segunda-feira, 11 de maio de 2015

Monsters Tour: O Outro Lado (Porto Alegre/RS, Estádio Zequinha - 30/04/15)


O dia 30/04 veio para marcar a capital gaúcha com a vinda da “Monsters Tour”, que chegaria a Porto Alegre de uma forma mais reduzida (se compararmos a São Paulo), mas não menos empolgante, pois teríamos os dinossauros do Judas Priest, Motorhead e Ozzy Osbourne.

Até então, um sonho realizado para muitos, mas neste primeiro capitulo vamos um pouco além das apresentações (deixando a parte boa para um segundo capitulo), e sim falar do que presenciamos na fila, entrada, condições dentro do estádio, preços abusivos e etc.

Mas porque o Road to Metal decidiu falar sobre esses pesares? Pelo simples fato de não pensarmos apenas no que foi bom para nós, mas sim ver também o lado do fã que não conseguiu entrar no local a tempo de ver o show de abertura da Zerodoze, e também de uma das atrações princpais, o Motorhead, o despreparo da segurança e o caos generalizado ao abrir os portões.


Falhas que influenciam negativamente para um bom ambiente, já que estamos pagando, e um preço salgado (para um pouco mais de conforto, alguns foram além da pista "Premium", que cada vez fica mais inchada, pagando 700,00 para um local que foi chamado "Monster Zone"), para ver o evento.

Pois bem, o local escolhido para o festival foi o Estádio Passo d’ Areia (mais conhecido como Zequinha), localizado na zona norte de Porto Alegre. Alguns shows já foram realizados no local, como muitos também já foram cancelados por falta de segurança (Metallica e Kiss por exemplo).

E ao chegar no Zequinha (perto das 18h30min horário em que mais da metade do público deveria estar dentro do estádio), era visto ainda filas gigantescas, e uma demora muito grande na entrada, onde a equipe de segurança se demonstrava despreparada (muitas pessoas reclamaram de truculência na entrada) e com pouco efetivo.


Outro ponto que chamou atenção negativamente, era que não tinha nenhum tipo de revista ou detector de metal, pode parecer exagero, mas você está diante de um evento com mais de 14 mil pessoas, e no mínimo uma revista deveria ter para garantir a segurança de todos no local e das bandas.

E se chegasse a acontecer algo o que iriam explicar? Eventos de grande porte tem que ter um atendimento diferenciado e ágil, para que todos se sintam seguros, pois o dinheiro investido para ir ao show não foi pouco, muita gente se deslocou do interior e também de outros estados e até de outros países.

Foi, no mínimo, uma falta de respeito o tempo de espera na fila, causada pela abertura tardia e poucas entradas disponíveis. Se havia uma previsão de público, por que não abrir antes os portões ou providenciar mais entradas? Isso acarretou um dos maiores e mais indignantes problemas, muitos, mas muitos fãs não conseguiram entrar ao local a tempo de ver o show do Motörhead, sendo que já haviam pessoas na fila quatro, cinco horas antes de abrir os portões e mesmo assim não conseguiram ver a apresentação do trio inglês (além de alguns também perderem as primeiras músicas do show do Judas Priest).


De fato, encaramos este problema como desrespeito, pois como a produtora não se prepara para tal eventualidade? Se o local não tem tantas portas de entrada e você vai trabalhar com um efetivo reduzido (e despreparado), não teriam um plano B? Pois tempo para pensar e planejar tiveram de sobra, sendo assim todos esperavam uma estrutura digna do tamanho do festival.

Outro ponto que nos chamou atenção foi a real falta de acessibilidade para pessoas com deficiência, pois a entrada ao estádio era bem complicada para portadores de necessidades especiais, além de um fato que me deixou, posso dizer, indignado! O local específico para portadores de deficiência, podemos dizer que era bem longe do palco, sendo que na pista Vip não tinha um local para pessoas com deficiência.

A pergunta que me fiz no local e ainda me faço: “E as pessoas com deficiência que compraram o ingresso pista Vip, teriam que se contentar a ficar 200, 300 metros longe do palco?”


Realmente o Brasil ainda se demonstra “incapaz” de suprir certas necessidades para o grande público, principalmente no quesito acessibilidade.

O que dizer então dos banheiros do local que não supriam a quantidade de pessoas. Formando filas gigantescas tanto na pista Vip como na comum. Perdendo em muitos casos parte dos shows, o que gera certa indignação, pois você paga para estar ali e o local não te oferece o mínimo para suas necessidades fisiológicas.

Os preços abusivos também fazem parte do pacote, desde um simples copo d’água (10 reais) à cerveja ou lanche. Não consigo crer que é necessário colocar os preços lá em cima, o que deixa o fã sem opção, se obrigando a consumir por preços acima do normal, pois não se pode entrar nem com uma garrafa de água dentro do evento (houve eventos em que as pessoas não conseguiam acesso aos locais onde vendiam bebidas, felizmente, no Monsters, apesar dos preços altos, o acesso estava satisfatório) o que acaba gerando diversas reclamações, pois você está ali presenciando lendas do Rock/Heavy Metal e nada melhor que olhar com uma boa cerveja na mão ou se você não bebe, com um refrigerante, água o que for, mas como fazer isso com tranquilidade se o preço é o triplo do normal?


Algo que sempre gerou polêmica, mas com o passar dos anos está tendo uma melhor “aceitação” foi a criação da pista Vip, o que hoje é visto como um maior conforto para os fãs, está perdendo força, pois agora se tem uma segunda opção, a chamada “Zone” (que oferece open bar e um lugar ainda mais favorável que as pistas Vip ou Premium), mas tanto a Vip quanto a Zone tem seus preços bem altos, e o que muitos reclamaram na Vip foi o aperto e desconforto que já estava gerando, pois sim, a Vip estava com um número acima do confortável, pois se você paga por algo diferenciado, no mínimo quando chegar ao local você quer ver o show com conforto, não brigar pelo seu espaço ou ficar se movendo a todo instante para poder enxergar algo em cima do palco. Claro que tínhamos os telões, porém ninguém quer ver shows por telão, eles auxiliam, mas a ideia de estar numa área especial é ver o palco.

Do mesmo modo a pista comum, que fica extremamente lotada, impossibilitando de quem não está na grade ou perto dela, consiga ver o espetáculo tranquilamente, são coisas que sim, tem que ser revistas, pois sem público não há show, e em grandes eventos como esse sempre haverá público.

A saída do festival também foi tumultuada pelas poucas opções por onde sair, o que gera novamente filas e aperto por quem tenta sair assim que termina o evento.


Fica o nosso pesar por esses acontecimentos (que não foram poucos), pois tivemos shows memoráveis e que iremos contar em breve, porém não podíamos deixar passar esses detalhes que fazem toda a diferença.

Não foram somente pontos negativos, pois temos que apontar os acertos, como o excelente cast, a qualidade do som e imagem (três telões), as informações úteis que eram divulgadas nos telões, como a localização das saídas e locais para prestação de atendimento médico, e o acesso bem satisfatório aos bares, apesar dos preços exagerados, pois houve eventos que grande parte do público não conseguia acesso a um copo de água que fosse.

Esperamos que nos próximos eventos esses ocorridos sejam sanados, ou pelo menos minimizem parte dos problemas, pois certamente muitas pessoas vão pensar duas vezes após uma experiência ruim, e cabe ao público dar a resposta, postando suas sugestões e reclamações aos organizadores e promotores, e, se necessário, boicotar mesmo.

Texto por: Renato Sanson
Revisão Final e colaboração: Carlos Garcia
Fotos: Diogo Nunes

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