sexta-feira, 26 de maio de 2017

Louder: Encontro do Hard Clássico com o Contemporâneo



 
Fundada em 2015, no Rio Grande do Sul (precisamente na cidade de Veranópolis), o Louder faz parte de uma safra promissora de bandas de Hard Rock que tem surgido aqui no Brasil, e mesmo, provavelmente, sendo o estilo mais complicado de obter uma repercussão maior por aqui, temos de agradecer que esse pessoal não se importa com isso, e aposta em pesado na qualidade.

Com pouco tempo de estrada, mas com objetivos claros e composições de qualidade, o Louder tratou de registrar um EP com 5 faixas, "Take One", onde o que podemos ouvir é impossível de creditar à uma banda iniciante. Nota-se de cara uma banda madura e de futuro, entregando um Hard Rock de sonoridade contemporânea, mas com as influências mais clássicas claras, e podemos citar aí Led, Aerosmith, Deep Purple, Whitesnake, Guns and Roses, Mr. Big e outros.

Aliás, falando em Mr. Big, o timbre do vocalista Kid Sangali me lembra bastante o de Eric Martin em vários momentos. Kid também esteve entre os finalistas do concurso "A Voz do Rock".
Bom, continuando sobre a sonoridade, é bem feita essa linha entre o contemporâneo e o clássico, e as músicas possuem o principal em um álbum de Hard Rock, que são músicas que possuem todas melodias e refrãos que grudam logo na cabeça (quesito "músicas memoráveis" é algo imprescindível, acredito, e no Hard Rock ainda mais).

Temos então "Last Memory", que é bem Rock and Roll, melodia grudenta na guitarra, aqueles corinhos bem tradicionais do Hard no refrão, refrão também que já cola de imediato; "Temple of Desire" tem mais peso, soa mais contemporânea, com boas soluções em termos de melodias, que lembra algo do Hard dos anos 90, aqui Kid canta um pouco mais rasgado, além de alguns efeitos na voz.

"Copper's Synapse" traz rapidamente a tona o Hard 70's, de Led e Aerosmith, especialmente nos timbres de guitarra, que trabalham muito bem. Uma canção bem vibrante com ritmo empolgante, e um belo refrão! "No More" começa também com um dos elementos bem tradicionais, e um dos mais legais do Hard, que são aqueles coros iniciais ("no more, no more!"). Os elementos do Hard 70's me aparecem bem evidentes aqui também, e traz ótimas melodias e um refrão sensacional, impossível não grudar na mente! Os riffs também são muito bons, assim como duelo das guitarras nos solos. Ótima escolha para o vídeo, composição muito boa  e muito forte.


"Blind Faith (part I)" encerra o EP, e como todo bom álbum de Hard, não poderia faltar o baladão, com guitarras acústicas, começa mais na manha, e depois vai ganhando peso, aquela fórmula que conhecemos, mas sempre funciona quando bem executada, que é o caso aqui.

O "primeiro take" foi muito bem executado, o grupo mostrou e feeling e consistência na sua proposta, e fiquei curioso pelo o que mais vão apresentar na sequência desta bem iniciada carreira.

Texto: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
 Banda: Louder
Álbum: "Take One (EP 2016)
País: Brasil
Estilo: Hard Rock
Produção: Ricardo L. Gottardo e Maninho
Selo/Assessoria: Dunna Records

Line Up:
Kid Sangali: Vocais
Felipe Saretta: Bateria
Gio Attolini: Guitarras e vocais
Naurício Barbieri: Guitarras
Ricardo Gottardo: Baixo

Track List:
Last Memory
Temple of Desire
Copper's Synapse
No More
Blind Faith (Part I)

Canais Oficiais:

  




terça-feira, 23 de maio de 2017

Powerfull: Uma Ode ao Heavy Metal Clássico



Saudade de ouvir um Heavy Metal naquela veia dos anos 80? Quando o estilo atingiu status de "mainstream", onde gigantes do estilo, que vieram já dos anos 70, como Judas e Sabbath, e uma outra maravilhosa geração como Iron Maiden, Queensryche, Accept e outros, inclusive grupos de Hard Rock, tomaram de assalto rádios, canais de TV e os aparelhos de som de uma geração.  (English Version)

Pois aí está o POWERFULL, banda que tem o experiente Mario Pastore tomando frente, e foi criada com o propósito de fazer um Metal inspirado nos grandes anos 80, e é exatamente isso que o grupo nos entrega neste "Warrior Soul". Vemos aqui Pastore em excelente forma, quem acompanha mais de perto a sua carreira sabe da sua capacidade, e aqui mostra que ainda dá de relho em muito vocalista mais jovem (usando aqui uma expressão bem típica do Rio Grande do Sul! he he), que esquecem do feeling.

Pastore aqui encarna os anos 80 com maestria, em vocalizações que nos remetem aos nomes que marcaram o estilo, como Tate, Dio, Dickinson e Halford. E não poderia ser diferente, tal a proposta sonora.


Em um ataque de riffs e levadas, que trazem o peso e melodia típicos do Heavy Metal oitentista, temos 12 faixas, onde, após um breve intro, já somos pegos de cara pela rápida e feroz "Fireball", Speedy Heavy Metal de riffs rápidos, bateria alucinante e vocais altos; "Blue Beam" apresenta uma levada mais cadenciada, início com melodias tensas, pesadíssima, que remete ao Sabbath e ainda mais precisamente os seus nobres filhos do Candlemass. Possui riffs pesadões alternados por trechos mais melodiosos; "Believe" começa lenta, e climática, com Pastore nos perguntando na letra: "O que há com este mundo?", ela segue em uma levada cadenciada e cavalgada, e remete ao Queensryche clássico, inclusive pela linha vocal adotada por Pastore. Sonzaço!

"Reborn", inicia com uma melodia permeada por harmônicos e  linha de baixo marcante, os riffs e cozinha seguem aquela linha "cavalgada", bem típica oitentista, em um andamento meio tempo; "Warrior Soul", a faixa título, traz riffs que me lembram o Accept e algo de Iron, principalmente na linha vocal (aliás, falando em vocais, tem um trecho sensacional ali pelos 3 minutos), e aqui já percebo que vou ter que tecer comentários de todas as faixas, pois todas trazem riffs e refrãos marcantes, sem invencionices, somente Heavy Metal clássico, com muitos riffs, muitos solos, grandes refrãos e grandes vocais.

