terça-feira, 11 de abril de 2017

House Of Lords: Ainda Atinentes


A avalanche de trabalhos inéditos do House Of Lords vem se arregaçando desde “The Power And The Myth” (2004). O grupo, liderado pelo vocalista James Christian, emergiu no final da década de 80 com o seu primeiro disco, considerado um dos trabalhos mais importantes do Melodic Rock/AOR. Não deixando passar os seus 20 anos de atividade em branco, a banda, sem muitas demoras, acaba de soltar “Saint Of The Lost Souls”.

Nesse 11º primeiro trabalho, a banda aposta na diversidade, provando coisas novas e nos colocando em experiências fantasistas a cada faixa executada. O famoso Hard Rock, sobrecarregado de melodias, não deixa de ser revestido, fazendo um meio caminho entre “Precious Metal” (2014) e “Indestructible” (2015), volvendo o trabalho mais indagado e incessante do grupo, tendo como novidade o baixista Chris Tristram, substituindo Chris McCarvill, que foi para o Dokken.


A produção é mais vez por James Christian e pelo baterista BJ Zampa, assim como a mixagem e a masterização, guiado através de uma sonoridade pura e convincente, preenchendo bem as melodias e peso nos campos certos e colocando as porções de teclado no seu espaço adequado. A arte tem o retorno da figura feminina que aparece em outros trabalhos do grupo, estando presente, observando a capa, num castelo medieval.

Pode não ser uma banda muito conhecida pelo público fora desse meio, mas com certeza o House Of Lords possui potencial para trazer novos fãs, e até mesmo quem não for chegado a Hard Rock. E “Saint Of The Lost Souls” traz essa acessibilidade, com músicas que cabem numa cotidiana trilha sonora, no levando a conhecer outros meios e gostos.

Cissurando o disco, “Harlequin” inicia de maneira não tão intensa, introduzido pelas linhas de teclado do MicheleLuppi (Whitesnake, Secret Sphere), que logo explode com riffs fortes; “Oceans Divide” é acessível, aprumado por melodias e um trabalho de guitarra que vai do limpo ao pesado; “Hit The Wall” é uma balada contemporânea, divergindo andamentos mais Pop e moderno; a faixa título mostra todo poder do Hard Rock do grupo, consolidado pelas boas levadas de bateria e os refrões marcantes, além, claro, dos solos desconcertantes do Jimi Bell.


“The Sun Will Never Set Again” é outra balada, só que numa linguagem mais doce e romântica; “New Day Breakin" faz uma soma perfeita entre Hard e Pop Rock, tornando-se uma das mais atrativas do disco pela energia que transmite; “Concussion” preza o lado mais experimental do grupo, dosado pelo swing e dos traços mais ‘bluesy’; “Reign Of Fire”acusa influências setentistas, banhada por harmonias de hammond e guitarras no estilo AOR; “Art Of Letting Go”, abrange ambientes diferentes, girado em nuances menos intensas e mais climatizada, com James Christian diversificando suas linhas vocais.

“Grains Of Land” expressa um jeito mais Heavy Metal, acentuado pelo forte timbre de baixo; “The Other Option” termina de forma preliminar, intermediado por arranjos mais simples, mas que já cola na cabeça facilmente.

Espero que continuem com o mesmo senso composição, pois o House Of Lords só tende a fazer trabalhos fascinantes um atrás do outro. Só falta um DVD para como a banda soa ao vivo.

Texto: Gabriel Arruda
Edição/Revisão: Carlos
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: HouseOfLords
Álbum: Saint Of The Lost Souls
Ano: 2017
Gravadora: Frontiers Records

Formação
James Christian (Vocal)
Jimi Bell (Guitarra)
Chris Tristram (Baixo)
BJ Zampa (Bateria)

Track-List
01. Harlequin
02. Oceans Divide
03. Hit The Wall
04. Saint Of The Lost Souls
05. The Sun Will Never Set Again
06. New Day Breakin’
07. ReignOfFire
08. Concussion
09. ArtOfLettingGo
10. GrainsOfSand
11. The OtherOption

   

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