terça-feira, 30 de junho de 2015

Cobertura de Show - Cavalera Conspiracy: “O Sepultura está morto, mas o espírito está aqui mais vivo do que nunca!” (23/05/15 - Bar Opinião - Porto Alegre/RS)


Seis meses depois de sua primeira passagem pela capital gaúcha os irmãos Cavalera retornam, agora para divulgar seu mais recente trabalho “Pandemonium” (14).

O palco escolhido para a nova destruição foi novamente o Bar Opinião, onde o Cavalera Conspiracy faria mais uma apresentação histórica. Infelizmente chegamos ao local quando a banda gaúcha It’s All Red já estava finalizando seu show, mas o pouco que podemos ver, mostram muita segurança e guitarras bem afiadas em seu Metalcore trabalhado e agressivo.

Devido o curto intervalo de tempo que o CC veio a Porto Alegre, a casa estava com um público bem abaixo do esperado, mas que transformou a apresentação em algo bem intimista, deixando um belo clima para o que viria em seguida.


E não demora muito para Iggor Cavalera (bateria), Marc Rizzo (guitarra), Johny Chow (baixo) e Max entrarem em cena e de fato quebrarem tudo com “Babylonian Pandemonium”, “Sanctuary” e “Terrorize”, onde Max mostra absoluto controle do público e um carisma fora do normal.

Claro que temos aquele velho Max empunhando sua guitarra, mas não “tocando” como deveria, deixando isso mais a cargo de Rizzo que segura as pontas muito bem, além de ter uma presença de palco forte e marcante.


Seguindo a destruição era hora de dois clássicos absolutos de sua antiga banda, o Sepultura e eis que “Refuse/Resist” e “Territory” entram em cena para transformar a casa em um verdadeiro caldeirão, e com Max instigando os presentes a todo instante. O som da casa estava muito bom, assim como a iluminação, mas após essas duas músicas Max reclamou que o som de sua guitarra estava uma “merda”, mas mesmo assim disse que o som iria continuar e anuncia uma do mais recente trabalho, “Cramulhão”, que soou muito bem ao vivo.

Neste show Iggor optou por um kit mais simples de bateria, mas isso não significa que a agressividade e técnica do mesmo diminuiu, pelo contrário, é um verdadeiro monstro das baquetas e suas performances ao vivo são impressionantes! Nesta noite o CC também estava com o baixista Johny Chow (que gravou os dois primeiros discos do Calavera Conspiracy), e que deu conta do recado, agitando bastante e se demonstrando super carismático.


Para brindar a bela noitada que estavam tendo, Max anuncia uma música de um antigo projeto seu o Nail Bomb, mas que dessa vez iriam tocar uma mais Doom mais pesada, e “Sum of Your Achievements” veio para arrancar os pescoços alheios com seu peso descomunal.

Mas foi após “Warlord” e “Torture” que o inferno veio a terra, com o medley de “Beneath The Remains/ Dead Embryonic Cells/ Desperate Cry/Troops of Doom”, aí não teve fã de Sepultura que resistisse, rodas e mais rodas, headbanging descontrolado e muitos com os olhos fixos e marejados no palco, pois sim estavam vendo duas lendas do Metal mundial tocar esses verdadeiros clássicos que os consagraram.


E ao final desse medley Max dispara: “O Sepultura está morto, mas o espírito está aqui mais vivo do que nunca!” Fazendo a galera explodir e o ovacionar incansavelmente.

O show se aproximava do final, e após esse medley matador, podemos notar o desgaste vocal de Max, que seguiu até o final da apresentação intercalando seu vocal rasgado com o limpo. Claro que a idade chega para todos, mas não temos do que reclamar, seu carisma supera essa adversidade e presenteia os fãs com o que realmente querem ouvir.


E após “Killing Inside” tivemos a grata surpresa de “We Who Are Not As Others” (Chaos A.D – 93) terminando com a batucada tradicional dos irmãos Cavalera, seguida de “Attitude” (“Roots...” – 96).

Antecedendo o “final fake”, “Inflikted” vem para mostrar que as músicas atuais podem sim se entrelaçar com os clássicos e soar muito bem ao vivo. Antes de sair do palco Max diz que para voltarem terão que fazer muito barulho.