"Nightmares" é típica balada Heavy Metal, com guitarra acústica e teclados fazendo o fundo. Destaque para os vocais, que trazem bastante emoção, com Pastore mostrando, mais uma vez, sua versatilidade; "Screaming Inside" é carregada de fúria, andamento mais lento, com muito peso, onde a cozinha martela sem dó, com Pastore cantando com gana, inclusive com vocais rasgados e furiosos; "Tears of Sunday", talvez seja mais carregada de emoção, e por saber antecipadamente do que se tratava a letra (Pastore fala sobre a perda de sua mãe), imaginei que se trataria de uma balada suave, mas, pelo contrário, em vocais altíssimos no seu início, como se quisesse expulsar toda a dor que sentiu, o vocalista entrega uma performance transbordando emoção por toda a música. Uma faixa que segue uma levada mais lenta, mas traz peso, e além do destaque aos vocais, um solo solo inspirado e com doses de melancolia se mostra perfeito para a canção.


Logo após temos a instrumental e acústica "Spain", que traz ritmos hispânicos, tendo ao fundo cantos de pássaros e sons de água, um respiro de tranquilidade nessa mar de Heavy Metal clássico, e logo em seguida a Hard/Heavy "Angels of Light", carregada de melodia e andamento cativante. Fechando, temos a versão para "I Want Out" do Helloween, que havia sido gravada para um tributo que acabou não saindo, em uma versão bem próxima da original, mas com trechos com mais peso e bateria mais veloz. E Pastore manda muito bem, na sempre difícil tarefa de cantar alguma clássica canção do Helloween da era Kiske.

Termino aqui com o que perguntei no início da resenha: "Saudade de ouvir um Heavy Metal Clássico?". O Powerfull vai matar essa saudade, entregando o que prometeu, que era um álbum com a influência do Metal clássico dos anos 80, carregado de riffs e refrãos marcantes, muitos solos de guitarra e grandes vocais!

Texto: Carlos Garcia

Banda: Powerfull
Álbum: Warrior Soul (2016)
País: Brasil
Estilo: Heavy Metal
Selo: Independente
Assessoria: TRM Press

Oficial Facebook

Line-up
Mario Pastore: Vocais
Jones Jones: Guitarras
Vagner Gilabel: Bateria



Tracklist
01 - Intro – The Cave
02 – Fireball
03 – Blue Beam
04 – Believe
05 – Reborn
06 – Warrior Soul
07 – Nightmares
08 – Screaming Inside
09 – Tears of Sunday (Dedicated to Mother’s Nick)
10 – Spain (Instrumental)
11 – Angels of Light
12 – I Want Out (Helloween Cover)

   

Powerfull: An Ode to Classic Heavy Metal


Missing to hear Heavy Metal in that vein of the 80's? When the style hit  the mainstream status, where giants, who came as early as the '70s, such as Judas and Sabbath, and another marvelous generation like Iron Maiden, Queensryche, Accept and others, including Hard Rock bands, assaulting radios, TV channels and the stereos of a generation.    (versão em português)

Well, here it is: POWERFULL, brazilian band that has the experienced singer Mario Pastore taking on, and it was created with the purpose of making Heavy Metal inspired in the great 80's, and that's exactly what the group gives us in this debut, "Warrior Soul". We see here Pastore in excellent shape, those who accompanies his career more closely knows his ability, and in "Warrior Soul" he shows how to sing with power and feeling!

Pastore here embodies the 80s with mastery, in vocalizations that refer us to the names that marked the style, as Tate, Dio, Dickinson and Halford. And it could not be different, such as the sound proposal.


In an attack of riffs, we have the weight and melody typical of the Classical Heavy Metal, we have 12 tracks, where, after a brief intro, we are already caught up in the face by the fast and ferocious "Fireball", Speedy Heavy Metal of fast riffs , Hallucinating battery and high vocals; "Blue Beam" presents a more mid tempo song, beginning with strained melodies, very heavy, that sends to the Sabbath and even more precisely their noble son, Candlemass. It has heavy riffs alternated by more melodious stretches; "Believe" begins slow and climactic, with Pastore asking us in the lyrics: "What's happening with this world?", it follows with galloping riffs, and refers to the classic Queensryche, including the vocal line adopted by Pastore. Great song!

"Reborn", begins with a melody permeated by harmonics and striking bass line, the riffs and drums follow that "galloping" line, very typical from 80's Heavy Metal; "Warrior Soul", the title track, brings riffs that remind me Accept and something of Iron Maiden, mainly in the vocal line (in fact, speaking in vocals, there is a sensational stretch there at the minute 3), and here I realize that I will have to To make comments about all the tracks, because all they bring memorable riffs and refrains, without "modern stuffs", only Heavy Metal, with many riffs, many solos, great refrains and great vocals.

"Nightmares" is a typical Heavy Metal ballad, with acoustic guitar and keyboards doing the background. highlight the vocals, which bring a lot of emotion, with Pastore showing, once again, his versatility; "Screaming Inside" is loaded with fury, slower and heavy and pounding drums. Pastore singing with furious and ragged vocals; "Tears of Sunday" is very emotional, and knowing in advance what the lyrics were about (Pastore talks about losing his mother), I imagined that it would be a soft ballad but, on the contrary, with vocals very high in its beginning, like Pastore wanted to expel all the pain he felt, the vocalist delivers a performance overflowing emotion for all the music. A track that follows a slower tempo, but brings weight, and besides the prominence to the vocals, a  inspired guitar solo with doses of melancholy is perfect for the song.


Soon after we have the instrumental and acoustic "Spain", which brings hispanic rhythms, having in the background bird songs and water sounds, a respite of tranquility in this classic Heavy Metal sea, and soon after it,  the Hard/Heavy "Angels of Light", loaded with melody and captivating tempo. Closing the album, we have the version for "I Want Out" of Helloween, which had been recorded for a tribute that did not come out, in a version very close to the original, but with stretches with more weight and faster drums. And Pastore does very well, in the always difficult task of singing some classic Helloween song from the Kiske era.

