domingo, 26 de fevereiro de 2017

Nalle Pahlsson's Royal Mess: Hard Rock com Raça e Coração!



Nalle Pahlsson é um músico suéco, integrante do THERION desde 2008, e com uma vasta experiência no cenário do Hard Rock e Melodic Rock, tendo trabalhos em bandas e artistas como TREAT, LAST AUTUMN'S DREAM, CHRIS LANEY, VINDICTIV, RANDY PIPER'S ANIMAL, EASY ACTION entre outros. Mas além de ser um excelente baixista, Nalle também canta e toca diversos instrumentos, então nada melhor do que um trabalho solo onde ele pudesse mostrar muito mais da sua capacidade, sendo a estrela principal.  (English Version)

Nalle conta que no início de 2011 tomou a decisão de fazer um álbum de puro Rock & Roll, onde ele faria as composições, cantaria e tocaria a música que vem do seu coração e alma, inspirada pelas bandas e artistas que ele ouvia desde garoto (leia-se aí, KISS, AC/DC, Def Leppard, Toto, Journey, Foreigner). Então finalmente após tantos anos no meio musical, nasceu o ROYAL MESS.

Para dar ainda mais colorido ao álbum, Nalle chamou vários amigos e colegas os quais tocou ou conheceu nesse meio, tendo então gente como o ex-companheiro de Therion Kristian Niemann, Pontus Norgren (The Poodles, Hammerfall), Linnéa Vikström (Therion), Kee Marcello, Jamie Borger (Treat, LAD) entre outros, somando cerca de 25 convidados! Nalle teve a parceria do amigo Stefan Lundquist nas composições, produziu o álbum, e teve a mixagem e masterização a cargo de Chris Laney.


O resultado? Bom, o que Nalle pretendia fazer, conseguiu, e gravou um álbum de Hard Rock empolgante, que realmente você sente que as músicas foram feitas com o coração! Músicas cheias de energia, refrãos grudentos, sem esquecer as melodias e o os teclados.  E Nalle ainda se mostrou um vocalista (o timbre rouco, que às vezes lembra Gene Simmons, encaixam muito bem na proposta) e compositor de respeito dentro do estilo.

Temos Hard Rocks vibrantes, como a abertura "Aces High" e seu refrão grudento. Detalhe para a descrição no encarte, onde além dos vocais, guitarra base e baixo, Nalle tocou "Thin Lizzy Guitars", ha ha ha, ou seja, aquelas melodias dobradas de guitarra marca registrada da banda; em "Hell City" a linha vocal me lembrou Gene Simmons, e remetendo ao KISS, banda da qual Nalle é fã declarado. Hard Rock com mais um ótimo refrão e um toque de virtuose por conta da guitarra solo de  Kristian Niemann; "MR. Freedom" é uma faixa com bastante groove (o riff inicial me lembrou "American Woman") e mais um ótimo refrão; "Gold Digger" tem uma letra bem divertida (fala sobre uma daquelas mulheres que estão "apaixonadas" pela conta bancária do cara), com uma levada bem Rock and Roll, numa veia AC/DC.


"Breakout" é um Hard encorpado e com bastante punch, com as linhas de baixo bem em destaque, e traz Kee Marcello na guitarra solo; "Higher Than Seventh Heaven" diria que é um Hard n'Roll com aquele pegada das bandas Norte Americanas, também com uma levada bem vibrante e refrão cheio de backing vocals; "The Pieces of My Heart" é uma balada sofisticada com toques de AOR, algo da cena Americana e até Def Leppard da fase mais "americanizada"; "To Hell and Back" é mais outros Hard/Rock and Roll cheio de energia e refrão que gruda na mente.

"Trip" tem um balanço legal e deliciosos backing vocals, além de Max Lorentz no Hammond; "From Rise to Fall" traz também riffs e linha de baixo com bastante groove, destacando o refrão e o estilão meio Def Leppard; "Loaded Gun" é artilharia pesada, cheia de punch e traz os parceiros de THERION Christian Vidal na guitarra solo e Linnéa nos backing vocals (que aliás, aparece em vária canções nos backing vocals); fechando o álbum a emocional balada "See you in My Dreams", que Nalle compôs em homenagem ao seu irmão. Refrão marcante, melodias do teclado que lembram algo de Foreigner.


Resumindo, um puta álbum de Hard Rock, Rock and Roll e Melodic Rock, com aquela veia oitentista (principalmente o Hard Norte Americano, onde tivemos o "boom" nos anos 80), uma pegada atual, daquele jeito que os suécos sabem fazer muito bem. Realmente, um álbum de puro Rock, com música carregada de energia, honestidade e quem vem do coração! Recomendado para os fãs de estilo e de um bom, cativante e enérgico Rock and Roll.

Texto: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica:
Banda: Nalle Pahlsson's Royal Mess
Álbum: Idem
País: Suécia
Estilo: Hard Rock
Produção: Nalle Pahlsson
Selo: MelodicRock Records

Facebook
Royal Mess
Therion
Adquira o CD 



01. Aces High (Påhlsson/Lundquist) 4:00
02. Hell City (Påhlsson/Lundquist) 3:44
03. Mr Freedom (Påhlsson) 4:22
04. Gold Digger (Påhlsson) 3:22
05. Breakout (Påhlsson) 3:50
06. Higher Than Seventh Heaven (Påhlsson/Lundquist-Nerge) 4:09
07. The Pieces Of My Heart (Påhlsson/Lundquist) 3:45
08. To Hell And Back (Påhlsson/Lundquist-Zan) 3:29
09. Trip (Påhlsson/Lundquist) 3:28
10. From Rise To Fall (Påhlsson/Lundquist) 3:05
11. Loaded Gun (Påhlsson/Lundquist) 4:18 
Special Edition Exclusive Bonus Track:
12. See You In My Dreams (Påhlsson/Nilsson-Geli) 4:52







Nalle Pahlsson's Royal Mess: Hard Rock from the Heart



Nalle Pahlsson is a Swedish musician who has been a member of THERION since 2008 and has extensive experience in the Hard Rock and Melodic Rock scene, with bands and artists such as TREAT, LAST AUTUMN'S DREAM, CHRIS LANEY, VINDICTIV, RANDY PIPER'S ANIMAL, EASY ACTION among others. But besides being a great bass player, Nalle also sings and plays several instruments, so nothing better than a solo job where he could show a lot more of his ability, being the main star. (versão em português)

Nalle says that in early 2011 he made the decision to make a pure Rock & amp; Roll, where he would do his compositions, sing and play the music that comes from his heart and soul, inspired by the bands and artists he had heard since he was a kid. (Read KISS, AC / DC, Def Leppard, Toto, Journey, Foreigner). So finally after so many years in the musical environment,  ROYAL MESS was born.