Pedido feito, pedido aceito e Max e Iggor retornam com Max tocando o clássico riff de “Iron Man” do Black Sabbath, seguindo do clássico “Orgasmatron” do Motorhead e fechando o show com a já carimbada “Roots Bloody Roots”.

Não há o que dizer dos irmãos Cavalera, a energia que emanam ao vivo é fora do comum, trazendo um show fantástico e inesquecível para os fãs!  

Cobertura por: Renato Sanson
Fotos: Uillian Vargas

Setlist:
01 Babylonian Pandemonium
02 Sanctuary
03 Terrorize
04 Refuse/Resist (Sepultura)
05 Territory (Sepultura)
06 Cramunhão
07 Not Losing The Edge
08 Doom of All Fires
09 Sum of Your Achievements (Nailbomb)
10 Warlord
11 Torture
12 Medley – Beneath The Remains/ Dead Embryonic Cells/ Desperate Cry/Troops of Doom (Sepultura)
13 Kiling Inside
14 We Who Are Not As Others (Sepultura)
15 Attitude (Sepultura)
16 Inflikted
17 Orgasmatron (Motorhead)
18 Roots Bloody Roots (Sepultura)


domingo, 28 de junho de 2015

Vegas: Mistérios, Hardcore e experimentalismos

Read the review here in ENGLISH


Uma banda misteriosa que não se sabe muito de seu local de origem, apenas de um integrante, o vocalista e líder chamado de T, que vem da Alemanha.

O Vegas apresenta um som nada convencional, pelo contrário, uma mistura de Hardcore, experimentalismo e Metal, mas que soa de uma forma um tanto estranha, primitiva e atordoante.

Pois bem, em 2015 o Vegas lançou seu novo disco, que chegou ao Brasil, mas de forma limitadíssima (apenas 50 cópias), sendo um lançamento exclusivo para a América do Sul, tendo desde o nome do álbum, as letras e o nome das músicas traduzidas para o português.

Intitulado de “Quanto mais o nada, melhor...” temos um som agressivo, sujo e posso dizer que bem peculiar, as vocalizações de T são gritadas e com alguns efeitos, o que torna impossível entender o que está cantando, não sabendo dizer se é em alemão ou inglês.

T, a misteriosa figura por trás do Vegas
As guitarras são simples, assim com as linhas de baixo-bateria, um clima experimental fica em torno das 10 composições (até mesmo inclusões acústicas aparecem), mas o que pesa no trabalho, e de forma negativa é a produção, a ideia estrutural das músicas é bem sacada, mas a produção sonora soa desconexa, como se a banda tivesse gravado o disco ao vivo em estúdio, o que prejudicou o resultado final do trabalho.

Mas é interessante como a banda leva suas composições, pois sim, são cheias de feeling e energia, e com a tradução das letras, podemos notar a mensagem forte que a banda quer passar, que soa até mesmo um pouco abstrata, mas de grande relevância para quem tiver a oportunidade de ter o material e lê-las.

Hardcore, Metal e experimentalismo, uma união suja e pesada, que bem dosada pode sim trazer boas coisas, no caso do Vegas se mostraram competentes no que se propõem, porém, tendo que melhorar ainda a produção de seus lançamentos.


Resenha por: Renato Sanson


Link de acesso:




sábado, 27 de junho de 2015

Entrevista:The Gentle Storm - Uma Pequena Obra-Prima de Arjen Lucassen e Anneke



(read HERE the english version)
Após o lançamento de mais um álbum do Ayreon, ficou a expectativa de qual o próximo passo do incansável e genial Arjen Lucassen, e no início de 2014 o holandês anunciou um projeto em conjunto com sua conterrânea Anneke, o que causou grande furor entre os fãs da dupla, que já trabalhou junta diversas vezes, sendo que eu mesmo achava inevitável e também imprescindível que um dia os dois lançassem um projeto somente deles.

Pois bem, um ano depois, o trabalho, que apresenta algumas novidades, como diversos instrumentos que Arjen utilizou, criando todo um clima, uma verdadeira trilha sonora para a história contada no álbum. Além disso, o fato do holandês dividir o trabalho de composição praticamente meio a meio, coisa que também não é usual da parte dele.

Em uma entrevista informal com o sempre simpático Arjen, falamos sobre mais esse êxito, algumas curiosidades durante o processo de composição do álbum, a parceria com Anneke, que já vem de longa data, além de, segundo Arjen, ter poderes mágicos e ser capaz de fazê-lo sair de sua bolha (rendendo inclusive viagens promocionais e participação no show de lançamento), séries e filmes (uma das grandes paixões do holandês, já que ele gosta de estar meio"recluso", e também não gosta de acompanhar noticiários, porque "só trazem más notícias") e muito mais!