I'm finishing here with what I asked at the beginning of the review: "Missing to hear a Classic Heavy Metal?". Powerfull will kill that nostalgia, delivering what it promised, which was an album influenced by the classic Metal of the 80s, loaded with striking riffs and killer chorus,  guitar solos and great vocals!

Review by: Carlos Garcia

Oficial Facebook

Line-up
Mario Pastore: Vocais
Jones Jones: Guitarras
Vagner Gilabel: Bateria



Tracklist
01 - Intro – The Cave
02 – Fireball
03 – Blue Beam
04 – Believe
05 – Reborn
06 – Warrior Soul
07 – Nightmares
08 – Screaming Inside
09 – Tears of Sunday (Dedicated to Mother’s Nick)
10 – Spain (Instrumental)
11 – Angels of Light
12 – I Want Out (Helloween Cover)

   

sábado, 20 de maio de 2017

Entrevista - Edu Falaschi: Sem Medo dos Desafios



Após a sua saída do Angra, em 2012, a carreira do vocalista Edu Falaschi vem sendo imposta por desafios e coisas novas, e além de estar a frente do Almah já há 10 anos, e seguindo a divulgação do mais recente trabalho, “E.V.O”, lançado no ano passado, segue seu trabalho como produtor, e também busca ideias inovadoras no mercado da música, como um ‘Crowdfunding’ para realização de shows da banda sem depender de contratantes. Para falar sobre esses e outros assuntos ele nos atendeu, revelando, em meio a entrevista, que está preparando uma carreira solo cantando os clássicos da sua fase no Angra.  Confira a seguir:                    
RtM: Em 10 anos de existência, o Almah criou sua identidade própria dentro do Heavy Metal, colocando uma linguagem moderna e misturando diversos estilos dentro da sonoridade da banda, ganhando até o rotulo de Groove Metal pelos europeus. Pela maneira diferente de trabalhar, você acha que o Almah hoje é um dos nomes mais significativos do Metal nacional?
EF: Eu acredito que o Almah tem o seu lugar. Nós trabalhamos para fazer música, apenas isso. O que conquistamos até agora é fruto de um trabalho de 10 anos! A marca da banda cresceu muito nos últimos anos, mas ainda temos muito por fazer! A banda é relativamente nova! Os trabalhos não param! 

RtM: A cada disco, a banda varia sua sonoridade, a qual já atravessou caminhos mais sujos, como no álbum “Motion” (2011), mas nunca deixando de priorizar harmonia e melodia, colocando até mesmo influências de música Pop e elementos mais contemporâneos. Nesse 5º disco, E.V.O, você meio que voltou às origens, lembrando muito o que você fazia no Angra. foi uma forma de mostrar que o que você aprendeu no Angra ainda continua vivo? 
EF: Na verdade foi natural! Eu gosto de fazer discos diferentes, sempre apresentando algo novo. No Almah eu ainda não tinha feito algo com uma tessitura vocal nos moldes do que eu fazia no Angra, dessa vez resolvi voltar a uma sonoridade do disco “Rebirth” (2001), por exemplo, sem perder a essência do Almah, claro. O resultado foi muito bacana e os fãs dos meus tempos de Angra ficaram muito felizes.

RtM: O contexto do disco é baseado sobre a ‘Era de Aquário’, ficando explicito na canção que abre o trabalho, “Age Of Aquarius”. Por trás dos álbuns do Almah, há sempre um conceito sendo abordado, exceto o “Motion”, que fala sobre coisas do cotidiano. Trazer coisas sobre a mitologia grega é uma maneira de buscar conscientizar que estamos entrando em tempos de ascensão, de mudanças? 
EF: O conceito do E.V.O  é de um teor positivo, fala de uma mudança de consciência mundial que está por vir com a chegada da ‘Era de Aquário’ após a ‘Era de Peixes’ da qual estamos no momento. A mudança não será agora, mas está a caminho.

O mundo está mudando, vemos muitas coisas ruins aparecendo, vemos muita discussão de ideais, conflitos, muita coisa vindo a tona, as cortinas da mentira implantadas pelos poderes mundiais estão caindo, para acontecer uma mudança para melhor em todos os sentidos é inevitável que tenhamos que mexer no vespeiro. Isso trará consequências, e muita coisa ruim aparecerá, dando esse clima de desesperança, mas é necessário passar por esse momento turbulento que vivemos para alcançar uma consciência mais evoluída e positiva no futuro em longo prazo. A base do conceito é essa, mas eu abordo de uma forma poética passeando por temas como mitologia, história, ciência, astrologia, etc.

 "Para acontecer uma mudança para melhor em todos os sentidos é inevitável que tenhamos que mexer no vespeiro." (sobre o conceito em "E.V.O)
RtM: Conforme comentamos antes, no E.V.O percebemos que suas linhas passeiam por regiões mais altas, adicionando extensões agudas aqui e ali. Depois de anos de tratamentos e cuidados por causa do seu problema com refluxo, podemos dizer que você pode arriscar mais hoje em dia, mas sabendo usar de forma correta?  
EF: Sim, certamente, esse é um problema que terei que cuidar pra sempre.  Mas hoje sei mais sobre os métodos de tratamento e tenho mais domínio das minhas condições de saúde. Vivi anos com um fantasma do qual eu não sabia nada! Era um pesadelo! Lutar contra algo que você não sabe o que é ou de onde vem. Mas hoje estou bem de novo e o resultado é o lindo disco E.V.O! 

RtM: Temos o guitarrista Diogo Mafra e o baterista Pedro Tinello estreando no Almah com o disco E.V.O, não deixando a desejar em questão de técnica e criatividade. Eles contribuíram com alguma ideia ou eles se basearam no que já estava pronto? 
EF: Eles criaram muitos dos arranjos de guitarra e bateria! Não participaram das composições, mas foram essenciais para o disco ter uma enorme qualidade! O talento deles é absurdo!

