terça-feira, 16 de maio de 2017

Cobertura de Show – Rhapsody & Armored Dawn: Despedida Épica! (07/05/2017 – Tom Brasil – SP)



Em 10 anos que estou neste grande mundo do Heavy Metal, ouvi bandas de diversos gêneros que, de certa forma,enriqueceu o meu conhecimento pelo estilo, abrindo um leque de novidades e expandido minha cabeça, mantendo (sempre) o devido respeito, e às vezes até fugindo um pouco do meu gosto pessoal. É claro que minhas preferências sempre foram expostas, nunca escondendo o que é de meu interesse, mas o que eu vi no último domingo, no Tom Brasil, foi de surpreender! Entendendo o quanto os italianos do Rhapsody são importantes no meio Symphonic Power Metal.

Desde abril, a banda vem promovendo a turnê de celebração aos seus 20 anos de carreira, mas que, após a merecida comemoração, irá deixar uma gama de fãs com o coração apertado de saudade, dando a eles a última oportunidade de ver os membros da formação original ao vivo com a “20th Anniversary Farewell Tour”, que como o próprio nome diz, marca a sua despedida. E pra essa ocasião, o set-list teve músicas que nunca foram executadas ao vivo, sem contar que os primeiros shows pela América Latina foram ‘sold-out’, tanto que alguns colombianos desembarcaram aqui em São Paulo pra vê-los.


Armored Dawn Fazendo o Esquenta da Noite

Com a abertura dos portões prevista para as 18 h, cumprida britanicamente, a grande fila no arredor da casa era ressoada de vozes, ouvindo várias pessoas cantando canções que estava presente no set, já que, as vésperas da apresentação, todas as músicas que iam ser tocadas à noite já estavam divulgadas, sendo as mesmas dos shows anteriores. E como era final de Campeonato Paulista, sagrando-se o Corinthians como campeão, alguns fãs, torcedores do time, deixaram pra vir na última hora, tanto que pouca gente se concentrava dentro do Tom Brasil pra ver o Armored Dawn, que encarregou de aquecer as turbinas às 18h47. 


Vindo de uma turnê pela Europa, o sexteto, formado por Eduardo Parras (Vocal), Timo Kaarkoski e Tiago de Moura (Guitarras), Fernando Giovannetti (Baixo), Rafael Agostino (Teclados) e Rodrigo Oliveira (Bateria), deixou muitos, inclusive eu e meu fotografo, boquiabertos com Power Metal praticado pela banda, contidos também pela temática nórdica, que de começo, após a triunfante introdução, meteu os dois pés com “William Fly”, do mais recente disco, “Power Of Warrior” (2016). Sem dilatação foi apresentado, em primeira mão, duas músicas novas, que estarão presentes no novo disco: a pesada “Bloodstone” e a densa “Eyes Behind The Crow”.

Antes de partir para a quarta música, Eduardo enunciou que é sempre um prazer estar tocando em São Paulo, que sem dúvida nenhuma, é a capital do Rock e do Heavy Metal, agradecendo muito a presença de todos pra que a banda continue, dando sequência, “Prison”, do atual disco, fazendo com que todos levassem as mãos ao alto, conduzidas pelas batidas iniciais de bateria, combinado pelas harmonias chorosas de guitarra, explodindo após com a cadência dos riffs, avançando o show com mais uma inédita: a Power e eletrizante “Viking Soul”, marcado pelos vocais pulsantes no refrão e do trabalho dinâmico nas guitarras.


Falando em guitarra, eis que Tiago toma o palco para colocar suas habilidades em prática com um sicário solo, que logo chamou o Rafael para fazer sua parte nos teclados, finalizando ambas as partes juntando os dois pra trocar figurinhas, juntando o restante de volta ao palco., chamando a atenção pela a espada do Eduardo, igual ao que lobo segura na capa do primeiro álbum, meditando o conceito lírico da música “King”.

Chegando os momentos finais, a cozinha rítmica mostrou seu valor, e Fernando Giovannetti e Rodrigo Oliveira (conhecido por ser baterista do Korzus) esbanjaram poder e técnica, que logo já mergulharam da animada Rose Tattoo, originalmente feita pelo Dropkick Murphys. Antes de partir para o final, Eduardo deu o microfone para o Timo tirar onda entre todos, sendo que ele é o único gringo da banda, gostando muito do seu inglês ligado ao finlandês, pondo o fim da apresentação pra mais uma nova, “Beware Of The Dragon”, havendo a apresentação da banda após o termino.



A Tão Esperada Vez do Rhapsody Chegou

A ansiedade, relatado no começo da cobertura, era tomada bem antes da abertura dos portões, mas ela cresceu ainda mais minutos antes do show, elevando o grau de publico dentro da casa. E várias pessoas ficavam eufóricas aos sons dos ‘samplers’ de teclado e clamando o nome da banda a todo vapor. E vagando pelos arredores do Tom Brasil, me deparo com Rafael Bittencourt, Felipe Andreoli, Bruno Valverde (ambos do Angra) e Ricardo Confessori ali no camarote para prestigiar a performance do seu amigo, Fabio Lione, diante da banda que o tornou mundialmente conhecido.


