV, por todo lugar onde andamos, a "fúria cega" está aí, seja na loucura produzida pelo próprio homem ou até pelas catástrofes naturais.


Line up:
Mark Tornillo: Vocais
Wolf Hoffmann: Guitarras
Herman Frank: Guitarras
Peter Baltes: Baixo
Stefan Schwarzmann: Bateria



Canais oficiais:
Site Oficial
Facebook
Youtube







Set List:
01. Stampede
02. Dying Breed
03. Dark Side of My Heart
04. Fall of the Empire
05. Trail of Tears
06. Wanna Be Free
07. 200 Years
08. Bloodbath Mastermind
09. From the Ashes We Rise
10. The Curse
11. Final Journey




Um comentário:

Igor Maxwel disse...

O álbum que me fez finalmente gostar da fase mais recente do Accept (com Mark Tornillo no lugar de Udo Dirkschneider aos microfones) e que me ajudou a quebrar os preconceitos que eu antes tinha com a nova formação da melhor banda de rock alemã de todos os tempos no meu ponto de vista (e que me desculpem os baladeiros do Scorpions). Esta resenha de Blind Rage ficou muito bem nítida e compreensível, mas só ficou faltando falar da faixa-bônus para o Japão "Thrown to the Wolves" uma paulada daquelas boas que o grupo fazia nos anos 1980, e que pra mim deveria ter entrado no tracklist original. Desse modo, teríamos neste Blind Rage 12 faixas completíssimas ao invés de apenas onze lançadas originalmente, o que por sinal já é um ponto super positivo pra mim, já que a versão que eu tenho deste álbum é justamente essa.