RtM: Durante as composições do disco, vocês tiveram a surpresa com a entrada do guitarrista Marcelo Barbosa ao Angra, substituindo o Kiko Loureiro, que agora está 100% dedicado ao Megadeth. Desde sua entrada a banda, os trabalhos dele têm sido bastante corridos, tanto que o novo álbum do Angra vai ter as linhas de guitarra gravadas por ele. Como está sendo conciliar a agenda das bandas? 
EF: É tranquilo! O Marcelo é muito bom em administrar seus trabalhos. Certamente não teremos conflitos. O Angra é uma grande vitrine e ele está certo em abraçar essa oportunidade. Mas ele, assim como eu, tem um enorme apego ao Almah. Estamos muito conectados! 

RtM: Ano passado, você comemorou 25 anos de carreira lançado um disco solo, “Moonlight”, Nele você apanhou os seus principais sucessos no Angra e Almah em versões acústicas, trazendo um clima bem intimista através de arranjos de piano e cordas. Como foi rearranjar essas músicas colocando elas num outro ambiente?
EF: Foi muito legal! E um grande desafio! Musicas como “Angels and Demons” não são fáceis de tornar uma balada. Mas com a ajuda do genial pianista TIAGO MINEIRO, conseguimos um resultado lindo. Sem ele eu não teria conseguido.

 "Não gosto de me acomodar por medo de errar ou sofrer críticas, eu procuro sempre olhar pro futuro e seguir em frente."
RtM: Em paralelo a isso, você foi homenageado com um tributo em comemoração aos seus 25 anos de carreira, idealizado pela gravadora Ms Metal Records, que entre os destaques está a versão de “Heroes Of Sand”, cantada pelo vocalista Nando Fernandes e entre outros tantos talentos. É raro ver isso no Heavy Metal aqui no Brasil, artistas homenageando outros artistas. E olha que ainda será lançado o Vol.2. Você trata esse gesto como um dos mais gratificantes da sua carreira? 
EF: Com certeza! Eu jamais imaginei algo do tipo! Quando eu ouvi esse CD fique impressionado e muito emocionado em ver tantos talentos juntos me homenageando! Cada versão, cada interpretação naquele álbum me dá mais ainda a certeza que temos muitos gênios no Heavy Metal nacional! Amei tudo e todos! Serei eternamente grato a esses artistas e principalmente ao Eduardo Macedo, presidente da MS METAL RECORDS, por orquestrar essa homenagem. Inesquecível! 

RtM: Final do ano passado, você montou um projeto onde o fã poderia idealizar um show do Almah na cidade onde o mesmo reside por meio de ‘crowdfunding’. A iniciativa é totalmente inovadora e muito bacana, pois assim não seria necessário depender de contratantes para que os shows da banda fossem realizados. Mas, infelizmente, não acabou dando o resultado esperado. O que acabou faltando pra que fosse como você imaginava?
EF: Por ser algo pioneiro já era um desafio! O Crowdfunding geralmente é sobre um produto específico: CD, DVD, LIVRO, etc! No nosso caso era uma turnê, eram 10 projetos em 1, e tínhamos algumas limitações. Não sabendo previamente a data e local do show, isso gerou certa dúvida pra galera. E outra coisa ruim foi à divulgação, que dependeu do Facebook basicamente.
Enfim, esse projeto específico não deu certo, numa carreira de mais de 25 anos tive muitos acertos e alguns erros. Esse foi um deles, infelizmente. Bola pra frente! Os trabalhos continuam e sempre buscarei inovar e trazer ideias novas, mesmo que elas apresentem algum risco. Não gosto de me acomodar por medo de errar ou sofrer críticas, eu procuro sempre olhar pro futuro e seguir em frente.

"Cada versão, cada interpretação naquele álbum me dá mais ainda a certeza que temos muitos gênios no Heavy Metal nacional! Amei tudo." (Sobre o tributo)
RtM: Recentemente, você lançou uma coletânea digital solo em plataformas como Spotify, Deezer, Itunes, etc, chamada "Edu Falaschi Ballads", destacando as principais baladas compostas na sua carreira, principalmente da época do Angra. E ainda você fará um show inusitado para o DIA DOS NAMORADOS, dia 10 de Junho, em São Paulo no Manifesto, tocando essas baladas. Isso seria o indício do início de uma carreira SOLO focada nos seus tempos de Angra? 
EF: Como eu disse anteriormente, gosto de buscar novos projetos, e pra você ver, diferente do Crowdfunding daqueles 10 shows, esse lançamento da coletânea "EDU FALASCHI BALLADS" já é um sucesso de streaming e downloads com mais de 1 milhão de acessos,que já está gerando demanda por shows. A vida é assim, erros e acertos! Precisamos criar e empreender, sem medo! 

Voltando a sua pergunta, só de anunciar esses trabalhos SOLO, como a coletânea e o show de São Paulo, com os grandes Ricardo Confessori (bateria), Luis Mariutti (baixo), DemianTiguez (guitarra) e Junior Carelli (baixo), voltando a executar os clássicos dos meus tempos de Angra e entre outras coisas. Já apareceram muitas negociações! As obras que construímos junto no Angra, principalmente os discos “Rebirth” (2001) e “Temple of Shadows” (2004), tem uma força enorme mundialmente falando. E eu, desde que deixei a banda em 2012, recebo pedidos para cantar Angra, então acho que é um bom momento para isso! Enfim, posso dizer que sim, estou iniciando uma carreira SOLO, onde estarei cantando prioritariamente os clássicos dos meus tempos do Angra. Farei também algumas coisas do Almah e,possivelmente, Symbols. Mas quero deixar claro que o Almah continua normalmente com seu foco no futuro e produzindo coisas novas, firme e forte! Uma coisa não exclui a outra! 

RtM: Fora os seus compromissos no Almah e agora SOLO, você atua também como produtor musical, sendo o “João de Deus”, do vocalista Alirio Netto, um dos mais recentes com produção assinada por você. E pra esse ano, você está montando um pacote não só incluindo a produção, mas também gravadora, estúdio, arte gráfica e distribuição digital. Como é trabalhar diante de novas bandas, agora com a adição de novos recursos pra elas, dentro de um mercado tão concorrido e disputado?
EF: Eu adoro! É uma das minhas paixões! Ver bandas novas surgindo com trabalhos bem feitos e promissores e eu podendo ajuda-los a traçar o melhor caminho é muito gratificante! Esse ano criei essa campanha com alguns aliados para facilitar as coisas para os novos artistas. Faço o que posso! Tento fazer a minha parte! Estou aqui pra somar! Quero ver essas bandas crescerem e ter um lugar ao sol.

