terça-feira, 6 de setembro de 2016

S.O.T.O. : Sinônimo de Qualidade


É estranho para mim, e com certeza para muitos outros, que Jeff Scott Soto não tenha um nome maior dentro do cenário, e até não tenha tido um sucesso comercial relevante. As bandas e projetos certos nas horas erradas? Talvez. Potencial, talento e qualidade nunca faltaram, e apesar de não ter chegado num primeiro escalão, digamos assim, Jeff tem um enorme número de trabalhos relevantes, que nem ouso tentar citar aqui, porque são muitos mesmo.

Seja no seu início com Malmsteen, trabalhos solo, ou em bandas e projetos como o Takara, Souls Sirkus (Com Neal Schon), Talisman (onde estão, talvez, alguns de seus melhores momentos, sendo uma das bandas mais regulares e duradouras que participou), W.E.T., ou em sua participação no Journey, onde realizou vários shows, chegando a ser cogitado para o posto principal, ou tributos para o Queen e projetos como o Boogie Nights, ou seja, um artista talentoso e versátil, que merecia patamares maiores.

Talvez o fato de fazer tantas coisas , possa ser um fator determinante para que não tenha tido um reconhecimento bem maior, não que ele não pudesse se envolver em vários projetos, pois essa inquietude faz parte da personalidade de Soto, mas quem sabe concentrar mais forças em um projeto. E parece que é o que ele vem tentando com este S.O.T.O., sua nova banda que já chega ao segundo álbum, pouco mais de um ano após o debut com “Inside the Vertigo”.


Novamente produzindo o álbum ao lado de Edu Cominato, brasileiro que já o acompanha há um bom tempo, assim como o também brasileiro BJ, e o guitarrista espanhol Jorge Salan, formando uma base consistente, tendo mais essa cara de banda mesmo, e não de projeto ou carreira solo.

“Divak”, este segundo trabalho, é uma continuidade do primeiro, trazendo um Hard & Heavy com nuances modernas, afinações mais baixas e muito groove, mas tendo sempre aquele senso melódico e aqueles toques de Melodic Rock que sempre marcou a carreira de Jeff, além dos elementos de música negra.

Hits instantâneos, com riff e melodias cativantes, como “Weight of the World”, “Unblame”, cairão rapidamente no gosto dos fãs do trabalho do vocalista. Podemos notar também alguma semelhança com o seu trabalho no Talisman, que tinha por característica um Hard virtuoso e com bastante groove, principalmente nas linhas de baixo, do saudoso Marcel Jacob.


Essa roupagem mais pesada e com mais groove, é casada muito bem com melodias cativantes e a sempre primorosa performance de JSS, que ao lado de uma banda de qualidade indiscutível, mantém um nível alto nas composições, mas além das acima, se sobressaem o groove e a melodia de “Suckerpunch” e a criativa e cativante “Misfired”, além da Power Ballad “In My Darkest Hour”, com belas orquestrações e trechos acústicos, e é mais uma coisa que JSS sempre fez muito bem.

Um segundo trabalho que tem tudo para consolidar esta nova empreitada de JSS, em uma formato mais de banda, acompanhado de excelentes músicos, com os quais já possui ótimo entrosamento, e essa cara mais pesada, mais moderna e “grooveada”, mas mantendo várias nuances que permeiam a personalidade do frontman, como a facilidade em criar grandes melodias e aquelas influências da música negra. Acima de tudo, algo que me deixa seguro, é que onde está o nome de Jeff, sempre vou encontrar música de qualidade e que dá prazer em ouvir.

Texto: Carlos Garcia

Ficha Técnica/Informações
Banda: S.O.T.O.
Álbum: Divak (2016)
Estilo: Hard Rock, Modern Hard Rock
Produção: Jeff Scott Soto e Edu Cominato
Selo: ear Music/Shinigami Records
Soto site oficial

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Line-Up:
Jeff Scott Soto: Vocais
Jorge Salan: Guitarras
BJ: Teclados, Guitarras
David Z: Baixo
Edu Cominato: Bateria



Tracklist:
Divak (intro)
Weight of the World
Freak Show
Paranoia
Unblame
Cyber Masuquerade
In My Darkest Hour
Forgotten
Sucker Punch
Time
Misfired
The Fall From Grace
Awkened



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