RtM: Bem, o álbum com Anneke era um desejo de muitos fãs, e algo que eu acreditava que era inevitável um dia, e esperava muito por isso, e assim, quando foi anunciado o The Gentle Storm, foi um motivo para comemorar !! Eu acredito que você também sabia que era algo inevitável de acontecer e, além disso, é algo diferente do que você tinha feito até agora, certo?
Arjen Lucassen:  Obrigado, é bom ouvir isso! Sim, eu realmente sinto que é bastante diferente de tudo que eu fiz antes. No entanto o meu estilo de compor ainda é bastante reconhecível, eu acho.


RtM: Acredito que você deve ter tido algumas dúvidas de como iria ser o processo de composição desse álbum, dividindo as composições com outra pessoa, e também como os fãs receberiam o trabalho? 
AL: Oh, é sempre assustador que os fãs vão pensar. Mas eu tenho que aceitar que eu não posso agradar a todas as pessoas o tempo todo. Este álbum não é muito "proggy" ou muito pesado, para as pessoas que esperavam isso, poderia ser decepcionante. Eu sinto que as melodias são as mais fortes que eu já escrevi até agora.


RtM: Eu também acredito que deve ter sido algo muito espontâneo, ou você já estava pensando que era hora de fazer este trabalho com Anneke? 
AL: Eu comecei o projeto dos dois estilos diferentes (acústicas e orquestrais) antes de Anneke ser envolvida. Mas quando ela se envolveu, o projeto tomou um rumo totalmente novo, o que foi de fato um processo muito espontâneo.


RtM: Sobre a criação e produção do álbum, como foram os primeiros passos de sua criação, a ideia de como soaria ou o conceito, e como vocês foram moldando as duas versões? 
AL: Eu trabalhei muito diferente do que em meus outros álbuns. Eu compus primeiro e gravei todas as faixas com sons orquestrais apenas: contrabaixo, violoncelo, violinos e horns. Então eu gravei a parte pesada (Storm)  e finalmente a versão acústica (Gentle).


E como surgiu a ideia de fazer as duas versões? A versão "Storm" e a versão "Gentle" para as músicas?
AL: Pedi aos fãs no Facebook que estilo de música que eles gostariam de ouvir de mim em um próximo álbum. Os estilos mais populares nesta enquete eram pesados ​​e folk. Mas, em vez de combiná-los, decidi separá-los. Foi um grande desafio para mim fazer isso, eu estou sempre à procura de desafios.
 

RtM: Anneke escreveu as letras baseadas em cartas escritas no século XVII, que encontrou em seu sótão, foi isso? Eu vejo que o álbum acabou sendo praticamente a narrativa de uma história verdadeira, com fatos históricos incluídos.
AL: Basicamente, nós criamos a história juntos. Foi ideia dela criar uma história de amor, e minha ideia que ela se passase no século 17 e baseá-la em cartas entre dois amantes. A história original não é baseado em uma história real, mas coincidentemente nós descobrimos que alguém tinha escrito um livro sobre isso em algum momento, e o envolvemos no processo. Na verdade, ele verificou e adicionou todos os fatos históricos. Ele passou a ser um grande fã da nossa música!

RtM: Eu lembro que você disse várias vezes que uma das pessoas que você deixava livre para compor linhas vocais em seu trabalho era Anneke, pois ela é capaz de criar linhas surpreendentes em partes inimagináveis. Me parece que vocês se complementam muito bem, não é? 
AL: Sim, de fato! Nós nunca discutimos, nós apenas inspiramos um ao outro e construimos outras ideias juntos.


