sábado, 11 de fevereiro de 2017

Entrevista - Sacrario: Persistência e profissionalismo em prol do Heavy Metal

Mais de 20 anos de história e um legado solido e cravado eternamente no underground nacional. Essa é a Sacrario e sua persistência em prol do Heavy Metal, tendo em sua discografia quatro discos oficiais, um EP e diversas Demos, criando assim uma solidez eficaz e evolutiva, chegando ao status de referencia nacional.

Confira nas linhas a seguir nosso bate papo com o guitarrista/vocalista Fabbio Webber:



Road to Metal: Quando se inicia um projeto duradouro, como a Sacrario, muitos sentimentos rondam no começo. Conseguem listar como foi esse turbilhão de sentimentos no inicio da banda e as expectativas na época?

Fabbio Webber: Quando começamos não pensávamos em voos mais altos, apenas fazíamos o que gostávamos, sem qualquer tipo de preocupação, desde a gravação de uma “demo” até shows no underground. Mas a vontade e as ideias em fazer uma música de qualidade e profissionalismo foi se desenvolvendo ao longo do tempo em que amadurecemos como músicos e como pessoas.

RtM: As letras da Sacrario abordam temas provocativos e diretamente críticos. Como acontece o equilíbrio entre a crítica e a provocação na hora de compor as músicas?

Fabbio: As nossas letras tiveram uma evolução bastante significativa, pois no início sentíamos como se elas simplesmente fossem apenas um complemento da música, porém essa postura mudou. Escrevemos sobre temas reais, que ocorrem no dia a dia, entretanto não opinamos explicitamente nas letras para que as pessoas possam pensar e refletirão seu modo. Cito como exemplo, Neither God Nor Devil, pois aqui não está explícita a nossa definição sobre o que pensamos a respeito, simplesmente deixamos para que todos reflitam acerca da existência de Deus, do Diabo, de apenas um deles, ou a inexistência de ambos.


RtM: Em todos esses anos de atuação da banda, qual foi o período de maior agito?

Fabbio: No ano de 2011, com a nossa primeira tour fora do país, na Argentina. Preparamos o álbum “Stigma of Delusion” no ano anterior para essa tour. Logo depois, ao retornar ao Brasil, fizemos vários shows, e ainda participamos do Metal Battle Festival, o qual fomos para a cidade de Varginha participar da etapa final com mais 19 bandas. Nesse período, houve muita correria entre gravação de um álbum, ensaios e tour, todavia foi ótimo e muito gratificante, visto que a banda passou a ser mais conhecida. Além disso conhecemos muitos músicos, fãs e pessoas ligadas ao metal, e de uma forma geral, fizemos muitos contatos.

RtM: Hoje sabemos que a Sacrario já é uma referencia para a região e para o País. Mas para os integrantes, o que a Sacrario significa?

Fabbio: Apesar de não vivermos de música, vemos e encaramos a banda com seriedade, como um trabalho, e com compromisso. Amamos o que fazemos, somos fãs de nós mesmos. E é na banda que podemos expressar não apenas nossa arte, mas também os nossos sentimentos, já que além de sermos músicos, somos artistas.


RtM: Como foi a chegada do baixista Cristiano Kappaun, na banda?

Fabbio: Não poderia ter sido melhor, pois o entrosamento foi perfeito, tanto do lado pessoal quanto do lado musical. Temos muita coisa em comum, desde gostos musicais até a maneira de compor. Ademais, o foco e os objetivos são os mesmos, o que são fatores essenciais em uma banda onde há várias mentes pensando e trabalhando ao mesmo tempo.  

RtM: Quando a Sacrario compõe, as experiências dos trabalhos anteriores são analisadas e levadas em conta?

Fabbio: Muito pouco, apenas procuramos não nos tornar repetitivos, e no momento que finalizamos um álbum, já estamos pensando no próximo. Quando estamos compondo, deixamos que tudo flua de forma natural e espontânea, sem qualquer tipo de pressão. Particularmente, durante o período de composição, procuro não ouvir nenhuma banda, evitando assim, influências diretas nas composições.


RtM: Há pouco tempo à banda excursionou pelo exterior. Poderiam nos comentar como foram os shows na turnê Argentina? Qual o ponto positivo e quais as maiores dificuldades?

Fabbio: Essa foi a quarta vez que excursionamos na Argentina, e desde a primeira vez até agora, as coisas sempre tiveram uma evolução. Os shows por lá foram ótimos, o público é muito animal e viciado em cerveja e metal; houve shows em que muitos cantavam partes de nossas músicas, o que foi muito gratificante para nós. De positivo temos o bom público que comparece aos shows, o enorme respeito com a banda; a forma como somos e sempre fomos tratados e recepcionados, seja pelas pessoas e fãs, seja pelos produtores, com profissionalismo e seriedade. Uma das maiores dificuldades é o grande trabalho e tempo necessários para se agendar uma tour, pois implica muitos detalhes, e para que isso ocorra perfeitamente, é relevante que as pessoas envolvidas sejam sérias, honestas, comprometidas, e acima de tudo, profissionais.


Entrevista por: Uillian Vargas
Revisão/edição: Renato Sanson


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