"A vida é assim, erros e acertos! Precisamos criar e empreender, sem medo!" 
RtM: Sobre Angra, O Rafael Bittencourt declarou várias vezes que pretende reunir todos vocalista para um show histórico, incluindo você, Fabio Lione e o Andre Matos, que não tem vontade de se reunir com a banda, gerando o entrave pra que isso não ocorra. Assim como os fãs, você espera que isso um dia aconteça, visando que Guns N’ Roses e Helloween conseguiram reunir integrantes clássicos.
EF: Claro, devemos tudo aos fãs e eles merecem esse presente! Tomara que um dia role! Seria uma grande celebração! 

RtM: Muito obrigado pela disposição, Edu. Fique a vontade sempre para contar as novidades aqui pra gente, fica o espaço para uma mensagem final. 
EF: Obrigado a vocês pela entrevista! Agradeço a todos os fãs que estão comigo até hoje! E "vamo que vamo" a música não pode parar! 

Entrevista: Gabriel Arruda
Edição Revisão: Carlos Garcia




Interview - Edu Falaschi: Without Fear of Challenges


After his departure from Angra in 2012, the career of vocalist EDU FALASCHI has been imposed by challenges and new things, and besides being the front of ALMAH for more then 10 years, and following the release of the most recent work, "EVO" , released last year, Edu continues his work as a producer, and also seeks innovative ideas in the music market, as a Crowdfunding to perform shows of the band without relying on contractors. In order to talk about these and other subjects he answered us, revealing, in the middle of the interview, that he is preparing a solo career singing the classics of his phase in Angra. Check it out:

RtM: In 10 years of existence, Almah has created its own identity on Metal, putting a modern language and mixing diverse styles on the sound of the band, gaining the label of Groove Metal by the Europeans. By the different way of working, do you think Almah is one of the most significant names in brazilian Metal today?
EF: I believe Almah has his place. We work to make music, that's all. What we have achieved so far is the result of 10 years of work! The brand of the band has grown a lot in recent years, but we still have a lot to do! The band is relatively new! The work do not stop!

RtM: With each album, Almah varies the sonority, with more straight sound, as in the album "Motion" (2011), but never failing to prioritize harmony and melody, putting even influences of Pop music and more contemporary elements . On this 5th album, E.V.O, you kind of went back to the origins, remembering very much what you did in Angra. Was it a way of showing that what you learned in the Angra is still alive?
EF: Actually it was natural! I like to make different albums, always presenting something new. In Almah I had not yet done something with a vocal tune in the way I did in Angra, this time I decided to return to a sound of the album "Rebirth" (2001), for example, without losing the essence of Almah, of course. The result was very cool and the fans of my Angra times were very happy.

"The concept of the E.V.O is about a positive content, it is about of a change of world consciousness."

RtM: The context of the album "E.V.O." is based on the 'Age of Aquarius', being explicit in the song that opens it, "Age Of Aquarius". Behind the Almah albums, there is always a concept being addressed, except on "Motion", which talks about routine and everyday things. To bring things about Greek mythology is a way to raise awareness that we are entering times of ascension and great changes?
EF: The concept of the E.V.O is about a positive content, it is about of a change of world consciousness that is to come with the arrival of the 'Age of Aquarius' after the 'Age of Pisces' of which we are at the moment. The change will not be now, but it's on the way.
The world is changing, we see many bad things appearing, we see a lot of discussion of ideals, conflicts, a lot of things coming out, the curtains of lies implanted by the world powers are falling, to make a change for better things in every way is inevitable that we have to face the enemies. This will bring consequences, and a lot of bad things will appear, giving this climate of hopelessness, but it is necessary to go through that turbulent moment that we live to achieve a more evolved and positive future in the long term. The basis of the concept is this, but I approach in a poetic way on themes such as mythology, history, science, astrology, etc.

RtM: As we said before, in E.V.O we noticed that its lines roam through higher regions, adding sharp extensions here and there. After years of treatment and care because of your reflux problem, we can say that you can risk more nowadays, but knowing how to use it correctly?
EF: Yes, certainly, this is a problem that I will have to take care forever. But today I know more about the methods of treatment and I have more mastery of my health conditions. I lived years with a ghost I knew nothing about! It was a nightmare! Fight against something you do not know what it is or where it comes from. But today I'm good again and the result is the beautiful album E.V.O!

RtM: We have the guitarist Diogo Mafra and the drummer Pedro Tinello debuting in the Almah with the album E.V.O. Did they come up with any ideas or did they build on what was already ready?
EF: They have created many of the guitar and drum arrangements! They did not participate in the compositions, but it was essential for the album to have an enormous quality! Their talent is absurd!

RtM: During the compositions of the album, you had the surprise with the entry of guitar player Marcelo Barbosa to Angra, replacing Kiko Loureiro, who is now 100% dedicated to Megadeth. Since his entrance on the band, his works have been quite run, so much so that Angra's new album will have the guitar lines recorded by him. How is reconciling the bands' agenda?
EF: It's cool! Marcelo is very good at managing his work. Certainly we will have no conflicts. Angra is a great showcase and he is right to embrace this opportunity. But he, like me, has a great attachment to Almah. We are very connected!

RtM: Last year, you celebrated 25 years of solo career release, "Moonlight", in which you picked up your main successes in Angra and Almah in acoustic versions, bringing a very intimate atmosphere through piano arrangements and strings. How did you rearrange these songs by putting them in another environment?
EF: It was really cool! And a great challenge! Songs like "Angels and Demons" are not easy to make a ballad. But with the help of the great pianist Tiago Mineiro, we got a beautiful result. Without him I would not have been able to.

 " I do not like to settle for fear of making mistakes or criticism, I always try to look ahead and move forward."
RtM: In parallel to this, you were honored with a tribute to celebrate its 25 years of career, idealized by the record label Ms Metal Records, which among the highlights is the version of "Heroes Of Sand" sung by singer Nando Fernandes and among Other talents. It's rare to see this in Heavy Metal here in Brazil, artists paying homage to other artists. And look that Vol.2 will still be released. Do you treat this gesture as one of the most rewarding of your career?
EF: Absolutely! I never imagined anything like that! When I heard this CD, I was impressed and very thrilled to see so many talents together paying homage! Each version, each interpretation on that album gives me even more certain that we have many geniuses in the national Heavy Metal! I loved everything and everyone! I will be eternally grateful to these artists and especially to Eduardo Macedo, president of MS METAL RECORDS, for orchestrating this tribute. Unforgettable!

