quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Cobertura de Show - Rock Na Praça 4º Edição: Angra, Korzus, Gloria, Kisser Klan (04/09/2016)



Desde dezembro de 2015, o músico Fabricio Raveli vem enriquecendo a cultura e a ação social da cidade de São Paulo, por meio do Rock/Heavy Metal, com eventos gratuitos nos principais pontos da região, e um dos festivais que vem marcando grande espaço e evolução (organizado pelo mesmo junto com a prefeitura) é o “Rock Na Praça”, que teve a sua 4º edição ocorrida no ultimo dia 4 de setembro, no Vale do Anhangabaú, sendo que, na edições anteriores, era realizado em frente a conceituada Galeria do Rock, localizada na Rua 24 de Maio.

A 4º edição prometia, além da significativa mudança de local, grandes nomes de peço: Kisser Klan, Gloria, Korzus e Angra, fez com que aquele dia, um tanto que nublado e com pequenas ameaças de chuva, trouxesse o público pra cada vez mais próximo da proposta que o Fabricio que impor na cultura da cidade. E antes de iniciar as atividades, o Vale do Anhangabaú já era tomado por centenas de pessoas ansiosas pelas atrações do dia, previsto para ter o inicio as 14h, mas que teve um atraso em torno de uma hora.



Feitas as "Honras da Casa", Kisser Klan entra em ação para homenagear os mestres

A primeira atração chegou com tudo no palco, às 15hrs, com o Kisser Klan. Mas antes da banda entrar em ação, Fabricio Raveli, ao lado do mestre de cerimônias Rodrigo Branco e do vocalista Nando Fernandes, fizeram as honras e a largada para a 4º edição do festival abrindo caminho para, logo em seguida, Andreas Kisser, ao lado seu filho, Yohan Kisser, e da cozinha rítmica comandada por Gustavo Giglio (baixo) e Leo Baeta (bateria), entrassem com tudo pra animar o público, de imediato, com um grande clássico do Motörhead, “Ace Of Spades”, emendando com “Am I Evil”, do Diamond Head.


Pra quem não sabe, o Kisser Klan tem o intuito de homenagear os grandes nomes do Rock e Metal mundial de uma forma descontraída e divertida ao mesmo tempo, e a satisfação do público só aumentou com a trinca de “Helter Skelter” (Beatles), “Breaking The Law” (Judas Priest) e “Rock And Roll Damnation” (AC/DC). Antes de anunciar “The Zoo”, do Scorpions, Yohan agradeceu, independente de poíitica, chuva e tempo ruim, a presença de todos que estavam presente na praça. E a versão feita por eles ficou ótima, tanto que, antes de executá-la, o Andreas comentou que estava presente no show dos alemães no dia anterior.
Com Yohan assumindo os microfones, foi à vez de executar “War Pigs”, do Black Sabbath, que levaram muitos ao delírio, nos dando um gostinho do que vai acontecer por aqui em dezembro com Ozzy Osbourne, Tony Iommi e Geezer Butler. O momento caótico do show chegou com “Skeletons Of Sociey”, do Slayer, que teve várias rodas circulando perto da grade. Em “Motorbreath”, do Metallica, Andreas chamou o Fabricio Raveli pra comandar as baquetas, e o mesmo destruiu o kit de bateria com extrema facilidade, tirando o vasto elogio do público após o termino.


Chegando ao fim da apresentação, o público pedia, incessantemente, por Sepultura, mas o Andreas pediu calma e anunciou que, as próximas músicas antes, seriam de dois grandes nomes: “Wrathchild “(Iron Maiden) e “Rock And Roll All Night” (Kiss). Concluindo, atendendo  pedidos, “Refuse/Resist” findou a apresentação de quase uma hora, contando com a participação do Bruno Teixeira, vocalista do Desalmado. 