To make the album even more colorful, Nalle called a number of friends and colleagues whom he played or met in music business, and then people like Therion's ex-partner Kristian Niemann, Pontus Norgren (The Poodles, Hammerfall), Linnéa Vikström (Therion) Kee Marcello, Jamie Borger (Treat, LAD) among others, totaling about 25 guests! Nalle had the partnership of his friend Stefan Lundquist in the compositions, produced the album, and had the mixing and mastering by Chris Laney.


The result? Well, what Nalle intended to do, got it, and recorded an exciting Hard Rock album, that you really feel like the songs were made with the heart! Songs full of energy, sticky refrains, not forgetting the melodies and the keyboards. And Nalle still turned out to be a vocalist (the hoarse timbre, which sometimes resembles Gene Simmons, fit very well in the proposal) and composer of respect within the style.

We have vibrant Hard Rocks, such as the opening "Aces High" and its sticky chorus. Detail for the description on the insert, where in addition to the vocals, base and bass guitar, Nalle played "Thin Lizzy Guitars". Very nice! those twin guitar melodies trademark of the legendary Phil Lynott's band; In "Hell City" the vocal line reminded me of Gene Simmons, and referring to KISS, a band that Nalle is a fan of. Hard Rock with another great refrain and a touch of virtuosity on account of Kristian Niemann's solo guitar; "MR. Freedom" is a pretty groove track (the initial riff reminds me "American Woman") and another great chorus; "Gold Digger" has a very funny lyrics (talks about one of those women who are "in love" with the guy's bank account), with a good Rock and Roll, in an AC / DC vein.


"Breakout" is a  punchy Hard, with great and kind of "funky" bass lines, and also brings Kee Marcello on guitar solo; "Higher Than Seventh Heaven" would say that it is a Hard n'Roll with that North American bands trademark, also with a very vibrant beat and chorus full of backing vocals; "The Pieces of My Heart" is a sophisticated ballad with touches of AOR, something from the American scene and even Def Leppard from the more "Americanized" phase; "To Hell and Back" is another very good Hard/Rock and Roll full of energy and refrain that sticks in the mind.

"Trip" has a cool swing and delightful backing vocals, plus Max Lorentz in Hammond; "From Rise to Fall" also brings riffs and bass line with enough groove, highlighting the refrain and a little of Def Leppard; "Loaded Gun" is heavy artillery, full of punch and brings THERION partners Christian Vidal on solo guitar and Linnéa on backing vocals (who appears in several backing vocals); Closing the album to the emotional ballad "See you in My Dreams", which Nalle composed in honor of his brother. Remarkable chorus, keyboard melodies that resemble something from Foreigner.


Resuming... a fucking great album of Hard Rock, Rock and Roll and Melodic Rock, with that 80´s vein, sounding contemporary, with the way the Swedish know how to do very well. Really, an album of pure Rock, with music loaded with energy, honesty and that comes from the heart! Recommended for Hard Rock fans and of a good and energetic Rock and Roll.

Text: Carlos Garcia
Photos: Divulgação

Datasheet:
Band: Nalle Pahlsson's Royal Mess
Album: Idem
Country: Sweden
Style: Hard Rock
Production: Nalle Pahlsson
Label: MelodicRock Records

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Royal Mess
Therion
Order the CD 



01. Aces High (Påhlsson/Lundquist) 4:00
02. Hell City (Påhlsson/Lundquist) 3:44
03. Mr Freedom (Påhlsson) 4:22
04. Gold Digger (Påhlsson) 3:22
05. Breakout (Påhlsson) 3:50
06. Higher Than Seventh Heaven (Påhlsson/Lundquist-Nerge) 4:09
07. The Pieces Of My Heart (Påhlsson/Lundquist) 3:45
08. To Hell And Back (Påhlsson/Lundquist-Zan) 3:29
09. Trip (Påhlsson/Lundquist) 3:28
10. From Rise To Fall (Påhlsson/Lundquist) 3:05
11. Loaded Gun (Påhlsson/Lundquist) 4:18 
Special Edition Exclusive Bonus Track:
12. See You In My Dreams (Påhlsson/Nilsson-Geli) 4:52

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

MIckey Junkies: Os anos 90 Também Deixaram Boas Coisas



Muitos fãs de Metal, principalmente, e eu sou um desses, torce o nariz para a maioria do que se produziu nos anos 90, ainda mais se o rótulo "Alternative Rock" vem junto (pior, só "grunge"), por tanto, já fui meio que desconfiado ouvir o novo trabalho do MICKEY JUNKIES, banda que cheguei a ouvir nos anos 90, através da coletânea "No Major Babies", assim como algumas outras da época, como Killing Chainsaw, Pin Ups, Okotô (embora esta era mais Punk/HC do que "Alternative Rock") e Second Come, sendo que dessas duas últimas lembro de algumas coisas (Okotô era a banda da vocalista e guitarrista Cherry Taketani). Do Mickey Junkies lembrava apenas que era uma das bandas que mais eram citadas dessa leva, mas nada do som.

Os caras tiveram uma participação bem relevante na cena da época, ganhando muito elogios, gravaram várias demos, apareceram em compilações, e chegaram a gravar um full-lenght, "Stoned" (1995), mas logo em seguida parou as atividades, e segundo conferi no site do grupo, retornaram em 2007, tocando em vários festivais.

Show de lançamento do CD em SP
Final do ano passado, o grupo lança seu segundo full-lenght, "Since You've Benn Gone", de forma independente e com a distribuição da Shinigami Records. Rotular o grupo de "Alternative Rock" seria injusto, e ir ouvir com um conceito pré-concebido também, então coloquei o disco, apertei o play e tive uma agradável surpresa com o Rock Pesado e "gordo", trazendo muito do Rock setentista, assim como as boas bandas daquela safra dos 90, como Soundgarden e Alice In Chains, com groove e certa malícia.