RtM: Eu vejo os fãs, e é claro, você,  muito felizes com o álbum. Vocês também fizeram várias atividades promocionais, tais como vídeos, viagens para promover o CD e a festa de lançamento, incluindo você participando do show. Eu vejo que você tem investido, e também se divertido, nessa parte. Eu vejo algo que também tem a mão de Anneke, ela fez você sair de sua rotina pessoal, ou como você diz, sair de sua "bolha" hehehe! Muito Bom! 
AL: Sim, Anneke conseguiu fazer isso, ela tem poderes mágicos! Mas tendo dito isso, eu estou muito feliz por estar de volta dentro da minha pequena bolha seguro novamente! he he he



RtM: Você usou instrumentos muito diferentes no álbum, e nas versões "Folk", o resultado foi maravilhoso, mas eu acredito que deve ter dado muito trabalho! Conte-nos um pouco para nós sobre como você foi escolhendp os instrumentos, a fim de se ajustar corretamente a trilha sonora da história. Depois, há o fato de que desta vez você resistiu e não colocou o Hammond neste álbum! hehehe! 
AL: Sim, o álbum "Gentle" rendeu um monte de trabalho, muito mais do que o álbum "Storm". Eu apenas disse a todos os músicos para trazer tantos instrumentos quanto eles pudessem tocar, e nós fomos experimentando e descobrindo muito espontaneamente em estúdio o que e como gravar com eles! E sim, foi outro desafio não usar qualquer um dos meus teclados análogos favoritos nesse álbum ... e consegui! he he he


RtM: Eu amo o DVD que você fez com o Stream of Passion,  certamente os fãs gostariam de um novo DVD Blu-ray contendo músicas do The Gentle Storm (N. do R.: membros do Stream of Passion estão no line -up que se apresenta ao vivo com o The Gentle Storm) e dos outros seus álbuns. É possível? Eu acredito que uma ação de crowdfunding teria uma resposta muito boa dos fãs! 
AL: Sim, isso é definitivamente uma opção. Quanto ao SOP,  banda é realmente incrível. A primeira vez que os vi eu tive arrepios por todo o meu corpo e lágrimas em meus olhos!


RtM: Ainda é cedo, mas você já pensa em continuar o The Gentle Storm, e fazer mais álbuns no futuro?
AL: Eu adoraria, mas tudo vai depender do sucesso deste álbum, então, se as pessoas querem ouvir mais...
O negócio é, eu tenho tantos outros projetos que um monte de fãs também estão esperando, e eu só posso fazer uma coisa de cada vez! Então eu tenho que estabelecer prioridades.


RtM: E após este período de promoção e também passou um ano trabalhando no álbum, você vai ter tempo para descansar ou já está pensando em um novo álbum? 
AL: Eu odeio descansar, isso me deixa muito inquieto! Então eu espero que a inspiração volte rápido, eu adoraria começar a trabalhar em um novo projeto o mais rapidamente possível. Eu tenho algumas ideias básicas, mas como sempre eu fico mudando minha cabeça toda hora.


RtM:E sobre os resultados do mais recente álbum do Ayreon, "Theory of Everything"? Você mesmo disse uma vez que Ayreon talvez não seria financeiramente viável no futuro, mas surpreendeu novamente com "The Theory..."(2013) todos os fãs e críticos de música, que certamente esperaram novos álbuns! oh, e você assistiu o filme "A Teoria de Tudo", sobre a vida de Stephen Hawkins?
AL: Oh, eu nunca iria parar com Ayreon, é meu bebê favorito! Eu fui ver o filme, eu gostei da primeira parte, mas fui perdendo um pouco o interesse lentamente. Um filme bastante ok mesmo assim. Stephen Hawking rules!



Sobre "The Theory of Everything", na minha opinião, finalmente Cristina Scabbia teve a chance de cantar composições na altura de seu potencial. Não que eu não goste de algumas coisas do trabalho do Lacuna Coil, mas eu acho que ela tem potencial para muito mais.
AL: Ah, sim, ela é incrível. Uma pessoa muito emocional e cantor. Ela realmente se tornou um amigo meu.


RtM: E por falar em cantoras, e você "descobriu" e também deu oportunidade a muitas novas cantoras, muitas que estavam começando suas carreiras, eu quero saber a sua opinião sobre o termo "Female Fronted Band", se é uma coisa positiva ou negativa. 
AL: Bem, eu acho que dentro desse rótulo de "Female Fronted Band" existem muitas bandas diferentes que nem sequer soam umas como as outras! Então, nesse sentido não é bom.