Gloria faz um bom show, e supera o preconceito

Pouco antes do Gloria subir no palco, os organizadores do festival tentavam conscientizar o público a não cometer nenhum ato violento, podendo prejudicar tanto o festival quanto as pessoas que estavam ali próximas, pois havia muita garrafas e latas jogadas na frente do palco. E nas vésperas do festival, muitas pessoas contestaram a inclusão do Gloria no cast através das redes sociais, com alguns agindo de forma preconceituosa e, até mesmo, planejando um ato de violência. E por se tratar de um evento gratuito, apesar de passada todas as orientações, é sempre bom atentar-se a qualquer tipo de ilegalidade.


Com uma bandeira do Brasil, tendo o nome da banda estampado, Mi (vocal), Elliot Reis (guitarra/vocal), Pares Kenji (guitarra), Thiago Abreu (baixo) e Leandro Ferreira (bateria), começou a apresentação com a pesadíssima “Desalmado”, do disco “(Re) Nascido” (2012), que logo uniu forças com a “Vai Pagar Caro Por Me Conhecer”, do disco “Gloria” (2009), flertando os vocais agressivos e melódicos. Boa parte do repertório do show foi dedicado aos dois antecessores discos da banda, e antes de anunciar “É Tudo Meu”, Mi agradeceu ao Fabricio Raveli por terem sido convidados a participar do festival e ao publico, que atendeu ao pedido do vocalista com um grande ‘mosh-pit’.

“Anemia” e “A Arte de Fazer Inimigos” contagiaram o seu público, que estava em bom número. Antes de anunciar essa última, Mi brincou que,antes de fazer um show, é sempre legal acender um baurete, pedindo pra todos que estavam na frente abrir o ‘circo-pit’. “Sangue” foi à surpresa no set-list, pois o Mi declarou, antes executá-la, que fazia muito tempo que não a tocava, deixando os fãs muito felizes e agitados com a inclusão dela. Fora do circuito “Gloria” e “(Re) Nascido”, “Oração” foi à única e nova música dentro do set, que está presente no novo álbum, “V” (Leia-se “Quinto”).

Sobre a próxima faixa, Mi comentou, que nesses anos de estrada, conheceu várias bandas. E nessas andanças da vida, a banda conheceu Fernando Anitelli, do Teatro Mágico, que ajudou a fazer a letra da paulada “Presságio”, não demorando muito pra chegar a vez de “Bicho do Mato”, que possui engenhosos riffs de guitarra. Por fim, Mi deu novamente seus agradecimentos, antes de encerrar a apresentação, a presença do público e dos ex-integrantes que estavam presentes, reportando que não precisa de concessão de espaço pra tocar, pois só é preciso invadi-los, e o final ficou por conta de “Asas Fracas”.A apresentação que durou 40 minutos, sendo que alguns que estavam ali não eram muito chegados a banda, mas a intenção é colocar coisas diferentes e ter o público de diversas vertentes presente, e o mais importante, que o público respeite as diferenças.

Haja fôlego, o Korzus entra para "quebrar tudo"

A noite chegava aos pouquinhos no Vale do Anhangabaú, e depois de um descanso que durou bastante, às 18hrs, em meio a uma introdução medonha e o palco totalmente escuro, o Korzus entrou em cena como um dos nomes mais aguardados do dia, e Rodrigo Oliveira (bateria), Antônio Araújo e Heros Trench (guitarras), completados com Dick Siebert (baixo) e Marcello Pompeu (vocal), já começaram matando a pau com “Guilty Silence”, do aclamado disco “Ties Of Blood” (2004). Sem tempo pra espera, “Bleeding Pride”, do ultimo disco, “Legion” (2014), fez muita gente ficar com dor no pescoço, arrematando a trinca furiosa com “Never Die”, do sucessor disco “Discipline Of Hate” (2010).