O vocal grave de Rodrigo Carneiro me lembra algo de Hendrix, na abertura com "Nothing to Say", os riffs são cheios de groove e trazem um boa carga de peso, batera firme, sem grandes malabarismos, deixando a cargo do baixo a tarefa de contribuir mais com o groove; "Something About Destruction" também mantém a atenção, seguindo essa linha 70's com bastante groove, que você vai acompanhando a batida, batucando com as mãos ou no pé! Assim como na primeira, a guitarra tem algumas intervenções com sons mais psicodélicos, e o uso de pedais vintage, como flanger e wha-wha são uma constante.


"Since you've Been Gone", tem uma batida muito legal e cativante, e a harmônica colocada nesta canção dá um toque especial, a parte do refrão tem bastante peso, diria que um Stoner Rock tranquilamente. A Harmônica aparece também muito bem na acústica "A Tired Vampire", que tem muito de Southern Rock. Destaco também "Sweet Flower", com riffs pesados, andamento arrastado e guitarras carregadas de wha-wha, alternando momentos bem Stoner Rock e trechos psicodélicos e "Big Bad Wolves", com um riff marcante e uma pegada enérgica.

Há faixas mais diretas, algumas características que marcaram o Rock dito alternativo dos anos 90 (acho que a faixa "Alguma Coisa", é um exemplo), como aquela certa "sujeira" nas guitarras, solos econômicos, mas o que prolifera é o Rock setentista, riffs com doses generosas de peso, muito groove e doses generosas de criatividade. Surpreendeu-me muito positivamente.

Texto: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: Mickey Junkies
Álbum: "Since You've Been Goone" (2016)
País: Brasil
Estilo: Alternative Rock, Stoner Rock
Produção: Michel Kuaker
Selo: Independente- Distribuição Shinigami Records

Curtiu? Adquira o álbum na Shinigami AQUI (digipack)

Canais Oficiais:
Youtube
Facebook

1. Nothing to Say
2. Something About Destruction
3. Since You’ve Been Gone
4. Use Me (to Move On)
5. Stoned
6. Tryin’ to Resist
7. Sweet Flower
8. Big Bad Wolves
9. Alguma Coisa
10. A Tired Vampire


   

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Entrevista - Carniça: "Não queremos copiar ninguém, apenas fazer o que gostamos com nossa identidade"


Na ativa desde 1991, a Carniça já se tornou um estandarte para o Thrash metal nacional e um sinal vivo dentro do underground. É uma destas bandas da casa que nos trazem muito orgulho, e que demonstram a verdadeira identidade de quem está nesse caminho pelo amor a arte. Viver da arte em nosso País não é uma tarefa muito fácil para quem não se rende a pressão do sistema, agora imaginem essa situação para quem confronta diretamente o monstro, cara-a-cara. Trocamos algumas ideias com o baterista Marlo Lustosa em busca de relembrar momentos importantes da carreira e de como funciona o mecanismo que move a banda, confira:

RtM: Durante os vinte e cinco anos de existência da Carniça, muitas situações foram vividas. Entre o lançamento do Rotten Flesh (1999) e Temple's Fall... Time to Reborn (2011), o que aconteceu com a banda?  

Marlo Lustosa: Pós lançamento do “Rotten...” fizemos muitos shows, naquela época festivais com muita gente mesmo... daí depois surgiu o convite para participar do tributo ao Running Wild, gravamos e mandamos para a gravadora (seria a Sanctuary Records) o próprio Rock and Rolf gostou e nos respondeu por e-mail... tudo estava dando certo, haveria dois shows na Alemanha para lançar o tributo, mas daí a gravadora decidiu lançar o tributo apenas com bandas que faziam parte de seu cast e o tributo conosco e outras bandas do mundo acabou saindo apenas no formato para download, está lá ate hoje na Page dos caras para baixar. Ficamos bem frustrados na época, um dos membros teve questões lances pessoais e no fim em 2005 fizemos uma parada. Para em 2008 retomamos e 2011 lançamos o “Temple’s...”

RtM: No trabalho mais recente, Nations of Few, a música escolhida para ilustrar toda fúria do disco em um videoclipe foi a Corruption. Por que ela foi escolhida?  

Marlo: Cara, esse som era o mais “calmo” do disco e tem uns riffs de guita dobrados, batidas cadenciadas que nos remetem a uma espécie de baile (risos) mas a letra é direta, um soco na cara de todos políticos corruptos (99%) desse país e mundo podre.

Assista ao videoclipe AQUI    

"A Carniça sempre procurou e procura fazer seu som próprio! Não me lembro de alguma vez tenhamos procurado seguir uma tendência ou moda da época... "
RtM: Como a banda enxerga a relação entre o consumo da música e os fãs atualmente?

Marlo: Hoje em dia somos muito conhecidos pelo Brasil e até fora, graças a internet. Temos uma galera que nos segue. Mas os tempos são outros, material das bandas já foi mais vendido... 

RtM: Percebe-se que a Carniça mantém a formação desde o nascimento, o que não é muito comum em bandas. Pessoas diferentes trazem opiniões diferentes até em grupos mais próximos (como família, por exemplo). Algum segredo especial é utilizado como catalisador na hora de manter o trio unido?

Marlo: Cara... (muitos risos) a banda tem muitas brigas internas na hora de compor, gravar, ensaiar e etc. Mas somos uma família realmente, Mauriano e eu irmãos e Parahim nosso primo... nos criamos juntos e a amizade está acima de tudo! Hoje em dia você pode pegar os melhores e mais virtuosos músicos e formar uma banda... mas o lance de amizade e parceria dificilmente vai existir. 


RtM: A Carniça continua de olho no que acontece dentro do Thrash Metal e ouvem bandas mais recentes?

Marlo: Cada um de nós escuta coisas diferentes um do outro, mas temos muitos gostos parecidos... não seguimos tendências, como se vê por aí... essa ou aquela banda que soam exatamente iguais, tanto nos riffs como na gravação. Você fecha os olhos e soa igual. Tem muita banda foda por aí, aqui no Sul, no Brasil e fora também. Eu particularmente tenho escutado muito metal anos 80, 90, mais recentes black, thrash, death. Sem rótulos! Se o som é bom, eu escuto.

RtM: Quais as lembranças do processo de gravação da demo World Putrefation?

Marlo: Gravação tosca, na corrida, com poucos recursos financeiros e técnicos hehehe mas foi massa porque faz parte da nossa história!


