quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Darkthrone - Um álbum essencial



Talvez não seja uma tarefa fácil um fã escrever sobre o álbum de uma de suas bandas favoritas. Isto porque a probabilidade de sair algo extremamente piegas é muito grande, apesar de ser uma coisa incontrolável, inevitável, definitiva.

Para mim, falar de DARKTHRONE é simplesmente exaltar aqueles que foram pedra fundamental no forjamento do Black Metal. Sim, eles não foram os pioneiros. Mas, há o Black Metal antes e depois da banda. Apesar que, esta é uma tese que pode ser dissertada em outra ocasião. Vou me depreender apenas no disco, ‘Arctic Thunder’.

A dupla norueguesa Nocturno Culto e Fenriz resolveu voltar um pouco no tempo e construir músicas enraizadas em seu material antigo, deixando de lado a veia Folk que permeou alguns discos num passado recente. Particularmente, apreciei esta inserção Folk, mas ver um DARKTHRONE mais ‘sangue nos olhos’ é bem melhor.


As duas primeiras músicas, “Tundra Leech” e “Burial Bliss”, mostram essa raiva já de saída, com ótimos riffs; “Boreal Fiends” tira o pé e mantém uma linha mais arrastada, com guitarras hipnóticas e até solos (!!!); “Inbred Vermin” é puro Speed Metal dos 80, até despencar em um andamento quase Doom; “Arctic Thunder” vem na sequência, com riffs que tu ficas cantarolando e tocando air guitar, próprios pra um ‘bang your head’. Forjar riffs destes é pra quem realmente tem conhecimento de causa e já nasceu clássica!!; “Throw Me To The Marshes” traz um tocamento mais tradicional, com um volumoso som de baixo; “Deep Lake Trespass” caracteriza-se por nuances totalmente oitentistas também. Um som memorável!!; “The Wyoming Distance” é um belo desfecho para esta grande obra.

Análise previsível? Talvez. Mas é o que o álbum me passou. Quem conhece a carreira da banda afinco, entenderá este ponto-de-vista e provavelmente concordará com a maioria dos tópicos. Mas enfim, é apenas uma simples análise.


Como sempre, a produção ficou a cargo de Fenriz e Nocturno Culto, no usual sistema ‘old school’, com o indefectível som orgânico que um álbum do DARKTHRONE necessita. Somente a masterização ficou a cargo do americano Jackontroll (que já trabalhou com Furze, Disfigurement, Ritual Killer, etc).

A arte gráfica remete totalmente aos álbuns dos anos 90, e mesmo sendo bastante simplória, é muito bonita, especialmente a capa em tons de azul e preto. O responsável por isso foi Matthew Vickerstaff (My Dying Bride, Mysticum, etc.).

Por tudo isto, trata-se de um álbum essencial.

Um adendo final: o nome Arctic Thunder foi tirado de uma antiga banda norueguesa de Heavy Metal, que teve uma curta carreira nos anos 80 e lançou somente uma Demo. Fenriz pediu permissão aos antigos membros do grupo para usar o nome.

Texto: Marcello Camargo
Edição/Revisão: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: DARKTHRONE
Álbum: Arctic Thunder
Ano: 2016
Estilo: Black Metal
Gravadora: Peaceville Records

Banda
Nocturno Culto (Vocais, Guitarra e Baixo)
Fenriz (Bateria, Guitarra e Baixo)

Tracklist:
1. Tundra Leech
2. Burial Bliss
3. Boreal Fiends
4. Inbred Vermin
5. Arctic Thunder
6. Throw Me Through the Marshes
7. Deep Lake Tresspass
8. The Wyoming Distance


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Divulgação:


   

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