Após uma pausa (Ufa!), Pompeu tomou a frente pra dizer que era uma felicidade estar no palco do “Rock Na Praça” dentro da sua cidade, São Paulo. E tudo o que estava acontecendo é a prova que, em todo canto, tem pessoas que curtem Metal e Rock, mostrando o quão forte é a nossa cena, ficando muito feliz de não só estarem prestigiando o Korzus, mas como todas as bandas que estavam participando no dia. E pra chamar o público pra si, Pompeu pedia a todos, após dizer “Rock”, que complementassem com “Na Praça”. O mesmo feito ocorreu antes de anunciar “What Are You Looking For”, repetindo o refrão “I See Your Death” sucessivamente.

O show já era tomado por ‘moshs’ e ‘circle-pits’ pra todos os cantos da pista, e após a “Discipline Of Hate”, Pompeu aprontou o tradicional “Wall Of Death”,  pedindo pra que mulheres e crianças fossem pro fundo, dividindo o público pra fazer uma brincadeira bem louca com o idealizador do evento, onde o pessoal do lado esquerdo gritava “Fabricio” e o direito “Raveli”, até chegar o momento que todos gritassem juntos e formar a verdadeira destruição diante da faixa “Vampiro”. A próxima faixa também era cantada em português, e foi à vez da arfante “Correria”.


Revisitando um pouco o passado, com a banda ausente no palco e rolando uma introdução prisionaria, que abre o disco “Mass Of Illusion” (1991), dava a entender que a faixa seguinte seria “Agony”, juntando-se a outro clássico da banda nos anos 90, “Internally”, presente no disco “K.Z.S” (1995). Voltando as músicas dos mais recentes discos, Pompeu chamou ao palco o vocalista Nando Fernandes para fazer participação em “Raise Your Soul”, que declarou que o “Rock Na Praça” é um sucesso, parabenizando o Fabricio Raveli pela atitude de realizar o festival, apesar de todas as dificuldades. E já que o Angra seria a última atração, Nando agradeceu a todos que recepcionaram (muitos elogios por sinal) a versão que ele regravou da música “Heroes Of Sand” para o tributo de 25 anos do vocalista Edu Falaschi. Após encerrar a sua participação com o Korzus, Nando puxou o “olé, olé, olé” com o Korzus no final.

Chegando ao seu fim, a banda soltou um dos hinos do Metal nacional dos anos 80, “Guerreiros do Metal”, presente na coletânea SP Metal II, com o Pompeu comentando que é a música retrata os nossos sentimentos, aquilo que amamos e pelo que nos lutamos, concluindo a apresentação pra lá de energética com faixa-título que da nome ao ultimo álbum, “Legion”, com o Pompeu fazendo os seus últimos agradecimentos em meio as melodias iniciais da música. E que apresentação o Korzus fez, dando a entender que, atualmente, é a melhor banda de Thrash Metal em atividade no Brasil.

Angra sem Lione e com muitas surpresas e convidados

Sem nenhuma ameaça de chuva, a tão esperada atração principal era aguardar pra encerrar a 4º edição do “Rock Na Praça”. O Angra vem de uma turnê comemorativa aos 20 anos de lançamento do “Holy Land”, onde teve, no mês anterior, um show marcante no Tom Brasil, em São Paulo, com as participações do baixista Luis Mariuti e do baterista Ricardo Confessori. Pra esse show no “Rock Na Praça”, a banda fez mudanças no repertório, diferente do set da atual tour, que teve as participações grandes vocalistas: Bruno Sutter, Alirio Neto e BJ, completaram o que foi chamado de Angra & Friends, já que, infelizmente, o vocalista Fabio Lione teve que dar inicio aos seus compromissos com o Vision Divine no mesmo dia, impossibilitando sua participação.