RtM: Considerando que os fãs sempre sustentam uma opinião de como a banda deve soar, vocês levam isso em consideração na hora de compor ou é um processo mais orgânico?  

Marlo: A Carniça sempre procurou e procura fazer seu som próprio! Não me lembro de alguma vez tenhamos procurado seguir uma tendência ou moda da época... tem muita banda foda por aí... rápidas, ou técnicas ou muito pesadas e agressivas... não queremos copiar ou competir com ninguém... queremos mostrar o nosso trampo e fazer o que gostamos com a nossa identidade.


Entrevista por: Uillian Vargas
Edição/revisão: Renato Sanson


Links Relacionados:
https://soundcloud.com/carnicaband


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Bittencourt Project: Mais Que Um Show, Uma Viagem!


Desde criança, motivado pela música e pela cultura em geral,através do ambiente familiar, Rafael Bittencourt sempre foi sinônimo de ousadia e criatividade, que a três décadas de carreira, até chegar ao seu maior patamar com o Angra, mostrou-se endiabrado pela guitarra, carregando o popular reconhecimento diante do Rock/Heavy Metal (passando por outras virtudes musicais) e nunca deixando esconder sua genialidade como compositor, que é uma de suas principais posses como músico. Ainda almejando objetivos, eis que Rafael realiza mais um sonho, lançando o primeiro DVD ao vivo do seu projeto solo, BITTENCOURT PROJECT, “Live Brainworms In Brazil”.

Gravado no dia 13 de janeiro (2016), no Café Piu Piu (SP), é fruto da aproximação que o Rafael possui junto aos fãs, experimentando a força de cada um por meio do ‘crowdfunding’, junto também pela lei de incentivo do PROAC (Secretaria da Cultura de São Paulo) e com patrocínio da Sociedade da Cerveja, delongando certo tempo pra que tudo ficasse do jeito que muitos esperavam, ou seja, grande produção e qualidade musical ímpar. E o resultado não deixou nada a desejar, pois aqui há um material muito proveitoso e rico, dando o prazer de se deleitar com uma genuína performance ao vivo, um show intimista e divertido, recordando, aos que estiveram presentes no dia, o momento histórico de um dos ícones do Heavy Metal nacional.


As imagens, captadas em alta definição, não deixam escapar nenhum detalhe da apresentação, várias câmeras distribuídas por diferentes ângulos, e eximia produção sonora, acaudilhada pelo Rafael e pelo produtor Oscar Gonzáles, responsável pela mixagem e masterização, não deixando protelar a exaltação do público. A capa exibe o lado mais espiritual do Rafael, "decorada" de forma minuciosa com fotografias de cada pessoa que colaborou no financiamento coletivo. 

Atentando-se ao show, percebemos que as ideias do Rafael ultrapassam divisas, não precisando de muito para que o espetáculo se torne uma verdadeira mágica. E como ele está cantando! Ano após ano, o seu desempenho vocal cresce de forma absurda! E não poderiamos deixar de focalizar os seus músicos apoio: Amon Lima (Violino), Fernando Nunes (Baixo), Marcell Cardoso (Bateria), Nei Medeiros (Teclados) e Wellington Sancho (Percussão), incumbindo à apresentação uma qualidade instrumental beirando a perfeição.

O repertório é dedicado somente às faixas do “Brainworms I” (2008), exceção da música “Primeiro Amor”, que não esteve presente no set. A instrumental “Comendo Melancia” abre o concerto tendo a participação do Núcleo 7 Esferas, com uma “Chinese Lion Dance” no centro do palco e do Rafael Bittencourt Street Team, que puderam ver, especialmente, esse primeiro momento de maneira exclusiva. Após isso, Rafael dá suas saudações, convidando-os para se deliciarem na viagem que iria começar a partir dali, autorizando a abrir os portões pra que todos entrassem, agradecendo a presença de todos, pregando sobre motivação e alma, que é o que retrata a “Dedicate My Soul”.


Depois de falar sobre alma, dedicação e de melancia, é hora de falar da emoção em “Holding Back The Fire”, que tem suas raias melódicas, mas que explode com feitios cristalinos. Confiando no destino, “Torment Of Fate” abrange passagens de música latina de inicio, com o Rafael exibindo suas habilidades no “tango”, espantando todos com os riffs cadenciados. Partindo pras dificuldades do amor, tendo um lado negro, é chegada a  vez da balada “The Dark Side Of Fate”, com a participação do Alirio Netto, acrescentando mais emoção à canção com a sua voz.

Olhando para o lado negro, de forma diferente, encontramos um caminho mais fácil pra perdoar o outro, entendimento esse que está na pesada “The Underworld”. Prontificando uma viagem intensa, a próxima faixa, “Nightfly”, é uma das mais significativas do Rafael, que fala sobre sua infância. Apesar de longa, ela é bem recebida pelo público, com todos cantando os principais versos. “Faded”, trabalhada em harmonias minuciosas, demonstra que não há culpados quando morre o amor. 

“Santa Teresa” possui o lado folclórico, com o Rafael entojando requintes acordes na viola caipira e usando um chapéu pra lá de ilustre, o qual ganhou de um fã, seguida, sem meias palavras, da assombrosa “O Pastor”, que tem Felipe Andreoli no baixo. Com o Rafael usando a camiseta do estado de Pernambuco e um chapéu de cangaceiro, e o restante dos músicos com chapeis diferentes, “Nacib Véio” encerra o show de um jeito humorado, tendo a participação do Marcello Pompeu (KORZUS).


De bônus, há uma versão bem interessante de “War Pigs” (BLACK SABBATH), adicionado por acordes de viola caipira e a letra totalmente cantada em português, com participação do guitarrista Michel Leme, do baterista Ricardo Confessori e do baixista Fabio Zaganin, e esta é marcada pela graça do Rafael, brincando com um cavalo de madeira, recitando um pequeno poema de um sujeito que vive no sertão. E “O Calibre”, composta originalmente pelo Os Paralamas do Sucesso, é uma homenagem ao Rock nacional, reelaborada com uma versão mais pesada e técnica, comandado por Felipe Andreoli (Baixo), Bruno Valverde (Bateria) e Edu Ardanuy (Guitarra).

Os extras mostram os bastidores e todos os preparativos da apresentação, além do rápido vídeo com Rafael explicando os aspectos de cada equipamento que usou no dia do show.
É certeza que não da pra assistir só uma vez, e que poderia render mais que uma hora de história e música. Com certeza, “Live Brainworms In Brazil” se tornou um dos melhores DVDs Rock/Heavy Metal nacional, valendo muito a pena ter na sua videoteca básica.

