quarta-feira, 11 de março de 2015

Cobertura de Show - Sonata Arctica: Resgatando o Passado e Tentando Firmar o Presente (Bar Opinião - 06/03/15)


Depois de 13 anos os finlandeses do Sonata Arctica retornam a Porto Alegre/RS, e se na primeira visita traziam a tour do aclamado “Silence”, agora trazem a tour de “Pariah's Child”, álbum lançado em 2014 que resgata um pouco do que o Sonata era em seu começo de carreira.

Em paralelo trazendo a divulgação da regravação do clássico absoluto da banda “Ecliptica” (99), o que trouxe muitos fãs do começo de carreira do grupo ao Bar Opinião.

Ao chegar no Opinião era notável a bela estrutura de palco, deixando um clima bem propício ao público, que se entrelaçava com muitos jovens, e muitos acompanhados de seus pais, irmãos e etc.


Pois bem, mas o que esperar do Sonata Arctica depois de tantas mudanças em sua sonoridade? Mesmo lançando um disco que resgate um pouco de sua essência os excessos comerciais ainda estão presentes, e como muitos sabem, ao vivo a banda sempre deixou a “desejar”, seja pela execução das faixas que fogem das versões originais (principalmente nas músicas dos três primeiros discos, claro que as mudanças na formação influenciam) ou pela baixa performance vocal de Tony Kakko que não alcança os tons apresentados em estúdio.

Mesmo com uma visão pessimista (pelo menos por parte dos fãs mais antigos), a expectativa de vê-los era grande. Então às 20h em ponto a intro “Preacher/ Larger Than Life” começa a ecoar nos PA’s, e o primeiro a subir no palco foi o baterista Tommy Portimo vestindo uma camiseta do Brasil onde tirou muitos gritos da plateia, com os demais integrantes tomando seus postos e por ultimo a estrela da noite Tony Kakko, pra logo de cara “The Wolves Die Young” (do novo disco) entrar em cena e fazer o Opinião cantar mais alto que a própria banda (tá certo que o som estava mais baixo que o de costume, porém muito bem equalizado e sem falhas).


Sem tempo de respirar o primeiro clássico da noite “8th Commandment” e sua velocidade estonteante, porém não soou tão grandiosa como em tempos anteriores, Kakko se demonstrava bem empolgado e se esforçava para alcançar as notas mais agudas, mas já seu tecladista Henrik Klingenberg (que tem papel fundamental nas composições da banda) não demonstrava nenhuma simpatia, em um palco especifico para o mesmo lá ficava em uma postura nenhum pouco amistosa.

“Paid in Full” (do fraquíssimo “Unia”) mostra que sim, muitos dos presentes acompanham e gostam desta fase mais atual do Sonata, onde cantaram em uníssono ao comando de Kakko, que se movimentava a todo instante e mostrando grande simpatia.


Acalmando os ânimos a cadenciada “What Did You Do in the War, Dad?” que abriu espaço para desnecessária “Losing My Insanity”. Voltando aos tempos áureos “Black Sheep” (do disco “Silence”) vem para incendiar os presentes e mostrar toda habilidade do guitarrista Elias Viljanen, que demonstrava boa presença, porém não tirava os olhos de sua guitarra.

“Letter to Dana” (do “Ecliptica”) vem para deixar todos extasiados em uma bela performance de Tony. Porém o show entrou num declínio um tanto comprometedor com a sequencia “Blood”, “I Have a Right”, “X Marks the Spot” e “Love” que de fato esfriou a apresentação, deixando-a monótona.

Na tentativa de reviver os fãs um de seus maiores clássicos enfim chega “Fullmoon”, mas que perdeu o clima devido ao erro na introdução do tecladista Henrik, mas que mesmo assim deixou os fãs satisfeitos e cantando junto.


A dobradinha “UnOpened” e “San Sebastian” certamente foram um dos momentos mais altos do show, e vale destacar a precisão de Tommy em seu kit, sentando o braço e metralhando os bumbos.

O baixista Pasi Kauppinen também apresentava grande carisma, bangueando e interagindo com os presentes, o que deu um gás a mais para o show, ainda mais pela trinca final com “My Land”, “Replica” (com grande interpretação de Kakko sentando a beira do palco bem perto da galera) e “Don't Say a Word” finalizando sua segunda passagem pelo Rio Grande do Sul.


Um bom show, mas que poderia ter menos excessos e quem sabe uma colocação melhor em seu setlist, pois foram inevitáveis alguns momentos entediantes, assim como a falta de vontade de Henrik, que surpreendeu a todos negativamente.



Cobertura por: Renato Sanson
Fotos: Felipe Pacheco

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