RtM: Late last year, you set up a project where the fan could idealize a Almah show in the city where it resides through crowdfunding. The initiative is totally innovative and very cool, because that way it would not be necessary to depend on contractors for the shows of the band to be realized. But, unfortunately, did not end up giving the expected result. What did you end up to be like you imagined?
EF: Being a pioneer was already a challenge! Crowdfunding is usually about a specific product: CD, DVD, BOOK, etc! In our case it was a tour, there were 10 projects out of 1, and we had some limitations. Not knowing beforehand the date and place of the show, this generated some doubt for the crowd. And another bad thing was the disclosure, which relied on Facebook basically.

Anyway, this specific project did not work out, in a career of more than 25 years I had many hits and some mistakes. That was one of them, unfortunately. Let's go on! The work continues and I will always try to innovate and bring new ideas, even if they present some risk. I do not like to settle for fear of making mistakes or criticism, I always try to look ahead and move forward.


RtM: Recently, you have released a solo digital compilation on platforms like Spotify, Deezer, Itunes, etc, called "Edu Falaschi Ballads", highlighting the main composing ballads in your career, mainly from the Angra era. And yet you will make an unusual show for Valentine's Day (here in Brazil at June 10), in São Paulo in the Manifesto Bar, playing these ballads. Would this be the hint of the beginning of a SOLO career focused on your Angra times?
EF: As I said earlier, I like to look for new projects, and for you to see, different from Crowdfunding of those 10 shows, this release of "EDU FALASCHI BALLADS" is already a success of streaming and downloads with more than 1 million hits, Which is already generating demand for shows. Life is like this, mistakes and successes! We must create and undertake without fear!

Returning to your question, just announce these SOLO works, such as the compilation and the São Paulo show, with the greats Ricardo Confessori (drums), LuisMariutti (bass), DemianTiguez (guitar) and Junior Carelli (bass), we will play the classics of my time in Angra and among other things. Already many negotiations have appeared! The works we built together at Angra, especially the albums "Rebirth" (2001) and "Temple of Shadows" (2004), have a huge force worldwide. And I, since I left the band in 2012, I get requests to sing Angra, so I think it's a good time for that! Anyway, I can say that yes, I am starting a solo career, where I will be singing primarily the classics of my Angra times. I will also do some things from Almah and possibly Symbols. But I want to make it clear that the Almah continues normally with its focus on the future and producing new things, firm and strong! One thing does not exclude the other!

"Life is like this, mistakes and successes! We must create and undertake without fear!"
RtM: Apart from your commitments in Almah and now SOLO, you also act as a music producer, and the album "João de Deus", soloof the singer Alirio Netto, one of the most recent productions signed by you. And for this year, you are putting together a package not only including production, but also recording, studio, graphic art and digital distribution. What is it like to work in front of new bands, now with the addition of new resources to them, in such a crowded and contested market?
EF: I love it! It's one of my passions! Seeing new bands coming up with well done and promising jobs and I being able to help them chart the best way is very rewarding! This year I created this campaign with some allies to make things easier for new artists. I do what I can! I try to do my part! I'm here to add! I want to see these bands grow and have a place in the sun.

RtM: About Angra, Rafael Bittencourt has stated several times that he intends to reunite all vocalists for a historical show, including you, Fabio Lione and Andre Matos, who does not feel like reuniting with the band, generating the obstacle so that it does not happen . As well as the fans, you hope that one day will happen, aiming that Guns N 'Roses and Helloween have managed to reunite classics.
EF: Of course, we owe everything to the fans and they deserve this gift! Hopefully one day I'll roll! It would be a great celebration!

RtM: Thank you very much for the layout, Edu. Feel free to tell the news here for us, there is room for a final message.
EF: Thank you guys for the interview! Thanks to all the fans who are with me to this day! And "let's go" music can not stop!


Interview: Gabriel Arruda
Editing Review: Carlos Garcia





sexta-feira, 19 de maio de 2017

Matéria Especial - Bendicta: Resenha do EP e do Show de Lançamento



O Bendicta foi formado em junho de 2015, na zona sul de São Paulo, e desde o início mostra que está aí para buscar seu espaço, com um Metal pesado e contemporâneo cheio de personalidade e apostando nas letras em português. Tendo a frontwoman Angel à frente, com seu carisma e vocais carregados de emoção, o grupo sobe mais alguns degraus, lançando no dia 7 de maio, após intenso trabalho de produção e gravação, o seu EP "Recomeço". Nesta matéria contamos um pouco do que aconteceu nesse evento, que contou com um Manifesto cheio de fãs e veículos de imprensa que vieram conferir o poder da banda ao vivo, e não contiveram a empolgação. E também a resenha do EP, você confere logo a seguir, nesta mesma matéria:


O Show de Lançamento

A banda paulista Bendicta se apresentou no dia 07 de maio, no Manifesto Rock Bar em São Paulo, para divulgar o lançamento de seu EP “Recomeço”. 

Angel (vocal), Thigas (vocal e guitarra), Luiz The Last (guitarra e vocal) e Clayton Mestre (baixo), subiram ao palco pontualmente à 20h30. 


O público se empolgou bastante, muitos dos presentes já conheciam o trabalho da banda. Para aqueles que como eu ainda não conheciam, fica a certeza de que a banda tem muito potencial, tanto pela competência técnica, quanto pela presença no palco. A banda como um todo tem muita qualidade, mas a simpatia de Angel merece destaque, sempre interagindo com o público entre uma música e outra.
Angel e Nando Fernandes
Um dos destaques da noite, ficou por conta das participações especiais de Nando Fernandes (banda Radio Show) e Fernando Quesada (Ex-Shaaman, atual Noturnall e ANIE), fazendo cover de Alter Bridge, além de Ranne (banda Two Guyz) que foi o campeão do evento “A Voz do Rock” 2017, do qual Angel também participou.