Texto: Gabriel Arruda
Fotos: Divulgação
Edição/Revisão: Carlos Garcia

Ficha Técnica
Banda: Bittencourt Project
DVD: Live Brainworms In Brazil
Ano: 2017
País: Brasil
Gravadora: Independente



Formação
Rafael Bittencourt (Vocal/Guitarra)
Amon Lima (Violino)
Fernando Nunes (Baixo)
Marcell Cardoso (Bateria)
Nei Medeiros (Teclados)
Wellington Sancho (Percussão)

Set-List
1.    Comendo Melancia
2.    DedicateMy Soul
3.    Holding Back The Fire
4.    TormenteOfFate
5.    The DarkSideOf Love (feat. Alirio Netto)
6.    The Underworld
7.    Nightfly
8.    Faded
9.    Santa Teresa
10. O Pastor (feat. Felipe Andreoli)
11. NacibVéio (feat. Marcello Pompeu)

Bonus-Tracks
1.    War Pigs da Porteira (feat. Michel Leme, Fabio Zaganin, Ricardo Confessori)
2.    O Cálibre (feat. Felipe Andreoli, Bruno Valverde, Edu Ardanuy)

Contatos

   

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Xandria: Mudanças e Constante Crescimento



A banda alemã XANDRIA está lançando o álbum “A Theater Of Dimensions”, via Napalm Records. Fundada em 1997, a banda já teve algumas mudanças de vocalista, e em 2013 foi anunciada a entrada de Dianne Van Giersbergen como nova vocalista.

Na faixa de abertura, “Where the Heart is Home”, Dianne já mostra todo seu potencial vocal, harmonizando de forma muito agradável com o coral e o instrumental. A épica “Death to the Holy”, tem uma pegada mais Power Metal, com riffs de guitarra bem trabalhados. A melodiosa “Forsaken Love”, é uma canção mais simples, com elementos folk a canção alterna entre a leveza dos teclados e instrumental mais leve.  Em “Call of Destiny”, os vocais de Dianne transmitem um clima mais dramático. “We are Murderers” é uma das músicas mais agressivas do álbum, na primeira audição foi impossível não comparar com as canções do Epica, já que a faixa conta com a participação de Björn Strid da banda SOILWORK e seus vocais rasgados.  


Mais uma bela balada, “Dark Night of the Soul”, mostra que Dianne Van Giersbergen não se limita apenas em vocais líricos, é uma das minhas canções favoritas. A sétima faixa do álbum, “When theWalls Came Down”, traz novamente uma orquestra bem arranjada e um belo vocal lírico no refrão. Quando começou o coro em “Ship of Doom” por um momento me senti transportada para uma capela de algum filme medieval, mas essa sensação é rapidamente quebrada, quando começa a instrumentação mais pesada. O toque especial da música é a participação de Ross Thompson, do VAN CANTO.

Logo em seguida, e para mim o momento mais inovador do álbum, a instrumental “Ceilí”, trazendo uma atmosfera bem irlandesa. Quando ouvi Song for “Sorrow and Owe” pela primeira vez fiquei muito incomodada, pois me lembrou em vários momentos “Deep Silent Complete” do Nightwish, tanto nos vocais quanto no instrumental, precisei ouvir algumas vezes até sentir que aquele era o XANDRIA e conseguir gostar da música.


Em “Burn Me” a banda apresenta um dueto interessante entre Dianne e Zaher Zorgati, da banda MYRATH. E finalmente minha música favorita “Queen of Hearts Reborn”, que merece um destaque especial para o solo de guitarra. A longa e teatral “Theater of Dimensions”, nos faz viajar à um ambiente circense, onde a suavidade reveza com o instrumental pesado a maior parte do tempo. Em seus 14 minutos de música, o ponto alto é a participação de Henning Basse do FIREWIND e seu vocal carregado de emoção. 

Apesar de gostar de todas as fases do XANDRIA confesso que sinto falta dos tempos de Lisa Middelhauve. A cada álbum a banda vem apresentando trabalhos cada vez mais sinfônicos e perdendo um pouco a originalidade de seus primeiros álbuns. Mesmo assim, gradativamente tem alcançado seu espaço entre as outras bandas já consolidas no estilo, como EPICA e NIGHTWISH. 

Texto: Raquel de Avelar
Revisão e Edição: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica:
Banda: Xandria
Álbum: "Theater of Dimensions" 2016
País: Alemanha
Estilo: Symphonic Metal
Selo: Napalm Records



Line-Up:
Dianne Van Giersbergen: Vocais
Marco Heubaum: Guitarras e Teclados
Gerit Lamn: Bateria
Philip Restemeier: Guitarra
Steven Wussow: Baixo



Track List:
1. "Where the Heart is Home"  6:53
2. "Death to the Holy" 4:46
3. "Forsaken Love" 4:20
4. "Call of Destiny" 4:10
5. "We Are Murderers (We All)" 5:49
6. "Dark Night of the Soul" 5:21
7. "When the Walls Came Down (Heartache Was Born)"  5:11
8. "Ship of Doom"   4:50
9. "Ceilí" 3:21
10. "Song for Sorrow and Woe"  5:24
11. "Burn Me"  4:42
12. "Queen of Hearts Reborn"   5:16
13. "A Theater of Dimensions"   14:20

Canais Oficiais:
Site
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sábado, 11 de fevereiro de 2017

Entrevista - Sacrario: Persistência e profissionalismo em prol do Heavy Metal

Mais de 20 anos de história e um legado solido e cravado eternamente no underground nacional. Essa é a Sacrario e sua persistência em prol do Heavy Metal, tendo em sua discografia quatro discos oficiais, um EP e diversas Demos, criando assim uma solidez eficaz e evolutiva, chegando ao status de referencia nacional.

Confira nas linhas a seguir nosso bate papo com o guitarrista/vocalista Fabbio Webber:



Road to Metal: Quando se inicia um projeto duradouro, como a Sacrario, muitos sentimentos rondam no começo. Conseguem listar como foi esse turbilhão de sentimentos no inicio da banda e as expectativas na época?

