segunda-feira, 6 de julho de 2015

Entrevista - Matanza: Reis do CountryCore!

Sete são os portais que guardam o reino amaldiçoado de Hades, sete é o número de vezes que um gato pode resistir à morte. O número sete é sagrado, perfeito e poderoso, afirmou Pitágoras, matemático e Pai da Numerologia. Sete são os dias da semana, sete são os graus da perfeição, são sete as esferas celestes e as hierarquias angelicais se dividem em sete grupos. Quando se fala em pecados capitais, o número sete vem logo à lembrança. Muito se fala na lenda que o sétimo filho de um sétimo filho, atrairá a atenção do mal. E por final, e mais importante sete é o número de álbuns oficiais de estúdio dos reis do CountryCore e do Cowpunk: MATANZA!

Respeitando a ritualidade construída em torno do melindroso número, sete será o número de perguntas em que tentaremos saber um pouco mais sobre as novidades e curiosidades do Matanza.



I – "É meu camarada, aqui é Tombstone City e toda noite é o mal pela raiz...".

Road to Metal: Desde que a banda encravou o nome na história do rock n' roll nacional, assumiu um ritmo admirável de shows. Qual o segredo para suportar a agenda frenética de shows, viagens, hotéis diferentes e um novo horizonte a cada semana?

Mauricio Nogueira: Cara viver na estrada não é fácil, mas também não é nenhum bicho de sete cabeças (risos), logico que rola o cansaço, pouco sono, hotéis podres tudo isso, mas cara isso é muito melhor do que trabalhar em algo que você odeia, com chefes que não tem a metade da tua cultura e da tua educação, te mandando o que fazer, vivemos de música e o único modo de você viver hoje nisso é estando na estrada o tempo todo, e é isso que fazemos tocar, tocar e tocar. Não há muito tempo pra lamentações nem frescura.

II – "Pé na porta e soco na cara...".

RtM: Como acontece o processo criativo para a escolha da temática de cada disco? Tem a ver com o momento da banda?

MN: O Donida é um cara de criatividade sem fim, ele tem o mundo do Matanza na cabeça dele e uma história sem fim, com muitos capítulos,  em cada disco esses capítulos são demonstrados. Ele já vem com tudo bem mastigado para a gente, mas é claro que fatores externos influenciam mesmo que de forma mais velada ou mais irônica no resultado final.


III – "well your eyes are begging and the bloodshot are ready...".

RtM: Apesar de algumas canções cantadas em inglês, nota-se que a característica do Matanza são as músicas cantadas em português, mesmo para explorar melhor as letras temáticas e divertidas. Quando, exatamente, aconteceu essa decisão (foi uma decisão) de cantar em português? Quais foram as principais dificuldades da escolha?

MN: A fase do inglês foi bem no começo da banda e como eu não estava no grupo vou dar minha opinião que não sei se é a correta (risos). Mas acho que além de ser ali no início dos 90 que todo mundo cantava em inglês, tinha o lance da proposta original que era mais do country americano de emular aquilo tudo.  A maioria dessas músicas saíram no Thunder Dope.  Já no primeiro disco era tudo em português, o português trouxe a oportunidade de desenvolver a personalidade do Matanza e fazer todo mundo entender de forma mais fácil.

IV – "Eis me aqui agora, com o destino à frente, uma bola de ferro presa na corrente...".

RtM: Em 2016 o Matanza comemora 20 anos de estrada, beberagem e tiroteios em saloon. Podemos esperar alguma novidade especial comemorativa para está data?

MN: Deve rolar algo sim, ainda não foi nada decidido, mas estamos pensando e discutindo algumas coisas sobre isso.


V – "Era pra frear e eu acelerei; Era só desviar, mas eu nem tentei...".

RtM: Se fosse possível retornar a 1996 e se (auto) encarar na época, o que o Matanza de 2015 diria para o Matanza de 96 não fazer?

MN: Parar de beber kkkkkkk...

VI – "Ainda que haja um preço a se pagar, Eu resolvi que não vou mais me preocupar...".

RtM: Além da grande expectativa de ouvir as novas músicas ao vivo, existe a curiosidade de saber do que o Don Escobar é feito (esperamos que a podridão habite o homem). Como foi a transição e escolha do músico que assumiu o baixo gravado ainda pelo China?

MN: Foi bem tranquila, o Dony é um cara foda, ótimo músico, e assim como o China também toca guitarra que é muito importante para a gente por causa do modo de tocar, a palhetada... Essas coisas… A gente ficava vendo uns vídeos na internet sobre alguns caras, indicações de amigos e foi isso, sem muito stress, já chegou tocando e ao vivo está detonando.


VII – "Nunca tive pena de nenhum dos velhos moradores, Os fiz passar horrores, tiveram um pavoroso fim...".

RtM: Neste trabalho mais recente, gravado de forma peculiar e sobre o comando do Rafael Ramos, o Matanza soa como se estivesse com o velho mau humor do "Arte do Insulto" e do "Música para Beber e Brigar". Ainda que se note a gigante evolução de composição e sonora da banda, dá pra afirmar que o "Pior Cenário Possível" foi um resgate dos novos "velhos tempos"?

MN: Cara, foi um lance combinado de fazer um disco mais trabalhado, o "Thunder Dope" foi muito simples musicalmente falando, o que eu acho ótimo, mas a gente quis trabalhar, deixar as músicas com mais lances, principalmente as guitarras. Só o fato de eu e o Donida tocarmos ao mesmo tempo na gravação, já trouxe algo novo que deixou todo mundo satisfeito.

O intuito era ser um disco "grave" e acho que rolou, ficou bem sujo e com as guitarras na cara!!!


Entrevista por: Uillian Vargas
Revisão/edição: Renato Sanson


Acesse e conheça mais a banda:


  

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