Ranne (Two Guyz), foi outro convidado de destaque
Na bateria estava como músico convidado, Guitoque, que atualmente é baterista das bandas Testemolde e Hostil. O set-list contou com as músicas de “Recomeço”, uma canção própria não gravada, além de covers do Alter Bridge, Nickelback e Disturbed. Um evento que deixou uma impressão ainda melhor da banda, que além de qualidade musical, mostra personalidade e profissionalismo. Vão longe.




O EP "RECOMEÇO"


Meados de completar dois anos de formação, o Bendicta lança seu primeiro trabalho oficial, o EP “Recomeço”, o qual conta com 5 faixas, e há de se louvar a ótima produção por Fernando Quesada (Noturnall), nítida e deixando intacta a pegada da banda.

Logo na primeira música, “Na memória”, percebe-se que toda a personalidade dos vocais de Angel, cheios de energia e paixão. Em seguida, “Vai Ser Agora”, tem uma sonoridade bem moderna e própria, evitando que se faça comparações com outras bandas. Finalmente minha faixa favorita, “Sem Convite”, um pouco mais lenta, com vocais carregados de emoção. Gostei muito também da batida e as paradinhas de “A Cor que Sangra”. 


O EP encerra com “Essência”, com uma levada meio tempo bem pesada (levada estilo Blues, porém pesadíssima), explorando melodias diferentes, tanto nos vocais como no instrumental. É a primeira música de trabalho a ser divulgada, nessa canção cheguei a conclusão que adoro quando Angel canta com vocais mais rasgados.

Com certeza “Recomeço” será efetivo em criar expectativas para um futuro álbum da banda, senti que seus 18 minutos de duração passaram muito rápido. Com uma sonoridade moderna e bem própria, e apostando nas letras em português, o Bendicta com certeza merece ser ouvido com atenção.

Tracklist:
01 – Na Memória
02 – Vai ser agora
03 – Sem convite
04 – A cor que sangra 
05 – Essência


Texto: Raquel de Avelar
Fotos: Erick Bilck
Edição/Revisão: Carlos Garcia

Agradecimentos: TRM Press

Canais Oficiais da banda:

   

terça-feira, 16 de maio de 2017

Cobertura de Show – Rhapsody & Armored Dawn: Despedida Épica! (07/05/2017 – Tom Brasil – SP)



Em 10 anos que estou neste grande mundo do Heavy Metal, ouvi bandas de diversos gêneros que, de certa forma,enriqueceu o meu conhecimento pelo estilo, abrindo um leque de novidades e expandido minha cabeça, mantendo (sempre) o devido respeito, e às vezes até fugindo um pouco do meu gosto pessoal. É claro que minhas preferências sempre foram expostas, nunca escondendo o que é de meu interesse, mas o que eu vi no último domingo, no Tom Brasil, foi de surpreender! Entendendo o quanto os italianos do Rhapsody são importantes no meio Symphonic Power Metal.

Desde abril, a banda vem promovendo a turnê de celebração aos seus 20 anos de carreira, mas que, após a merecida comemoração, irá deixar uma gama de fãs com o coração apertado de saudade, dando a eles a última oportunidade de ver os membros da formação original ao vivo com a “20th Anniversary Farewell Tour”, que como o próprio nome diz, marca a sua despedida. E pra essa ocasião, o set-list teve músicas que nunca foram executadas ao vivo, sem contar que os primeiros shows pela América Latina foram ‘sold-out’, tanto que alguns colombianos desembarcaram aqui em São Paulo pra vê-los.


Armored Dawn Fazendo o Esquenta da Noite

Com a abertura dos portões prevista para as 18 h, cumprida britanicamente, a grande fila no arredor da casa era ressoada de vozes, ouvindo várias pessoas cantando canções que estava presente no set, já que, as vésperas da apresentação, todas as músicas que iam ser tocadas à noite já estavam divulgadas, sendo as mesmas dos shows anteriores. E como era final de Campeonato Paulista, sagrando-se o Corinthians como campeão, alguns fãs, torcedores do time, deixaram pra vir na última hora, tanto que pouca gente se concentrava dentro do Tom Brasil pra ver o Armored Dawn, que encarregou de aquecer as turbinas às 18h47. 


Vindo de uma turnê pela Europa, o sexteto, formado por Eduardo Parras (Vocal), Timo Kaarkoski e Tiago de Moura (Guitarras), Fernando Giovannetti (Baixo), Rafael Agostino (Teclados) e Rodrigo Oliveira (Bateria), deixou muitos, inclusive eu e meu fotografo, boquiabertos com Power Metal praticado pela banda, contidos também pela temática nórdica, que de começo, após a triunfante introdução, meteu os dois pés com “William Fly”, do mais recente disco, “Power Of Warrior” (2016). Sem dilatação foi apresentado, em primeira mão, duas músicas novas, que estarão presentes no novo disco: a pesada “Bloodstone” e a densa “Eyes Behind The Crow”.

Antes de partir para a quarta música, Eduardo enunciou que é sempre um prazer estar tocando em São Paulo, que sem dúvida nenhuma, é a capital do Rock e do Heavy Metal, agradecendo muito a presença de todos pra que a banda continue, dando sequência, “Prison”, do atual disco, fazendo com que todos levassem as mãos ao alto, conduzidas pelas batidas iniciais de bateria, combinado pelas harmonias chorosas de guitarra, explodindo após com a cadência dos riffs, avançando o show com mais uma inédita: a Power e eletrizante “Viking Soul”, marcado pelos vocais pulsantes no refrão e do trabalho dinâmico nas guitarras.


Falando em guitarra, eis que Tiago toma o palco para colocar suas habilidades em prática com um sicário solo, que logo chamou o Rafael para fazer sua parte nos teclados, finalizando ambas as partes juntando os dois pra trocar figurinhas, juntando o restante de volta ao palco., chamando a atenção pela a espada do Eduardo, igual ao que lobo segura na capa do primeiro álbum, meditando o conceito lírico da música “King”.