RtM: Mudando de assunto, e suas séries favoritas, têm conseguido acompanhá-las? Quais chamaram mais sua atenção atualmente? Eu assisti a primeira temporada de "The Strain"(Série criada e produzida por Guillermo Del Toro) e achei muito legal. 
AL: Eu não conheço "The Strain", obrigado pela dica! Bem, eu estou acompanhando uma série britânica chamada "In The Flesh", sobre zumbis que são curados e retornam para a sociedade. É muito quente e profundo, eu estou gostando! Eu também estou assistindo "Justified", completamente diferente, mas muito bom também. Fiquei desapontado com a segunda temporada de "Broadchurch". Mas eu estou ansioso para assistir a quinta temporada de The Walking Dead, a sequência de  Breaking Bad, "Better Call Saul"! E à espera de Game of Thrones é claro.


RtM: Arjen, sempre um prazer conversar com você, obrigado pela atenção e pelo seu tempo, e obrigado também por outro grande álbum! Tudo de bom para você, Lori e, é claro, para Hoshi! 
AL: Sempre a disposição, o prazer é meu! Abraços de todos nós aqui, e um "Hi Five" do Hoshi também! he he


Arjen compondo, e o Hoshi "supervisionando".



Entrevista: Carlos Garcia
Fotos:Divulgação




Arjen Lucassen Official Web Site
Anneke Van Gierbergen Official Web Site
The Gentle Storm on Facebook







 

Interview: Arjen Lucassen - The Gentle Storm, Anneke & Arjen's Little Masterpiece




(Leia AQUI a versão em português)
Following the release of another Ayreon album, many was the expectation of what will be the next step of the tireless and brilliant Arjen Lucassen, and in early 2014 the Dutch composer announced a joint project with his compatriot Anneke, which caused great euphoria among their fans. The duo worked together several times already, and I even thought inevitable and also essential that one day they would release and album together.

 

Well, after a year of studio work, the album was officially released on march 23, 2015, presents some novelties, such as various instruments that Arjen used, creating a whole atmosphere, a real soundtrack for the story told on the album. Furthermore, the fact that he virtually dividing all the work with somebody, something which is not part of his usual.

 

In an informal interview with the always friendly Arjen, we talk about another great piece of art, some curiosities during the album's songwriting process, the partnership with Anneke (and, as Arjens sayd, "she has magical powers!"), who already has a long history, series and movies (one of the great Arjen’s passions, already he likes to be kinf of "reclusive" and also does not like to follow the news, because "only bring bad news") and more!



RtM: Well, the album with Anneke was a desire of many fans, and something I believed was inevitable one day, and expected much so, and so when it was announced The Gentle Storm, was a motive to celebrate!! I believe you also knew it was something that inevitably happen, and besides, it's something different from what you've done until now, right?
Arjen Lucassen: Thanks, good to hear that! Yes, I really feel it’s quite different from anything I’ve done before. Nevertheless my style of writing is still quite recognisable I guess.


RtM: And perhaps you should have had little doubt as would conceive this album, dividing the compositions, and how the fans will receive the album?
AL: Oh, it’s always scary what the fans will think. But I have to accept that I can’t please all of the people all of the time. This album isn’t very proggy or very heavy, so people expecting that could be disappointed. I feel that the melodies are stronger than I’ve ever written them though.


RtM: I also believe it must have been something very spontaneous, or you had been thinking it was time to do this work with Anneke?
AL: I started the project of the two different styles (acoustic and orchestral) before Anneke was involved. But when she did get involved, the project took a whole new turning, which was indeed a very spontaneous process.


RtM: About the creation and production of the album, how were the first steps of its creation, the idea of ​​how it would sound or the concept, and how you were shaping these compositions and fitting everything?
AL: I worked very different than on my other albums. I first composed and recorded all the tracks with just orchestral sounds: double bass, cello, violins and horns. Then I recorded the heavy (Storm) version and lastly the acoustic (Gentle) version.


RtM: Anneke wrote the lyrics based on letters written in the seventeenth century, who found in her attic. What did you think about the idea when she told you to use the letters on album concept? I see that the album ended up being pretty much a true story, and historical facts included.
AL: Basically we came up with the story together. It was her idea to do a love story, and my idea to set it in the 17th century and base it on letters between two lovers. The original story is not based on a real story, but coincidentally we found out that someone had written a book about this so at some point we involved him in the process. Indeed he checked and added all the historic facts. He happened to be a big fan of our music!


RtM: I remember you said several times that one of the people you left free to compose vocal lines in your work was Anneke, for being able to create amazing lines in unimaginable parts. You are parts that complement each other very well, is not it?
AL:Yes indeed! We never argue, we just inspire each other and build on each others ideas. 