O show já começou com uma música que, há tempos, a banda não executa, abrindo a apresentação com “Wings Of Reality”, do álbum “Fireworks” (1998), preenchidos pelas vozes do Bruno Sutter. Após o seu termino, Rafael Bittencourt perguntou ao publico quem queria mais “Rock Na Praça”, concluindo que só depende de todos ali presentes e dos músicos, com todos unidos pra fazer isso acontecer sempre, porque Rock é cultura. Após ovacionar o Bruno Sutter, Rafael chamou Alirio Neto, vocalista do Age Of Artemis e ator dos musicais “Jesus Christ Superstar” e “We Will Rock You”, pra cantar “Nothing To Say”, que dá abertura ao disco “Holy Land”.

Em “Waiting Silence”, Rafael assumiu os vocais, mas era muito difícil poder ouvi-lo direito, o volume do seu ‘head-set’ estava muito baixo, sendo difícil, pra quem estava no fundo, poder ouvir direito. A faixa seguinte era outra que ficou muito tempo ausente nos sets da banda, “Heroes Of Sand”, do álbum “Rebirth” (2001), chamando o vocalista BJ (Tempestt, S.O.T.O), que ficou boa na sua voz, beirando ao Hard Rock. Era a vez de executar “Time”, que teve uma ótima interpretação do Bruno Sutter, sendo a favorita do vocalista, que alcançou um timbre parecido com o do Andre Matos.


Alirio Neto parecia cantar e atuar ao mesmo tempo em “Make Believe”, e surpreendeu a todos com sua performance empolgante. Foi legal o momento em que desceu das caixas de som que estavam a frente do palco, cortejando um garotinho que estava ali na sua frente. “Final Light” foi à única do mais recente disco, “Secret Garden” (2015), com o Rafael assumindo novamente os vocais, para logo chegar com a “Rebirth”, que teve os vocais assumidos pelo BJ. Pra completar a bagunça, Rafael chamou todos os vocalistas que participaram pra concluir a apresentação com chave de ouro, que segundo o BJ, são os três terrores. E aproveitando que os três estavam juntos no palco, o Rafael relembrou o ultimo show que eles fizeram na capital paulista, e afirmou que o palco do Angra é grande e que cabe todos os vocalistas, referindo-se a um grande nome que todos conhecem, encerrando a noite com um medley de “Carry On” e “Nova Era”.


Foi prazeroso poder participar desta 4º edição do “Rock Na Praça”, que apesar da falta de educação de alguns, tudo ocorreu a favor do bem e da união das pessoas. E para que isso seja mantido, só depende, como disse o Rafael Bittencourt, da união de todos nós. Então, primeiramente, nós do Road to Metal, parabenizamos o Fabricio Raveli pela garra e a atitude de mostrar o socialismo através da cultura Rock. E com certeza, estamos na torcida pra que haja mais edições. 

Cobertura: Gabriel Arruda
Fotos: André Alvez (Alquimia Rock Club)
Edição/Revisão: Carlos Garcia

Angra
Wings Of Reality
Nothing To Say
Waiting Silence
Heroes Of Sand
Make Believe
Time
Final Light
Rebirth
Nova Era

Korzus
Guilty Silence
Bleeding Pride
Never Die
What Are You Looking For
Discipline Of Hate
Vampiro
Correria
Agony
Internally
Raise Your Soul
Truth
Guerreiros Do Metal
Legion

Gloria
Desalmado
Vai Pagar Caro Por Me Conhecer
É Tudo Meu
Anemia
A Arte De Fazer Inimigos
Sangue
Oração
Presságio
Bicho Do Mato
Asas Fracas

Kisser Klan
Ace Of Spades (Cover do Motörhead)
Am I Evil? (Cover do Diamond Head)
Helter Skelter (Cover dos Beatles)
Breaking The Law (Cover do Judas Priest)
Rock And Roll Damnation (Cover do AC/DC)
The Zoo (Cover do Scorpions)
War Pigs (Cover do Black Sabbath)
Skeletons Of Society (Cover do Slayer)
Motorbreath (Cover do Metallica)
Wrathchild (Cover do Iron Maiden)
Rock And Roll All Nite (Cover do Kiss)
Refuse / Resist (Cover do Sepultura)







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