Chegando os momentos finais, a cozinha rítmica mostrou seu valor, e Fernando Giovannetti e Rodrigo Oliveira (conhecido por ser baterista do Korzus) esbanjaram poder e técnica, que logo já mergulharam da animada Rose Tattoo, originalmente feita pelo Dropkick Murphys. Antes de partir para o final, Eduardo deu o microfone para o Timo tirar onda entre todos, sendo que ele é o único gringo da banda, gostando muito do seu inglês ligado ao finlandês, pondo o fim da apresentação pra mais uma nova, “Beware Of The Dragon”, havendo a apresentação da banda após o termino.



A Tão Esperada Vez do Rhapsody Chegou

A ansiedade, relatado no começo da cobertura, era tomada bem antes da abertura dos portões, mas ela cresceu ainda mais minutos antes do show, elevando o grau de publico dentro da casa. E várias pessoas ficavam eufóricas aos sons dos ‘samplers’ de teclado e clamando o nome da banda a todo vapor. E vagando pelos arredores do Tom Brasil, me deparo com Rafael Bittencourt, Felipe Andreoli, Bruno Valverde (ambos do Angra) e Ricardo Confessori ali no camarote para prestigiar a performance do seu amigo, Fabio Lione, diante da banda que o tornou mundialmente conhecido.


A euforia abrangeu a noite quando as luzes da casa foram totalmente apagadas. Abrindo-se as cortinas, eis que, às 20h13, ecoa a introdução “Epicus Furor” nos PAs, que abre o clássico álbum “Symphony Of Enchanted Lands”(boa parte do set foi dedicada a músicas desse disco), com Alex Holzwarth sendo o primeiro apostar-se no palco, vindo da comissão de frente composta por Luca Turilli/Dominiqui Leurquin (Guitarras) e Patrice Guers (Baixo), completado pela cereja do bolo que é o vocalista Fabio Lione, colocando fogo em tudo com “Emerald Sword”

Inserindo mais fervor e poder, os primeiros momentos dos shows foram dedicados ao disco citado à cima, com“Wisdom Of The Kings” (refrão cantado vigorosamente e alguns dançando as partes que contém elementos folclóricos), “Eternal Glory” (tocada pela primeira vez no Brasil em 20 anos de história) e “Beyond The Gates Of Infinity”, que antes de ser executada, Lione informou a todos que seria gravado um vídeo clip pra uma das músicas do set, erguendo o grau de delírio dos presentes.

Fora do eixo “Symphony Of Enchanted Lands” (1998), Lione pediu pra que cantassem junto com ele “Knightrider Of Doom”, do álbum “Power Of The Dragonflame” (2002), ficando mais ardente ao vivo. A parte preciosa do show ficou por conta da balada “Wings Of Destiny”, que também nunca foi executada ao vivo aqui no Brasil. O engraçado era ver o Alex curtindo as melodias iniciais junto com a galera. E no final,claro, não faltaram saudações ao Lione.  


Rodeando mais algumas perolas do “Symphony Of Enchanted Lands”, “The Dark Tower Of Abyss” e “Riding The Winds Of Eternity” prezou a parte técnica da banda, sendo que Luca Turilli roubou a cena nessa última, parecendo um maratonista no palco e entrando no clima da música, e acabou ovacionado pela atitude.


Concluindo quase a metade do set, Lione quis deixar claro que a seguinte faixa dá nome a um CD, que não precisou pensar nem pouca coisa, pois com certeza seria “Symphony Of Enchanted Lands”, avistando numerosas gentes batendo cabeça, mas o que eu senti falta era presença de uma mulher fazendo os ‘backing-vocals’ femininos na parte harmoniosa, preenchida pelo ‘take’ gravado na versão em estúdio.
Enquanto o restante tomava fôlego, Alex aproveitou a deixa dos demais para detonar o kit de bateria sob um magnífico solo, partindo imediatamente para “Land Of Immortals”, presente no ‘debut’ disco “Legendary Tales” (1997). “The Wizard’s Last Rhyme” contou com a sadia participação do público, gerando corais no refrão orquestrado, zarpando para solo de baixo de Patrice, integrado pela pegada do Alex na bateria.

Perguntado se todos estavam cansados, Lione avisou que era chegada a hora de gravar o clip, mas antes, ele quis escutar o gogo de cada um através da sua extensão vocal, além de pressentia-los com uma opera italiana que o mesmo gosta, querendo que todos arriscassem a fazer igual, e foi com esse aquecimento que a famosa “Dawn Of Victory” tornou-se o ápice do show, que poderia acabar ali mesmo, tanto que o público continuou cantando o refrão durante o repouso da banda.


A perna final ficou por conta da impulsiva “Rain of a Thousand Flames”, passeando novamente por vagões sublimes, tocando a primeira música italiana composta pela banda, “Lamento Eroico”, e antes de executá-la, Lione explicou que depois de oito horas no ônibus, cansaço e shows seguidos, é compensador estar no Brasil, ressaltando que aqui é diferente, estando praticamente em outro mundo. Encerrando a noite, a intensa “Holy Thuderforce”, também do álbum “Dawn Of Victory”.

Sim, eu os subestimava, mas depois desse show eles calaram minha boca! Deixando este que vos escreve hipnotizado em cada detalhe e desempenho.
O fim desses guerreiros já é realidade aqui no Brasil.

Cobertura: Gabriel Arruda
Fotos: Dener Ariani
Edição/Revisão: Carlos Garcia

Armored Dawn
1.    Intro
2.    William Fly
3.    Bloodstone
4.    Eyes Behind the Crow
5.    Prison
6.    Viking Soul
***Guitar Solo***
***Keyboard Solo***
7.    King
***Bass Solo***
***Drum Solo***
8.    Rose Tattoo
9.    Bewareof The Dragon

Rhapsody
1.    Epicus Furor
2.    Emerald Sword
3.    Wisdom Of  The Kings
4.    Eternal Glory
5.    Beyond The Gates OfI nfinity
6.    Knightrider Of Doom
7.    WingsOfDestiny
8.    The Dark Tower Of Abyss
9.    Riding The Winds Of Eternity
10. Symphony Of EnchLands
***Drum Solo***
11. Land Of Immortals
12. The Wizard’s Last Rhymes
***Bass Solo**
13. Dawn Of Victory
14. Rain Of A Thousand Flames
15. Lamento Eroico

16. Holy Thunderforce