RtM: I see the fans, and of course you, are very happy with the album, and you also have made several promotional activities such as videos, trips to promote the CD and the release party, including you participating in the show. I see you have invested, and also had fun, rather that part. I see something that also has the hand of Anneke, what made you come out of your personal routine, or as you say, get out of your "bubble" hehehe! Very Good!
AL: Yes, Anneke managed to do that, she has magical powers! But having said that, I’m very happy to be back inside my safe little bubble again!


RtM: And how did the idea of ​​making the two versions? The version "Storm" and the "Gentle" version for the songs?
AL: I asked the fans on Facebook what style of music they would like to hear from me next. The most popular styles in the poll were heavy and folky. But instead of combining them, I decided to seperate them. It was a big challenge for me to do that, I’m always looking for challenges.

RtM: You have used very different instruments on the album, and in versions "Folk", the result was wonderful, but I believe that must have given a lot of work! Tell us a bit to us about how you were choosing the instruments in order to properly fit the soundtrack of the story. Then there's the fact that this time you resisted and did not put the Hammond on this album! hehehe!
AL: Yes, the Gentle album was a LOT of work, much more than the Storm album. I just told all the musicians to bring as many instruments as they could play, and we’d figure out very spontaneously in the studio what to record with them! And yes, it was another challenge not to use any of my favorite anolog keyboards on this album... and I succeeded! 


RtM: I love the Stream of Passion and Star One DVDs, and I certainly the fans would love a new DVD/BLU-RAY featuring songs from The Gentle Storm and of the other albums. It's possible? I believe that a crowdfunding action would have a very good response from the fans!
AL: Yes, that is definitely an option. The band is really amazing. The first time I saw them I had goosebumps all over my body and tears in my eyes! 

RtM: It's still early, but you already think in continuing the Gentle Storm, and do more albums in the future?
AL: I would love to, but it will all depend on the success of this album, so if people want to hear more. The thing is, I have so many other projects that a lot of fans are also waiting for, and I can only do one at the time! So I have to set priorities.


RtM: And after this promotion period and have also spent a year working on the album, will you take time to rest or already are thinking in a next album?
Arjen: I hate resting, it makes me very restless! So I hope the inspiration will return fast, I’d love to start working on a new project as soon as possible. I do have some basic idea, but as always I keep changing my mind.


RtM: And about the results of the most recent Ayreon álbum, "The Theory of Everything"? You even said once that Ayreon perhaps would not be financially viable in the future, but surprised again with “The Theory...” in 2013 all the fans and music critics, who certainly expect new albums! oh, and you watched the movie "The Theory of Everything", about the life of Stephen Hawkins?
AL: Oh, I would never stop with Ayreon, it’s my favorite baby! I did watch the movie, I liked the first half but then I slowly lost interest. Quite an okay movie though. Stephen Hawking rules!

RtM: About “The Theory of Everything”, in my opinion, finally Cristina Scabbia had a chance to sing compositions in the height to her potential. Not that I do not like some things on Lacuna Coil’s work, but I think she has potential for much more.
AL: Oh yes, she’s amazing. A very emotional person and singer. She really became a friend of mine. 


RtM: And talking about female singers, and you “discovered” and also gave opportunity to many new singers, many who were beginning their careers, i want to know your opinion about people use the term "Female Fronted Band", if is a positive or negative thing.
AL: Well, I guess that within the female fronted metal style there are many different bands who don’t even sound like each other! So in that repects it’s not good. 

RtM: And your favorite series, have been able to keep up? Which ones have called more your attention currently? I watched the first season of "The Strain" and was pretty cool.
AL: I don’t know "The Strain", thanks for the tip! Well, I’m now watching a UK series called "In The Flesh", about zombies who are cured and return to society. It’s very warm and deep, I’m enjoying it! I’m also watching "Justified", completely different but pretty good too. I was disappointed by the 2nd season of "Broadchurch". But I’m looking forward to watching season 5 from "Walking Dead", and the Breaking Bad follow-up Better call Saul! And waiting for "Game of Thrones" of course.


RtM: Arjen, thank you for the attention and your time, and also thank you for another great album! All the best to you, Lori and, of course, to Hoshi!
AL: You’re very welcome, my pleasure! Hugs from all of us here, and a high five from Hoshi!

Interview: Carlos Garcia