Fabbio Webber: Quando começamos não pensávamos em voos mais altos, apenas fazíamos o que gostávamos, sem qualquer tipo de preocupação, desde a gravação de uma “demo” até shows no underground. Mas a vontade e as ideias em fazer uma música de qualidade e profissionalismo foi se desenvolvendo ao longo do tempo em que amadurecemos como músicos e como pessoas.

RtM: As letras da Sacrario abordam temas provocativos e diretamente críticos. Como acontece o equilíbrio entre a crítica e a provocação na hora de compor as músicas?

Fabbio: As nossas letras tiveram uma evolução bastante significativa, pois no início sentíamos como se elas simplesmente fossem apenas um complemento da música, porém essa postura mudou. Escrevemos sobre temas reais, que ocorrem no dia a dia, entretanto não opinamos explicitamente nas letras para que as pessoas possam pensar e refletirão seu modo. Cito como exemplo, Neither God Nor Devil, pois aqui não está explícita a nossa definição sobre o que pensamos a respeito, simplesmente deixamos para que todos reflitam acerca da existência de Deus, do Diabo, de apenas um deles, ou a inexistência de ambos.


RtM: Em todos esses anos de atuação da banda, qual foi o período de maior agito?

Fabbio: No ano de 2011, com a nossa primeira tour fora do país, na Argentina. Preparamos o álbum “Stigma of Delusion” no ano anterior para essa tour. Logo depois, ao retornar ao Brasil, fizemos vários shows, e ainda participamos do Metal Battle Festival, o qual fomos para a cidade de Varginha participar da etapa final com mais 19 bandas. Nesse período, houve muita correria entre gravação de um álbum, ensaios e tour, todavia foi ótimo e muito gratificante, visto que a banda passou a ser mais conhecida. Além disso conhecemos muitos músicos, fãs e pessoas ligadas ao metal, e de uma forma geral, fizemos muitos contatos.

RtM: Hoje sabemos que a Sacrario já é uma referencia para a região e para o País. Mas para os integrantes, o que a Sacrario significa?

Fabbio: Apesar de não vivermos de música, vemos e encaramos a banda com seriedade, como um trabalho, e com compromisso. Amamos o que fazemos, somos fãs de nós mesmos. E é na banda que podemos expressar não apenas nossa arte, mas também os nossos sentimentos, já que além de sermos músicos, somos artistas.


RtM: Como foi a chegada do baixista Cristiano Kappaun, na banda?

Fabbio: Não poderia ter sido melhor, pois o entrosamento foi perfeito, tanto do lado pessoal quanto do lado musical. Temos muita coisa em comum, desde gostos musicais até a maneira de compor. Ademais, o foco e os objetivos são os mesmos, o que são fatores essenciais em uma banda onde há várias mentes pensando e trabalhando ao mesmo tempo.  

RtM: Quando a Sacrario compõe, as experiências dos trabalhos anteriores são analisadas e levadas em conta?

Fabbio: Muito pouco, apenas procuramos não nos tornar repetitivos, e no momento que finalizamos um álbum, já estamos pensando no próximo. Quando estamos compondo, deixamos que tudo flua de forma natural e espontânea, sem qualquer tipo de pressão. Particularmente, durante o período de composição, procuro não ouvir nenhuma banda, evitando assim, influências diretas nas composições.


RtM: Há pouco tempo à banda excursionou pelo exterior. Poderiam nos comentar como foram os shows na turnê Argentina? Qual o ponto positivo e quais as maiores dificuldades?

Fabbio: Essa foi a quarta vez que excursionamos na Argentina, e desde a primeira vez até agora, as coisas sempre tiveram uma evolução. Os shows por lá foram ótimos, o público é muito animal e viciado em cerveja e metal; houve shows em que muitos cantavam partes de nossas músicas, o que foi muito gratificante para nós. De positivo temos o bom público que comparece aos shows, o enorme respeito com a banda; a forma como somos e sempre fomos tratados e recepcionados, seja pelas pessoas e fãs, seja pelos produtores, com profissionalismo e seriedade. Uma das maiores dificuldades é o grande trabalho e tempo necessários para se agendar uma tour, pois implica muitos detalhes, e para que isso ocorra perfeitamente, é relevante que as pessoas envolvidas sejam sérias, honestas, comprometidas, e acima de tudo, profissionais.


Entrevista por: Uillian Vargas
Revisão/edição: Renato Sanson


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Affront: Grande Estreia, com Peso, Brutalidade e Personalidade



Formada nos início de 2016 pelos experientes Marcelo Mictian (UNEARTHLY) no baixo e vocais e R. Rassan, guitarra, (que passou por bandas como Imago Mortis e Ainur), e a revelação Jedy Najay nas baquetas, o AFFRONT não poupou esforços e já foi trabalhando para o lançamento do seu primeiro full-lenght, que foi precedido de vídeos para "Under Siege" e "Scum of the World", sempre procurando dar amostras do que estava por vir, com sua proposta sonora que visa unir o Thrash e Death de forma original e bem própria. (English Version)

Em dezembro de 2016 o grupo chega ao lançamento de seu debut, "Angry Voices", contendo 12 faixas, onde podemos ouvir um Thrash/Death que traz muito das raízes dos estilos, mas com uma sonoridade contemporânea e trazendo sutilezas e detalhes que dão um diferencial nas composições, e o mesmo podemos dizer da parte lírica, que dá seu recado, de certa forma direta, mas há um conceito maior que pode ser entendido de forma mais ampla, ou seja, "para bom entendedor, meia palavra basta" (M. Mictian discorre sobre cada música no release, o qual você pode ler ao final da resenha).


A banda vem andando em passos rápidos,e a experiência e competência dos músicos, a dedicação e trabalho é que são as grandes responsáveis, resultando já num primeiro álbum com muita solidez e personalidade, o que é o objetivo do AFFRONT, e é muito provável que essa proposta musical ainda evoluirá.

A avalanche sonora de "Scum of the World", já conhecida do lyric vídeo, abre o disco, vociferando sobre as maneiras sórdidas que a política e igrejas buscam lucros, e a proposta da banda já se torna clara ao ouvinte, na mescla entre riffs e alternância de andamentos típicas do Thrash, com a velocidade e agressividade do Death Metal, vocais urrados e instrumental agressivo e técnico, ressaltando a clareza dos instrumentos, proporcionada pela produção sonora de alto nível. "Angry Voices", é bem agressiva, e já podemos perceber o trabalho excelente do baterista Jedy Najay, que traz peso, agressividade, velocidade e técnica.


