sexta-feira, 13 de março de 2015

Moonspell: Qualidade e Identidade



A maior banda de Portugal traz em Extinct um álbum com uma produção primorosa. Quer dizer, não se tem reparos a fazer neste quesito. Tá ok, tu pode achar a coisa limpa demais, mas esta é a proposta da banda: um som nítido, cristalino, sem qualquer traço da sujeira de outrora. Mas nem por isso, trata-se de um disco ‘leve’. Pelo contrário, ele tem um punch. A banda enveredou de vez pela mistura de dark metal, algo do gótico dos anos 90 e pouco se tem das partes mais extremas e vocais urrados.

O disco abre com a "Breathe (Until We Are No More)" com bastante pompa e bastante uso de teclados e sintetizadores; segue com a faixa-título, com algo lembrando o projeto antigo de Fernando Ribeiro, o DAEMONARCH, mais pelos vocais cavernosos e umas levadas de guitarra. É um som pesado, mas que tem passagens limpas; “Medusalem” mantém o pique com umas levadas que lembram OLD MAN’S CHILD (instrumental). É um som com uma ambiência legal; “Domina” traz em sua introdução um trabalho de flauta e vocais limpos com maior cadência; já “The Last Of Us” traz uma levada mais pop e anos 90 com riffs palhetados e certamente cairá no gosto dos fãs e do público em geral por estes motivos. Eu curti. 

Na sequência, “Malignia” começa com vocais sussurrados e sintetizadores, para depois alternar vocais limpos com urrados e uma cozinha pesada; com “Funeral Bloom” se mantém a linha que se inicia lenta e vai aumentando o andamento. Aqui a veia gótica dos anos 80 salta aos ouvidos, com destaque ao refrão.


“A Dying Breed” tem uma intro pomposa com teclados clássicos para depois enveredar numa passagem mais pesada e vocais que lembram o Irreligious; “The Future Is Dark” segue a receita do álbum com andamento cadenciado e vocais densamente encaixados; por fim, “La Baphomette” funciona como uma espécie de trilha sonora para um filme dramático, com um tocamento arrastado, teclados e sintetizadores dando um clima funéreo e caótico, encerrando o álbum de forma majestosa. É fato que o MOONSPELL dificilmente errará a mão em algum álbum. 



Tu só não podes esperar algo pretensamente pesado, não se trata disto. Aqui o lance é mais sinfônico, denso, teatral, mas com resquícios do que foram no passado. Talvez se investissem em partes mais furiosas e vocais mais cavernosos o resultado seria muito mais positivo. Mas esta é a opinião do redator. Cada um deve formar a sua depois de ouví-lo. Enfim, um bom disco que certamente tu vai querer escutar do início ao fim, e terá bons momentos de boa música.

Texto: Marcello Camargo
Edição: Carlos Garcia


Moonspell official facebook
Lançamento: NAPALM RECORDS


Line Up
Fernando Ribeiro - vocals
Ricardo Amorim - guitars
Pedro Paixão - keyboards, guitars
Aires Pereira - bass

Miguel Gaspar - drums

Track-List
"Breathe (Until We Are No More)" 
 "Extinct"         
 "Medusalem"  
 "Domina"        
 "The Last of Us"        
 "Malignia"        
 "Funeral Bloom"     
 "A Dying Breed"      
 "The Future Is Dark" 
 "La Baphomette"      








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