A euforia abrangeu a noite quando as luzes da casa foram totalmente apagadas. Abrindo-se as cortinas, eis que, às 20h13, ecoa a introdução “Epicus Furor” nos PAs, que abre o clássico álbum “Symphony Of Enchanted Lands”(boa parte do set foi dedicada a músicas desse disco), com Alex Holzwarth sendo o primeiro apostar-se no palco, vindo da comissão de frente composta por Luca Turilli/Dominiqui Leurquin (Guitarras) e Patrice Guers (Baixo), completado pela cereja do bolo que é o vocalista Fabio Lione, colocando fogo em tudo com “Emerald Sword”

Inserindo mais fervor e poder, os primeiros momentos dos shows foram dedicados ao disco citado à cima, com“Wisdom Of The Kings” (refrão cantado vigorosamente e alguns dançando as partes que contém elementos folclóricos), “Eternal Glory” (tocada pela primeira vez no Brasil em 20 anos de história) e “Beyond The Gates Of Infinity”, que antes de ser executada, Lione informou a todos que seria gravado um vídeo clip pra uma das músicas do set, erguendo o grau de delírio dos presentes.

Fora do eixo “Symphony Of Enchanted Lands” (1998), Lione pediu pra que cantassem junto com ele “Knightrider Of Doom”, do álbum “Power Of The Dragonflame” (2002), ficando mais ardente ao vivo. A parte preciosa do show ficou por conta da balada “Wings Of Destiny”, que também nunca foi executada ao vivo aqui no Brasil. O engraçado era ver o Alex curtindo as melodias iniciais junto com a galera. E no final,claro, não faltaram saudações ao Lione.  


Rodeando mais algumas perolas do “Symphony Of Enchanted Lands”, “The Dark Tower Of Abyss” e “Riding The Winds Of Eternity” prezou a parte técnica da banda, sendo que Luca Turilli roubou a cena nessa última, parecendo um maratonista no palco e entrando no clima da música, e acabou ovacionado pela atitude.


Concluindo quase a metade do set, Lione quis deixar claro que a seguinte faixa dá nome a um CD, que não precisou pensar nem pouca coisa, pois com certeza seria “Symphony Of Enchanted Lands”, avistando numerosas gentes batendo cabeça, mas o que eu senti falta era presença de uma mulher fazendo os ‘backing-vocals’ femininos na parte harmoniosa, preenchida pelo ‘take’ gravado na versão em estúdio.
Enquanto o restante tomava fôlego, Alex aproveitou a deixa dos demais para detonar o kit de bateria sob um magnífico solo, partindo imediatamente para “Land Of Immortals”, presente no ‘debut’ disco “Legendary Tales” (1997). “The Wizard’s Last Rhyme” contou com a sadia participação do público, gerando corais no refrão orquestrado, zarpando para solo de baixo de Patrice, integrado pela pegada do Alex na bateria.

Perguntado se todos estavam cansados, Lione avisou que era chegada a hora de gravar o clip, mas antes, ele quis escutar o gogo de cada um através da sua extensão vocal, além de pressentia-los com uma opera italiana que o mesmo gosta, querendo que todos arriscassem a fazer igual, e foi com esse aquecimento que a famosa “Dawn Of Victory” tornou-se o ápice do show, que poderia acabar ali mesmo, tanto que o público continuou cantando o refrão durante o repouso da banda.


A perna final ficou por conta da impulsiva “Rain of a Thousand Flames”, passeando novamente por vagões sublimes, tocando a primeira música italiana composta pela banda, “Lamento Eroico”, e antes de executá-la, Lione explicou que depois de oito horas no ônibus, cansaço e shows seguidos, é compensador estar no Brasil, ressaltando que aqui é diferente, estando praticamente em outro mundo. Encerrando a noite, a intensa “Holy Thuderforce”, também do álbum “Dawn Of Victory”.

Sim, eu os subestimava, mas depois desse show eles calaram minha boca! Deixando este que vos escreve hipnotizado em cada detalhe e desempenho.
O fim desses guerreiros já é realidade aqui no Brasil.

Cobertura: Gabriel Arruda
Fotos: Dener Ariani
Edição/Revisão: Carlos Garcia

Armored Dawn
1.    Intro
2.    William Fly
3.    Bloodstone
4.    Eyes Behind the Crow
5.    Prison
6.    Viking Soul
***Guitar Solo***
***Keyboard Solo***
7.    King
***Bass Solo***
***Drum Solo***
8.    Rose Tattoo
9.    Bewareof The Dragon

Rhapsody
1.    Epicus Furor
2.    Emerald Sword
3.    Wisdom Of  The Kings
4.    Eternal Glory
5.    Beyond The Gates OfI nfinity
6.    Knightrider Of Doom
7.    WingsOfDestiny
8.    The Dark Tower Of Abyss
9.    Riding The Winds Of Eternity
10. Symphony Of EnchLands
***Drum Solo***
11. Land Of Immortals
12. The Wizard’s Last Rhymes
***Bass Solo**
13. Dawn Of Victory
14. Rain Of A Thousand Flames
15. Lamento Eroico

16. Holy Thunderforce

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