A mescla entre o Death e Thrash se mostra perfeita em faixas como "Under siege", que foi o primeiro clipe, e aqui aparece em duas versões, sendo a última faixa do álbum também, trazendo Marcelo Pompeu, do KORZUS, nos vocais. Esta faixa traz riffs típicos do Thrash mais contemporâneo, alternando passagens mais sombrias e graves, assim como "Carved in Stone", com um tempo mais lento, riffs em palm-mute, também elemento típico do Death, além de passagem bem viajante e melodiosa nas guitarras.

Além dessa mescla do Thrash e Death, alguns outros elementos aparecem, mais evidentes, como esses trechos acústicos e com mais melodia, que assim como em "Carved in Stone", também surgem em  "Conflicts", em meio a avalanche sonora, há trecho acústico, que dá uma quebrada bem interessante, e na instrumental "Terra Sem Males (Guerra Guaranítica)", M. Mictian gravou instrumentos indígenas; a faixa cantada em português "Mestre do Barro", homenageia o pernambucano Mestre Vitalino (1909-1963), artista popular escultor da arte no barro, que tem sua obra exposta até em museus da Europa. Esta faixa se destaca, não só pela temática e pela intro com pandeiro, e por conseguinte, por também trazer elementos brasileiros, mas inclusive pelo trampo excelente da guitarra. Uma música pesada, criativa e cativante.


Uma grande estreia e uma banda para seguir prestando muita atenção. Trabalho que traz músicas com peso e agressividade, mesclando momentos rápidos com outros mais trabalhados, algumas surpresas e alternância inteligente de nuances do Thrash e Death, resultando num álbum de composições sólidas, dinâmico e empolgante. 

Texto: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação

Contatos:
affrontmetal@gmail.com
showsaffront@gmail.com
Booking Europe: blackenedlife@mail.ru


Saiba Mais A Respeito das Faixas, pelas palavras de M.Mictian (Baixo e vocais)

1-Scum Of The World (música do primeiro lyric video da banda) A música versa um pouco sobre o lado sujo da politica,igreja,e a maneira como conseguem dinheiro sujo a qualquer preço.

2-Angry Voices - forte e agressiva fala sobre o ódio e a raiva de personalidades que assolam o mundo como políticos, ditadores e suas crenças.

3-Affront - Como diria o grande Ratos de Porão "Velhos Decreptos" essa é a síntese desta canção falar dos "senhores" que se alimentam da miséria,com ganancia, passando por cima de todos.

 4-Conflicts - Aqui falamos sobre as manifestações contra governos corruptos em todo mundo a indignação do povo com esses ratos do poder.

5-Terra Sem Males - Instrumental (baixo e instrumentos indígenas todos gravado por M.Mictian) uma homenagem a Guerra Guaranítica (... é o nome que se dá aos violentos conflitos que envolvem os índios guaranis e as tropas espanholas e portuguesas no sul do Brasil após a assinatura do Tratado de Madri, no dia 13 de janeiro de 1750. Os índios guaranis da região dos Sete Povos das Missões recusam-se a deixar suas terras no território do Rio Grande do Sul e a se transferir para o outro lado do rio Uruguai, conforme ficara acertado no acordo de limites entre Portugal e Espanha. Em decorrência do referido Tratado, o Império Português passou a exercer soberania também sobre os territórios de missões jesuíticas situadas a leste do Rio Uruguai. Ocorre que o Império Português permitia a escravização dos indígenas, que naquela região eram os guaranis, enquanto que, no Império Espanhol, todos os índios eram automaticamente súditos do Rei da Espanha, e, portanto, não podiam ser escravizados)

6-Mestre do Barro - Unica em Português do álbum - Thrash/Hardcore, Essa fala sobre o Mestre Vitalino (Escultor Nordestino) - Mestre Vitalino (1909-1963) foi um artista popular brasileiro, considerado um dos maiores artistas da história da arte do barro no Brasil. Vitalino Pereira dos Santos (1909-1963), conhecido como Mestre Vitalino, nasceu na cidade de Caruaru, Pernambuco, no dia 10 de julho de 1909. Filho de um lavrador e de uma artesã que fazia panelas de barro para vender na feira, desde seis anos de idade já fazia transparecer seu talento moldando pequenos animais com as sobras do barro.Sua arte está exposta não só em grandes museus brasileiros, mas também no Museu de Arte Popular de Viena, na Áustria e no Museu do Louvre, em Paris. No Brasil, grande parte de seu trabalho está nos museus Casa do Pontal e na Chácara do Céu, no Rio de Janeiro, no Acervo Museológico da Universidade Federal de Pernambuco, no Recife, e no Alto do Moura, em Caruaru, onde o artista viveu.


7-Religions Cancer - Versando sobre todas as sujeiras da igreja e suas atitudes durante seculos, consumindo vidas,filosofias, tradições como uma doença.

8-Under Siege - Thrash/Death Metal ríspido, "Sob Cerco" a maneira que a grande maioria das pessoas se sentem diante de Governantes e Sistema de segurança (Policia) os tratam nas comunidades pobres, periferia etc...

9-Carved In Stone - A mais lenta e arrastada do álbum, a temática é algo sobre "EU" mesmo sobre minha condição no momento de ter q recomeçar com uma nova banda um novo trabalho assumindo novos desafios.

10-WarTime Conspiracy - Mais sobre velhos Descreptos que insistem em querer comandar o mundo com suas conspirações e criando guerras e sofrimento a todos. 

11-Echoes Of The Insanity - Mais uma instrumental (baixo & violões) Nossa visão da decadência, da Insanidade e loucura da Humanidade. 

12-Under Siege - Thrash/Death Metal ríspido, "Sob Cerco"; A maneira que a grande maioria das pessoas se sentem diante de Governantes e Sistema de segurança (Policia) os tratam nas comunidades pobres, periferia.abuso de autoridade, agressão e mortes de inocentes; AGORA com a presença do Marcelo Pompeu do Korzus me ajudando e fortalecendo a música.

Affront: A Great First Album, with Brutality, Technique and Personality



Formed in the beginning of 2016 by the experienced musicians Marcelo Mictian (UNEARTHLY) in bass and vocals and R. Rassan, guitar, (former member of bands like Imago Mortis and Ainur), and the revelation Jedy Najay in the sticks, AFFRONT spared no efforts and treated to record their first full-lenght, which was preceded by videos for the songs "Under Siege" and "Scum of the World", always looking to give samples of what was to come, with a sound proposal that aims to unite Thrash And Death Metal in an original and very own way.  (Versão em Português)

In December of 2016 the group present their debut, "Angry Voices", containing 12 tracks, where we can hear a Thrash/Death that brings a lot of the roots of the styles, but with a contemporary sound and bringing subtleties and details that gives someting personal. The lyric part, which gives its message, in a certain direct way, but there is a larger concept that can be understood in a broader way, talking about all the greed of politics and religious institutions, and little of brazilian history. M. Mictian discusses each song in the release, which you can read at the end of the review.


The band has been walking fast, and the experience and competence of the musicians, the dedication and work are the main responsible, resulting in a first album with great solidity and personality, which is the purpose of AFFRONT, and for sure this musical proposal will still evolve.

 "Scum of the World" starts the album like an avalanch, already known in the lyric video, opens the record, vociferating about the sordid ways that politicians and churches seek profits, and the proposal of the band already becomes clear to the listener, in the mix between riffs and alternation of typical Thrash tempos, with the speed and aggressiveness of Death Metal, harsh vocals and aggressive and technical instrumental, emphasizing the clarity of the instruments, provided by the high-level sound production. "Angry Voices" is very aggressive, and we can already see the excellent work of the drummer Jedy Najay, who brings weight, aggressiveness, speed and technique.


The mix between Death and Thrash is perfect on tracks such as "Under Siege", which was the first clip, and here it appears in two versions, being the last track of the album too, bringing Marcelo Pompeu, from KORZUS, on vocals. This track features typical contemporary Thrash riffs (what a great riff on the beginning), alternating darker and more serious passages, as well as "Carved in Stone", a slow-tempo song, with palm-mute riffs, also typical of Death, as well as a melodious  passage on guitars.

In addition to this mixture of Thrash and Death, some other elements appear, more evident, as these acoustic tracks and with more melody, that as in "Carved in Stone", also appear in "Conflicts", very agressive, with riffs full of harmonics, and an acoustic part, which gives a very interesting break; and in the instrumental "Terra Sem Males (Guarany War)" (Earth Without Evils), M. Mictian recorded indigenous instruments; The track sung in Portuguese "Mestre do Barro" (Master of Clay), honors the artist from Pernambuco, Master Vitalino (1909-1963), a popular artist sculptor of clay art, whose work is even exhibited in museums in Europe. This track stands out, not only for the theme and the intro with pandeiro, but for the excellent guitars, and its captivating rhythm.


A great debut and a band to continue paying close attention. Work that brings songs with weight and aggressiveness, mixing fast moments with other more worked, some surprises and intelligent alternation of nuances of Thrash and Death, resulting in a solid composition album, dynamic and exciting.

Text: Carlos Garcia

Contacts:
affrontmetal@gmail.com
Booking Europe: blackenedlife@mail.ru


 


 More About the Tracks, by the words of M.Mictian (bass and vocals)

1-"Scum Of The World" (song from the band's first lyric video) The song is a bit about the dirty side of politics, church, and the way they get dirty money at any price.

2-"Angry Voices" - strong and aggressive talks about the hatred and anger of personalities that plague the world as politicians, dictators and their beliefs.

3-"Affront" -  "Old Decrepts", as the great Ratos de Porão (Basement Rats, brazilian traditional Thrash/Hardcore band) would say, this synthesis of this song is to speak of the "lords" who feed on misery, with greed, passing over all.

 4-"Conflicts" - Here we talk about the demonstrations against corrupt governments throughout the world the indignation of the people with these rats of power.

5-"Terra Sem Males" - Instrumental (bass and indigenous instruments all recorded by M.Mictian) a tribute to the Guarani War (... is the name given to the violent conflicts involving the Guarani Indians and the Spanish and Portuguese troops in the south Of Brazil after the signing of the Treaty of Madrid on January 13, 1750. The Guarani Indians of the region of the Seven Peoples of the Missions refuse to leave their lands in the territory of Rio Grande do Sul and to transfer to the other side Of the Uruguay River, as agreed in the boundary agreement between Portugal and Spain. As a result of this treaty, the Portuguese Empire also exercised sovereignty over the territories of Jesuit Missions located east of the Uruguay River. It occurs that the Portuguese Empire allowed the enslavement of the natives, who in that region were the Guarani, whereas in the Spanish Empire all Indians were automatically subjects of the King of Spain and therefore could not be enslaved)

6-"Mestre Vitalino" (1909-1963) was a popular Brazilian artist, considered one of the greatest artists in the history of Brazilian clay art. Vitalino Pereira dos Santos (1909-1963), known as Mestre Vitalino, was born in the city of Caruaru, Pernambuco, on July 10, 1909. Son of a farmer and an artisan making clay pots to sell at the fair, from Six years of age already made his talent visible shaping small animals with leftover clay. His art is exhibited not only in large Brazilian museums, but also in the Museum of Popular Art in Vienna, Austria and the Louvre Museum in Paris. In Brazil, much of his work is in the Casa do Pontal and Chácara do Céu museums, in Rio de Janeiro, in the Museological Collection of the Federal University of Pernambuco, in Recife, and in Alto do Moura, in Caruaru, where the artist lived .

7-"Religions Cancer" - Relating to all the church filth and its attitudes for centuries, consuming lives, philosophies, traditions as a disease.

 

8-"Under Siege" the way that the vast majority of people feel about Rulers and the Security System (Police) treat them in poor communities, periphery etc ... 8-Under Siege - Thrash / Death Metal

9-"Carved In Stone" - The slowest and most drawn of the album, the theme is something about "US" even about my condition at the time of having to start a new band with a new job taking on new challenges.

10-"WarTime Conspiracy" - More on old Discrepants who insist on wanting to rule the world with their conspiracies and creating wars and suffering for all.

11-"Echoes Of The Insanity" - Another instrumental (bass & acoustic guitars) Our vision of decadence, Insanity and Madness of Humanity.

12-"Under Siege" - Thrash / Death Metal Rispid, "Under Siege"; The way that the great majority of people feel before Rulers and the Security System (Police) treats them in poor communities, periphery.abuse of authority, aggression and the deaths of innocents; NOW with the presence of Marcelo Pompeu (Korzus) helping me and Strengthening the music.